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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

RESPOSTA DO CLQI AO RCIT

Pela regeneração política e
reconstrução da Quarta Internacional
Resposta ao documento do RCIT
"Healy’s Pupils Fail to Break with their Master" Alunos de Healy não conseguem romper com seu Mestre ]

Socialist Fight / CLQI
English  - click here

A Liga Comunista reproduz a resposta do Socialist Fight ( SF ) britânico ao RCIT. O SF é membro do Comitê de Ligação pela IV Internacional, do qual a LC é integrante. O RCIT é a internacional criada pelo RKOB austríaco. O RKOB é uma ruptura do Wokers Power britânico, defensor assim como sua matriz da 5a internacional, que apoiou a contrarevolução nos Estados operários e as chamadas "revoluções" na Líbia e na Síria. A polêmica trata dos principais fatos da luta de classes dos últimos 40 anos como a questão polonesa em 1980 - 1981, a restauração capitalista na URSS e Leste Europeu, anexação da Alemanha Oriental pelo imperialismo, o Agosto de 1991 na URSS, eleições na África do Sul em 1994, Guerra dos Balcãs, Quinta Internacional, Programa de Transição, o trotskismo nos Andes, "Primavera Árabe" e ofensiva imperialista contra Líbia e Síria, catastrofismo, a questão da crise de direção, etc.

INTRODUÇÃO

Os fundadores da 5a Internacional,
tanto Wokers Power/LFI quanto sua ruptura, o RKOB/RCIT,
debutam capitulando a restauração capitalista nos Estados operários
e a ofensiva imperialista contra as semi-colônias da Líbia e Síria.

Assim como a LFI acreditava poder pegar carona nos movimentos
anti-globalização, agora o RCIT aposta em poder tomar
um atalho através da "primavera árabe"
Somos gratos ao camarada Michael Pröbsting do RCIT por que ele escreveu um documento longo ( de quase 20.000 palavras ), consumindo um grande tempo e esforço para fazê-lo, com o qual nós de fato aprendemos muito. Apesar de termos acordos sobre a história da Quarta Internacional após a II Guerra Mundial, existem substanciais diferenças entre o SF/CLQI e o RCIT sobre a questão do método, uma vez que ele determina à continuidade do trotskismo o que intimamente se relaciona com a nossa orientação para a reconstrução Quarta Internacional, que se contrapõe ao chamado do RCIT para uma Quinta Internacional. A renúncia do conjunto dos partidos que se reivindicavam trotskistas a defesa do Programa de Transição em seu método e, em particular, do partido que havia sido a principal seção da IV Internacional quando de sua fundação, o SWP dos EUA, provoca a ruptura da Tendência Revolucionária do SWP no início de 1960. Esta ruptura foi liderada por Wolfforth, Madge e Robertson. Os agrupamentos que surgem a partir desta ruptura, vão desembocar em 1974 na divisão do WRP que veio a se tornar a Liga Socialista dos Trabalhadores ( WSL ) e em vários agrupamentos que internacionalmente surgiram a partir dessa luta, incluindo o Comitê Internacional trotskista ( ITC ) e sua seção britânica, a Revolucionário Internacionalista League ( RIL ), a Oposição Trotskista Internacional ( ITO ), que rompeu com a degeneração da ITC, a Liga Internacional dos Trabalhadores ( WIL, não confundir com a LIT morenista, a qual pertence o PSTU brasileiro, cuja sigla em inglês é IWL ) da Grã-Bretanha e seu agrupamento internacional; a Tendência Leninista Trotskista ( LTT ) na Grã-Bretanha, Bélgica, Alemanha e África do Sul e outros na França e na América Latina. A rejeição a defesa do legado de Trotsky por estas correntes também se reflete em muitas questões práticas da luta de classes hoje tanto nacional como internacionalmente, em particular sobre a forma de aplicar o Programa de Transição e o seu método para as condições de hoje e como se relacionar com as organizações de massa da classe trabalhadora, os sindicatos e partidos operários burgueses, como se relacionar com a pequenos movimentos de libertação nacionais burgueses e guerras imperialistas através das forças de resistência dos países semi-coloniais. 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

DECLARAÇÃO DO CLQI SOBRE A RECOLONIZAÇÃO DA LÍBIA


Quão estranho é o rosto da "libertação" na Líbia hoje!
Resposta a Michael Pröbsting e ao RCIT 


A Liga Comunista publica abaixo a declaração do Comitê de Ligação pela IV Internacional composto pelo Socialist Fight britânico, pela Tendencia Militante Bolchevique argentina e pela LC brasileira, em resposta a Tendência Revolucionária Comunista Internacional (RCIT) dirigido pelo RKOB austríaco. O RKOB é uma ruptura da Liga pela 5ª Internacional dirigida pelo Workers Power britânico.
 
A importância deste debate em meio a atual ofensiva da OTAN e de Israel sobre a Síria e a Palestina deriva do fato de que o RKOB compartilha das mesmas ilusões da maioria da chamada esquerda trotskista que acreditam que a Líbia e a Síria vivem “revoluções democráticas" (no Brasil, o PSTU, o PSOL e POR) ou simplesmente “revoluções” (PCO, LER e MR) e que de alguma forma uma luta conduzida por direções pró-imperialistas possa servir aos interesses dos trabalhadores por direitos democráticos e sindicais.

1. O artigo de 10.800 palavras de Michael Pröbsting “Lutas de libertação e interferência imperialista – O fracasso do sectárismo ‘anti-imperialista’ no Ocidente: Algumas considerações gerais do ponto de vista do marxista sob o exemplo da revolução democrática na Líbia em 2011” publicado no Boletim “Comunismo Revolucionário” da Tendência Revolucionária Comunista Internacional (RCIT), No.12, 2012/10/24 merece alguma consideração, pois procuram defender sua indefensável posição pró-imperialista sobre a Líbia e ataca aqueles que tomaram uma posição de princípio. [1]

2. No entanto, rejeitamos a identificação das posições do Comité de Ligação pela Quarta Internacional (LCLQI) com as da ICL/espartaquistas e do Grupo Internacionalista/LFI:

Os sectários ‘anti-imperialistas’ no entanto, colocam-se ao lado do reacionário regime de Gaddafi contra a revolução popular. Exemplos de grupos que assumiram tal posição reacionária são o Comité de Ligação da Liga Comunista (Brasil), do Grupo Revolucionário Marxista (África do Sul) e do Luta Socialista (Grã-Bretanha), a ICL/espartaquistas, o LFI/Grupo Internacionalista de Norden e o grupo stalinista "Partido Comunista da Grã-Bretanha (‘marxista-leninista’)”.

