Um passo à frente na construção de
um partido operário revolucionário
um partido operário revolucionário
No dia 13 de julho de 2013, na cidade de Jundiaí (São
Paulo), foi realizada na sede do Sindicato dos Gráficos – pioneiros do
movimento operário brasileiro – a I Conferencia da Liga Comunista. Estiveram
presentes trabalhadores da saúde, professores, metalúrgicos, bancários e
gráficos. A Conferência foi saudada pelo Socialist Fight britânico, pela TPR e
TMB argentinas. No Brasil, enviaram saudações a Conferência o PCB-RJ, NATE, LPM, EMS e simpatizantes da
LC em Juazeiro do Norte (CE), onde, em meio a onda de protestos nacionais, a população trabalhadora aprisionou o prefeito
da cidade que havia reduzido em 40% os salários dos servidores municipais. A
Conferência foi dedicada à memória de Maggie Smith companheira de luta do
Socialist Fight falecida recentemente. Realizaram uma saudação presencial à
Conferência a Tendência Militante Bolchevique argentina, agrupamento membro do
Comitê de Ligação pela IV Internacional, a diretoria do Sindicato dos Gráficos
de Jundiaí e a Refundação Comunista.
A atividade inicial da conferência, de caráter aberto, girou
em torno de uma breve exposição sobre a conjuntura mundial (crise capitalista, nova bipolaridade interburguesa entre EUA e o núcleo Russo-Chinês, "primavera árabe") para em seguida focar-se em temas centrais da luta de classes no Brasil tais
como o esgotamento do atual modelo de acumulação de capital, a onda de
protestos de junho-julho detonados pela luta contra o aumento dos transportes e
sua relação com o ascenso de greves salariais em 2012, a perspectiva da classe
trabalhadora em meio a desproletarização que atinge predominantemente o
operariado fabril diante da consolidação da crise capitalista no Brasil; a
organização do combate para frear a direita fascista em meio a construção de
uma oposição operária e revolucionária ao governo Dilma e por fim a luta pela
edificação de um partido trotskista dos
trabalhadores no Brasil.
LUTA PROLETÁRIA
Na segunda parte da Conferência os camaradas presentes realizaram um breve informe da situação política nas categorias em que atuam. A partir de então, a atividade passou a fazer uma sintonia de como a conjuntura debatida se refletirá em cada uma das categorias e quais os próximos passos para a construção de núcleos da Liga nas mesmas:
Nos bancários, prepara-se uma nova ofensiva
privatizante inclusive na Caixa Economica Federal e Banco do Brasil, tanto de
forma aberta como velada, mediante a constituição de holdings mistos, etc.,
Ofensiva esta que precisa ser combatida a partir da construção de uma nova
frente de oposições como a que se gesta por diversos setores combativos em São
Paulo e região delimitando-se do MNOB (PSTU e satélites) para construir uma
forte greve bancária pela base da categoria.
Nos metalúrgicos, as expectativas se realizam em torno das
consequências da aplicação da combinação de políticas econômicas monetaristas
contraditórias que simultaneamente desvaloriza o real, elevando o câmbio para
favorecer exportações nacionais enquanto eleva também a taxa de juros causando
recessão e quebra do setor voltado ao mercado interno. Esta combinação de
freios e contrapesos para atender aos distintos setores da burguesia e do
imperialismo pelo governo Dilma está dando mostras de que não se sustenta mais.
Bem mais cedo do que havíamos previsto no artigo “Medidas anti-crise de Dilma:
Matando a sede com água salgada” escrito há exatamente um ano, a crise se
instala provocando mais retrocesso industrial e logo se acentuarão demissões e
arrocho salarial somadas a pressão pelo recrudescimento dos ritmos de produção
nos ocupados pelo aumento do exercito de reserva dos desocupados. Tudo isto
precisa ser entendido para ser combatido nas campanhas salariais e eleições de
CIPAS no próximo semestre, bem como em fóruns da classe operária como o
Congresso dos Metalúrgicos de Campinas que se realizará nas próximas semanas.
Nos professores do município e Estado de São Paulo, foi
importante a constituição de uma oposição classista reunindo agrupamentos e
ativistas na base do Simpeem e Apeoesp, enormes categorias do município e
Estado mais populosos e ricos do país que por pouco e graças ao controle
burocrático sindical não conseguiram unificar suas massivas greves, manobra que
vem obrigando aos distintos aparatos sindicais a apelar cada vez mais ao
aparato repressivo estatal contra as próprias bases para enterrar as lutas.
Precisamos nos preparar para o próximo semestre onde ambos sindicatos terão
Congressos.
