Derrotar
o Golpe nas ruas!
Por uma paralisação nacional contra o impeachment, com ocupação dos locais de trabalho, estudo e moradia na cidade e no campoPanfleto da Frente Comunista dos Trabalhadores para o 16/12/2015, dia nacional de luta contra o golpe do impeachment
GOLPISTAS
ADEREM AO “FORA CUNHA!” PARA “MORALIZAR” O GOLPE
Pelo menos em uma questão a
maioria das forças golpistas oposição burguesa, a embaixada dos EUA, Globo,
Folha, PSDB, DEM,... chegou a um entendimento: para o impeachment parecer
legítimo, precisam livrar-se primeiro do mafioso corrupto que preside o
processo hoje, Eduardo Cunha (PMDB). Acreditam que é preciso moralizar o Golpe
de Estado. As manifestações de rua da direita se tornaram cada vez menores do
início do ano para cá. A classe média reacionária, embora esteja cada vez mais
raivosa contra o PT, o governo Dilma, a esquerda em geral e a população pobre e
trabalhadora, não se sente confortável no papel de idiota, combatendo a
corrupção liderada pelo mega-corrupto Cunha. Assim, a frente golpista se
prepara para voltar com toda força em 2016, capitaneada por um canalha menos
queimado politicamente.
O
PIOR JÁ PASSOU?
Mas é um terrível erro da esquerda hoje, principalmente dos
partidos que dirigem as organizações de massa (PT e do PCdoB), acreditar que
porque o impasse continua dentro da frente golpista entre as diversas frações
do PMDB (Temer, Cunha, Calheiros) e também dentro do PSDB (Alckmin, Aécio) e
porque as manifestações da direita se arrefeceram, a ameaça de golpe foi
afastada. Desgraçadamente, PT e PCdoB acreditam que podem suspender o processo
golpista com mais concessões e negociações com a direita burguesa, com o
Judiciário e no próprio Congresso, onde a oposição golpista chega cada vez mais
perto de obter os 2/3 necessários para aprovar o impeachment de Dilma.
O
QUE QUEREM OS GOLPISTAS
A oposição burguesa são mercenários dos EUA que
desejam recolonizar o país, eliminar todos os direitos históricos da população
trabalhadora, terceirizar e privatizar tudo que for lucrativo, como a
Petrobrás, irrestritamente, reduzir drasticamente os salários sob a chantagem
do desemprego e reprimir barbaramente todas as greves e manifestações de
resistência, lançando mão da “lei antiterrorista”, uma exigência do
imperialismo, que o PT ajudou a aprovar. Ao final, a derrubada de Dilma pela
direita resultará em uma derrota muito maior para a classe trabalhadora do que
para Dilma e para o PT. Além disto, pretendem eliminar as chances da esquerda
voltar a ocupar o governo nacional por longas décadas.
A
DISPUTA É MUNDIAL, IMPERIALISMO X BRICS
Por trás dos fatos e personagens
nacionais, o Golpe de Estado que está em andamento há mais de um ano no Brasil
é uma expressão da disputa mundial pelo controle do governo do Brasil na atual
Guerra Fria intercapitalista. De um lado está o imperialismo dos EUA, a OTAN e
o Japão. De outro lado, estão a China, a Rússia, os governos bolivarianos e o
Irã. O conflito já tem duas guerras civis abertas, na Ucrânia e na Síria e já
ocasionou várias “mudanças de regime” ou Golpes de Estado (Honduras, Equador,
Líbia, Paraguai, Egito, Tailândia, Ucrânia, Guatemala, Romênia). Como a disputa
é mundial, é inócuo acreditar que capitular as pressões da direita por uma
política econômica neoliberal, como vem fazendo Dilma, vá salvar seu mandato.
As derrotas sofridas neste ano pela esquerda nacional-populista para os agentes
do imperialismo, nas eleições presidenciais na Argentina e nas eleições
parlamentares na Venezuela, respectivamente, são um dos elementos fundamentais
da pressão imperialista internacional sobre a conjuntura brasileira em favor da
direita e do impeachment. Putin, a China os Brics, não representam os
interesses dos trabalhadores mas devemos aproveitar toda divisão da classe
burguesa para impor derrotas ao imperialismo.