Existem grandes diferenças, esses dois grupos e a Tendência Bolchevique Internacional. O terceiro membro da "família Spartaquista", se recusou a defender a Líbia contra os rebeldes dirigidos pela CIA em Benghazi na guerra contra Gaddafi desde o início e nunca teve a orientação de princípios da Frente Unida Anti-Imperialista, adotando a linha mais light e incorreta de "bloco militar" contra as posições do Comintern sob Lênin e Trotsky e contra as posições que Trotsky defendeu até seu assassinato em 1940. [2]

sábado, 15 de setembro de 2012

PROTESTOS ANTI-EUA NA ÁFRICA, ORIENTE MÉDIO E ÁSIA

Agora sim, começou a verdadeira primavera, a antiimperialista, no mundo árabe e muçulmano!

Em mais de 15 países, por três continentes, manifestações de massas tomam embaixadas e multinacionais, invadem e destroem representações diplomáticas, atacam tropas de ocupação e queimam bandeiras dos EUA, Alemanha, Inglaterra e de Israel.

Na Tunísia, o chamado berço da tão reverenciada “primavera árabe”, centenas de manifestantes atacaram com bombas e ocuparam o complexo da Embaixada dos EUA em Tunis e uma escola dos EUA foi saqueada (neste caso, os expropriadores são expropriados) pela multidão.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

CONTRIBUIÇÃO INTERNACIONALISTA AO CONGRESSO DA CSP-CONLUTAS

Combater a burocratização imposta pela política pró-imperialista e governista dentro de nossas organizações de massa!
Construir oposições classistas em todas as centrais e reconquistar os sindicatos para os trabalhadores sob uma política marxista e revolucionária!

distribuída no plenário do Congresso da Conlutas no dia 30 de abril
Ao longo de quase dois séculos, nós trabalhadores adquirimos experiência na luta de classes contra os patrões, o Estado capitalista e o imperialismo. Mas esta experiência vem sendo jogada na lata do lixo por grande parte das organizações sindicais hoje e isto inclui lamentavelmente a CSP-Conlutas. Trata-se de uma política estranha à unidade sindical e à completa independência política financeira das organizações dos trabalhadores em relação aos patrões, ao Estado burguês, seu aparato repressivo e ao imperialismo, temas muito caros que vêm sendo abandonados e os quais achamos fundamental defender com unhas e dentes.

A QUESTÃO DA UNIDADE SINDICAL

Os revolucionários devem atuar também nos sindicatos mais reacionários e até fascistas como nos ensinaram Lenin e Trotsky. A quase totalidade das direções sindicais hoje é reacionária e os sindicatos profundamente burocratizados fazem o jogo do patrão e dos governos. Mais ainda são as centrais que mais distantes estão das assembléias de base e das lutas cotidianas do proletariado. Seja como for e da forma como a repressão política burocrática exigir, os revolucionários devem atuar em todos os sindicatos e centrais reacionárias, pró-imperialistas e fascistas defendendo a unidade de toda a classe para a luta de seus interesses imediatos, a unidade de toda a classe em uma só central sindical.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

LÍBIA

A queda de Trípoli revela o novo equilíbrio mundial de forças entre as classes
Declaração do Comitê de Ligação pela Quarta Internacional - CLQI
do O Bolchevique # 6
A OTAN toma Trípoli sob a máscara dos ‘rebeldes’ monarquistas do CNT
Na noite de 21-22 de agosto de 2011, Trípoli caiu para os “rebeldes” do CNT, agentes do imperialismo mundial, com o auxílio de bombas da OTAN, das Forças Especiais de vários países imperialistas e das tropas envidadas pelo Qatar e pelos Emirados Árabes Unidos.
Apesar do fato de que segue existindo uma potencial resistência, é claro que a OTAN e os seus lacaios, os rebeldes do CNT, desferiram um duro golpe contra a independência da Líbia. Nós não sentimos nenhuma satisfação em ter as nossas piores previsões confirmadas.
Na DECLARAÇÃO AOS TRABALHADORES DO MUNDO E À SUA VANGUARDA INTERNACIONALISTA, da Liga Comunista do Brasil, Grupo Revolucionário Marxista da África do Sul e Luta Socialista da Grã-Bretanha, 21 de abril de 2011, nós dissemos:

sábado, 10 de setembro de 2011

ESPECIAL 11/09/2001-2011 - 1/3

O significado dos ataques aos EUA, os dez anos da nova cruzada imperial e a luta antiimperialista hoje
dO Bolchevique #6

Transcorrida uma década dos atentados do 11 de setembro, toda a mídia mundial trata de dar um destaque especial aos acontecimentos. Fizemos o nosso balanço dos mesmos na contramão da opinião pública fabricada nas grandes redes de notícias burguesas, acreditando que o marxismo revolucionário tem muito mais a dizer sobre este episódio que abriu o século XXI.

O 11/09 COMO EXPRESSÃO DA REAÇÃO DOS OPRIMIDOS APÓS DUAS DÉCADAS DE OFENSIVAS HISTÓRICAS DO IMPERIALISMO

Nas duas últimas décadas do século passado as potencias imperialistas EUA, com Reagan, e Grã Bretanha, com Tatcher, tomaram a iniciativa de desatar uma nova ofensiva anti-operária mundial. Esta ofensiva combinou duros ataques ao próprio proletariado1, com o incremento da corrida armamentista contra a URSS através da Guerra no Afeganistão2 e um massivo bombardeio ideológico anticomunista com a política de reação democrática. Toda esta escalada logrou um enorme salto de qualidade com a contra-revolução na URSS e no Leste Europeu, uma derrota histórica para o proletariado e todos os povos oprimidos que alavancou a restauração do capitalismo naquelas nações e a privatização, precarização e aprofundamento da pilhagem nas demais nações do globo.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

UMA RUPTURA COM O MAOÍSMO EM DIREÇÃO AO TROTSKISMO

Carta de ruptura com a Liga Operária

A Liga Comunista publica a carta de ruptura de Ernesto Lopes com a Liga Operária. O camarada é trabalhador de uma importante categoria de Guarulhos. Em um momento histórico de profunda desmoralização da vanguarda de esquerda entre a classe operária, a LC é brindada com esta adesão ao seu programa, reafirmando o acerto de nossa jovem corrente por reconstruir o trotskismo principista dentro do proletariado.


