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segunda-feira, 9 de maio de 2016

TEORIA REVOLUCIONÁRIA - LENIN: SOBRE O GOVERNO KERENSKY E GOLPE DE KORNILOV

Combater o Golpe sem defender o governo

Durante a atual luta contra o governo golpista de Temer, precisamos rever e estudar as causas do Golpe, comparar essa com outras situações históricas da luta de classes, compreender os erros e acertos para reorganizar as forças, superando os limites das direções tradicionais para poder triunfar no futuro. Um dos ensinamentos está na tática em relação ao governo Dilma, ao PT e a CUT.

Em agosto de 1917, fugindo da perseguição política do governo Kerenski, Lenin escreve uma carta a direção do seu partido sobre a mudança de tática em relação ao governo burguês, em virtude da ameaça de Golpe encabeçada por um dos Generais de Kerenski chamado Kornilov. Lenin acredita que a linha política correta é conformar uma frente única de combate com o governo Kerenski contra o Golpe de Estado contrarrevolucionário e apoiado pelo imperialismo na Rússia.

Lenin todavia chama a atenção que essa política não pode ser confundida com o apoio dos bolcheviques ao governo burguês, o que seria uma falta de princípios, uma capitulação dos bolcheviques ao oportunismo, como defendia Volodárski [1].

A frente única não significava abandonar as hostilidades do partido em relação a politica burguesa nem o combate ao governo provisório, seria modificar a forma do combate, fazendo "reivindicações parciais" ao governo Kerenski na luta contra o Golpe de Estado. Dentre essas reivindicações estão a prisão dos ministros favoráveis ao golpismo, o armamento do proletariado, a convocação das tropas, a dissolução da Duma, a entrega das terras dos latifundiários aos camponeses, o controle operário sobre o pão e as fábricas, etc., reivindicações que devem ser estendidas para entusiasmá-las ainda mais no curso da da luta contra Kornílov, o fechamento da imprensa golpista e empurrar nesta direção os centristas «de esquerda». Lenin destaca que é preciso "ter em conta o momento; não vamos derrubar Kerenski agora; nós agora abordamos de outra maneira a tarefa da luta contra ele, a saber: explicando ao povo (que luta contra Kornílov), a fraqueza e as hesitações de Kerenski. Também anteriormente fazíamos isto. Mas, agora isto tornou-se o principal: nisto consiste a mudança". Essa política principista de frente única foi um dos elementos centrais que conduziu o POSDR a conquistar a maioria dos delegados Conselhos Populares na Rússia de 1917, até então hegemonizados pelos mencheviques.

A FCT e o CLQI reivindicam os métodos de Lenin na atual guerra fria interburguesa e diante da ofensiva golpista do imperialismo contra alguns governos burgueses e direções hegemônicas no movimento de massas, sem defendê-los e fazendo-lhes exigências. Apesar de todas as diferenças históricas (em 1917 na Rússia, o golpe de Kornilov pretendia abortar um processo revolucionário e, no Brasil de 2016, o Golpe pretende arrancar o Brasil de dentro dos BRICS, um bloco capitalista rival do imperialismo e ampliar a exploração dos trabalhadores), acreditamos que, em linhas gerais, este método político serve como inspiração para os revolucionários combaterem a ofensiva golpista do imperialismo em curso na Líbia, Síria, Ucrânia, Venezuela, Bolívia, Brasil.

No Brasil, a FCT escreveu também "Exigimos então que se o PT ainda deseja resistir ao golpe que cumpra as promessas que fez a seu eleitorado e atenda as reivindicações mais sentidas da população pobre e trabalhadora. Isso significa a anulação de todas as medidas neoliberais, entreguistas (privatização do pré-sal e da Petrobrás de conjunto), policiais (lei antiterrorista, apoio as UPPs), da era petista, a realização da reforma agrária e urbana, estabelecendo a expropriação de todo espaço de terra controlado pela especulação imobiliária e fundiária, a expropriação da rede globo; um imposto progressivo sobre os milionários.

