Eleições, ofensiva imperialista e as tarefas dos
trabalhadores
Versión en Castellano - Tendencia Militante Bolchevique - Argentina, seção do Comitê de Ligação pela IV Internacional
O Kirchnerismo chegou à conclusão que seguir aprofundando suas
relações com o núcleo composto por Rússia e China poderia colocá-lo em perigo
frente as manobras do imperialismo, como ficou demonstrado na fabricação do
caso Nisman [ 1 ], na própria campanha golpista pró Estados Unidos no Brasil, o golpe
político eleitoral guatemalteco, etc.
SCIOLI: A PRÉ CAPITULAÇÃO DO KIRCHERISMO AO IMPERIALISMO
Dadas as manobras golpistas do imperialismo, a nível
nacional e internacional, o kichnerismo capitulou por antecipação, ante a
ofensiva imperialista, impulsionando a candidatura de Scioli. Na candidatura de
Scioli, o "cristinismo" (de Cristina Krichner) elegeu um
representante da ala conservadora do kichnerismo, interessado em reatar os
laços com os Estados Unidos. Assim, a candidatura de Scioli pelo kichnerismo
mostra um aprofundamento da sua linha pró-imperialista.
A oposição, decididamente mais pró EUA, só não ganhou as
eleições no primeiro turno porque dividiu-se em duas alas: a financeira - (da
coligação 'Cambiemos’, com Macri') e a ala industrial ("UNA”, com
Massa"). Permitindo um segundo turno entre o candidato do Scioli (PJ-FV) e
Macri (Cambiemos). Após o primeiro turno, toda a oposição pró-imperialista se
unificou por trás do macrismo.
Os dois candidatos burgueses em disputa são
pró-imperialistas, sendo qualquer o ganhador, é seguro que vai executar uma
política ainda mais opressiva para os trabalhadores. Os trabalhadores devem se
preparar para os ataques vêm, em última análise, como uma vitória do macrismo
reforçar a ofensiva imperialista em toda a região, convertendo a Argentina na
região de implantação da plataforma política do imperialismo. Este último
permitiria que o imperialismo pudesse enfraquecer o processo bolivariano no
Equador, Venezuela, ao mesmo tempo, fortalecer as tendências do golpe no
Brasil.
A capitulação da direção política burguesa na Argentina e no
Brasil às tendências pró-imperialistas têm uma razão estrutural. Aqui também a
existência determina a consciência, ou a superestrutura política é condicionado
pela base material econômica. A capitulação política baseia-se no esgotamento
dos ciclos nacional-populistas, dependendo da situação atual de
"arrefecimento" da demanda chinesa por matérias-primas governos. Este
último é um fator que tira espaço de manobra aos governos nacional-populistas.
O PRÓ-IMPERIALISMO DA FIT E ASCENSO DA DIREITA
Nas eleições argentinas não havia uma genuína e alternativa
independente aos candidatos burgueses para os trabalhadores. A Frente de
Izquierda de los Trabajadores, composta pelo PO, IS e PTS é apenas uma
construção eleitoreira. Estas correntes de falsos socialistas apoiaram outras
coligações eleitorais isoladas do movimento operário, como SYRIZA na Grécia,
que terminou aplicando políticas de ajuste contra os trabalhadores. Também nos
casos da Síria e da Ucrânia, os partidos da FIT se alinharam com as forças pró-imperialistas.
O FIT também não teve uma postura independente ante as marchas e manifestações
de direita pró-imperialista contra o kichnerismo, e colocou água no moinho da
próprio direita. Na verdade, são colaboradores político de "esquerda"
para a direita na Argentina.
Com sua política, a FIT não pôde cumprir suas expectativas
eleitorais, de capitalizar o descontentamento popular, o que já está levando a
uma crise dentro da FIT, como evidenciado pela crítica do própria Altamira ao
eleitoralismo do PO, desvio que também é partilhado pela direção do PTS e mais
ainda pela IS.
A LÓGICA NÃO DIALÉTICA DO OPORTUNISMO E DO SECTARISMO
Os oportunistas da esquerda pró governo se dizem vítimas da
direita e de conspirações do imperialismo e seus agentes dizer, enquanto o
Governo cede a pressão da reação contra as massas exploradas e oprimidas e,
portanto, pavimenta o caminho certo.
Ao mesmo tempo, os sectários, ignoraram ou minimizam a ação
ofensiva do imperialismo e culpam somente o centroesquerdismo burguês pelo
ascenso da direita, e, assim, colocam mais água no moinho da reação, também se
opondo à frente anti-imperialista.
Oportunistas e sectários são antidialéticos favorecem a
direita e o imperialismo, como comprova o ascenso de Macri. O voto é uma tática
política que corresponde a uma dada conjuntura. Votar em Scioli na Argentina em
2015 difere do correto chamado ao voto em Dilma no Brasil no segundo turno das
eleições em 2014, porque Scioli representa abertamente um aprofundamento das
tendências pró-imperialistas já antes das eleições. Enquanto, no caso de Dilma,
o aprofundamento das tendências pró-imperialistas foi depois das eleições. A
grosso modo, votar em Scioli seria como votar em um Levy ou um Kassab apoiado
pelo PT.
Pode-se fazer uma frente única com ações de enfrentamento,
embora um enfrentamento vascilante, com direções burguesas contra o
imperialismo, mas não é possível fazer uma frente única com a própria
capitulação antecipada ao imperialismo, como é a candidatura Scioli. É por isso
que chamamos a os trabalhadores a votarem em branco, nulo, ou abster-se e
preparar-se para um 'terceiro turno’, o das lutas do proletariado contra o
próximo governo anti-proletário, o governo burguês pró-imperialista que
vencerá.
Nota