Aos companheiros da Liga Operária!

Venho neste momento comunicar publicamente meu desligamento de toda atividade militante, bem como toda relação "formal" que me vincula à Liga Operária. Minha região de atuação politica nestes quase dois anos junto aos companheiros, foi entre os trabalhadores da cidade de Guarulhos. Fazendo uma avaliação de minha militância junto à Liga Operária, acredito que as divergências de caráter teórico-programático são gritantes, e ao longo do tempo estas divergências foram ganhando corpo e se tornaram enormes, por isso, não vejo mais motivo de estar dentro da organização. Tentarei esclarecer o mais breve possível os principais pontos onde discordo dos companheiros referente a questões teóricas:

terça-feira, 19 de julho de 2011

CORRESPONDÊNCIA 1

O critério do anti-imperialismo e o pablismo
Michel Pablo, liquidacionista do trotskismo
À Liga Comunista

Li com muita atenção a polêmica da LC com os demais partidos de esquerda a respeito da situação da Líbia. O combate da LC se dá em dois planos: primeiro contra os “revisionistas” que veem revoluções em todo lugar, revoluções essas sem direção, sem partido, etc. Considero que a FTLI é a mais extremada expressão desse campo. Chegou até a descrever a formação de sovietes de cabos e soldados na Líbia. O otimismo revolucionário é sadio, mas quando passa dos limites vira delírio. Agora que ficou clara a colaboração dos “rebeldes” com o imperialismo, faz contorcionismos téoricos para argumentar qua é a favor da “revolução”, mas contra a OTAN. Nesse plano eu concordo com a LC integralmente.
No segundo plano há a luta contra a posição da LBI (“pablista”, na minha opinião) que coloca o Kadafhi como um líder progressista e anti-imperialista, sem considerar que o líder “terceiro-mundista” nos últimos anos tornou-se um grande aliado do imperialismo recebendo inclusive grande quantidade de armamentos do Ocidente. No entanto, considero também um desvio “pablista” da LC realçar supostos fatores progressistas no regime de Kadafhi, como, por exemplo, o índice de desenvolvimento humano da Líbia. Nesse sentido, as posições da LC só se diferenciam na superfície das posições da LBI, sendo as desta mais estusiamadas no apoio a Kadafhi. O artigo da LC cita Trotsky na questão de uma hipotética guerra do Brasil com a Inglaterra em que ele coloca, a meu ver corretamente, que ficaria do lado do regime fascista de Vargas contra a agressão imperialista. Mas vejam bem, ele não precisou “enfeitar” o regime varguista e nem apresentá-lo como progressista. Tratava-se tão somente de apoiar a hipotética luta de um país semicolonial contra o imperialismo.
           
Fausto Barreira, Sociólogo

domingo, 12 de junho de 2011

PASSEATA EM SÃO PAULO DENUNCIA OCUPAÇÃO DO HAITI E INTERVENÇÃO NA LÍBIA

Frente Única de Ação versus Frente Popular de colaboração
Balanço do Ato de rua e polêmica em torno de um velho tema, sempre candente em nosso movimento
dO Bolchevique #5
Marcha da Coluna do Comitê Antiimperialista
sobre o viaduto do Anhangabaú
No dia 04 de junho realizou-se em São Paulo o ato nacional contra a intervenção imperialista no Haiti e na Líbia. Participaram da atividade as organizações: Comitê Antiimperialista, Comitê Pró-Haiti, Liga Comunista, Espaço Cultural Latino Americano, Refundação Comunista, Espaço Cultural Mané Garrincha, NATE, Núcleo do PSOL de Santa Cecília, PCO, PH, PCB, MST, UST, Intersindical, PCR e OT. A atividade foi divulgada na internet, blogs e sites. Seus cartazes foram colados nas universidades USP, PUC, Cásper Líbero, ESPSP, agências bancárias, Sindisprev/SP, nas assembleias dos trabalhadores metroviários, e em vários outros locais de trabalho e estudo. Reuniram-se trabalhadores de diversas categorias: bancários, dos correios, da USP, teleoperadores, operários, professores e estudantes universitários e do ensino médio, funcionários públicos e privados, aposentados, terceirizados. A concentração foi da Praça Ramos, em frente ao Teatro Municipal, e de lá as organizações, ativistas e lutadores sociais independentes, aproximadamente 100 manifestantes, marcharam em passeata bloqueando o viaduto do Chá, passando em frente à Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco, até a Praça da Sé, onde se concluiu a atividade.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

TODOS AO PROTESTO CONTRA A INTERVENÇÃO MILITAR NO HAITI E NA LÍBIA!


Blog:
http://comiteantiimperialista.blogspot.com
Twitter: @Antiimp_Libia
Facebook:
Comitê Antiimperialismo Na Líbia
A Liga Comunista convida a todos seus simpatizantes e leitores a participar do ato público nacional contra as intervenções imperialistas no Haiti e na Líbia que será realizado no dia 04 de junho às 10h, na Praça Ramos (metrô Anhangabaú, centro de São Paulo).
Nesta data faz 7 anos que o Brasil, a serviço do imperialismo e da ONU capitaneia a ocupação militar do Haiti. Participar desta atividade e rechaçar esta odiosa e cínica ocupação militar protagonizada pelo governo Dilma é um dever de todo aquele partido, agrupamento e lutador social que se reivindica antiimperialista e anticapitalista. Abster-se desta luta, não participar deste ato sob qualquer tipo de argumeno converte todo pretenso anti-imperialismo em meras declarações formais para encobrir uma verdadeira capitulação política aos interesses de sua própria burguesia e do imperialismo.
Com o mesmo sentimento de indignação é preciso defender incondicionalmente a população oprimida da Líbia que há quase quatro meses, e sobretudo nesta última semana, é vítima de uma sanguinária e fratricida ofensiva militar perpetrada por agentes externos e internos do imperialismo, através dos bombardeios da OTAN e das forças golpistas armadas pela CIA e sediadas em Bengasi.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A CIA NA LIBIA

