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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

TRABALHADORES BANCÁRIOS

Por uma greve forte e unificada
com todas as categorias em luta!
Ismael Costa
No último dia 12, seguindo o script previamente traçado pelos pelegos da CONTRAF/CUT, foram realizadas assembleias em diversas bases sindicais do país. Em 85 delas, a proposta feita pelos banqueiros, a esmola de 6,1%, foi rejeitada, sendo também aprovada a deflagração da greve por tempo indeterminado a partir da próxima quinta-feira, dia 19. Em contraposição à esmola dos banqueiros, a CONTRAF/CUT apresenta o vergonhoso índice de 11,93%, sendo que as perdas nos bancos privados ultrapassam os 20% e nos estatais, os 80%.


Esse índice totalmente insuficiente de 11,93% e defendido pela direção do maior sindicato bancário do país e vinculado à CONTRAF, o Sindicato dos Bancários de São Paulo (Articulação - CUT/PT; Intersindical/PSOL e CTB/PC do B) se dá numa conjuntura em que os banqueiros, tanto privados, como estatais, estão obtendo lucros estratosféricos. O Banco do Brasil, por exemplo, obteve neste primeiro semestre, um lucro de mais de R$ 10 bilhões, o maior da história dos bancos brasileiros nos seis primeiros meses do ano, enquanto a Caixa Econômica Federal lucrou R$ 3,1 bilhões no mesmo período, 10,3%  a mais do que no ano passado. Itáu e Bradesco também aumentaram seus lucros em relação ao primeiro semestre do ano passado.

Toda essa lucratividade do capital financeiro tem sido resultado principalmente da política de expansão do crédito, ou seja, do parasitismo dos banqueiros praticado contra a classe trabalhadora e os pequenos produtores e pequenos comerciantes e através da superexploração de seus funcionários, incluindo os terceirizados (faxineiras, copeiras, vigilantes, telefonistas, estagiários, etc.), e os trabalhadores precarizados dos correspondentes bancários (Lotéricas, principalmente). Além do arrocho salarial, esta situação faz com que os bancários estejam trabalhando em ritmos de trabalho cada vez mais elevados, com quadros de funcionários cada vez menores ( em 2012 cerca de 11.000 bancários foram demitidos) e sob  constante e sistemático assédio moral, o que tem provocado o aumento das doenças do trabalho, como as DORT/LER, bem como das doenças psiquiátricas e outros problemas de saúde.

Mas não são somente os banqueiros - privados e estatais - que teremos que combater ferrenhamente nesta greve. Nossa luta também tem que se dar contra os agentes da classe patronal no movimento sindical, a burocracia que dirige a CONTRAF/CUT e o arquipelego Sindicato de S.Paulo, que são atrelados ao governo e aos patrões e que tem traído todas as nossas últimas greves, assinando acordos contrários aos interesses da nossa categoria.

Para que construamos uma forte greve que derrote os banqueiros, nós da LC propomos:

Unificação imediata com os trabalhadores grevistas dos Correios, através da formação de piquetes conjuntos e a realização de atos unificados!
Formação de piquetes de greve a partir da organização pela base nas agências e departamentos! Por um comando de greve eleito em assembleia!
Pela inclusão dos terceirizados e dos trabalhadores  precarizados dos correspondentes bancários nas nossas ações durante a greve! A LC defende a incorporação dos terceirizados dos bancos estatais, SEM concurso público!
Pelos direito de todos os bancários falarem e fazerem propostas nas assembleias! Não à presença dos “seguranças” (bate-paus) do sindicato!
Não à divisão das assembleias!  Assembleias unificadas e começando às 15hs até o final da greve! Contra a presença de fura-greves, que atuam como lacaios da direção da empresa, sabotando a luta dos grevistas!
Nenhuma punição aos trabalhadores grevistas! Não ao desconto ou compensação das horas da greve!
Uma greve vitoriosa fortalecerá não só os trabalhadores bancários, mas todo o conjunto do proletariado, na luta pela estatização do sistema financeiro sob o controle dos trabalhadores e a criação de um banco estatal único.