A herança que nós renunciamos da
política Frente Populista do Partido Obrero
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Informativo da CRCI chamando voto no MAS boliviano, uma frente popular em forma de partido |
Fustigados por uma correspondência de uma recente ruptura do
Partido Obrero argentino, a Tendencia Piquetera Revolucionária (TPR), a qual
reproduzimos logo abaixo, fomos levados, a LC e a TMB, a realizar um acerto de
contas com nossa origem política na corrente internacional dirigida por Jorge
Altamira. Tratava-se de uma tarefa até então pendente para a LC que nunca foi
resolvida pelo PCO, LBI, POR ou POM, organizações brasileiras que tiveram sua
origem no altamirismo e que não por acaso carregam hoje os vícios desta
vertente do pseudo-trotskismo. Quando esboçaram algum balanço de sua matriz estes
agrupamentos no máximo realizaram convenientemente críticas do momento de sua
ruptura em diante, sob o auto-engano de que tudo era correto e principista até
o momento em que foram levados a romper, recusando-se a combater pela raiz a
tradição altamirista. Lamentavelmente os companheiros da TPR incorrem no mesmo
equívoco. Romperam organicamente com o PO, mas seguem reivindicando o “altamirismo
das origens”. Sob a mesma influência deformada encontram-se em menor ou maior
grau o conjunto dos agrupamentos do CRCI que até o momento não firmaram um
combate contra as concepções de “governo de toda a esquerda”, de apoio crítico ao
MAS Boliviano e ao Syriza na Grécia, de formação de frentes populares “anti-austeridade”.
Qual a importância deste debate hoje? Simples. Primeiramente
para disputar a consciência política dos militantes honestos que militaram ou militam
na base das organizações influenciadas pelo PO, na Grécia (EEK), Itália (Partito
Comunista dei Lavoratori), Venezuela (Opción Obrera), etc. e também porque a
direção do PO renega o combate trotskista
contra a política de frentes populares em favor da estratégia conciliacionista de
“frentes de esquerda” ao mesmo tempo em que rechaça a tática da frente única
antiimperialista aderindo como papagaio ao ombro esquerdo da OTAN nas campanhas
militares de re-colonização do Oriente Médio em favor das reacionárias
contra-revoluções árabes na Líbia e na Síria e do aborto dos levantes populares
nos demais países da região. Por tudo isto, este debate assume uma importância
capital para aqueles que se reivindicam marxistas em nosso tempo e lutam por fundir o comunismo com o movimento operário ativo, para aqueles que acreditam que sem este combate não é possível
assentar as bases programáticas para as táticas e estratégias revolucionárias
para a atual etapa histórica.