com todas as categorias em luta!
Ismael Costa
No último dia 12, seguindo o script previamente traçado
pelos pelegos da CONTRAF/CUT, foram realizadas assembleias em diversas bases sindicais
do país. Em 85 delas, a proposta feita pelos banqueiros, a esmola de 6,1%, foi
rejeitada, sendo também aprovada a deflagração da greve por tempo indeterminado
a partir da próxima quinta-feira, dia 19. Em contraposição à esmola dos
banqueiros, a CONTRAF/CUT apresenta o vergonhoso índice de 11,93%, sendo que as
perdas nos bancos privados ultrapassam os 20% e nos estatais, os 80%.
Esse índice totalmente insuficiente de 11,93% e defendido
pela direção do maior sindicato bancário do país e vinculado à CONTRAF, o
Sindicato dos Bancários de São Paulo (Articulação - CUT/PT; Intersindical/PSOL
e CTB/PC do B) se dá numa conjuntura em que os banqueiros, tanto privados, como
estatais, estão obtendo lucros estratosféricos. O Banco do Brasil, por exemplo,
obteve neste primeiro semestre, um lucro de mais de R$ 10 bilhões, o maior da
história dos bancos brasileiros nos seis primeiros meses do ano, enquanto a
Caixa Econômica Federal lucrou R$ 3,1 bilhões no mesmo período, 10,3% a mais do que no ano passado. Itáu e Bradesco
também aumentaram seus lucros em relação ao primeiro semestre do ano passado.
Toda essa lucratividade do capital financeiro tem sido
resultado principalmente da política de expansão do crédito, ou seja, do
parasitismo dos banqueiros praticado contra a classe trabalhadora e os pequenos
produtores e pequenos comerciantes e através da superexploração de seus
funcionários, incluindo os terceirizados (faxineiras, copeiras, vigilantes,
telefonistas, estagiários, etc.), e os trabalhadores precarizados dos
correspondentes bancários (Lotéricas, principalmente). Além do arrocho
salarial, esta situação faz com que os bancários estejam trabalhando em ritmos
de trabalho cada vez mais elevados, com quadros de funcionários cada vez
menores ( em 2012 cerca de 11.000 bancários foram demitidos) e sob constante e sistemático assédio moral, o que
tem provocado o aumento das doenças do trabalho, como as DORT/LER, bem como das
doenças psiquiátricas e outros problemas de saúde.
Mas não são somente os banqueiros - privados e estatais -
que teremos que combater ferrenhamente nesta greve. Nossa luta também tem que
se dar contra os agentes da classe patronal no movimento sindical, a burocracia
que dirige a CONTRAF/CUT e o arquipelego Sindicato de S.Paulo, que são
atrelados ao governo e aos patrões e que tem traído todas as nossas últimas
greves, assinando acordos contrários aos interesses da nossa categoria.
Para que construamos uma forte greve que derrote os
banqueiros, nós da LC propomos:
Unificação imediata com os trabalhadores grevistas dos
Correios, através da formação de piquetes conjuntos e a realização de atos
unificados!
Formação de piquetes de greve a partir da organização
pela base nas agências e departamentos! Por um comando de greve eleito em
assembleia!
Pela inclusão dos terceirizados e dos trabalhadores precarizados dos correspondentes bancários nas
nossas ações durante a greve! A LC defende a incorporação dos terceirizados dos
bancos estatais, SEM concurso público!
Pelos direito de todos os bancários falarem e fazerem
propostas nas assembleias! Não à presença dos “seguranças” (bate-paus) do
sindicato!
Não à divisão das assembleias! Assembleias unificadas e começando às 15hs
até o final da greve! Contra a presença de fura-greves, que atuam como lacaios
da direção da empresa, sabotando a luta dos grevistas!
Nenhuma punição aos trabalhadores grevistas! Não ao
desconto ou compensação das horas da greve!
Uma greve vitoriosa fortalecerá não só os trabalhadores
bancários, mas todo o conjunto do proletariado, na luta pela estatização do
sistema financeiro sob o controle dos trabalhadores e a criação de um banco
estatal único.