Que Lula e Dilma façam estas “canetadas” e convoquem a população trabalhadora que ainda não entrou em cena e se encontra atônita e confundida, a defender tais medidas. Apenas medidas efetivas de enfrentamento e disputa do poder que arrastem as massas contra o golpista podem derrotar o golpe em curso.

Simultaneamente a vanguarda classista precisa seguir organizando-se com total independência em relação ao PT e sua política de adaptação passiva as pressões do imperialismo, construir uma oposição operária e comunista ao governo burguês. Alertamos a classe trabalhadora que a tendência majoritária é a de que mais uma vez o PT frustre suas expectativas. Chamamos a frente única com o PT, PCdoB, PDT, etc. contra o golpe, exigimos que o governo jogue todo peso na ação antigolpista, exigimos que o governo arme toda a população pobre e oprimida contra a direita golpista. No entanto, em nenhum momento apoiaremos politicamente o governo, deixaremos de combater suas medidas antioperárias ou criaremos qualquer nenhuma ilusão no mesmo."

http://lcligacomunista.blogspot.com.br/2016/03/declaracao-da-fct-18032016.html

O PT não atendeu a qualquer das "reivindicações parciais". De dezembro de 2014 a abril de 2016 ocorreu um processo de mobilizações de massas crescentes, mas antes da votação do impeachment na Câmara dos Deputados, o PT tratou de conter sua base, renunciou a todo enfrentamento mais consequente contra o Golpe, realizou algumas medidas populistas tímidas e tardias, como a recriação da Frente Brasil Popular, com o PCdoB, a CUT, UNE, MST, promoveu o aumento dos valores pagos pelo Programa Bolsa Família, a desapropriação de algumas terras e terrenos urbanos, aumento da alíquota do imposto de renda, etc., em meio a dezenas de outras medidas reacionárias que havia tomado antes. A FCT denunciou em todos os fóruns de base e comitês sindicais da Frente Popular a traição da direção à luta contra o Golpe. Já na semana de votação do impeachment no Senado, praticamente apenas o MTST realizou manifestações de massas contra o Golpe, enquanto a FBP, a direção do PCdoB e setores do PT já pautavam o chamado a novas eleições antecipadas. Alguns setores dos que lutaram e seguem lutando contra a reação fizeram sua experiência com a derradeira traição do PT, na própria luta contra o Golpe, e se aproximaram da FCT que participou das manifestações, da criação de alguns Comitês Populares contra o Golpe e segue organizando a resistência ao governo golpista de Temer nos locais de trabalho, estudo e moradia.

Os grupos que conformaram a FCT foram os primeiros da esquerda brasileira a dizer que estava em curso um Golpe de Estado no Brasil (já no início de abril de 2011 cogitávamos uma ofensiva contra o governo do PT a exemplo da que combatíamos na Líbia), a convocar a Frente Única Antiimperialista e contra a atual onda da direita já no meio das jornadas de junho de 2013, e a recorrer a todos os meios, inclusive ao apoio a candidatura Dilma no segundo turno e as eleições burguesas, para deter o avanço da direita em 2014.

Sem nunca confundir a luta antigolpista com apoio político ao governo golpeado, fomos os primeiros a chamar a classe trabalhadora e sua vanguarda a se preparar contra o Golpe e a explicar que processos como a "primavera árabe" já havia sido inoculada por agentes imperialistas para desenvolver uma política de reação 'com forma democrática' um contra-ataque do imperialismo no Brasil da nova guerra fria entre a OTAN e o bloco de países que se agregava em torno do núcleo Eurásico (BRICS, Síria, Donbass, governos bolivarianos, Irã, Cuba, Coréia do Norte), enquanto a maioria do campo "pseudo trotskista" foi incapaz de compreender a viragem na luta de classes mundial e nacional e apoiou aberta ou tacitamente ao golpismo, aderindo as manifestações da direita, defendendo o "Fora Todos!" e sobretudo, o que unifica o conjunto do pseudotrotskismo foi a negativa de que havia uma ameaça do Golpe, alegando que a burguesia não tinha porque golpear o governo do PT.

