Copa serial Killer
mata mais dois
operários
A medida que se aproxima da Copa, aumentam os ritmos de trabalho e o número de trabalhadores assassinados pela pressão dos capitalistas donos das construtoras. Mais dois trabalhadores foram assassinados pelo
ritmo alucinado das obras voltadas para a Copa. Ambos os "acidentes" ocorreram no dia 14/12/2013 no Arena da Amazônia, em Manaus, capital da Amazônia.
A primeira morte ocorreu quando Macleudo de Melo
Ferreira, cearense de 22 anos, natural de Limoeiro do Norte, funcionário contratado por uma terceirizada da construtora Andrade Gutierrez, estava colocando a
membrana de proteção da cobertura da área lateral do Arena da Amazônia. Os
trabalhadores estão submetidos à pressão intensa para trabalhar horas extras, e
sem proteção adequada e sob privação de sono, para entregar o Estádio no prazo
previsto, no próximo mês, janeiro de 2014, o acidente ocorreu de madrugada, às
4h da manhã. Nesta hora o companheiro despencou de uma altura de 40 metros em
cima de uma cadeira do estádio. O operário chegou a ser encaminhado ainda com
vida ao Pronto-Socorro 28 de agosto, na zona centro-sul da capital amazonense,
mas não resistiu aos graves ferimentos e morreu.
No início do ano, relatório do
Ministério Público do Trabalho (MPT 11ª Região) afirmou que as condições de
trabalho na arena eram precárias. A situação foi considerada grave. De acordo
com o órgão, diversas irregularidades foram encontradas durante fiscalização surpresa,
como operários sem equipamentos de proteção coletiva em locais com risco de
queda ou de projeção de materiais, aberturas no piso sem sinalização, entre
outras. Em maio deste ano, um operário morreu no local ao cair de uma altura
estimada de cinco metros após tentar passar de uma coluna para o andaime. A
morte foi ocasionada por traumatismo craniano.
No mesmo dia, no Centro de
convenções de Manaus que está sendo construído para o Mundial, o operário José
Antônio da Silva Nascimento, de 49 anos, submetido a pressão dos chefetes foi vítima de um infarto. Ele chegou a
ser atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não
resistiu. Macleudo e Antonio são a quinta e a sexta vítimas fatais noticiadas dos
acidentes ocorridos nas obras da copa. Em março, um trabalhador caiu de uma
altura de cinco metros e também morreu durante as obras do estádio em Manaus.
A empresa assassina da vez é a Andrade
Gutierrez que para entregar o Estádio em janeiro tem pressa em concluir as
obras e os operários são pressionados por engenheiros e encarregados, expondo
assim os trabalhadores a acidentes fatais. A previsão de custo inicial deste
estádio foi de R$ 515 milhões, mas embora não forneça sequer equipamento de
proteção e condições adequadas para seus escravos, além de pagar um salário
miserável, a Andrade Gutierrez cobra (até agora) como custo final a bagatela de
R$ 604 milhões pelo Arena da Amazônia.
A primeira morte nas obras da
Copa que se tem notícia aconteceu em junho do ano passado, quando um operário
de apenas 21 anos despencou de uma estrutura de 30 metros de altura durante a
construção do estádio Nacional de Brasília.
As outras duas mortes aconteceram
no mês passado após a queda de um guindaste durante as obras do Itaquerão, em São
Paulo.
Este ultimo acidente ocorreu no
dia 27 de novembro. O operador do guindaste que tombou, José Valter Joaquim,
trabalhava a 18 dias seguidos, fazendo 2 horas extras todos os dias. Não se tratam de acidentes, mas de um sistema de super-exploração que só pode resultar em mortes consecutivas dos explorados. Só a organização política dos trabalhadores para enfrentar os assassinos capitalistas, reconquistar seus sindicatos para a luta pode deter esse serial killer de operários.
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