matando a sede com água salgada
Editorial d'O Bolchevique #10
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Gravura retratando a crise econômica de 2008 |
Estímulo ao
crédito, redução do IPI, redução de juros bancários, ‘PAC das compras do
governo’,... as medidas anti-crise de Dilma, de pesadas transferências de
recursos estatais ao grande capital, expropriando trabalhadores através do
arrocho salarial e do super-endividamento das famílias, ao mesmo tempo que
retardam também potencializam a crise no Brasil
Na década passada, o governo Lula tentou
blindar os capitais instalados no Brasil dos efeitos das crises econômicas
(2001 e 2008), reorientando parte das exportações de commodities do país, que
antes se dirigia a Europa e EUA, para a China, que no mesmo período suplantou
os EUA como “locomotiva” da economia internacional.
Esta reorientação nas exportações, embora
tenha retardado paliativamente a chegada da crise no Brasil, apenas acentuou o
caráter semi-colonial agro-exportador do país. A aposta na China, que
converteu-se no principal parceiro comercial do Brasil, favoreceu setores da
classe dominante ligados ao extrativismo, como a Vale do Rio Doce, os magnatas
da Soja associados a Monsanto, Eike Batista, etc., que acumularam enormes
fortunas assim como os banqueiros.
Quanto à produção de bens de consumo, que até
2008 estava voltada para a exportação e ficou prejudicada com o estouro da
crise internacional, o governo do PT apresenta como saída, o escoamento através
do estímulo ao consumo em cascata: expansão do crédito das empresas e da
população, renúncia fiscal e por fim antecipação e aumento das compras às
indústrias pelo próprio Estado.