O caráter contrarrevolucionário dos ‘rebeldes’ de Bengasi
dO Bolchevique #4
'Rebelde' com facão ameaça trabalhadores negros africanos presos.
Seus porta-vozes na mídia imperialista e também na esquerda
revisionista justificam xenófoba carnificina racista dizendo que a
culpa é de Gadafi que contrata mercenários estrangeiros para lutar a
seu lado. Na verdade, em nome da caçada aos "mercenários de
Gadafi", os agentes da CIA de Bengasi perseguem os negros para
de fato desvalorizar ainda mais a força de trabalho no país,
preparando-a para a superexploração
da nova era de extrema rapina imperialista
A guerra civil na Líbia tem provocado um debate mundial na esquerda. Em outro artigo sob o nome de "SU, CMI, L5I, LIT, PO, FT, FLTI: finalmente as ‘internacionais’ revisionistas se reunificam em Bengasi" estabelecemos uma polêmica com várias correntes internacionais e nacionais sobre a questão. A maioria das correntes faz uma dupla contabilidade de simultaneamente rechaçar a intervenção imperialista e reivindicar politicamente as manifestações anti-Gadafi, cuja "defesa" é a justificativa do imperialismo para invadir o país.
Nas linhas seguintes, trataremos de demonstrar o caráter da tal oposição, comprovando que este fenômeno "popular" pró-imperialista não é novo na história contemporânea. Na forma elaborada como ele se apresenta, está presente pelo menos desde o segundo pós-guerra, no início da Guerra Fria. Demonstraremos que, como é uma criatura do imperialismo, a insurgência libia não só é reacionária desde sua gênese, como reacionária de todos os pontos de vista.

domingo, 15 de maio de 2011

DA “OPERAÇÃO AJAX” À “ODISSEIA DO AMANHECER”

O ‘know how’ golpista de 1953, turbinado em 2011
dO Bolchevique #4

A "Operação Ajax" da CIA, foi a precussora dos
golpes de Estado com fachada de "insurreição popular". 
Tal como na Líbia e nas ruas da Síria hoje, em 1953, a
CIA arregimentou milhares de manifestantes para
camuflar seu plano, realizando confraternizações
populares com militares golpistas, enterros
de mártires, protestos de massa...
Cartaz made in CIA "Freedom" para a Libia sob a
bandeira da reinstauração da monarquia fantoche
do imperialismo
Em março de 2000, a secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright, admitiu que a administração Eisenhower organizou um golpe contra o regime no Irã em 1953, a chamada “Operação Ajax”, e que este acontecimento histórico explica a hostilidade atual dos iranianos contra os Estados Unidos. Nove anos depois, discursando na Universidade do Cairo, Obama apela para a reconciliação da África e Oriente Médio com os EUA. Para desarmar uma plateia desconfiada, induzindo-a à ideia de que a Casa Branca estaria “sob nova direção”, o mandatário ianque reconheceu que “na Guerra Fria, os Estados Unidos desempenharam um papel na derrubada de um governo iraniano democraticamente eleito” (Discurso do Obama no Cairo, Folha Online, 05/06/2009). Logo após a desocupação da Pérsia pela Inglaterra, Eisenhower orquestrou através da Agência Central de Inteligência, a CIA, recém criada (1947), e do serviço secreto britânico, o MI6, um golpe de Estado no Irã aliando-se ao Xá (monarca persa) Mohammad Reza Pahlevi quando o governo do primeiro-ministro Mohammad Mossadegh nacionalizou os recursos petrolíferos do país.

sábado, 9 de abril de 2011

A QUESTÃO LÍBIA E O REVISIONISMO DA CMI

Liga Comunista combate posições de Alan Woods e da CMI na USP

No dia 06 de abril, a corrente Esquerda Marxista do PT (EMPT), seção brasileira da Corrente Marxista Internacional (CMI) promoveu uma Conferência com Alan Woods, na Universidade de São Paulo, com o tema “A revolução dos povos árabes e a crise capitalista mundial”.


SOBRE A CMI E A EMPT

A CMI foi fundada por Woods e Ted Grant, depois que ambos foram expulsos do “The Militant” inglês, em 1991, pela maioria dirigida por Peter Taaffe (que logo depois viria a fundar o Committee for a Workers' International, CWI, ao qual é filiado a corrente LSR, do PSOL).

O “Militant” foi uma grande corrente de esquerda do Labour Party (laborismo) até a expulsão de seus principais dirigentes em 1982. Depois de décadas de entrismo sem princípios no laborismo e quase dez anos após a expulsão do “Militant”, a tendência majoritária de Taaffe defendeu a criação de um partido independente e a fração de Woods e Grant reivindicava a continuidade do entrismo. Quando o Labour Party negou-se a lutar contra o poll-tax, imposto por cabeça, que o Partido Conservador queria obrigar a população trabalhadora a pagar, Grant e Woods se opuseram a denunciar o laborismo, considerando “sectarismo” desmascarar a política antioperária e colaboracionista deste partido imperialista para os trabalhadores de seu país.

O CMI é a maior expressão atual do pablismo. Michel Pablo foi o dirigente da IV Internacional que defendeu a liquidação da tendência internacional do marxismo fundada por Trotsky, realizando um entrismo estratégico nos stalinistas Partidos Comunistas. Os seguidores do pablismo estenderam esta concepção liquidacionista do trotskismo para fazer entrismo no laborismo, na social democracia e no nacionalismo burguês. Seguindo esta regra, na Inglaterra a CMI permanece dentro do imperialista Labour Party, no Brasil dentro do PT, no Paquistão dentro do PPP e, na Venezuela, do PSUV. Woods se orgulha de ser o conselheiro “trotskista” de Chavez e sua V Internacional.

A CMI, assim como o CWI, reivindicam como herança programática do “The Militant”, a política em favor de sua própria burguesia imperialista contra a nação oprimida Argentina na guerra das Malvinas; contra a autodeterminação da Irlanda do Norte, além da defesa do Estado nazi-sionista de Israel contra a luta pela emancipação nacional palestina.

