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domingo, 15 de dezembro de 2013

FUTEBOL

Nem guerra entre torcidas!
Nem paz entre classes!
Antonio Junior, botafoguense, trotskysta, operário metalúrgico
e definitivamente um torcedor anti-CBF e anti-FIFA
Faixa da torcida organizada Resistência Coral
O campeonato brasileiro chega ao fim com o Cruzeiro campeão e Fluminense, Vasco, Ponte Preta e Náutico rebaixados para a segunda divisão.

Uma análise mais apurada do campeonato brasileiro nos mostra que a oscilação do campeão brasileiro de 2012 e agora rebaixado Fluminense é um retrato fiel do que aconteceu com Palmeiras, Corinthians, Grêmio e Flamengo. Os acordos de co-gestão do futebol feito pelo Fluminense com a Unimed, são semelhantes aos que foram feitos entre Palmeiras e Parmalat, Corinthians e MSI, Grêmio e Flamengo com a ISL. Todos esses acordos foram prejudiciais aos clubes que na grande maioria, acabaram rebaixados (exceto o flamengo).


O Fluminense durante anos teve seu futebol dirigido pela Unimed, e hoje, após a Unimed praticamente ensaiar o fim dessa “parceria”, o Fluminense vai amargar a segunda divisão.


O Vasco da Gama já é um caso consolidado de uma “nova administração” que tenta repetir a forma velha de administrar. Roberto Dinamite, o maior ídolo da história do Vasco da Gama, repeti as mesmas formas de gerir o clube que Eurico Miranda, o problema, é que Eurico fazia parte de uma máfia que dirige o futebol brasileiro, já Roberto Dinamite, é um aprendiz, um aspirante, um infantil nessa “arte” e por isso, erra ao tentar repetir seu antecessor, sem as mesmas ferramentas que Eurico usava.

A decadêcia do futebol por sua conversão em empresas privadas ou apêndices de marcas faz com que o objetivo da torcida deixe de ser o de transferir para os times a representação das disputas reais, valor que os jogos possuem desde a Grécia antiga. Sem mais dispor do sentido lúdico genuíno e agora submetido inteiramente aos ditames do capital, a disputa entre as torcidas, deixa de ser por procuração, entre os times, e passa a ser mais direta e portanto mais violenta.

O trabalhador torcedor não encontra qualidade nem sinceridade em seu time, completamente mercantilizado, para usá-lo como objeto em que possa descarregar suas paixões e aspirações para vencer no futebol o que perde na vida real. Se o time não serve para fazer este "meio de campo" então, como se viu no jogo entre Atlético paranaense e Vasco, fica fácil converter as torcidas em massa de manobra dos cartolas. Por isso, discordamos da falsa polêmica criada para justificar a violência em campo no referido jogo, da falta de policiamento adquado, de que o Ministério Público seria o responsável por não invocar a PM para fazer segurança da partida, cuja segurança ficou na mão de uma empresa privada. Ora, a repressão estatal ou privada é repressão e os inimigos dos trabalhadores torcedores não são os outros torcedores, o inimigo comum dos trabalhadores são as grandes empresas, os cartolas e o próprio aparato repressivo privado ou estatal. Por isso lutamos pela solidariedade entre as torcidas e a manutenção da disputa acirrada dentro de campo. Assim, se aplica na situação um dos lemas do hino da internacional comunista, "Paz entre nós e guerra aos senhores!", traduzida corretamente para o terreno do futebol pela Resistência Coral, a torcida do time cearense Ferroviário Atlético Clube: "Nem guerra entre as torcidas nem paz entre as classes!".