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quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

A ESQUERDA QUE SUSTENTA BOLSONARO

Sem resistência de massas e com a colaboração de parlamentares e governadores da esquerda, Bolsonaro sente-se livre para avançar com sua ditadura

Texto componente do Boletim 14 do MovLuta, Movimento Mobilização Compromisso e Luta, oposição no Sintsef/CE. Trata-se de um boletim Especial da delegação do Movluta ao XIII Congresso da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal, que ocorre nos dias 13 a 15 de dezembro em Brasília.


Até a aprovação da reforma da previdência, os parlamentares de esquerda votaram contra as medidas do governo Bolsonaro. Depois, a maioria desses parlamentares passou a se ausentar ou votar a favor do governo. Ao contrário de organizar a resistência popular e de rua contra a ditadura da extrema direita, muitos deputados de partidos de esquerda (PT, PSOL e PCdoB) ajudam a aprovar a lei de “liberdade econômica” dos patrões (lei 13.874), com grande parte das bancadas se ausentando na votação. Com o mesmo expediente, os deputados de esquerda deixaram aprovar o AI-5 digital. A grande maioria também votou no “pacote anticrime” de Moro, que criminaliza mais ainda os pobres, trabalhadores e a própria militância de esquerda.
Os governadores do PT e PCdoB, apoiaram a reforma previdenciária de Bolsonaro, na condição de que ela também atacasse os servidores estaduais e municipais. Nos Estados, governadores "petistas" como Camilo Santana do Ceará, implementam igual ou pior 
que Bolsonaro sua política previdenciária, de reforma administrativa e repressão carcerária de guerra ao povo pobre e trabalhador.

Até Lula, por quem lutamos por sua libertação, lamentavelmente, agora defende a legitimidade das eleições fraudadas de 2018 e se opõe a que lutemos para por fim ao governo Bolsonaro.

Dessa forma, a esquerda dá estabilidade política ao governo neonazista. Com esse tipo de “oposição”, Bolsonaro nem precisa fechar o Congresso e o STF para impor sua ditadura miliciana. Facilmente o bolsonarismo pode seguir adiante contra o povo, imponto uma ditadura “democrática” do imperialismo e do capital financeiro.