avança para o xeque-mate
O juíz do Golpe de Estado (Sérgio Moro) e o dono da Globo (João Roberto Marinho) |
Retrospecto do Golpe:
A mudança da política e da economia global após a crise de
2008 permitiu o fortalecimento político dos BRICS. Abriu-se uma Nova Guerra
Fria, desta vez inter-capitalista, entre o Imperialismo e o Bloco Russo-Chinês.
O Brasil é o membro dos BRICS no continente americano, historicamente quintal dos EUA. A América Latina foi vítima de golpes de Estado em cadeia, durante a primeira guerra fria, quando os EUA acreditaram que o Brasil poderia se tornar uma nova China, logo após a revolução cubana, podendo arrastar os demais países vizinhos.
O Brasil é o membro dos BRICS no continente americano, historicamente quintal dos EUA. A América Latina foi vítima de golpes de Estado em cadeia, durante a primeira guerra fria, quando os EUA acreditaram que o Brasil poderia se tornar uma nova China, logo após a revolução cubana, podendo arrastar os demais países vizinhos.
Essa conjuntura internacional propicia uma fase marcadas
pela disputa encarniçada entre os dois blocos enfrentados pelo alinhamento dos
governos de várias nações do globo. Esta luta política amadureceu e deu lugar a
golpes de Estado, governos fascistas ou guerras civis sangrentas em Honduras,
Paraguai, Egito, Líbia, Tailândia, Síria e Ucrânia.
Sob a pressão e o patrocínio explicito do imperialismo, sua
sabotagem financeira e seu aparato midiático, as alas direitas das burguesias
na Argentina, Venezuela e Bolívia impuseram derrotas eleitorais aos governos
nacionalistas nos últimos três meses.
Essa é a situação internacional na qual se insere a atual
crise política e econômica brasileira. Uma das principais causas para uma
animação inédita da atividade conspirativa da direita no país e da crise
política que vem potenciando a crise econômica deve ser buscada fora do Brasil,
na nova guerra fria. A partir das eleições de 2014, quando um estranho acidente
aéreo assassinou Eduardo Campos e aumentou as chances da direita ganhar as
eleições, já indicávamos que um golpe estava em curso.
Durante todo o ano de 2015, o que vimos foram manifestações
da classe média mobilizada pela Rede Globo, PSDB e grupos de extrema-direita,
para pintar o golpe como popular ou “exigência das ruas”.
Em todas estas ocasiões houve reação dos movimentos sociais
populares e proletários contra todas as manobras golpistas.
Como não conseguiram derrubar o governo recém-eleito, em
2015, a direita golpista passou a atacar não só o governo Dilma, promoveu
também uma campanha de linchamento do ex-presidente Lula. As investigações da
PF e do Juiz Sérgio Mouro miraram em Lula como o troféu final da “Lava-Jato”.
Fins de Dezembro de 2015: as manifestações golpistas haviam
minguado em tamanho. Ao mesmo tempo, os atos chamados contra a perseguição macarthista
e o golpe judicial-midiático inflaram em tamanho. Pela primeira vez superaram
as manifestações da direita, conseguindo até no STF barrar manobras jurídicas
de Cunha em favor do Impeachment na Câmara dos Deputados.
Naquele momento, muitos militantes do PT erroneamente e
estupidamente já agitavam que não haveria mais golpe, e se desarmaram.
Nós da FCT em dezembro já alertamos que depois do carnaval,
no mês do de Março, mês da convocação da próxima manifestação golpistas, a
direita apostaria todas as fichas com uma nova operação midiática para caçar
Lala e derrubar Dilma, possivelmente apoiada por alguma delação do Delcídio do
Amaral, ex-líder do governo no Senado, , um dos parlamentares mais importante
do partido.
Só a mobilização popular pode derrotar o Golpe
A Polícia Federal, em conluio com o Juiz Sérgio Mouro, com a
cobertura midiática da Rede Globo, sequestrou o ex-presidente Lula, na nova e
mais espetaculosa fase da operação “Lava Jato” precedida por uma ofensiva de
peso:
1) a prisão do “ministro da propaganda” dos governos do PT, o marqueteiro João Santana;
2) o vazamento midiático do conteúdo claramente encomendado da delação premiada do Delcídio Amaral. Este ato do espetáculo foi comemorado efusivamente pelo imperialismo e especuladores internacionais. A bolsa disparou 5,12%, realizando a maior alta diária desde 2009;
Foi então que a frente golpista avaliou que a situação estava madura para uma medida mais ousada. Desde o último sábado, o blog “ocafezinho.com” havia cogitado que essa nova fase da operação poderia ocorrer, que já havia sido autorizada em fevereiro por Sergio Moro e, antes da operação ser de fato executada a mesma foi vazada à Rede Globo com bastante antecedência, e assim armar o circo.
3) A saída de José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça, no início
dessa fatídica semana, provavelmente foi por pura covardia em impedir a operação
de acontecer e para não se queimar com o próprio PT quando a operação viesse a
ser executada.
Então, no dia seguinte ocorre a “intimação coercitiva” para
dar um salto de qualidade no linchamento midiático do principal dirigente do PT
e ensaiar a prisão futura do mesmo. Em alguns lugares ocorrem enfrentamentos da
direita com a esquerda. Manifestações em germe da futura guerra civil. Nesse
dia 04, a esquerda se impôs nas ruas e o sequestro político não consuma a
prisão de Lula.
A perseguição a Lula não é pelo que ele tem de comum com os
governantes anteriores e com a burguesia, mas exatamente pelo que ele não tem
de comum e no quê o proletariado se identifica ainda que erroneamente com ele.
Se podem fazer tamanha arbitrariedade política contra um
ex-presidente, imagine quantos “Amarildos” mais vão aparecer após um golpe de
Estado. O ódio de classe e a guerra civil que vem sendo patrocinados pela direita golpistas precisam encontrar um firme "NÃO PASSARÃO!" das massas exploradas no Brasil.
Apesar de todas as divergências com Lula, o PT, Dilma e sua
famigerada política de colaboração de classes e traição aos trabalhadores que
neles confiaram, acreditamos que esse espetáculo deve merecer o amplo repúdio
das massas. Já agora, antes que um golpe de estado se consuma, o proletariado já
é a principal vítima do recrudescimento do regime político e da capitulação de
Dilma as pressões da direita golpista, através da redução da maioridade penal,
da aprovação da lei antiterrorista, da entrega do pré-sal, da ampliação da
terceirização, da reforma da previdência, ... Tudo isso precisa ser varrido pelas massas mobilizadas e com seus métodos de luta, assim como a direita das ruas.
A experiência de dezembro passado demonstra que é necessário
aproveitar-se das divergências no interior da frente golpista antes que a
maioria de seus componentes acordem uma tática comum para o desfecho do golpe,
mas sobretudo apostar na mobilização popular contra a ofensiva golpista, como
feito no dia 16/12.
Está claro que a situação exige uma mobilização das massas
para derrotar o golpe. Mas, as organizações de massas controladas pelo PT e PCdoB
se contentam em apontar uma manifestação nacional em Brasília mais de 15 dias
depois do 13 de março, dia nacional de manifestação marcado pela direta, o que
é um erro crasso.
Por isso é preciso convocar os trabalhadores de todas as
categorias para um contra-ato do dia 13 contra a classe média fascista e
macartista e a burguesia que as manipula em favor do imperialismo. Devemos
tomar as ruas e enxotar a direita deste espaço político que é dos movimentos
sociais. Devemos nos preparar para o
momento final da empreitada golpista, onde finalmente haverá a ruptura da ordem
democrática burguesa.