Resolução acerca da participação
nas eleições burguesas e das candidaturas partidárias
Publicamos abaixo a primera de uma série de documentos da Liga Comunista acerca de sua posição em relação as eleições de 2014 no Brasil. Seguem três documentos que compõem as bases programáticas integrantes da Plataforma da Liga Comunista.
Karl Liebknecht, exemplo de ação parlamentar
a serviço da
revolução socialista
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A LC adota integralmente as
posições sugeridas pela TMB argentina sobre a questão eleitoral; a tática dos
bolcheviques-leninistas brasileiros e os critérios do IV Congresso da
Internacional Comunista acerca de seus candidatos nas eleições burguesas.
“Los
bolcheviques somos por principio opuestos al electoralismo eso no quiere decir
ni mucho menso que nos opongamos a tener una política electoral.”
Estimados compañeros de la LC:
Estimados compañeros de la LC:
El
compañero Humberto a tenido la amabilidad de solicitarme mi opinión sobre la
política electoral de la LC en función de eso considero expresar los siguientes
puntos:
1) Los bolcheviques somos por principio
opuestos al electoralismo eso no quiere decir ni mucho menso que nos opongamos
a tener una política electoral.
2) La diferencia entre el electoralismo y
la política electoral en que nosotros subordinamos nuestra participación electoral
– y hasta espacio parlamentarios si llegase a existir – a la iniciativa que
juegue la lucha de los trabajadores contra el capital y su Estado y somos
explícitos que esa lucha no se decide en los espacios superestructurales de la
democracia burguesa.
Bajo esa
condición principista – que se bien que la LC tiene – me pronuncio a favor de
tener una política electoral.
Las
razones de este pronunciamiento teniendo yo una inclinación decididamente
abstencionista y boicotista a las elecciones son las siguientes.
A) Una actitud abstencionista, por no decir
boicotista, si no va limitarse a ser un juego de diletantes tiene que ser
encarada en forma intransigente y debe ser en términos de agitación nada menos
que la preparación para la lucha
insurreccional, si no es así no hacemos más que jugar al radicalismo
pequeñoburgués sabiendo bien que podemos pasar por radicales sin corre riesgos
por ello.
(Entiéndase
bien que diferente es el caso en situaciones estables para la burguesía, en que
no tengamos fuerza real para presentarnos a elecciones y que no haya ninguna
propuesta electoral que consideráramos progresiva, en ese caso nos
pronunciáramos por el no voto aclarando que no es una actitud de tipo
boicotista ni abstencionista ya que eso lo reservamos para situaciones más
decisivas)
B) Considero que la LC debe pasar por la
experiencia de tener una política electoral y afrontar los riesgo que ella tiene, en especial sentir la presión de un medio burocrático y pequeñoburgués, ya
que incluso si el balance de esa experiencia en lo inmediato es negativo, mas
adelante será positivo, por el salto en la acumulación de organización y
experiencia que traiga y sobre todo porque permitirá balancear en forma más
avanzada la situación real del medio en que la LC se encuentra y el rol de la
LC en ese medio así como la verdadera naturaleza de ese medio mismo.
Saludos
fraternales León Carlos de la TMB
Ao proletariado
A tática eleitoral dos bolcheviques-leninistas
A hora política atual é a da feira eleitoralista mais
vergonhosa. Os partidos burgueses se arregimentam; os jornais, o rádio, o
clero, tudo é comprado e mobilizado pela burguesia para fazer propaganda dos
candidatos burgueses às próximas eleições e mistificar as massas trabalhadoras.
O proletariado consciente precisa tomar posição, reunir
suas forças para impedir a penetração da demagogia e da tapeação parlamentares
burguesas nos meios operários.
Infelizmente ainda nos encontramos em uma fase muito
incipiente da organização política do proletariado. A divisão do proletariado
se verifica em todos os terrenos, até mesmo no sindical. Várias organizações
políticas, embrionárias, na sua maioria, pretendem ao direito e a honra de
representarem a classe operária em seu conjunto. Mas é preciso que se diga abertamente:
esse direito e essa honra não cabem ainda a nenhum dos partidos e organizações
socialistas ou comunistas existentes.
O Partido Socialista do Brasil é ainda, no seu núcleo
inicial e dirigente, um partido de pequenos burgueses. Sua base, em geral proletária,
não pesa ainda de modo decisivo sobre sua direção. O partido esta longe também
de ser um partido de massa. Seu apego à luta puramente parlamentar e legal; sua
inapetência e inaptidão à agitação de massa direta; a heterogeneidade de classe
de seus elementos dirigentes; o passado e as posições políticas equivocadas de
muitos deles; suas tergiversações e indecisões; sua fraqueza e inconsistência
ideológica ainda muito visíveis; a atividade desigual de sua bancada na
Constituinte caracterizando-se hora pela inércia, hora pela independência de
atitude em relação a própria disciplina partidária, deixando de apoiar da
tribuna parlamentar a ação de seu partido fora do parlamento (a luta da Frente Única
Antifascista, o 1º de maio, etc, passaram sem terem sido agitadas na câmara
pelo deputado socialista; finalmente, o voto de Zoroastro de Gouveia a um dos
candidatos burgueses à República, etc., atestam o caráter ainda pequeno-burguês
de sua ideologia e de sua linha política. Sua evolução para a esquerda se bem
que tenha sido inegável, ainda não o foi bastante para transformá-lo em um
partido das largas camadas proletárias. Sua atuação na atual campanha eleitoral
e na do futuro parlamento será uma das etapas mais decisivas na cristalização
de sua verdadeira fisionomia. Partido reformista pelo seu programa, não
carrega, entretanto, com o peso dos crimes nefastos do reformismo socialista da
II Internacional devido a sua recente formação e a circunstância atenuante de
que o propósito existente, no seu seio, de filiá-lo imediatamente aquela
Internacional não foi levado por diante.