Por fim, no primeiro semestre demos um passo importante
reunindo em torno das posições da LC e contra as direções corrompidas da CUT e
CTB a ativistas de base dos trabalhadores em hospital, uma categoria que
adquire cada vez mais experiência de luta contra a privatização e terceirização
dos complexos hospitalares estaduais paulistas.
PARTIDO, PROGRAMA E IMPRENSA
Na discussão partidária a Conferência discutiu os avanços, erros e limites da construção da LC até o momento ainda como grupo de propaganda que apenas iniciou sua estruturação na classe trabalhadora bem como na reconstrução da IV Internacional, o Partido Mundial da Revolução Socialista, impulsionando o CLQI com os camaradas da TMB argentina e do SF britânico. Através do CLQI a Liga manifestou audaciosas posições políticas em defesa de nações oprimidas (Líbia, Síria, Mali, e Argentina – retrospectivamente em relação a Guerra nas Ilhas Malvinas quando através do CLQI pela primeira vez na história do trotskismo organizações principistas da Argentina e da Grã-Bretanha defendem conjuntamente a derrota do imperialismo britânico), Estados operários (Coréia do Norte e Cuba), contra golpes de Estado (Paraguai) em meio a importantes documentos como o “A FUA é a tática, A Revolução Permanente é a estratégia atual diante das guerras imperialistas no mundo semi-colonial”. Reivindicando e atualizando o debate iniciado no nascimento de nossa Liga acerca da ruptura com o conjunto do círculo viciado do pseudo-trotskismo completamente divorciado do proletariado para a disputa efetiva do proletariado em seus distintos graus de maturidade de consciência.
Na discussão partidária a Conferência discutiu os avanços, erros e limites da construção da LC até o momento ainda como grupo de propaganda que apenas iniciou sua estruturação na classe trabalhadora bem como na reconstrução da IV Internacional, o Partido Mundial da Revolução Socialista, impulsionando o CLQI com os camaradas da TMB argentina e do SF britânico. Através do CLQI a Liga manifestou audaciosas posições políticas em defesa de nações oprimidas (Líbia, Síria, Mali, e Argentina – retrospectivamente em relação a Guerra nas Ilhas Malvinas quando através do CLQI pela primeira vez na história do trotskismo organizações principistas da Argentina e da Grã-Bretanha defendem conjuntamente a derrota do imperialismo britânico), Estados operários (Coréia do Norte e Cuba), contra golpes de Estado (Paraguai) em meio a importantes documentos como o “A FUA é a tática, A Revolução Permanente é a estratégia atual diante das guerras imperialistas no mundo semi-colonial”. Reivindicando e atualizando o debate iniciado no nascimento de nossa Liga acerca da ruptura com o conjunto do círculo viciado do pseudo-trotskismo completamente divorciado do proletariado para a disputa efetiva do proletariado em seus distintos graus de maturidade de consciência.
Acerca do programa de nossa organização, o patrimônio do qual nossa
organização mais se orgulha, foram também neste terreno assentadas as bases
para um salto qualitativo no próximo período a partir da defesa da vigência do
método marxista, materialista e dialético, contido no Manifesto Comunista, nos
quatro primeiros congressos da Internacional Comunista e no Programa de
Transição da IV Internacional.
A Conferência estabeleceu como meta realizar uma síntese
programática no aspecto partidário, na concepção de Estado, caracterização da
relação entre estrutura e superestrutura no desenvolvimento da luta de classes
do Brasil, frente única, internacionalismo, defensismo revolucionário, luta
sindical, etc. e todo um conjunto de conceitos e elaborações desenvolvidas desde
2010 pela Liga (muitas vezes em conjunto com os camaradas da TMB a partir de
2012) os quais reivindicamos.
Apesar das nossas modestas forças, a conferência refletiu o
aumento ainda que molecular de nossa atividade militante em locais de trabalho
de categorias vitais. Ficou definido que um passo fundamental para a
consolidação deste trabalho, inclusive como antídoto às pressões do sindicalismo que muito
tencionam a militância para desviar toda construção orgânica nos locais de trabalho em direção as demandas imediatas, reside
na formação teórico-programática coletiva e permanente da militância. Também,
como reflexo deste crescimento molecular se encontra nossa imprensa, que
precisa acompanhar e alavancar o desenvolvimento da LC ganhando melhor
regularidade e difusão por meio dos boletins de agitação (Folha do Trabalhador
e panfletos específicos) bem como de nosso órgão de propaganda (O Bolchevique).
Em até 90 dias, por decisão dos participantes da
Conferência, será publicada uma cartilha com a Plataforma programática da Liga
Comunista contendo o conjunto de elaborações conceituais que nortearam a
política da organização nestes quase três anos de existência bem como as perspectivas e
linhas gerais de construção do agrupamento no próximo período. Por fim, foram
apontadas as datas para a II Conferência da LC em 2014 e do I Congresso da
organização em 2015.