O SECTARISMO PRÓ-IMPERIALISTA, ASSIM COMO OS GOLPISTAS,
NEGA A EXISTÊNCIA DO GOLPE DE ESTADO

A maioria desses grupos, mesmo quando já era evidente o ascenso golpista, seguiram afirmando que o inimigo principal era o governo Dilma, que deveria ser derrubado, e não a ofensiva da direita que queria derrubar o Governo.

São grupos como o “Internacionalist Group”, dedicados ao propagandismo abstrato e ao jogo de palavras para tentar ocultar sua completa esterilidade política, por esse mesmo motivo são incapazes de defender uma política consequente contra a ofensiva imperialista, por isso acusamos esses grupos de sectarismo pró-imperialista. Foi só há poucas horas do impeachment que começaram a se opor formalmente ao impeachment, e cretinamente seguem negando que esteja em curso um Golpe de Estado no Brasil: "Muito provavelmente não haverá golpe de Estado" em um documento de abril de 2016! Em outras palavras, o IG embeleza o impeachment e desarma os trabalhadores confundido-os, a sua maneira e medida, para que não se defendam do Golpe de Estado e desse modo o IG favorece a sua própria burguesia imperialista.

O IG critica a FCT por um de nossos panfletos distribuídos nas manifestações que participamos contra o Golpe: "USAR O GOVERNO CONTRA O GOLPE! - DECLARAÇÃO DA FCT 18/03/2016: Que Lula e Dilma coloquem o aparato do governo a serviço da luta contra o Golpe!" (leia aqui).


Trotsky dizia que o ultimatismo burocrático e sectário do PC alemão em relação a social democracia, às vésperas da ascensão de Hitler, era ridículo e criminoso. O PC alemão, de Thaelmann, foi muito mais importante para a história do que o "IG" de Nordem. Não é a FCT quem dirige o proletariado brasileiro, mas Lula e Dilma. A Frente Única é a unidade das massas trabalhadoras organizadas e dirigidas por suas direções tradicionais e não um ajuntamento de organizações de vanguarda, logo, não podemos simplesmente dizer as massar que abandonem sua direção e venham para a FCT. Não é assim que a política funciona na realidade, apenas na mente obtusa de um Nordem. Nós fizemos exigências parciais e concretas ao governo Dilma, as quais, reproduzimos acima.

Enquanto o PT tem o intrumento do Estado na mão, pode (hipoteticamente) combater melhor ao golpe do que quando forem derrubados e presos. É nisso que as massas acreditam e é isso que queremos que deixem de acreditar. Mas, não podemos simplesmente dar um ultimato inútil ao PT. Nós formulamos revindicações necessárias e que não serão atendidas e assim levamos as massas a que façam experiências com sua direção histórica. Na frente única de Lenin com o governo burguês de Kerensky ele fez muitas exigências a Kerensky, para que Kerenky colocasse o Estado a serviço da luta contra Kornilov. Todo o cretinismo incurável nesse caso é o cretinismo ultimatista e sectário de Nordem. Durante todos os últimos meses, a seção brasileira do "IG" disse que o inimigo principal era o governo do PT e não a direita golpista. Durante todos os últimos meses o grupo de Nordem no Brasil não ajudou a classe trabalhadora em sua luta contra o golpe, mas sim no fortalecimento das forças da direita golpista, assim como o PSTU e a LIT. Agora, desgraçadamente a história nos dá razão. Dilma até tomou algumas medidas populistas, mas já era tarde.

Em 1994, a Liga espartaquista (e depois a sua ruptura o IG, dirigido por J . Nordem) ganhou um setor operário do PCO, os metalúrgicos da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), na cidade de Volta Redonda, 21 anos antes do nascimento da FCT. Hoje, graça a essa política, o grupo de Nordem no Brasil não possui operários na fábrica, o grupo se confinou no interior do Rio de Janeiro, em Volta Redonda, não possui um jornal e retrocedeu até do que eram a princípio porque simplesmente reproduzem o sectarismo pró-imperialista de Nordem e da tradição espartaquista no Brasil.

