Combater a burocratização imposta pela política
pró-imperialista e governista dentro de nossas organizações de massa!
Construir oposições classistas em todas as centrais e
reconquistar os sindicatos para os trabalhadores sob uma política marxista e
revolucionária!
Ao longo de quase dois séculos, nós trabalhadores adquirimos
experiência na luta de classes contra os patrões, o Estado capitalista e o
imperialismo. Mas esta experiência vem sendo jogada na lata do lixo por grande
parte das organizações sindicais hoje e isto inclui lamentavelmente a
CSP-Conlutas. Trata-se de uma política estranha à unidade sindical e à completa
independência política financeira das organizações dos trabalhadores em relação
aos patrões, ao Estado burguês, seu aparato repressivo e ao imperialismo, temas
muito caros que vêm sendo abandonados e os quais achamos fundamental defender
com unhas e dentes.
A QUESTÃO DA UNIDADE SINDICAL
Os revolucionários devem atuar também nos sindicatos mais
reacionários e até fascistas como nos ensinaram Lenin e Trotsky. A quase
totalidade das direções sindicais hoje é reacionária e os sindicatos
profundamente burocratizados fazem o jogo do patrão e dos governos. Mais ainda
são as centrais que mais distantes estão das assembléias de base e das lutas
cotidianas do proletariado. Seja como for e da forma como a repressão política
burocrática exigir, os revolucionários devem atuar em todos os sindicatos e centrais
reacionárias, pró-imperialistas e fascistas defendendo a unidade de toda a
classe para a luta de seus interesses imediatos, a unidade de toda a classe em
uma só central sindical.
A divisão dos trabalhadores quando lutam por suas necessidades imediatas só beneficia aos patrões. A divisão de um mesmo ramo de produção em vários sindicatos, ou pior, de uma mesma base sindical em vários sindicatos, favorece ao patrão. A divisão, como ocorre no Brasil - e a Conlutas é um exemplo disto - das centrais sindicais por hegemonia partidária (CUT-PT, Força Sindical-PDT, UGT-PSDB, CTB-PCdoB, Intersindical-PSOL, NCST-PMDB, Conlutas-PSTU...) é um obstáculo imposto pelas aristocracias sindicais contra a unidade dos trabalhadores. Desde o manifesto comunista, os marxistas defendem “Proletários de todos os países uni-vos!”. Na obra “O que Fazer?”, Lênin defendeu que diferentemente da organização dos revolucionários (da vanguarda) a organização dos operários deve ser a mais ampla, por profissão (ramo de produção) e menos clandestina possível.
Dessas centrais, a Conlutas é uma micro-burocacia sindical
que possui menos de 100 sindicatos,enquanto a Central Única dos Trabalhadores
possui 3.100 sindicatos. Enquato a maioria dos sindicatos operários está na CUT
hegemonizada pelo PT, a Conlutas é hegemonizada pelo PSTU. Mas qualitativamente a CUT hoje está num
estado de burocratização muito maior, como uma correia de transmissão do
governo PT, enquanto a Conlutas segue se burocratizando ao bel prazer do PSTU.
Separadas por interesses burocráticos, todas estas centrais
se unificam contra a explosão de revolta espontânea da classe trabalhadora como
vimos nas obras do PAC. Neste momento, todas estas centrais, incluindo a
proto-central Conlutas, participam de uma câmara de conciliação de classes
nacional, denominada “Mesa Nacional Permanente Para o Aperfeiçoamento das
Condições de Trabalho na Indústria da Construção”, para conter as greves
espontâneas do combativo proletariado da construção civil contra as
escravagistas mega-construções do PAC, da Copa e Olimpíadas.
Mas mesmo assim esta divisão burocrática e superestrutural
entre as centrais sindicais é um crime contra as lutas da classe trabalhadora e
defendemos a unidade de todos os sindicatos em uma única central, como
defendiam os bolcheviques-leninistas franceses da Liga Comunista em 1934.
A unidade sindical é um princípio dentro dos sindicatos,
defendemos um único sindicato por ramo de produção. Romper a unidade da classe
para criar sindicatos vermelhos com setores minoritários como mera correia de
transmissão do partido é incompatível com a militância revolucionária na classe
operária.
A unidade não é um princípio dentro das centrais de
sindicais. No entanto nós defendemos a unidade de todos os sindicatos em uma
única central como forma de potencializar as lutas contra os patrões, os
governos e os próprios burocratas sindicais.
Para derrotar as direções reacionárias, fascistas,
reformistas, governistas no interior dos sindicatos e federações realizamos
frentes únicas:
1) pela independência total e incondicional dos sindicatos
em relação ao Estado capitalista e aos patrões;
2) pela completa democracia operária sindical em todos os
fóruns e congressos.