Em 2010, a maioria das seções da CMI da Espanha, Venezuela e Colômbia romperam e criaram a Corrente Marxista Revolucionária, ficando com a maior parte dos aparatos partidários, particularmente nas duas primeiras seções e realizando ainda mais culto ao personalismo chavista. Na Espanha, a Fundação Frederico Engels e o Sindicato dos Estudantes ficaram com a ruptura.

A Esquerda Marxista do PT nasceu de uma ruptura com a corrente lambertista O Trabalho e ligou-se à CMI, convertendo-se em uma corrente chavista. A EMPT administra desde 2002 algumas fábricas ocupadas no Brasil, Todavia, alí não existe controle operário da produção, mas uma administração capitalista “alternativa”, onde a direção da EMPT, que gerencia as fábricas, prioriza o pagamento de agiotas, com quem se associa, e atrasa os salários dos operários. A EMPT apoiou Lula e Dilma sem sequer lançar candidatura própria da corrente para disputar a indicação presidenciável do partido contra a candidata das empreiteiras e a “mãe do PAC”.

O MITO DA “INSURREIÇÃO POPULAR” NA LÍBIA

A atividade deste dia 06 foi realizada na USP e fez parte de um giro internacional da corrente de Woods para surfar na “onda revolucionária nos países árabes” (da brochura que A .Woods veio lançar em suas Conferências, “Tremores Revolucionários: uma análise marxista da atual onda revolucionária nos países árabes”). A LC considera que não existe uma “onda revolucionária” nem “processos revolucionários”, mas revoltas populares que pela ausência da classe operária organizada e menos ainda de partidos revolucionários na condução destes processos, são logo desviados pelo imperialismo e seus agentes fantoches. Estes processos vem sendo controlados pelos remanescentes dos regimes déspotas destituídos nos casos da Tunísia e Egito e pela oposição burguesa, para aprofundar a política de expansão do capital financeiro, com o aumento da exploração sobre os trabalhadores e das riquezas energéticas e naturais desta região.

Não estão ocorrendo “revoluções” nem na Tunísia nem no Egito, mas a substituição controlada pelo imperialismo de governos títeres desgastados, por outros governos burgueses supostamente mais democráticos. A situação da Líbia é distinta dos dois primeiros países porque alí se trata, desde sua origem, de uma mobilização golpista armada pela CIA para substituir o regime de Trípoli por outro governo que realize uma nova e mais profunda partilha do petróleo do país.

Contestando a tese da CMI, compartilhada pela quase totalidade da esquerda mundial, que defende a mobilização golpista patrocinada pela CIA na Líbia, uma militante da Liga Comunista interpelou Woods:

“Eu sou estudante do curso de História da USP e sou membro da Liga Comunista, e queria contribuir com o debate fazendo uma polêmica com a CMI e com o Alan Woods. Eu queria lembrar que em 2002 a gente assistiu a um golpe de Estado na Venezuela, que foi organizado pela CIA e teve o apoio da burguesia venezuelana. Neste momento, neste contexto, os marxistas internacionalistas não poderiam ter outra posição senão a de combater este golpe imperialista e fazer uma frente única militar com o Chavez para expulsar o imperialismo da Venezuela. Hoje o imperialismo se aproveita das revoltas que estão acontecendo no Egito e na Tunísia pra justificar o que ele está fazendo na Líbia. Ele está armando seus agentes dentro da Líbia para tentar recolonizar, com uma intenção clara de recolonizar o país que é o terceiro maior produtor de petróleo da África. E hoje, a CMI, assim como o PSOL e o PSTU e grande parte da esquerda se coloca em apoio a estes golpistas internos, apoiados pelo imperialismo, na Líbia e chamam isto de "revolução". O que eles chamam de "revolução" são estes golpistas que reclamam pelo bombardeio da OTAN sobre o seu próprio povo. Nós sabemos que o Gadafi não merece nenhuma confiança nossa, é um governo burguês e que nós temos todos os motivos do mundo para odiá-lo como ditador. Mas em uma guerra a gente tem que tomar uma posição, tem que escolher, ou a gente vai apoiar o imperialismo que está invadindo a Líbia de uma forma arbitrária, bombardeando civis com o pretexto de fazer uma "ajuda humanitária", talvez a mesma "ajuda humanitária" que fez em Guantânamo, no Iraque e no Afeganistão e em outros países. Então, a nossa posição é estabelecer neste momento, para expulsar o imperialismo que está armando seus agentes dentro da Líbia, é fazer uma frente única militar com Gadafi, expulsar o imperialismo e depois acertar as contas com o ditador Gadafi. Então, esta é a posição que a LC coloca e coloca também que a derrota do imperialismo na Líbia vai favorecer também a que consigamos derrotar o seus governos no Egito, na Tunísia e em todos os países.”

Esta intervenção da LC desmascarou Woods em sua própria Conferência. O dirigente da CMI respondeu argumentando:


“Sobre a questão da Líbia há muita confusão sobre este tema. Ponto número um: Na Líbia ocorreu uma insurreição popular. Temos que apoiar isto, sim ou não? Eu digo sim! 100% sim! É verdade que existem outros elementos, há elementos dúbios aí, Inclusive o ex-ministro de Gadafi e os demais. Mas não podemos apoiar Gadafi sob nenhuma condição. Eu tenho uma excelente relação com o presidente Chavez, mas sobre este tema eu tenho total desacordo com ele.”

O que Woods chama de “insurreição popular” a qual apoia 100% não passa de um complô armado pela CIA que, como afirmou nossa camarada em sua intervenção, aproveitou-se dos levantes populares da região para aplicar o golpe em seu adversário Gadafi a fim de recolonizar o país. Em segundo lugar, o único elemento que quer parecer dúbio entre uma nação oprimida e uma ofensiva imperialista é o próprio Woods, pois não há elementos dúbios entre os trânsfugas do alto comando do exercito, do corpo diplomático e da magistratura líbia com empresários, multinacionais e chefes tribais candidatos a fantoches do imperialismo apoiados em setores de classe média da região mais rica do país, setores tão reacionários quanto os “esquálidos” venezuelanos ou os fascistas secessionistas bolivianos.

