à I Conferência da Liga Comunista
"Tudo isto demonstra que vocês estão no caminho correto pois, a tarefa da construção do partido da revolução socialista mundial torna-se mais do que nunca imprescindível e somente Ele é uma ferramenta efetiva na luta contra o imperialismo e seus governos lacaios. Embora estarmos distante do epicentro da luta de classes, os grandes centros urbanos, enviamos nossa mais sincera mensagem de apoio e solidariedade a iniciativa da Liga Comunista, fazendo nossas as últimas palavras de Trostsky, 'Estou certo da vitória da IV Internacional... continuem!'"
Saudamos aos
companheiros da Liga Comunista por sua primeira Conferência ao tempo que a
reconhecemos como uma tarefa crucial para a construção de um partido
verdadeiramente trotskista em nosso país. Sua conferencia se realiza em momento
determinante da luta de classes no Brasil e no mundo.
Fatos recentes
demonstram que a classe trabalhadora não se deixa explorar “ad eternum” e com o
ímpeto de por fim a anos de exploração é que os trabalhadores e a juventude
foram as ruas na Turquia, no Brasil e no Egito.
Na Turquia milhares
saíram às ruas, inicialmente para lutar contra uma tentativa do primeiro
ministro Recep Tayyip Erdogan de promover uma reforma urbana no Parque Gezi e a
praça Taksim. Porém estes protestos se converteram em massivas manifestações
contra o governo em razão de sua política de islamização do regime turco além
de seu apoio aos bandos terrorista armados, como a Frente Al-Nusra, aliada a da
Al-Qaeda, que desde 2011 lutam pela derrubada do regime de Bashar al Asaad na
Síria, com apoio do imperialismo ianque e seus parceiros locais e europeus.
Já no Egito, o
aniversário de um ano do governo Mohamed Mursi primeiro governo escolhido
através do voto no país, cujas eleições ocorreram depois que o movimento
espontâneo que ficou conhecido como primavera árabe pôs abaixo décadas da
ditadura Hosni Mubarak, aliado do
Estados Unidos, foi marcado pela
deposição do próprio presidente Mursi, em um golpe de estado promovido pelas
forças armadas com o claro intuito de conter a mobilização popular que pedia a
deposição do presidente e ameaçava mergulhar o país numa guerra civil.
Finalmente, no
Brasil, o pacto social estabelecido com os movimentos sociais a partir da
subida ao poder do governo de frente popular do PT em 2003 finalmente foi
quebrado quando manifestações conduzidas pelo Movimento Passe Livre em protesto
contra o aumento da tarifa de transporte urbano em São Paulo foi violentamente
reprimida pela polícia fascista do governador tucano Geraldo Alckmin. Essa repressão selvagem converteu-se em
verdadeiro “tiro pela culatra”, pois despertou o sentimento de solidariedade de
classes em um amplo setor do proletariado e da juventude, desaguando em
massivas manifestações antigoverno com uma pauta vastíssima de reivindicações.
Esses acontecimentos,
apesar de terem lugar em países de realidades sociais bastante distintas,
possuem em comum o fato de se originarem através de movimentos semiespontâneos
e serem conduzidos por uma direção horizontal, além de não possuir uma pauta de
corte proletário e um eixo claro de questionamento da ordem social vigente.
Isto denota a ausência de uma direção genuinamente revolucionária para a classe
trabalhadora ao redor do mundo o que facilita a manipulação do movimento
através de saídas burguesas, como a nomeação do presidente do Tribunal
Constitucional, Adly Mansou, como presidente interino no Egito e a criação de
um plebiscito com fins de se executar uma reforma política no Brasil.
Além desses
acontecimentos, o caso Edward Snowden e a denuncia da existência do sistema de
vigilância PRISM, expõe a intenção dos Estados Unidos de se firmarem como uma super
potência policial do mundo, estilo “Big Brother” de Orwel, espionando
indiscriminadamente todos aqueles que são suspeitos de ir contra os interesses
do império, inclusive seus aliados de rapina do velho continente e organismos
internacionais como a ONU, além de desrespeitar todas as normas de direito internacional
que versam sobre soberania ao atentar contra a vida do presidente boliviano Evo
Morales pela simples suspeita de que este estivesse transportando o ex-agente
do serviço secreto americano em seu avião presidencial.
Tudo isto demonstra
que vocês estão no caminho correto pois, a tarefa da construção do partido da
revolução socialista mundial torna-se mais do que nunca imprescindível e
somente Ele é uma ferramenta efetiva na luta contra o imperialismo e seus
governos lacaios. Embora estarmos distante do epicentro da luta de classes, os
grandes centros urbanos, enviamos nossa mais sincera mensagem de apoio e
solidariedade a iniciativa da Liga Comunista, fazendo nossas as últimas
palavras de Trostsky, “Estou certo da
vitória da IV Internacional... continuem!"
Juazeiro do Norte-CE, 02 de julho de 2013