Unificar as lutas para derrotar o governo golpista de Temer!
Construir comitês populares contra o golpe!
O movimento de massas segue em um crescente graças ao
repúdio ao Golpe mas sobretudo já as medidas de Temer que provocaram um
desgaste precoce do governo golpista. Isso vai aumentar com o arrocho salarial
e nos programas sociais. Milhões de pessoas vão voltar a sentir fome, o que é
ainda um grau abaixo à pobreza, para os que estão sendo jogados de volta na miséria.
Milhares vão ser despejadas com o encarecimento das prestações do Minha Casa
Minha Vida ( + ). Arrestos de bens vão acontecer para muitos que além de endividados
também estão sendo demitidos ou tendo salários diminuído. A tragédia na saúde e
na educação vai aumentar e jogar gasolina nos protestos com ocupação já em
curso pelos secundaristas.
A conjuntura aponta para uma situação bem mais explosiva do
que foi o pré-20 de junho de 2013. Desde o final de 2014, há um crescente de
manifestações defensivas contra a direita golpista de forma inédita no país,
que vai muito além da política traiçoeira da Frente Brasil Popular. Essa ebulição
se potencia com a entrada em cena de quase todos aqueles que estão ou serão
golpeados em seus direitos por Temer e cia, como vem ocorrendo com a luta das
mulheres e dos trabalhadores da cultura. Há um descontentamento cada vez mais
ativo.
Para impor as políticas encomendadas por aqueles que
patrocinaram e orientaram o golpe, o governo precisa reprimir porque liquidou
com os meios para cooptar, nem meios econômicos nem políticos, não tem
organizações de massas como a CUT e MST para desorganizar a luta, e, ao mesmo
tempo realiza o ajuste neoliberal que Dilma apenas prometeu e iniciou. Para
justificar a repressão, o governo infiltrará provocadores e ataques sob falsa
bandeira. A direita, momentaneamente acuada, também não está contente e quer
mais do que Temer que cedo ou tarde vai se valer de seus serviços, como no 20
de junho de 2013. Precisamos garantir que as manifestações sigam sendo de
esquerda e não politicamente difusas e também a integridade de todos os
lutadores sociais, militantes, sedes, etc. Se ampliarão o genocídio negro, a
prisão de ativistas e a criminalização da esquerda e das lutas sociais.
IMPERIALISMO E SEUS AGENTES MERCENÁRIOS DO GOVERNO
GOLPISTA PREPARAM GUERRA CIVIL PREVENTIVA CONTRA AS MASSAS
O governo golpista prepara o caminho da repressão para conseguir
a estabilização política necessária ao programa golpista. Por um lado, com o Ministro
da (in) Justiça Alexandre de Morais (que ganhou experiência nos governos Kassab
e Alckmin na repressão aos trabalhadores e estudantes, na onda de incêndios em
favelas paulistas, etc.) ( + ).
Na coordenação do conjunto das ações golpistas vai haver também uma troca de time. A embaixadora dos EUA, Liliana Ayalde, especialista em golpes (Honduras, Paraguai, tentativa na
Bolívia) sai e entra o especialista em conflitos internos com know how adquirido no Afeganistão e antes na Colômbia, Peter Michael McKinley ( + ), o que aponta no mesmo sentido: o imperialismo
articula a guerra civil preventiva contra as massas, para sustentar um governo
que não consegue mover um dedo sem ser repudiado ou encontrar qualquer forma de
resistência. Tende a ser um governo de 3 ministros, o dos bancos, das
corporações e o da repressão. O resto, é resto, incluindo o próprio Temer.
TEMER NÃO PASSA DE UMA PONTE PARA O CONTROLE ABSOLUTO DO
GOVERNO DO BRASIL PELOS EUA, PASSANDO POR CIMA DO PRÓPRIO PMDB E SOB O TACÃO
DOS MONOPÓLIOS (SERRA), DOS BANQUEIROS (MEIRELLES) E DA REPRESSÃO (MORAES)
As denúncias bombásticas contra os principais dirigentes do
PMDB, inclusive os que viabilizaram o golpe na Câmara (Cunha) e no Senado
(Jucá) foram articuladas desde cima, pelos agentes judiciários do golpe
imperialista, uma espécie de Tribunal do Santo Ofício montado em Curitiba que
atende pelo nome de “Lava Jato”, ao qual estão associados na conspiração a
Procuradoria Geral da República e o STF.
Com esses instrumentos se instala uma ditadura jurídica, uma
espada de Damocles sobre o conjunto dos políticos burgueses brasileiros,
inclusive sobre o castelo de cartas que é o governo golpista. A quase
totalidade dos representantes políticos nacionais são um bando de batedorzinho
de carteiras que a qualquer hora são flagrados extorquindo o Estado. O
imperialismo sabe isso e vem usando essa situação para pôr o PMDB no seu lugar
ou até livrar-se dele e deixar o imperialismo seguir seu trabalho de tirar o
país dos BRICS e saquear o país, o que significa: apropriar-se da Petrobrás,
liquidar a previdência pública, substituir as empreiteiras nacionais por
multinacionais, impor a terceirização 100%, enxugar ao máximo os programas
sociais, ampliar a miséria social para achatar os salários e ampliar a mais
valia e a taxa de lucros, etc.
Por isso, combatemos os mitos de que o impeachment foi uma vingança
de Cunha ou que foi para frear a “Lava jato” ( + ).
Esse é o primeiro dado da conjuntura, trata do presente e do
futuro imediato. Mais mediatamente precisamos de uma palavra de ordem que
possua independência de classe e não engane as massas para uma saída que pode
ser pior para a organização política de nossa luta contra esse ataque
imperialista, a saber: a volta de Dilma ou do PT ao governo para cumprir o
programa dos golpistas a partir de um acordo podre realizado pela instabilidade
de Temer, como propõe a Folha de São Paulo, uma frente crescente de
parlamentares e da própria classe dominante, seguidos pela REDE, PSTU e setores
do PSOL.
Por isso, defendemos a unificação das lutas contra o governo
golpista de Temer, a construção de comitês populares de mobilização e
autodefesa e por uma Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora rumo a algo
como um novo Congresso das Classes Trabalhadoras (CONCLAT, com seus respectivos Enclats regionais), que
reunifique as centrais sindicais de esquerda e os movimentos populares sob o
combate a perda de direitos.