O
GOLPE TRIUNFARÁ SE MANTIDA A ATUAL TÁTICA COVARDE
E BURGUESA DO PT, DE ADAPTAÇÃO PASSIVA,
Priorizando a conciliação burguesa sobre as organizações de
massas (CUT, MST, sindicatos) que apenas apoiam criticamente a política
neoliberal, realizam manifestações despretensiosas que não estão à altura do
combate a ser realizado contra o Golpe iminente. Se colocarmos nas ruas quase a
mesma quantidade de manifestantes da direita, a mídia burguesa continuará
cumprindo seu papel de justificar o Golpe que é o povo que está querendo o
“Fora Dilma!”. Mas ela não conseguirá ocultar uma paralisação nacional nas
principais categorias, sindicatos e movimentos dirigidos pela CUT, MST, UNE,
MTST,... Se fizermos greve na Petrobrás, nos Correios, indústrias metalúrgicas,
bancos, aí sim realizaremos uma luta eficaz para esmagar o Golpe de Estado e
varrer a direita reacionária das ruas. Mas a pergunta é: podem os milhares de
sindicatos da CUT contar com suas bases para fazer uma greve política contra o
Golpe de Estado parlamentar? Depois de anos fazendo colaboração de classes, a
CUT não está demasiadamente desmoralizada para isso?
MOBILIZAR
AS MASSAS PARA DEFENDEREM SEUS INTERESSES
OU DEFENDER O GOVERNO DILMA E A
DEMOCRACIA DOS RICOS?
É preciso
mobilizar os trabalhadores para lutarem por si, por sua classe e não em defesa
de um governo ou de um partido que os traíram e em quem não confiam mais ou da
democracia dos ricos que não os representa e nunca os representou.
O
ABORTO DO GOLPE NA VENEZUELA (2002)
Depois que a população pobre na Venezuela
entrou em cena e abortou o Golpe contra Chavez em 2002, Chavez foi obrigado a
dar um giro à esquerda. Em favor de Dilma está o fato de seu partido dirigir as
principais organizações de massas do país, o que Chavez não dispunha naquela
época. Abortando o golpe, os trabalhadores se sentirão fortalecidos, ganharão
tempo de organização para derrotar o conjunto da política neoliberal de ajuste
e lutar por um governo próprio.
A OPOSIÇÃO PEQUENO-BURGUESA
PSTU, PCB, correntes do PSOL e satélites desta
constelação como MES/PSOL, CST/PSOL, EM (IMT) MRT-LER, PCB, MNN, LBI colapsou
programaticamente diante dessa disputa crucial para o destino da classe
trabalhadora brasileira, segue uma linha de sectarismo funcional ao golpismo da
direita pró-imperialista, a mesma linha que a maioria destes grupos teve quando
apoiou a oposição mercenária pró-imperialista “revolucionária” e “rebelde” na
Líbia, Síria e Ucrânia. Esta esquerda pequeno burguesa divide-se entre os que
defendem abertamente o “Fora Dilma!” e à interrupção do seu mandato com
“eleições Gerais”, que não por acaso é na mesma linha da oposição de direita,
de Aécio (PSDB), E. Cunha (PMDB) e Paulinho da central sindical aliada dos
patrões, a “Força Sindical”, e os que se opõem a lutar contra o impeachement,
advogando um suposto terceiro campo ideal quando o Golpe de Estado é real.
Aqueles que não sabem combater a direita, o fascismo e o imperialismo são
completamente alheios aos trabalhadores, não se importam com o destino de nossa
classe.
DERROTAR O IMPEACHMENT, ORQUESTRADO PELOS PIORES
INIMIGOS DA POPULAÇÃO TRABALHADORA,
Derrotar
o impeachment, orquestrado pelos piores inimigos da população trabalhadora, o
grande capital e pelo imperialismo, que imediatamente tem como alvo Dilma e o
PT, mas que farão como vítima principal a população trabalhadora, é a tática
que favorece a nossa luta em defesa das nossas conquistas trabalhistas e
sociais e também em defesa dos interesses históricos de nossa classe, é a
tática que favorece o combate por um partido revolucionário dos trabalhadores,
por um verdadeiro governo dos trabalhadores, conquistado através da revolução
social, pelo socialismo!