Do Socialist Fight#10
Em junho de 2012, o líder do Sinn Fein, Martin McGuinness, vice-primeiro-ministro
da Irlanda do Norte confraternizou-se com a rainha Elizabeth. O simbólico gesto
canalha de McGuinness não surpreende os lutadores pela causa nacional irlandesa nem aos
trabalhadores daquele país que sofre há anos os perversos planos de
austeridade impostos pelo governo de coalizão composta pelo braço político do
IRA a serviço de sua majestade e do imperialismo. Enquanto isto, como
parte desta política colonialista, os melhores lutadores republicanos irlandeses, conhecidos
como POWs (prisioners of war, prisioneiros de guerra), assim como milhares de outros mártires da luta pela auto-determinação irlandesa contra o imperialismo britânico, amargam uma brutal opressão nos cárceres da coroa inglesa como a Liga Comunista denunciou em http://lcligacomunista.blogspot.com.br/2011/07/prisioneiros-republicanos-irlandeses.html.
Abaixo, reproduzimos um artigo de Charlie Walsh, do conselho editorial do
Socialist Fight, membro britânico do Comitê de Ligação pela IV Internacional. Os
camaradas do SF, também impulsionam o Grupo de Apoio a Presos Republicano
Irlandês (IRPSG ).
Martin McGuinness apertou a mão de Elizabeth Windsor como um
típico servo curvando-se diante de uma monarca feudal
Ele é um político pequeno-burguês nacionalista se
confraternizou com a comandante em chefe das forças armadas britânicas que em 1991
ajudou a devastar o Iraque e matar centenas de milhares de iraquianos homens,
mulheres e crianças. Estima-se que pelo menos cem mil soldados iraquianos morreram
no conflito. Após o fim da guerra, a Grã-Bretanha e os EUA impuseram sanções
econômicas draconianas sobre o Iraque que levou à morte de 250.000 crianças
iraquianas que morreram impedidos sequer de receber medicamentos.
Madeline Albright, Secretária de Estado dos EUA durante a
presidência de Clinton que impôs as sanções, disse que as mortes das crianças
iraquianas era um preço a ser pago pelo Iraque.
Muitos iraquianos também morreram de câncer no sangue depois
de entrar em contato com urânio empobrecido deixado nos campos de batalha do
Iraque pela Grã-Bretanha e pelos EUA no final da guerra de 1991.
O urânio empobrecido permanece radioativo por milhares de
anos, mas Grã Bretanha e EUA não dão a mínima para isto e para completar o
serviço novamente invadiram o Iraque em 2003, matando mais um milhão de
iraquianos, enquanto milhares de pessoas ficaram feridas e mutiladas por toda a
vida, enquanto outros milhões foram forçados a fugir para o interior do país ou
para fora do Iraque por causa da guerra. Hoje, no Iraque, há cinco milhões de
órfãos, vítimas da guerra imperialista.
As mesmas forças armadas, juntamente com os EUA, Itália e
França mataram milhares de civis na Líbia depois de muitos meses de bombardear
o país em 2011. Enquanto a Grã-Bretanha e Estados Unidos têm também são
responsáveis pelas mortes de milhares de civis no Afeganistão. Assim, as mãos
da Rainha da Inglaterra estão manchadas com o sangue de muitos inocentes.
McGuinness parecia um servo deslumbrado na frente da Sra.
Windsor, uma rica representante da classe dominante britânica cuja “família” se
beneficiou enormemente ao longo dos séculos da tirania econômica do império
britânico, do imperialismo britânico e do colonialismo britânico na Irlanda e
em todo o mundo.
A questão é aonde vai o revisionismo do Sinn Fein? Talvez na
cama com a Ordem de Orange*. Aceitando o direito do imperialismo britânico a
ocupar e reivindicar jurisdição sobre os seis condados do nordeste da Irlanda,
juntamente com a sua aceitação do veto real a reunificação da Irlanda, o Sinn
Fein está agora mais próximo politicamente do imperialismo, ao unionismo, a
Ordem de Orange que dos milhões de trabalhadores católicos e milhares de milhas
de distância do socialismo e das verdadeiras aspirações da classe trabalhadora
irlandesa ao norte e ao sul da fronteira.
* A Ordem de Orange é uma seita majoritariamente protestante
da Irlanda do Norte que é comparada pelos republicanos irlandeses a Ku Klux Klan
dos EUA. Defende o unionismo, ou seja, os termos do Act of Union de 1800 o qual
confirmou juridicamente a colonização irlandesa em 1801 sob a forma do Reino
Unido. O nome de batismo desta seita foi dado em homenagem ao rei inglês William
de Orange.