A publicação de um balanço crítico às proposições de Jorge Altamira na sua palestra realizada em Porto Alegre/RS provocou uma fúria nos organizadores do evento que se apresentam como militantes gaúchos do chamado CRQI - Coordenação pela Refundação da Quarta Internacional completamente estranha aos métodos e tradições da vanguarda trotskista. Um sujeito chamado Guilherme Giordano que se apresenta como organizador do CRQI no Brasil atacou a mim, Yuri, simpatizante da LC e autor do texto “Palestra de Jorge Altamira emPorto Alegre: Uma aula de oportunismo, sectarismo e personalismo”, via "facebook", com acusações que vão do non sense de que eu era que seria oportunista porque recém rompi com minhas relações sindicais com a corrente O Trabalho que integra a frente popular do Brasil, descambando para baixarias carentes de qualquer conteúdo político até ameaça de fazer escândalo no local onde trabalho tentando me amedrontar.
O aprendiz de mafioso Guilherme chegou até a acusar de “caloteiro” e apelar para cobrar de forma típica de gângsteres por publicações que no dia da palestra de Altamira, e antes de eu polemizar com o caudilho argentino, ele mesmo me vendeu fiado, me passando a sua conta pessoal para que depositasse posteriormente a quantia de 50 reais, “dívida” que, diga-se de passagem, já foi paga com depósito na conta do gangsterzinho de Porto Alegre.
O hábito de ameaçar de fazer escândalo no emprego do adversário é um expediente típico da máfia, prática que no PCO o próprio Guilherme executou contra militantes da LBI (corrente nascida de uma ruptura do PCO e de onde uma parte da militância da LC veio) em Porto Alegre há 15 anos atrás.
Me aproximei da militância política trotskista da Liga Comunista porque também ela se utiliza do método oposto, o do movimento operário a de reagir contra as ameaças de agressões com campanhas políticas no movimento operário nacional e internacional para cobrir de solidariedade aos camaradas ameaçados, organizar comitês de auto-defesa operários sindicais e invocar tribunais populares para julgar os agentes estranhos ao movimento. Quando o militante do Partido Obrero, Mariano Ferreira foi morto em seu local de trabalho pela máfia sindical governista de Cristina Kirchner depois e ameaçado por suas atividades políticas militantes a LC foi uma das primeiras correntes internacionais a prestar solidariedade ao PO poucos dias depois de ter nascido como corrente política: http://lcligacomunista.blogspot.com.br/2011/02/argentina.html
HOSTILIDADE CONTRA OS QUE DEFENDEM AS TRADIÇÕES PRINCIPISTAS DO TROTSKISMO E CAPITULAÇÃO OPORTUNISTA À OFENSIVA IDEOLÓGICA ANTICOMUNISTA DO IMPERIALISMO
A fúria dos militantes da CRQI tem uma razão de ser muito clara: a correção das críticas feitas e a repercussão do texto junto a militantes trabalhadores. O centro da intervenção de Altamira foi que a partir da "atual" crise do capitalismo era necessário rever os critérios para a realização de composições políticas, que era preciso deixar de lado as diferenças do passado e criar frentes tendo como modelo a “Frente de Esquerda dos Trabalhadores” argentina que o teve como candidato a presidente da república ou a Frente de Esquerda entre PSOL, PSTU e PCB que teve como candidata a presidente do Brasil a oportunista Heloísa Helena em 2006. Segundo Altamira era preciso ignorar nossas divergências programáticas e o Programa de Transição estaria ultrapassado. A LC aprendeu com Lenin que "sem teoria revolucionária não existe movimento revolucionário" e que o programa é a "alma" do Partido as declarações de Altamira soam com a de um caudilho que já vendeu a alma ao cretinismo eleitoral.
Tenho muito orgulho deve reivindicar a trajetória PROGRESSISTA de sim ter rompido minhas relações sindicais e de simpatia com a frente popular para hoje estar contribuindo com uma organização principista e revolucionária enquanto, como defendeu, Altamira em sua fala no debate, a corrente está fazendo a trajetória oposta, e portanto REACIONÁRIA, defendendo a construção de uma frente sem princípios, ou seja um protótipo de frente popular de colaboração de classes que tem como espelho na mini frente popular brasileira encabeçada pela arqui-reacionária Heloísa Helena inimiga do direito das trabalhadoras ao aborto e aliada da reação clerical, inimiga dos sem terra do MLST que ocuparam o Congresso Nacional em 2006 e aliada da defesa da repressão patronal, do PSOL que aqui no Rio Grande do Sul é patrocinado pelos patrões da Gerdau e da Taurus.
A própria unidade oportunista Frente de Izquierda de los Trabajadores, encabeçada por Altamira e tão exaltada pelo mesmo não passou de uma composição eleitoral representante da ala esquerda do "modelo nacional e popular de CFK" na Argentina, como denunciaram nossos irmãos camaradas da Tendência Militante Bolchevique:
"Desde 2001, a política de apoio à reestruturação do regime pelo centrismo pequeno-burguês não poderia ser mais do que uma política suicida e desastrosa. Eles se converteram de partidos centristas em partidos social-democratas. O regime foi reorganizado concentrando poderes e não dividindo poderes com a pequena burguesia. Portanto, no final da década, a estratégia individual de centrismo, de cada partido com à sua candidatura a uma cadeira no parlamento resultou em um processo de falência eleitoral crescente para estes partidos pequeno burgueses. Enquanto o centrismo foi despencando em queda livre a cada eleição, o regime foi se revigorando até que a seleção natural burguesa fez uma reciclagem do modelo populista peronista a partir de setores marginais governantes do PJ na província patagônica de Santa Cruz."
