Derrotar a
direita golpista, defender os nossos direitos, salários, empregos e a
Petrobrás!"
Segue a posição do Comitê Paritário (Liga Comunista, Coletivo Lenin, Resistência Popular Revolucionária, Espaço Marxista) sobre a manifestação de massas do próximo dia 13, conclamando as forças progressistas a marcharem juntas. Diante do ascenso golpista pela direita, é um erro evidente, como têm pregado os pequenos grupos sectários, se omitir ou se ausentar do enfrentamento. A participação na marcha não significa defender o governo, muito pelo contrário. Trata-se de defender a classe trabalhadora brasileira, que estará sob o tacão fascista caso a onda reacionária continue seu avanço.
A Central Única dos Trabalhadores e outros movimentos
sociais têm convocado um grande ato público para o próximo dia 13, em caráter
nacional, "contra a retirada de direitos, em defesa dos direitos da classe
trabalhadora, da Petrobrás e da Reforma Política". Tal iniciativa
encontrará contraponto, no dia 15 do mesmo mês, na mobilização pró-impeachment
orquestrada pela oposição de direita ao governo PT -amplo leque que engloba de
tucanos a neonazistas, passando por integralistas e fundamentalistas cristãos-,
de modo que, para que não adentre uma crise de legitimidade que possa antecipar
o fim do mandato de Dilma Rousseff, é fundamental para o governismo mostrar
força e apoio popular neste ato.
A convocatória para o ato mostra a encruzilhada em que o
governo petista se meteu. Afinal, os movimentos organizados que ainda encontram
esteio na classe trabalhadora, apesar de sua adesão inicial ao governismo, e
que constituem sua base social, são os mesmo que exigem que o PT rompa com a
agenda neoliberal e cesse as contrarreformas que tem realizado desde 2003. A
contradição entre o governo e sua base social tem se acentuado sobremaneira já
neste início de segundo mandato, com a opção de Dilma Rousseff por um
ministério à direita, agravando a situação do governo que, se for contar com os
duvidosos aliados do PMDB, soçobrará fatalmente.
Todas as medidas de capitulacao do PT as presses da direita
só aprofundaram o descrédito do mesmo junto a populacao. Afinal, fica
impossível manter a popularidade com medidas economicas tao impopulares, com um
quadro ministerial reacionário e elitista como esse. A base aliada ao governo
comeca a se descolar do governo em crise para fazer coro com a oposicao de
direita tucana.
Entendemos que uma eventual derrubada do governo PT, ou de
qualquer outro gerente do capital (ainda que mascarado por tintas
"sociais"), é tarefa que cabe exclusivamente à classe trabalhadora.
Não se pode admitir a derrubada golpista do PT para a ascensão de setores ainda
mais à sua direita, ameaça palpável diante da escalada reacionária que temos
observado em todos os campos do institucionalismo brasileiro, do Judiciário ao
Congresso. Nessa disputa interburguesa, a conta cairá, e pesadamente, sobre as
costas da classe trabalhadora brasileira, e os marxistas revolucionários não
podem se omitir diante disso.
A manifestação de massas do dia 13 precisa ser uma expressão
concreta de resistência ao golpismo reacionário no ar, motivo pelo qual, em que
pesem as enormes e insuperáveis diferenças programáticas existentes entre as
diversas organizações participantes, entendemos que o lugar dos marxistas
revolucionários é na marcha.