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Assim funciona e funcionará a imprensa no capitalismo, tentando espalhar o terror entre a classe trabalhadora. A LC, como organização operária, vem dizer que isto não é verdade. A radicalização da mobilização dos servidores, com a ocupação do local de trabalho (repartições, reitorias, tribunais, agências de atendimento ao público, etc.) servirá tão somente para arrancarmos deste governo nossas reivindicações salariais, contra inclusive a paralisia das burocracias sindicais governistas, jogadas de corpo e alma no processo eleitoral.
Nos servidores do Judiciário Federal do RS, foi aprovada, numa assembléia esvaziada na última quarta-feira, dia 8/8, uma paralisação por tempo indeterminado. A corrente política governista Democracia Socialista, de Arno Agostin, Secretário do Tesouro Nacional de Dilma, retardou a unificação dos judiciários com os outros setores do funcionalismo federal em greve até agora, não prepara a greve em nosso setor, além de ignorar as reivindicações específicas do próprio, como ataque aos direitos do plano de saúde dos funcionários do TRE/RS (teremos uma matéria específica sobre este fato neste blog), como ações e palavras de ordem mobilizadoras. Não se vê um movimento concreto com os outros setores em luta, a não ser pelas cúpulas e direções, ou dentro da direção da CUT.
Já os dirigentes do PCdoB, hoje um partido marginal da burguesia – sócio das maracutaias da Copa e Olimpíadas no Ministério dos Esportes, sócios do latifúndio assassino a quem ajudaram a aprovar o famigerado código florestal, sócios dos especuladores da bolsa através dos leilões da Petrobrás realizados pela ANP e que flertou com os herdeiros da ditadura (PP) para coligar-se na disputa para a prefeitura de Porto Alegre – questionados sobre a inércia da UNE (entidade que controlam por décadas) em relação a greve dos professores e profissionais do ensino superior, têm a cara de pau de dizer que "A UNE nada tem a ver com esta greve".
A tarefa dos lutadores grevistas é construir no campo dos servidores públicos, em nível nacional, uma grande corrente classista que congregue os setores revolucionários absolutamente apartados dos "mais ou menos" governistas, sejam do PT, PSOL, PCdoB ou PSTU. Neste terreno concreto de luta, estreitaremos laços que poderão nos unir mais à frente em novas lutas e quiçá na construção de uma organização maior e mais poderosa revolucionária neste país.
Yuri Iskhandar