O setor mais jovem da classe trabalhadora mostra o
caminho da luta e da vitória!
Estudantes secundaristas, vítimas da destruição do
ensino, do terror policial, do genocídio negro, da redução da maioridade penal,
impõe derrota ao governador tucano. É preciso não baixar a guarda e seguir a
luta pela revogação completa do ataque
Davi Lapa, operário da construção civil e militante da
FCT
No dia 09/12, os estudantes secundaristas de São Paulo
voltaram a fechar a Av. Paulista e a Rua da Consolação para comemorar o recuo
de Alckmin, dizer que não aceiravam apenas a suspensão da “reorganização” mas
sua revogação definitiva.
Os jovens lutadores vitoriosos também reivindicavam a
punição dos PMs que os agrediram. Estavam presentes também professores, pais, funcionários
e o conjunto da comunidade escolar e apoiadores desta luta contra o fechamento
de escolas estaduais públicas e demissões decorrentes deste ataque a educação. Ainda que parcial e
ameaçada pelas tentativas futuras de Alckmin de voltar a atacar a educação e a
juventude, trata-se da maior vitória contra o governo tucano da população
trabalhadora desde muitas décadas. Por sugestão de uma conversa de agora com o Antonio, acrescentei isso ao texto: Não foram os velhos pelegos da Articulação/PT que dirigem a poderosa Apeoesp, nem os do PSTU e CST que dirigem o importantíssimo sindicato dos metroviários de São Paulo, mas os jovens secundaristas com métodos de luta combativos quem derrotaram o ditadorzinho Alckmin.
Dentre os partidos, agrupamentos e organizações
estavam o PT, PCdoB, EM, POR, Black Blocs, anarquistas e a Frente Comunista dos
Trabalhadores. A FCT estava presente com sua militância operária e trotskista,
publicitando seu mais recente jornal, o Folha do Trabalhador 25, que possui um
texto específico sobre essa luta, que reproduzimos abaixo.
Esta luta de ocupação foi um importante exemplo para
todo a luta de classes do país, contra o ajuste fiscal, os ataques a educação,
as demissões e da necessidade da ação direta contra a direita golpista. Imediatamente, esta luta fez germinar um movimento semelhante de ocupação de escolas públicas contra a privatização das mesmas em Goiânia. A juventude a todo momento entoou plavras
de ordem convocando os trabalhadores a luta e usou consignas típicas da luta
dos trabalhadores como o “Fora Alckmin!” e pelo “Fim da PM!”. Uma parte dos
manifestantes voltou para o MASP, na Av. Paulista e outra encerrou os protestos
na Praça da República, onde fica a secretaria da Educação, onde os estudantes
foram atacados pelos policiais.
Essa luta dos estudantes nas escolas ajuda a dar uma
oxigenada no movimento. Mostrou que é possível vencer com organização,
determinação e utilizando os métodos de luta que disputam o controle das
instituições com o Estado capitalista pelo controle popular das mesmas. Muitos
desses secundaristas poderão ser bons militantes!
Levante da juventude secundarista, filha da classe
trabalhadora, mostra caminho da resistência a ofensiva do capital e seus
governos
Artigo extraído do Folha do Trabalhador 25
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
informou no final de outubro de 2015 que 94 escolas seriam fechadas por causa
de um processo de reorganização da rede estadual. O governo de Geraldo Alckmin
(PSDB) diz que a medida tem objetivo de segmentar as escolas em três grupos
(anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio), conforme o ciclo
escolar. A estimativa é que 311 mil alunos tivessem de mudar de escola em 2016.
Segundo a Apeoesp, 1.464 escolas estaduais, em 162
municípios, serão atingidas diretamente pela “reorganização”. É preciso ficar
claro que se trata de um número enganoso, pois o fechamento de uma escola ou
sua “reestruturação” irá repercutir nas demais escolas da região, com o aumento
do número de estudantes nas classes, com alterações na vida de professores e
funcionários centenas demissões de professores e funcionários. Por trás da
suposta otimização administrativa, o que o tucanato paulista deseja é
economizar R$ 2 bilhões do orçamento da educação.
Geraldo Alckmin desejava fechar escolas, turnos ou
ciclos e transferir os alunos compulsoriamente para outras unidades escolares,
sem que os pais pudessem se posicionar diante de tais medidas. No sentido de
impedir um debate da comunidade escolar sobre golpe os professores e
funcionários foram praticamente proibidos de participarem das reuniões.
Em um movimento de dominó os estudantes secundaristas
foram ocupando uma a uma das escolas ameaçadas, chegando a mais de 150 quando
fechávamos esta edição do FdT. A justiça burguesa foi obrigada a suspender a
ordem de retirada dos alunos das escolas ocupadas contra a “reorganização".
Os secundaristas deram um bom exemplo de gestão
escolar, preservando seus direitos e apontando a perspectiva que a educação
deve ser gerida por um governo da comunidade escolar, quem melhor a preserva do
parasitismo capitalista de Alckmin e cia. A juventude secundarista das escolas
públicas, filha da classe trabalhadora, uma das principais vítimas da ofensiva
reacionária da direita, redução da maioridade penal, extermínio da juventude
negra, etc. apontou, com seu levante, o caminho da resistência para todos os
explorados da juventude, Somente a mobilização de pais, alunos e profissionais
da educação (professores e funcionários do quadro de apoio) ocupando todas as
escolas poderá impedir esse furioso ataque do governador contra a educação
pública, virar a mesa e avançar na luta em defesa do ensino público e gratuito.
As fotos desta página, batidas pelo camarada B. foram da manifestação do dia 09/12 na Avenida Paulista.