A maior prova de que os “rebeldes” líbios não passam de carniceiros agentes do imperialismo é o fato de invocarem o bombardeio da OTAN contra o seu próprio povo, como fizeram os colaboracionistas em todos os momentos da luta de classes desde Thiers, na Comuna de Paris (1871), até hoje.

A cada dia que passa fica mais evidente que os agentes do imperialismo não só são meros abre-alas, aríetes para a intervenção multinacional no país, como se declaram abertamente racistas e xenófobos, inimigos da classe operária negra subsaariana que compõem uma imensa massa de trabalhadores na Líbia, perseguindo a todos em nome da caçada aos “mercenários de Gadafi” para de fato desvalorizar ainda mais a força de trabalho no país, preparando-o para a superexploração da nova era de extrema rapina imperialista.

Depois que o caudilho venezuelano, a serviço da boliburguesia venezuelana e do capital multinacional, reprimiu de maneira brutal os operários de seu país em luta na Fábrica de Sanitários Maracay, na Sidor e na Mitsubich, Woods estabeleceu “uma excelente relação com o presidente Chavez”. Mas quando Gadafi reprime aos golpistas da CIA, o dirigente da CMI declara que não apoia Gadafi sob nenhuma condição, enquanto apóia Chavez em tudo mais, à exceção da defesa vacilante que o caudilho venezuelano faz do caudilho líbio. Discordamos da posição de Chavez e Castro porque “apesar de se oporem à intervenção militar imperialista no país africano, propõem ao regime de Trípoli várias medidas e fóruns diplomáticos de capitulação e renuncia à soberania do país. Tais medidas, se levadas a termo, na melhor das hipóteses, manteriam temporariamente o atual governo no poder ao custo de maiores concessões politicas e econômicas do que as que já fez Gadafi nos últimos oito anos e que, certamente provocariam enormes perdas aos trabalhadores na Líbia em favor de uma nova partilha imperialista da nação árabe tal como acabou de ser promovida no Sudão.” (ESPECIAL ÁFRICA DO NORTE E ORIENTE MÉDIO 4/4, “SU, CMI, L5I, LIT, UIT, PO, FT, FLTI: finalmente as “Internacionais” revisionistas se ‘reunificam’ em Bengasi”, dO Bolchevique #4, abril/2011). Mas, temos que reconhecê-lo, neste assunto, as posições do “conselheiro trotskista britânico” são muito mais servis ao imperialismo do que as do aconselhado mandatário venezuelano.

CMI E EMPT SÃO CRIAÇÕES DO DOMESTICADO “TROTSKISMO” LABORISTA E PETISTA

A Woods se aplica perfeitamente a crítica que uma vez Trotsky fizera da submissa direção do movimento operário britânico:

“Os criadores de pombos ingleses conseguiram, por seleção artificial, criar uma variedade de bicos cada vez mais curtos. Mas chegou o momento em que o bico do pombo pintinho se tornou tão curto que o pobre animal não consegue romper o ovo e morre na casca, vítima da abstenção forçada a toda a violência, comprometendo até o progresso futuro da variedade de bicos curtos. Se nossa memória não falha, Macdonald pode ler este exemplo em Darwin. Seguindo o caminho, tão agradável a Macdonald, das analogias com o mundo orgânico, se pode dizer que a habilidade política da burguesia inglesa consiste em encurtar o bico revolucionário do proletariado a fim de não permitir que ele fure a casca do Estado capitalista. O bico do proletariado é seu partido. Tomando em conta a Macdonald, Thomas, Sr e Sra. Snowden, é preciso reconhecer que o trabalho de seleção dos bicos curtos e das cabeças brandas tem sido um êxito brilhante para a burguesia inglesa, já que estes senhores e essa dama não são bons para perfurar a casca do capitalismo nem são bons para nada”
(Sobre certas particularidades dos dirigentes operários ingleses, em "Aonde vai a Inglaterra?", 03/05/1926).

Ainda que não depositemos a menor confiança que Gadafi vá lutar de forma consequente para derrotar a ofensiva da OTAN e dos EUA, ainda bem que a luta anti-imperialista na Líbia não depende dos conselhos de Woods. Se dependesse, ela seguramente morreria dentro da casca, como morreria também a luta pela emancipação nacional irlandesa e da palestina.

Apesar das aparentes diferenças políticas, em essência, as organizações EMPT, DS e OT no PT, CST e LSR no PSOL, e PSTU compartilham dos mesmos vícios tradeunistas devido a habilidade da burguesia brasileira de encurtar o bico revolucionário do trotskismo nacional, através da escola laborista do PT.

POR TRÁS DO “NÃO À INTERVENÇÃO IMPERIALISTA”, 100% DE APOIO AOS GOLPISTAS QUE REIVINDICAM A INTERVENÇÃO DA OTAN

No balanço que realizou sobre a Conferência, a EMPT apresenta do seguinte modo a intervenção da companheira da LC: “O discurso foi seguido por uma sessão de perguntas e debate, durante o qual alguns sectários descontentes tentaram, sem sucesso, provocar o palestrante sobre o tema da Líbia mais uma vez, buscando ligar o posicionamento de Chávez com a posição da Corrente Marxista Internacional... Os sectários haviam declarado que a posição correta para os marxistas deveria ser a de fazer uma frente única militar com Gadafi contra os imperialistas.” (Alan Woods fala sobre a crise capitalista mundial e a revolução árabe na USP, site da EMPT, 07/04/2011). http://www.marxismo.org.br/index.php?pg=artigos_detalhar&artigo=735; http://www.marxist.com/brazil-alan-woods-university-sao-paulo.htm.

No desespero de não se contrapor à opinião pública imperialista anti-Gadafi, a corrente de Woods trata de repudiar qualquer suspeita de tentarem identificar suas posições incondionalmente anti-Gadafistas com as de Chavez sobre a Líbia e mente de forma descarada, acusando a Liga Comunista de “buscar ligar o posicionamento de Chavez com a da CMI”. Na verdade, como fica evidente no vídeo, o que a EMPT acusa de “provocação” foi o fato da LC ter desmascarado que por trás do “não À intervenção imperialista na Líbia” de Woods está o seu apoio aos golpistas que reivindicam a intervenção imperialista.

