levar a greve até conquistas verdadeiras
Os bancários estão em greve, mas o que os motivam a luta não
é a pauta rebaixada inventada pelos burocratas da CUT. Além do arrocho
salarial, perdas acumuladas (muito mais que os 11,93% pedidos pela CUT), os
bancários não suportam mais as condições de trabalho, metas, assédio moral e o
adoecimento físico e psicológico.
O que é ruim para o bancário de um lado, é ruim para a
população trabalhadora também do outro, que além de esperar horas nas filas,
paga tarifas abusivas, juros extorsivos e sofre com a venda casada. Tudo isso
para garantir as altas taxas de lucro dos bancos!
Esse modelo não serve para os trabalhadores e isso precisa
mudar! Os movimentos iniciados pela juventude desde junho – aos quais a classe
trabalhadora necessita se incorporar e protagonizar - e que também foram
fortemente direcionados contra os bancos e contra a espoliação que eles
representam diariamente na vida da população, nos mostraram que a ação coletiva
dá resultado, e que a população quer serviços públicos de qualidade. Além da
educação, saúde, transporte, moradia, etc., a estatização do sistema financeiro sob controle dos trabalhadores deve
ser colocada em pauta e nossa greve deve cumprir um papel importante nesse
processo, trazendo o conjunto da população para o nosso lado nessa luta!
UM NOVO PROTAGONISMO
DA BASE DURANTE A GREVE
A ação independente realizada no dia 20.09 pelos
trabalhadores no prédio da Superintendência e Ag. Sé da Caixa – que trancou
completamente o prédio e impediu inclusive a entrada da superintendente – num piquete encabeçado por trabalhadores da
própria agência, por um conjunto de ativistas de base da categoria e apoiado
por estudantes e trabalhadores de outras categorias (não por
“terceirizados” contratados pelo sindicato), mostra que existe um novo setor de
trabalhadores que apontam uma alternativa que pode furar o controle da
burocracia sindical.
Essa ação independente, que teve um precedente fundamental
no piquete da Ag. Sete de Abril no dia anterior, que fechou até o
auto-atendimento e frustrou uma tentativa da repressão policial, não foi
ofuscada se quer pelo fechamento que o Sindicato promoveu na Cidade de Deus no
mesmo dia 20, pois carrega consigo algo mais profundo: a possibilidade de que
algo realmente novo possa surgir nesta greve.
Este ano tudo pode ser diferente, as manifestações nos
mostraram o caminho: não podemos aceitar que esses “dirigentes” falem em nosso
nome! Temos que seguir o exemplo dos
manifestantes e ocupar a quadra do sindicato, decidindo o rumo das assembleias
e da greve! As assembleias são o espaço máximo de decisão no movimento dos
trabalhadores!
TOMEMOS A GREVE EM NOSSAS MÃOS! Para que os bancários sejam
protagonistas da greve, precisamos estar presentes em grande número nas
assembleias e votar em propostas que fortaleçam o movimento. Compareça, chame
seus colegas, discuta, participe!
NOSSAS PROPOSTAS IMEDIATAS
- Que o sindicato
coloque seus meios materiais à serviço do fortalecimento dos piquetes! O
sindicato é dos trabalhadores bancários e não da diretoria!
- Assembleias
unificadas até a discussão do índice da FENABAN! As questões específicas do
BB e CEF não podem impedir esse setor de participar da votação do índice, que
deve acontecer em assembleia unificada!
- Assembleias às 15h
até o final da greve! Não podemos aceitar os fura-greves que vão à quadra
para cumprir ordens da empresa, sabotando a luta dos trabalhadores!
- Contra a presença
de seguranças na quadra! De quem a diretoria tem medo? Os bancários devem
ter livre acesso à palavra nas assembleias!
- Eleição de
representantes da base para a mesa de negociação! Os acordos dos últimos
anos, feitos pelas costas dos trabalhadores, são uma farsa em que os dois lados
são parte do mesmo esquema, comandado pelo PT no governo e nos sindicatos, no
interesse dos grandes banqueiros privados. Temos que ter representantes nossos,
eleitos em assembleia, com mandato revogável, na mesa de negociações!
- Não ao desconto ou compensação das horas de greve! A greve
é um direito e ninguém deve ser punido por exercê-lo. Não podemos aceitar
nenhuma proposta que ataque o nosso direito de greve seja com desconto, seja
com compensação!
AVANTE, BANCÁRIOS!
Construindo uma alternativa de oposição
Assinam este boletim: trabalhadores independentes +
coletivos de oposição “Bancários de Base”, “Uma Classe”, “Avesso” e “A.S.S.”
Entre em contato:
campanhabancarios2013@gmail.com