Mais do que nunca esta era de profundo retrocesso na
consciência tanto das massas quanto de sua vanguarda nos obrigam a levar as
massas a sacar conclusões revolucionárias baseadas mais na nossa experiência
comum com elas do que propriamente na nossa propaganda externa a luta imediata.
Enquanto esta unificação estratégica não ocorre, nós participaremos
de todos os congressos das centrais que agruparem os sindicatos onde nossos
militantes forem filiados. Entendemos que o chamado à ruptura com a Conlutas é
produto de uma profunda miopia autonomista e anarco-sindicalista que nada tem a
ver com as concepções de Lenin e Trotsky sobre a luta sindical. Devemos
construir sim oposições classistas em todas as centrais sindicais.
Se a CUT é burocratizada e pró-imperialista, a Conlutas
segue os mesmos passos!!!
CONTRA A REPARTIÇÃO DOS LUCROS
E RESULTADOS, UM ENGODO CAPITALISTA:
O imposto sindical, os fundos estatais de financiamento da
atividade sindical, os Planos de pensão são inimigos da independência política
dos trabalhadores em relação ao Estado capitalista, tendo sido estes últimos
convertidos em empresas capitalistas.
Por isso somos contra essas políticas clientelistas das
centrais, incluindo a CSP-Conlutas, que se vendem por essas armadilhas de
cooptação de classe em acordo com a burguesia.
Os sindicatos podem e devem travar lutas no campo jurídico,
porém precisam ter em mente que tais lutas ocorrem no campo do inimigo, a
justiça do trabalho do Estado patronal, e consequentemente é um terreno
desfavorável e secundário.
O terreno mais favorável e hierarquicamente prioritário é a
luta direta com greves, ocupações e
mobilizações da categoria. Assim os sindicatos devem ter plena
independência política, financeira e jurídica em relação aos patrões e ao
Estado.
GOVERNISMO, AUTONOMIA SINDICAL E PARTIDO
Os revolucionários de
dentro dos sindicatos, devemos lutar de forma tenaz pela democracia sindical e
pela independência política do sindicato em relação ao Estado e ao capital.
Lutamos para reconquistar os sindicatos e todas as organizações de massa para a
classe trabalhadora
No centro do trabalho dentro dos sindicatos está a
construção de núcleos de oposição comunista entre os trabalhadores de base e de
frentes únicas entre os trabalhadores efetivos e precarizados e entre os
trabalhadores revolucionários e não revolucionários.
Os sindicatos e organizações de massa devem ser a base para
a auto-defesa da população trabalhadora. Esta, como todas as lutas, precisa ser
realizada de forma independente e contra os capitalistas e seu governo. Por
isto, diante de ataques como o violento despejo dos moradores do Pinheirinho em
São José dos Campos, a maior ocupação de terreno urbano da América Latina, nós
defendemos a greve política de solidariedade. Neste local a Conlutas possui seu
mais importante sindicato operário, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José
dos Campos. Mas, ao contrário de encabeçar uma greve política para cobrir de
solidariedade os sem teto, a Conlutas depositou todas suas fichas na
intermediação do governo Dilma e da justiça federal no conflito. A mesma linha
política que certamente teria adotado a CUT governista. A direção da Conlutas e
do PSTU jogam a culpa nos trabalhadores de base, metalúrgicos. A direção
justifica sua política de claudicação ao governo patronal acusando a base dos
trabalhadores de indisposição para solidarizar-se com os sem teto, seus irmãos
de classe. Esta “indisposição” é um mal hábito que a própria direção da
Conlutas cultivou. A Conlutas recusou-se inclusive a fazer greves econômicas.
Quando 4.300 operários metalúrgicos foram demitidos na Embraer, em 2009, a
Conlutas novamente apostou centralmente na intervenção do governo Lula.
Deste modo a Conlutas não realiza uma política alternativa
contra a política da CUT. Assim, a Conlutas repete a política de claudicação ao
governo federal do PT, uma política de exigências sem medidas de ação direta da
classe operária (greves, ocupações, etc.), ou seja, a mesma política da CUT com
a desvantagem que não possui nem sequer 5% da influência da CUT sobre a classe
operária.