Fica evidente pelo balanço feito pela EMPT quem são os verdadeiros sectários no debate, quem usa métodos burocráticos contra seus adversários esquivando-se sequer de nominá-los. Todavia, tomamos como elogio sermos acusados de sectários pela corrente que por décadas liquidou o trotskismo na Inglaterra na condição de ala esquerda do imperialismo laborista, a corrente oportunista que já há 20 anos considerava “sectário” denunciar o saque cometido pela sua própria burguesia imperialista sobre a população trabalhadora inglesa. Se nós da Liga Comunista somos sectários, a “internacional” de Woods é algo estranho ao marxismo revolucionário e nós da LC buscamos criar um Partido Mundial dos Trabalhadores que em nada se assemelhe a esta prostituição do marxismo a serviço do imperialismo.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

BRASIL 1964 – LÍBIA 2011

Derrotar a recolonização imperialista!
Pelo armamento de todo o povo líbio para derrotar a ofensiva imperialista junto a Gadafi contra quem

depois os trabalhadores acertarão as contas!
Construir uma oposição operária e

revolucionária ao governo Dilma!
Liquidar toda a máquina de guerra repressiva contra a população trabalhadora, aprimorada desde a ditadura militar e em pleno funcionamento contra nossas lutas hoje!
dO Bolchevique # 4
Operação "Brother Sam", a frota imperialista cerca a costa brasileira preparada para entrar em ação
caso os golpistas nativos não tivessem força para destituir Jango.
Como os golpistas líbios não conseguiram derrotar Gadafi , o imenso aparato militar dos EUA/OTAN entrou em ação 
Em abril de 1964, um setor das forças armadas brasileiras realizou um golpe de Estado, que na época denominou de "Revolução", contra o governo João Goulart. O golpe, articulado pela CIA, foi apoiado amplamente pelos setores mais reacionários da sociedade brasileira, como os monarquistas (da família Orleans e Bragança), e fundamentalistas católicos da TFP. Foram realizadas manifestações de massa com milhares de pessoas nas "marchas com Deus pela família e pela liberdade". Alguns setores da juventude de direita conformaram o Comando de Caça aos Comunistas e pegaram em armas contra a militância estudantil que na época apoiou Jango e lutou contra a ditadura.

Através da "Operação Brother Sam" os EUA cercaram a costa brasileira com sua frota e se prepararam para invadir o país caso os golpistas nativos não tivessem força para destituir Jango. A operação consistia no envio de 100 toneladas de armas leves e munições, navios petroleiros com capacidade para 130 mil barris de combustível, uma esquadrilha de aviões de caça, um navio de transporte de helicópteros com a carga de 50 helicópteros com tripulação e armamento completo, um super porta-aviões da categoria Forrestal, seis destroieres, um encouraçado, além de um navio de transporte de tropas, e 25 aviões C-135 para transporte de material bélico. Uma "ajudinha" aos golpistas nacionais de grande porte bélico, mas relativamente pequena se comparada ao imenso aparato destruidor da OTAN que bombardeia por semanas a Líbia. Como isto ainda não se mostrou suficiente para derrotar Gadafi,Obama declarou que está enviando mais armamentos pesados para os "rebeldes" líbios, que já vinham recebendo armas antes do início da "guerra civil", além de disponibilizar um contingente maior de "instrutores militares" do Pentágono, que atuam lá como atuaram cá. Nestes, como em todos os golpes de Estado, os acontecimentos similares não são mera coincidência, fazem parte do esquema imperialista por recolonizar e disciplinar suas semi-colônias.

O golpe no Brasil, como na Bolívia em 1964 (Barrientos) e na Argentina 1966 (Onganía), foi uma medida de contenção das aspirações autonomistas de um setor das burguesias nativas semicoloniais, animadas com o período pós-guerra, em que desenvolveram uma limitada indústria nacional substitutiva das mercadorias que até a II Guerra eram importados da Europa. Também estava orientado a conter o contágio continental da Revolução Cubana ocorrida em 1959 e, de uma forma preventiva, combater o ascenso do movimento operário mundial que teve seu pico em 1968. Vale destacar que também na Indonésia, influenciada pelas revoluções chinesa, coreana e a vietnamita ainda em curso, o imperialismo desferiu um sangrento golpe militar em 1967.

O golpe dos "revolucionários de primeiro de abril" representou o recrudescimento da repressão política a serviço do aumento da mais-valia sobre o proletariado e da pilhagem imperialista sobre as riquezas nacionais, do mesmíssimo modo como o governo Obama e o imperialismo europeu querem fazer na Líbia por trás do suposto combate à tirania de Gadafi.

O "FORA JANGO!" DO EX-TROTSKISTA DE ONTEM E O "FORA GADAFI!" DOS PSEUDO-TROTSKISTAS DE HOJE

De fato, houve três golpes dentro do golpe. Em um primeiro momento a direita civil se juntou aos golpistas. Parte do empresariado e dos governadores dos estados mais ricos da região sudeste do Brasil, como os do leste da Líbia hoje, e a quase totalidade da mídia nacional e internacional, articularam "a revolução" contra a "tirania de Jango", juntamente com os militares que romperam com o presidente.
Editorial do Correio da Manhã de 01/04/1964
reivindicando o Fora Jango, no qual o ex-trotskista Edmundo Moniz colaborou.
Hoje os pseudo-trotskistas pedem o "Fora Gadafi!" 
Alguns órgãos de mídia, como a Folha de São Paulo, disponibilizaram não só suas redações como também seus automóveis e caminhões a serviço da tortura. O editorial do jornal Correio da Manhã de primeiro de abril de 1964, escrito pelo ex-trotskista Edmundo Moniz, em parceria com Carlos Heitor Cony (hoje editorialista da Folha de São Paulo) e Otto Maria Carpeaux, exigiam o "Fora!" pedindo a deposição de Jango, contra a "guerra fratricida" pela qual o presidente seria o principal responsável, e em defesa das "liberdades democráticas". Hoje, são os pseudo-trotskistas (CST/UIT, PSTU/LIT, LER/FT, etc) que defendem o "Fora Gadafi!" contra a guerra  fratricida cujo principal responsável seria Gadafi e não os golpistas agentes da CIA, e em "defesa das liberdades democráticas" a serem alcançadas por meio da "queda revolucionária" de Gadafi. Guardadas as diferenças de cada situação, tanto a posição de ontem do ex-trotskista Moniz como a de hoje dos pseudo-trotskistas, favorecem abertamente a campanha midiática golpista do imperialismo na Líbia.