PSTU diz que não houve Golpe e é
elogiado pela ONG golpista do MBL,
patrocinada pelo imperialismo

Enquanto os trabalhadores russos foram vitoriosos em sua luta por derrotarem o golpe de Kornilov e avançar sobre Kerenski, no Brasil, o Golpe triunfou momentaneamente, mas as massas não foram esmagadas e seguem superando sua experiência com o PT. A inexistência de um partido revolucionário com influência de massas cobra seu preço. 

Apesar de suas pequenas forças, a FCT possui a autoridade moral junto aos lutadores sociais de quem alertou para a tragédia que nos ameaçava com antecedência de anos e esteve ao seu lado contra o Golpe. Por isso, a FCT cresce em conjunto com a resistência ao novo governo golpista. Isso é muito importante e faz toda a diferença para preparar a luta atual e a vitória futura da guerra que ainda não terminou e da construção de um partido operário revolucionário no Brasil que supere o PT. Os pseudrotrotskistas agora são desprezados pelas massas e homenageados pelos golpistas.

Ao Comitê Central
do POSDR
V. I. Lenin
Escrito em 30 de agosto (12 de setembro) de 1917.
Publicado pela primeira vez em 7 de novembro de 1920, no nº 250 do Pravda
Obras Completas de V. I. Lenine, 5ª ed. em russo, t. 34, pp. 119-121