"A nova estratégia passou a ser 'se não se pode com eles, vamos nos juntar e apoiá-los.' Os partidos pequeno burgueses abandonaram ao proletariado estruturado no campo (no caso da Argentina, a maior parte da força de trabalho rural) e na cidade. A ala direita dos partidos pequeno-burgueses (MST, Esquerda Socialista, PSTU / LIT) apoiou a oposição burguesa 'sojeira' de direita em 2008 e a ala esquerda se converteu em ala esquerda de cristinismo (a LIT - PSTU argentino se é auto-criticou e se reposicionou no último campo, o cristinista) até o ponto que Jorge Altamira, o candidato a presidente da FIT, concluiu campanha eleitoral chamando a votar apenas para os deputados da frente e liberando os votos para presidente em CFK."
"Atravessado um período em que após a cada eleição a esquerda perdia força eleitoral com suas candidaturas separadas para o kirchnerismo ou para o projeto pequeno-burguês e frente populista de Solanas, foram obrigados a realizar o sua mini-frente-popular, superar o sectarismo burocrático para buscar um projeto oportunista comum: A Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT). Sobra a base de um programa internacional semelhante de apoio a 'primavera árabe', uma versão piorada da reação democratizante que o imperialismo estadonidense realizou na América Latina na década de 80, agora sob o comando de Obama no mundo árabe."
"No plano nacional giraram para uma direitização crescente, camuflando com chamados formais a "expropriações" e a "governos dos trabalhadores" um programa social-democrata "pela eleição de juízes e jurados populares", que, como demonstra nos EUA, mesmo uma justiça burguesa "democrática e popular" continuará sendo uma "injustiça" escandalosamente racista e anti-operária, onde 90% dos latinos e negros são condenados como Mumia Abu Jamal e Davis Troy, executado por injeção letal em 21 de setembro de 2011, supostamente por ter matado um policial em 1989."
"A FIT (PO, PTS, IS) aposta em crescer à sombra de kichnerismo. Aposta que lhes rendeu seus 600 mil votos para presidente e 660 mil para deputados federais. No plano internacional seguirão a propaganda de guerra imperialista para a recolonização do Oriente Médio e África. A esquerda democratizante saudou a intervenção imperialista na Líbia, como congratulou-se em seu momento com a contra-revolução na URSS e na Europa Oriental. Isto é pior do que embelezar a transição pactuada da ditadura militar para o governo de Alfonsín como 'revolução democrática'."
"Os militantes da TMB estão na vanguarda de todas as formas de luta, mesmo quando se trata dos mais modestos interesses da classe trabalhadora. Cabe aos revolucionários preparar a resistência a partir da explosão espontânea das massas aos ataques contra suas condições elementares de vida como o combate ao aumento do custo de transportes, eletricidade, gás e desvalorização dos salários."
"Lutar contra o tarifaço que não tem nada a ver com reivindicar a volta dos subsídios para os empresários e as multinacionais, mas lutar pela renacionalização sem idenização e sob controle dos trabalhadores do gás, eletricidade, petróleo e transportes. Por um salário mínimo vital e móvel, com ajuste automático de acordo com o aumento da cesta básica familiar; Linhas de sangue nos separam da burocracia sindical de Moyano, inclusive no caso do assassinato de Mariano Ferreyra, mas não nos contentamos como o PO, o partido social democrata onde militava Mariano, com reivindicar apenas o julgamento e a punição de Pedraza e sua gangue, pois este foi um crime cujos responsáveis são a mafiosa CGT de Moyano e o governo de Cristina Kirchner. Pelo desprocessamento de todos os lutadores."
"Por um Congresso Nacional de base dos Trabalhadores que estabeleça um plano unificado para combater e derrotar os patrões enriquecido pela experiência das derrotas operárias de 2001-2002 para conquistar os melhores lutadores da vanguarda militante tendo como estratégia a construção um partido do tipo bolchevique na Argentina, como parte da construção do Estado-Maior da revolução mundial, ou seja, a Quarta Internacional "
http://tmb1917.blogspot.com.br/2011/12/argentina-2001-2011.html
Não é isso que Altamira propõe. E ele tem todo o direito de fazê-lo. Assim como nós temos o direito de discordar e propor outra coisa e chamar as coisas pelo nome: o que é oportunismo é oportunismo, sectarismo é sectarismo e personalismo é personalismo. Damos nome aos bois. Só assim podemos superar a crise de direção: dizendo a verdade.
Mas como não conseguem se contrapor de forma programática a nenhuma destas indefensáveis críticas políticas, a claque de Altamira no Brasil se limita a nos xingar e ameaçar... em vão. Alertamos a nossos leitores e simpatizantes que se qualquer ataque a nossos camaradas for sentido nos próximos dias responsabilizaremos o bando de Osvaldo Coggiola e Guilherme Giordano.
Yuri