No dia três de abril de 1964, há exatos 47 anos, Lindon Gordon, embaixador dos EUA no Brasil, parabeniza Carlos Lacerda: "Vocês fizeram uma coisa formidável! Essa revolução sem sangue e tão rápida! E com isto pouparam uma situação que seria profundamete triste, desagradável e de consequências imprevisíveis no futuro de nossas relações, vocês evitaram que tivessemos que intervir no conflito". Mas, algum tempo depois do primeiro golpe, foi desferido um segundo, quando os militares "cortaram as asinhas" dos setores civis, candidatos a uma suposta eleição pós-Jango, eleição esta que Lacerda contava como ganha. Foi neste momento que vários apoiadores civis do golpe reconsideraram suas posições, incluindo os "golpistas" do Correio da Manhã.

O terceiro golpe foi quando a "linha dura" militar, mais ligada ao imperialismo e a Escola (de golpes) das Américas, decretou o AI-5 para restringir mais brutalmente os direitos civis e chegou a executar por meio de um "acidente aéreo" o general "vacilante" Castelo Branco, primeiro presidente do regime militar.

O combate contra o recrudescimento do regime militar não se deu de forma consequente através dos movimentos guerrilheiros rurais (AP-MNR em Caparaó, PCdoB no Araguaia) ou urbanos (AP, MR-8, ALN, VPR, VAR-Palmares, POLOP, MOLIPO, PCBR, FALN, POCCombate) que por mais heroicos que tenham sido, e cujos mortos reivindicamos como nossos mártires, não ofereceram uma forte resistência ao regime, como o fizeram as jornadas de greves operárias em 1968 (cujo principal foco nacional foram Contagem/MG e de Osasco/SP) e 1978-1979 (ABC paulista), e de um modo limitado as mobilizações estudantis do mesmo período.

Os marxistas revolucionários, ainda que possam recorrer taticamente à guerra de guerrilhas na luta militar contra a burguesia, têm como estratégia a organização de massas do proletariado e do campesinato pela tomada do poder, e não a do foco guerrilheiro, que isola os melhores combatentes da luta anticapitalista das massas. Por isso, é uma  tática equivocada, derivada de uma política não proletária nem marxista que ceifou a vida de valorosos combatentes como Marighela e Lamarca só para citar os mais conhecidos em meio as centenas de militantes executados pela ditadura.

Na luta contra a ditadura militar como contra o golpismo de hoje na Líbia, é preciso organizar a população trabalhadora por seu lugar de trabalho, estudo  e moradia e reivindicar o armamento de todo o povo que pode lutar na mesma trincheira militar de Jango e Brizola, Sukarno, Saddam Hussein ou Gadafi, sem lhes emprestar nenhum apoio político, sem capitular ao nacionalismo burguês e os responsabilizando pela política burguesa colaboracionista que pavimentou o caminho do golpe pró-imperialista.

DE SARNEY A DILMA, A DITADURA "DEMOCRATIZADA"

A atual democracia burguesa é um avatar, uma "encarnação mítica" da ditadura do capital. Quando necessário, como se vê em qualquer greve ou manifestação de resistência dos explorados contra a ditadura capitalista, a democracia mostra os dentes, rompe com a legalidade constitucional, esmaga os direitos civis e democráticos, como na invasão policial das UPP's nos bairros proletários do Rio de Janeiro, na repressão as lutas contra o aumento das passagens nos transportes e, neste exato momento contra as greves operárias realizadas pelos trabalhadores das obras do PAC em vários locais do país.

Dilma, a "mãe do PAC" e ex-guerrilheira, é hoje quem assume a condição de gestora dos negócios da burguesia e desfere contra os trabalhadores e as trabalhadoras o ataque que ela combateu quando era militante da Organização Revolucionária Marxista - Política Operária, conhecida como Polop. É o atual governo do PT-PCdoB-PMDB e cia, composto por vários ex-guerrilheiros, o responsável por dar uma fachada popular e democrática à ditadura capitalista, por ocultar as atrocidades de ontem e de hoje, recusar-se a abrir os arquivos da ditadura militar, a punir os torturadores e militares genocidas, por aprimorar o aparato do Exército, a PF, a inteligência contrarrevolucionária da ABIN, as PMs e os BOPE's, por praticar a tortura dissimulada contra qualquer pobre preso, por manter trancafiado a serviço do imperialismo e do grande capital a Cesare Battisti, o dirigente do grupo chileno Frente Patriótica Manuel Rodríguez, Maurício Norambuena, militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, da Liga dos Camponeses Pobres, dos vários movimentos de sem teto, índios, quilombolas, camelôs, dentre tantos presos políticos tornados reféns do Estado burguês por lutar de alguma forma contra o capitalismo.

Nós revolucionários não lutamos contra o golpe militar pró-imperialista por saudosismo, como se não continuassem hoje no poder os mesmos interesses burgueses que se impuseram ontem e todos os dias contra a nossa classe ou não estivesse em curso o mesmo esquema recolonialista hoje na Líbia, e que poderão se voltar até contra o próprio governo do PT no futuro.

Também não somos indiferentes entre as duas máscaras (democracia ou ditadura) da ditadura do capital, mas acreditamos que a conquista das liberdades democráticas e civis, a apuração profunda e o julgamento de todos os crimes, a punição dos executores e mandantes civis e militares, políticos e empresários capitalistas, que nenhum governo burguês e menos ainda os brasileiros foram capazes de realizar nem realizarão jamais, assim como a destruição de toda a máquina de guerra contra a população trabalhadora a serviço do imperialismo, do Brasil à Líbia, são tarefas dos trabalhadores e estudantes organizados com seus tribunais populares.

Estas tarefas democráticas só podem ser realizadas pelo método da revolução permanente, combinando as reivindicações democráticas com as socialistas, rumo à tomada do poder pelos trabalhadores e através da construção do partido mundial da revolução socialista, a IV Internacional.
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