TRADUTOR

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

TURQUIA SEMI-FASCIMO E GUERRA CIVIL

Organizar a luta para demolir o truculento
regime apoiado no esquema de corrupção burguês!


Publicamos abaixo artigo dos camaradas do Dördüncü Blok (Bloco da IV Internacional), composto por jovens trabalhadores curdos e turcos. O DB é uma organização trotskista da Turquia, que relata com toda agudez o agravamento da situação política em seu pais, nação historicamente estratégica em todos os conflitos envolvendo o velho mundo (Europa, África, Ásia-OrienteMédio). Não poderia ser diferente na atual guerra fria, onde o governo de Erdoğan e seu partido, o AKP, realiza uma verdadeira guerra civil preventiva contra a população trabalhadora turca e, sobretudo seu setor mais precarizado, o povo oprimido curdo, para cumprir o papel que a OTAN lhe incube. O aparato estatal vem realizando atentados terroristas contra a própria população, com a ajuda do Estado Islâmico, a quem o governo diz combater. O aquecimento do conflito mundial também vem fazendo com que o governo Erdogan dê um giro qualitativo à direita adquirindo características semifascistas.

Logo, o enganoso "Processo de Solução" (para os capitalistas representados pelo governo Erdoğan-AKP) mostrou a que veio. Após as eleições de 7 de junho, começaram ataques contra o povo curdo, impondo um chauvinismo turco violento, de agressão brutal. Simultaneamente, tem sido construída novas delegacias de polícia em todo o país, impondo uma nova legislação e medidas de segurança para suprimir a maré crescente da oposição, “processo” que mobiliza não só a força policial e o exército, mas também se apoia nas forças paramilitares, que começaram a massacrar a onda de revolta do povo curdo.

A crise econômica global do poder capitalista cria a base para tais matanças. Por um lado, a economia turca encontra-se em expansão e fustiga uma instabilidade interna com seus limites intransponíveis no campo. Por outro lado, revela que a política externa realizada por Erdoğan-AKP falhou na Syria. Isso é a realidade que prova do quão grave é a situação. Os blocos burgueses rivais e seus partidos se uniram como um só coro da camarilha burguesa, indicando quão séria é a situação em termos de classe capitalista turca.

A brutalidade generalizada e a violência realizada por tropas militares do Estado contra as guerrilhas (curdas), também são "experimentados" na população curda civil, a fim de declarar que o poder do Estado contra os cidadãos curdos desarmados é absoluto.

As forças armadas construíram um canteiro de obras em Hakkari, e lançaram os trabalhadores da construção civil no chão, com as mãos amarradas para trás, e questionando a tenacidade dos trabalhadores, de forma sarcástica e de maneira humilhante. "O que essa situação tem feito por você?" foi a pergunta. Depois dos massacres em Cizre, uma família foi obrigada a ocultar o cadáver sua pequena filha na geladeira porque as tropas armadas não permitiram a esta família sair de casa sequer para enterrá-la no cemitério.

Um jovem chamado Hacı Bilik foi ferido pelas tropas e os soldados amarraram seu corpo, gravemente ferido, na parte de trás de um veículo e arrastaram seu corpo pelas estradas. Depois de matar a guerrilheira Ekin Wan, as tropas exibiram o corpo dela totalmente nua nas ruas. Toda essa realidade brutal nos mostra o que e como é a ditadura sangrenta do poder do capital na Turquia.

Na República Turca, a sangrenta ditadura do capital é muito poderosa. Nós estávamos protestando contra tal violência, quando os gendarmes do Estado capitalista e as tropas policiais fizeram explodir corpos de pessoas desarmadas em pedaços, para evitar que os manifestantes marchassem, quando eles atacaram com gás lacrimogêneo e balas de verdade com objetivo a oposição pacífica e reprimiram os protestos em Gezi e no Primeiro de Maio, quando manifestações, foram bombardeadas em Roboski, com o assassinato de jovens universitários em Suruç, que se preparavam para viajar e reconstruir a cidade e sua vida em Kobane.

E nós sabemos quão rico o Estado é e quer certificar-se através do grande número de atentados nas montanhas e cidades curdas, que seu caixa continuará escondendo enormes somas de dinheiro desviado com o alto custo das despesas e gastos no Palácio do Erdoğan.

Agora, esta classe capitalista desprezível, descaradamente, usando máscaras pacíficas e democráticas nos convida para uma nova proposta. Na eleição, fomos submetidos a votar novamente “pelo bem do futuro do país, e no seu poder político”, na esteira dos "novos projetos" que descaradamente tentavam subornar os eleitores com promessas de "aumento salarial", com a intenção de iludir as pessoas para que não encarassem a verdade. O que mudou desde o 07 de junho? Eles não esperam que alguém venha fazer tal pergunta.

Será que ainda devemos nos deixar enganar por essa porcaria, e ainda fazer filas para votar nesses candidatos que vendem promessas ilusórias; sobre a burguesia nada se pode construir como futuro melhor para nós, a classe trabalhadora.

O remédio não está nas eleições: esse círculo vicioso tem que ser desmantelado!

O que nós precisamos é de uma nova revolta como foi a ocupação do Parque Taksim Gezi, em Istambul, em 2013, que ficou conhecida como a "Comuna de Taksim ". Mas desta vez a ação não poderá dirigir-se tão somente contra os liberais privilegiados pelo governo [que desejava demolir um parque para em seu lugar construir um Shopping], nossa revolta tem que apontar para uma luta de classes bem organizada, onde as massas devem estar cientes de suas aspirações. O que exige a construção de um partido revolucionário do proletariado que vai ser o único sujeito para aproveitar o poder do capital, para derrubar a ditadura sangrenta e para subverter o sistema burguês estabelecida.

A imposição de tal situação política está dirigida para que os trabalhadores sejam totalmente explorados nas fábricas e usinas. Massas são submetidos a concordar com as condições de vida pobres em guetos e favelas. E se tal ordem social ainda mantém a sua presença, isto não significa que o poder do capital é invencível. A razão da continuação de uma grande exploração e destruição tal é o fato de que os trabalhadores não têm uma organização revolucionária cujo objetivo final é o de quebrar o poder do capitalista. Por esta razão uma direção revolucionária tem de ser criada para destruir a sangrenta ditadura do capital.

Agora, este é o momento certo para que possamos construir o nosso próprio partido, que será a principal organização da revolução proletária.

Não vamos nos deixar enganar pelas ilusões eleitorais!
Juntemo-nos para construir um partido revolucionário!
A revolução precisa de um partido revolucionário!
As eleições não são uma solução a solução reside na revolução proletária!
A liberdade virá com a luta dos trabalhadores!
Erguer um mundo comunista!