 
Miniatura da Carta de Lenin ao CC do POSDR
É possível que estas linhas cheguem com atraso, pois os acontecimentos desenvolvem-se com uma velocidade por vezes vertiginosa. Escrevo isto na quarta-feira, 30 de agosto, e os destinatários não lerão isto antes de sexta-feira, 2 de setembro. Apesar deste risco, considero meu dever escrever o que se segue.
A insurreição de Kornilov representa uma viragem totalmente inesperada (inesperada pelo momento e pela forma) e incrivelmente brusca dos acontecimentos.
Como qualquer viragem brusca ela exige uma revisão e uma modificação da táctica. E, como em qualquer revisão, é preciso ser arqui-prudente para não cair em falta de princípios.
Estou convicto de que cometem erros de princípios aqueles que (como Volodárski) resvalam para o defensismo [ defesa do governo Kerenki ] ou (como outros bolcheviques) para o bloco com os socialistas-revolucionários, para apoiar o Governo Provisório. Isto é arqui-errado, é falta de princípios.
Nós só seremos defensistas [ só defenderemos um governo ] depois da passagem do poder para o proletariado, depois de propor a paz, depois do rompimento dos tratados secretos e das ligações com os bancos, e só depois. Nem a tomada de Riga, nem a tomada de Petrogrado farão de nós defensistas. (Gostaria muito que dessem isto a ler a Volodárski.) Até então, somos pela revolução proletária, somos contra a guerra, não somos defensistas. E nem mesmo agora devemos apoiar o governo de Kerenski. Seria falta de princípios.
General Lavr Georgievich Kornilov
Exemplo histórico de comandante das
forças golpitas contrarevolucionárias
Perguntarão: será que não deveremos lutar contra Kornilov? Certamente que sim! Mas isto não é uma e a mesma coisa; aqui há um limite, que alguns bolcheviques ultrapassam caindo na «política de acordos», deixando-se arrastar pela corrente dos acontecimentos. Nós combateremos, nós combatemos contra Kornílov, tal como as tropas de Kerenski, mas nós não apoiamos Kerenski, antes desmascaramos a sua fraqueza. E esta é a diferença. Esta diferença é bastante subtil, mas arquiessencial e que não se deve esquecer. 
Em que consiste então a modificação da nossa táctica depois da insurreição de Kornílov? Em que modificamos a forma da nossa luta contra Kerenski. Sem debilitar em nada a hostilidade para com ele, sem retirar uma só palavra dita contra ele, sem renunciar à tarefa do derrubamento de Kerenski, dizemos: é preciso ter em conta o momento; não vamos derrubar Kerenski agora; nós agora abordamos de outra maneira a tarefa da luta contra ele, a saber: explicando ao povo (que luta contra Kornílov), a fraqueza e as hesitações de Kerenski. Também anteriormente fazíamos isto. Mas, agora isto tornou-se o principal: nisto consiste a mudança.
A mudança consiste além disto em que agora o principal é o reforço da agitação por uma espécie de «reivindicações parciais» a Kerenski – a prisão de Miliukov, arma os operários de Petrogrado, chama as tropas de Cronstadt, de Víborg e de Helsingfors a Petrogrado, dissolve a Duma de Estado, prende Rodzianko, legaliza a entrega das terras dos latifundiários aos camponeses, introduz o controle operário sobre o pão e sobre as fábricas, etc., etc. E devemos apresentar estas reivindicações não apenas a Kerenski, não tanto a Kerenski como aos operários, soldados e camponeses, entusiasmados pelo curso da luta contra Kornílov. Há que entusiasmá-los mais, encorajá-los a desancar os generais e oficiais que se pronunciaram a favor de Kornílov, há que insistir para que eles reivindiquem imediatamente a entrega da terra aos camponeses, sugerir-Ihes a necessidade da prisão de Rodzianko e Miliukov, da dissolução da Duma de Estado, do encerramento do Retcb e de outros jornais burgueses e de uma investigação a seu respeito. É preciso sobretudo empurrar nesta direção os socialistas-revolucionários «de esquerda».
Seria errado pensar que nos afastamos mais da tarefa da conquista do poder pelo proletariado. Não. Aproximamo-nos extraordinariamente dela, não de forma direta, mas lateral. E é necessário, neste mesmo instante, fazer campanha não tanto diretamente contra Kerenski, como indiretamente contra ele, indiretamente, a saber: exigindo uma guerra ativa, muito ativa, e verdadeiramente revolucionária, contra Kornílov. Só o desenvolvimento desta guerra pode conduzir-nos ao poder, mas na agitação deve-se falar pouco disso (recordando firmemente que amanhã mesmo os acontecimentos podem colocar-nos no poder e que então nós não o largamos). Parece-me que se deveria comunicar isto numa carta (e não na imprensa) aos agitadores, às comissões de agitadores e propagandistas, e aos membros do partido em geral.
Há que lutar implacavelmente contra as frases sobre a defesa do país, sobre a frente única da democracia revolucionária, sobre o apoio ao Governo Provisório, etc., etc., precisamente porque são frases. O momento agora é de ação: vós, srs. socialistas-revolucionários e mencheviques, já há muito que gastastes essas frases. O momento agora é de ação, a guerra contra Kornílov deve ser feita revolucionariamente, arrastando as massas, levantando-as, inflamando-as (e Kerenski tem medo das massas, tem medo do povo). Na guerra contra os alemães, é preciso ação precisamente agora: propor incondicional e imediatamente a paz em condições precisas. Se se fizer isto é possível conseguir uma paz rápida, ou transformar a guerra em guerra revolucionária, de outro modo todos os mencheviques e socialistas-revolucionários continuarão lacaios do imperialismo.
P. S. Tendo lido, depois de ter escrito isto, seis números do Rabótchi, devo dizer que se verifica uma completa coincidência entre nós. Aplaudo de todo o coração os excelentes editoriais, o resumo da imprensa e os artigos de V. M-n e V o l-i. Sobre o discurso de Volodárski, li a sua carta à redação, que também «liquida» as minhas censuras. Uma vez mais saudações e os meus melhores votos!

Nota:
1. Vladímir Volodárski, verdadeiro nome Moissei Márkovitch Goldstein, (1891-1918), membro do Bund desde 1905, torna-se bolchevique em 1917. Membro do presidium do Soviete de Petrogrado, após Outubro é designado comissário para os Assuntos da Imprensa, Propaganda e Agitação de Petrogrado. Foi assassinado em 20 de Junho de 1918 num atentado preparado pelos socialistas-revolucionários.