Os peões vão à luta!
Davi Lapa, operário da construção civil
Os trabalhadores da construção civil de São Paulo realizaram uma greve por tempo indeterminado no dia 23 de maio por reajuste salarial. A greve durou três dias e conseguiu arrancar um reajuste salarial de 9,83%.
O sindicato dos patrões, Sindusconsp, havia prometido dar
uma contraproposta sobre a Convenção Coletiva de Trabalho até o dia 10 de maio,
mas não o fizeram até o dia 23, desprezaram a categoria e seu sindicato e
mantiveram a proposta de reajuste abaixo da inflação e diferenciado por faixa
salarial.
O sindicato dos trabalhadores, Sintraconsp, reivindicava a
recomposição do INPC, de 9,83%, além do reajuste de 18,99% do vale-refeição,
elevando seu valor de R$ 19 para R$ 22,60. Do nosso lado, temos o nosso tamanho como poder de
pressão sobre os patrões. Poderíamos ter arrancado muito mais do que essa inflação oficial e esse mísero reajuste no vale. Na base de
nosso sindicato somamos mais de dez mil canteiros de obras, reunindo cerca de
270 mil trabalhadores.
Os empresários da construção civil que nos últimos anos
tiveram grandes lucros, não ofereceram a princípio sequer a reposição da inflação, querem
que os trabalhadores paguem pela crise que eles criaram. Chantagearam com os números de demissões que, segundo o governo golpista, aponta para 11,1 milhões de desempregados no primeiro trimestre, podendo chegar a 14 milhões no final de 2016, parte considerável desses, são operários demitidos da construção civil.
O
que podemos esperar do presidente do sindicato é negociar a favor dos patrões
como sempre e depois dizer que os “coitadinhos” estão em crise? A peãozada
precisa superar essa direção e construir uma direção política e sindical
verdadeiramente classista e combativa.