à luta dos trabalhadores da Mabe!
O
patrão pode ir embora, mas as máquinas ficam. Vamos ocupar a fábrica e garantir
a produção e nosso sustento!
por A.J.
Os
trabalhadores da Mabe de Campinas e Hortolândia foram surpreendidos no início
do mês de maio por um “pedido de recuperação judicial”. Vários trabalhadores da
planta de Campinas e Hortolândia foram convidados a tirar férias. Após essas
férias, ficaram com licença remunerada. E enquanto isso, a direção da Mabe
fechava as portas de sua planta na cidade de Itu (SP). Lá os trabalhadores
tiveram que aceitar o pagamento de suas verbas rescisórias em doze vezes. Isso
mesmo, 12 suaves prestações.
Em
Campinas e Hortolândia, sob ameaça de acontecer a mesma coisa que em Itu,
os trabalhadores e o Sindicato da categoria fizeram uma assembleia no último
dia 5 de maio e começaram a mobilização para um piquete na porta das duas
unidades. Sorrateiramente, a direção da Mabe tentou retirar o maquinário para
levar para uma de suas unidades na Argentina.
Segundo
a direção da empresa, fala-se em mais de mil (1.000) demissões – 600 na planta
de Campinas e 400 na planta de Hortolândia.
Todos
os sites e revistas de análise econômica da burguesia (Exame, DCI, Valor
Econômico, Globo Economia, Uol Economia e Veja) afirmam que a empresa está com
problemas de liquidez e para isso, necessita fazer uma reestruturação em suas
plantas.
Quando
a classe operária ouvir falar em reestruturação produtiva ou coisa parecida,
deve traduzir logo isso para demissões e aumento do ritmo de trabalho e
de exploração.
A
Mabe não tem problemas de liquidez ou qualquer outro problema financeiro. Isso
é praticamente impossível após o governo do PT (Lula e Dilma) praticamente
abrir mão dos impostos para toda a linha branca e também aumentar o crédito de
endividamento não só dos trabalhares (para que comprem mais) como das empresas
(para que possam aumentar sua produção). Ou seja, a Mabe já comeu o filé, e
agora quer jogar o osso para os trabalhadores (demissões etc...).
Os
trabalhadores da Mabe não podem aceitar isso e o sindicato, ligado à
Intersindical/ASS, não pode se contentar apenas em acampar no portão da empresa
e reivindicar o pagamento das indenizações. Nem fechamento da fábrica e nem
negociação sobre demissões. Precisamos ocupar a fábrica e garantir a produção tendo como meta a luta pela estatização da Mabe sob o controle de seus próprios operários.