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sábado, 21 de março de 2015

UCRÂNIA - O “ACORDO DE MINSK” E A QUEDA DE DEBALTSEVE

O império contra ataca
Comitê de Ligação pela IV Internacional
Publicado no Folha do Trabalhador # 22

Milícia de Donbass celebra a conquista de Debaltseve
A queda de Debaltseve para o exército Donbass, em 18 de fevereiro 2015, é uma grande vitória para os lutadores anti-imperialistas em todos os lugares e para a classe trabalhadora mundial. Tendo ocorrido apenas uma semana após a assinatura do acordo de Minsk, essa vitória foi um 2o round, um golpe tanto contra os planos do imperialismo anglo-americano de forçar uma guerra do imperialismo franco-alemão com a Rússia, quando para os planos da aliança imperialista europeia a obrigar Kiev a fechar um acorco com as repúblicas de Donbass contra o proletariado.


A grande base trabalhadora do exércitos de Donbass desejam o socialismo e as relações de propriedade nacionalizadas que existiam nos dias da URSS, quando as condições de vida dos trabalhadores eram muito melhores e os oligarcas capitalistas não haviam tomado toda a riqueza coletiva do país, com o apoio de Yeltsin e dos EUA. Do outro lado, o Exército da Ucrânia só existe por meio do recrutamento obrigatório até de quem tem 59 anos! Está desmoralizado e não quer lutar uma guerra em defesa do regime Kiev, infestado de corruptos e fascistas; os único que querem lutar são as milícias fascistas motivadas por sua ideologia nazista.

De acordo com o líder do Borotba, Victor Shapinov: “O Estado ucraniano na região de Donbass desabou entre a primavera e o verão. O poder real repousa nas milícias [fascistas]. Elas funcionam como policiais, promotores e agências de inteligência, tribunais e prisões ."

Ao contrário do que prega a mídia, a potência imperialista agressiva aqui é o imperialismo anglo-americano e que sua meta central é o bloco capitalista Eurásico da Rússia e da China. A guerra na Ucrânia, a guerra contra o Iraque, o Afeganistão, o ISIS, Assad e Gaddafi são parte da estratégia geopolítica do imperialismo dos EUA, em primeiro lugar, para garantir a dominação global e proteger e ampliar os lucros de suas grandes corporações multinacionais e financeiras.

Os interesses da classe trabalhadora ucraniana seriam atendidos por uma derrota de Kiev, resultado que os próprios líderes Donbass temem porque temem a sua própria classe trabalhadora, daí o seqüestro e exílio dos socialistas revolucionários do Borotba.

De longe, a melhor coisa para a classe trabalhadora britânica e americana é a derrota de seu Exército cipaio na Ucrânia. Lembramos que a Síndrome do Vietnã deu um grande impulso à esquerda e a luta da classe trabalhadora mundial antes e depois de 1975, apesar do patriotismo liberal dos pacifistas com seu slogan ‘tragam nossos rapazes de volta para casa’. Devemos restabelecer a compreensão marxista revolucionária que a derrota do imperialismo em uma guerra estrangeira abre possibilidades revolucionárias para a classe trabalhadora nos países imperialistas.

Merkel e Holanda são muito mais relutantes em lutar uma guerra total na Europa, porque, como diz o velho ditado “A América não cozinha, mas é a Europa que lava os pratos”. Obama está disposto a lutar até o último europeu, mas uma guerra com a Rússia iria devastar as economias da Europa, e da Alemanha, em particular. Então, eles foram para a negociação sem esperar pelos EUA e a Grã-Bretanha, o aliado mais próximo dos EUA na Europa e chegaram a um amplo acordo com  Putin de 13 pontos que em suma significa o fim do Donbass

Obama ameaça armar Kiev com uma série de armamentos mais pesados da OTAN. .. Putin se senta para negociar e chegar a um amplo acordo de 13 pontos que em suma significa o fim do Donbass.

Com o fracasso do acordo, Putin é cobrado pela mídia internacional, com a tentativa de romper a trégua acabou de assinar. Ao mesmo tempo, a força militar de Obama estão começando a implantação de fuzileiros navais no Pacífico contra a China e no Oriente Médio, usando a luta contra o ISIS como justificativa.

Desta maneira, o imperialismo fecha o cerco contra a Eurásia. Através da Europa Oriental, Ásia-Pacífico, Oriente Médio e América Latina. Na Venezuela, Maduro desbaratou um novo golpe de Estado que reunia militares e o prefeito de Caracas. No Brasil, o processo golpista acompanha a ofensiva pela  privatização da maior estatal brasileira. Na Argentina, foi fabricado um escândalo com o assassinato do promotor de oposição, Nisman, para desestabilizar o governo Cristina

Em uma tentativa de quebrar este cerco, a Rússia movimentou rapidamente suas peças em direção ao Mar Cáspio. Putin tomou nota das manobras do imperialismo.

Talvez, para além de todos os movimentos da guerra comercial dos últimos três anos, não devemos descartar que, entre os possíveis cenários que se desdobram deste contra-ataque imperialista estaria o início da Terceira Guerra Mundial.