A CUT, por sua vez, cumpre uma tarefa de adormecimento da
classe operária contra os ataques imperialistas. Esta política de colaboração
de classes não teria efeito se a direção da Central hasteasse ela própria e
diretamente a bandeira dos EUA logo de cara em todos os seus atos. Nem o PT
apesar de toda sua capitulação chega a tanto, embora demonstre ser um
conselheiro crítico do imperialismo, o que de forma ainda menos disfarçada
demonstram Lula e Dilma. Cada um a sua medida, atendem aos interesses como
agentes do imperialismo. Para dirigir o movimento operário e de massas em favor
do desarmamento político do proletariado diante dos ataques do imperialismo é
necessário manter as aparências “antiimperialistas” com gestos e jogos de cena
para enganar as bases, enquanto o PT segue com a privatização da previdência,
dos aeroportos e até da saúde com a destruição do SUS em favos dos “Planos de
Saúde” e das “Organizações de Saúde”.
CONTRA A XENOFOBIA!
Na Europa e nos EUA, nos colocamos contra toda campanha
xenófoba e chauvinista da aristocracia sindical contra os trabalhadores
imigrantes, como a da aristocracia britânica de “empregos britânicos para
trabalhadores britânicos”. Nós defendemos a plena legalização dos imigrantes
indocumentados e direitos trabalhistas e salários iguais para trabalho igual.
CONTRA AS GREVES POLICIAIS!
A CONLUTAS cumpriu um papel vergonhoso ao apoiar as “greves
policiais”! O PSTU jogou no lixo todas as lições históricas do marxismo ao
apoiar a greve dos mercenários do Estado, os mesmos que espancaram, violentaram
e atiraram nos moradores de Pinheirinho em São José dos Campos, e matam
moradores negros e nordestinos nas favelas ocupadas pelas UPPs no Rio.
As greves policiais são motins reacionários que tem como
resultado o fortalecimento do aparato repressivo para melhor oprimir os
trabalhadores à mando do Estado e da burguesia!
O INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO NA LATA DE LIXO
Para piorar, a nível internacional a Conlutas e o PSTU estão
à direita da CUT. Este foi o caso da Líbia, onde o PSTU e a Conlutas
participaram de um protesto que invadiu a embaixada da Líbia em Brasília,
território daquele país oprimido no Brasil, com agentes do imperialismo para
hastear a bandeira monarquista armada pela CIA. A prova do que estamos dizendo
está no próprio site do PSTU reportando sua participação na atividade:
http://www.pstu.org.br/internacional_materia.asp?id=13235&ida=0 ou
http://lcligacomunista.blogspot.com.br/2011/08/batalha-por-tripoli.html.
Quando não se emblocam abertamente como no caso acima em uma
frente única com os agentes do imperialismo, organizações como PSTU e PSOL
(MES, CST, LSR, Enlace) apesar de se colocarem formalmente contra a intervenção
imperialista na Líbia e na Síria, defendem posições políticas que reforçam a
propaganda de guerra imperialista contra os povos oprimidos como demonstram as
teses destes agrupamentos no Caderno de Teses da Conlutas.
Como prova de seu “internacionalismo” a Conlutas costuma
apresentar a algumas organizações internacionais como parceiras de luta. A
principal delas é o grupo Batay Ouvriye, do Haiti. Todavia, no ano do golpe
militar que deu início a ocupação militar do Haiti pelas tropas da ONU a
serviço do imperialismo, o Batay Ouvriye recebeu 100 mil dólares do ACILS
(American Center for International Labor Solidarity), instituição que é braço
político sindical da NED, National Endownment Foundation dos EUA. O NED foi
criado durante o governo Reagan para apoiar a reação política e os golpes
militares nos país oprimidos. A prova do que estamos dizendo, está na própria
prestação de contas do NED, declarando a doação desta quantia ao Batay Ouvriye
em 2004:
http://www.ned.org/region/latin-america-and-caribbean/haiti-2005/
A integração da Conlutas à política genocida e golpista do
imperialismo em qualquer parte do globo está contra os interesses dos
trabalhadores e dos povos oprimidos e deve ser duramente rechaçada pelo
conjunto dos delegados deste Congresso.
O
Batay Ouvriye, ONG haitiana parceira da Conlutas, na folha de pagamento do NED, braço da CIA "apoiando a liberdade ao redor do mundo" |
ASSINAM:
Liga Comunista (Brasil)
- lcligacomunista.blogspot.com.br, liga_comunista@hotmail.com
Coletivo Lenin (Brasil)
- coletivolenin.blogspot.com.br, c.comunista@yahoo.com.br
Tendencia Militante Bolchevique (Argentina)
- tmb1917.blogspot.com.br/, tendencia.militante.bolchevique@gmail.com
Socialist Fight (Inglaterra) - pt.scribd.com/Gerry%20Downing, socialist_fight@yahoo.co.uk