Hoje depois das cruéis e decisivas experiências do
pós-guerra, o reformismo vê cada dia o terreno fugir-lhe sob os pés. A crise crônica
em que se debate agonicamente o regime capitalista não deixa mais lugar para o
reformismo. Na etapa final da decadência capitalista, que estamos vivendo, a
burguesia imperialista não se pode mais dar ao luxo de manter e alimentar
partidos de massa com o objetivo de obter reformas para contentar a classe
operária e acalmá-la quando ela começa a manifestar o seu descontentamento e
sua revolta, acossada pela miséria, pela fome e pela infinita exploração
capitalista. A hora das reformas já passou no quadrante da história; o
capitalismo em putrefação já não tem sobras para jogar as largas massas
esfaimadas. Pelo contrário, o imperialismo se vê mesmo forçado a arrancar as
ultimas migalhas que, através de uma luta de dezenas de anos, foram obrigados a
ceder ás camadas mais organizadas da classe, por meio de socialismo reformista.
Em vez dos partidos reformistas, eles querem, armam e pagam, hoje, o partido
aberto da contrarrevolução e da reação, o fascismo. Sem poder ao menos defender
as antigas migalhas conquistadas, os bonzos amarelos vão se desmoralizando em
escala internacional. Os seus partidos, sob a pressão das massas operárias que
os constituem [...ilegível...] voltam de repente a se sacar da memória, onde
jaziam empoeiradas, pelo abandono, as velhas fórmulas marxistas e
“revolucionárias” da mocidade. É o que se vê agora na maioria dos grandes
partidos socialistas europeus que ainda restam de pé, que ainda não forram
destruídos pelo fascismo: o partido socialista francês, o espanhol, o belga, o
norueguês, e até o Labour Party, Inglês. O centrismo é a corrente ideológica
que impera hoje por toda parte.
No Brasil, a evolução do processo político chega sempre
com um atraso de muitos anos, às vezes até de uma geração. O Partido Socialista
chega à arena política num momento em que, por toda parte, o antagonismo
histórico, decisivo, entre a burguesia e o proletariado retomam sua forma
direta e intransigente da época pré-reformista, da fase clássica da socialdemocracia.
Como o horário da história não espera pelos retardatários, o PSB terá que fazer
a caminhada dos velhos partidos reformistas num ritmo infinitamente mais
acelerado afim de poder alcançar o kilómetro da atualidade política, onde se
encontram as verdadeiras forças sociais antagônicas, em posição de combate, uma
em frente da outra. O atraso histórico o obrigará, pois, a queimar todas as
etapas, se quer desempenhar um papel ativo na evolução política geral. Do
contrário, vegetará algum tempo, e depois será jogado ás areias da praia sem
ter alcançado o maior alto das grandes lutas sociais.
Ao lado do PS, mas anterior a ele, há o Partido Comunista
(estalinista) que poderia ambicionar, e ambiciona o título de partido
revolucionário do proletariado. Mas é essa uma pretensão descabida. O atual PC
não passa de uma seita de iluminados, sem ligação profunda e real com as
massas, sem perspectivas e sem uma linha política própria e definida. Depois
que a IC, abandonou o internacionalismo de Lenine enveredou pelo desvio
burocrático do socialismo num só país, sucessivas e contínuas tem sido as
derrotas do proletariado mundial (a derrota alemã de 1923, o fracasso da greve
geral inglesa e do Comitê Anglo-russo, em 1926, o esmagamento da revolução
chinesa e o episodio monstruoso do Kuomintang, em 1925-1927, e finalmente a
vergonhosa catástrofe aos pés de Hitler, em 1933).
Desde então a IC veio se transformando, pouco a pouco,
pela fatalidade dessas derrotas, numa mera agência de burocracia soviética. A
IC atualmente não tem mais nenhuma liberdade de ação, presa, que se vê, aos
interesses imediatos, momentâneos da diplomacia soviética. Subordinada, na sua
atividade, à injunções, combinações e “alianças” da política exterior da URSS
com determinados imperialismos ou blocos imperialistas (acordos e concessões
aos Estados Unidos em troca do reconhecimento, ligações e compromissos cada vez
mais estreitos com a França, negociações para a entrada na Liga das Nações etc.),
destruído o seu maior partido pelo fascismo, na Alemanha, a decadência de suas
ações tornou-se um fato consumido, agravada aqui no Brasil pela ilegalidade do
movimento e seu isolamento das massas.
A asfixia da democracia interna [...ilegível...] pela ditadura
[...ilegível ...] membros. A decadência ideológica do PCB veio se acentuando,
dia a dia, até chegar ao estado vegetativo atual, tão divorciado do marxismo,
do verdadeiro pensamento leninista quanto os narodniki, os
socialistas-revolucionários o eram da social-democracia russa de antes da
guerra. Sua ideologia presente é um misto de formulas leninistas aprendidas da
cor, mas esvaziadas de seu conteúdo vivo, de preconceitos de sectarismo
anarquista, e de uma idealização populista do campesinato no Brasil
(idealização de Lampião etc).
Ele oscila do ultrarradicalismo verbal, anarquista, ao
oportunismo menchevista mais vulgar: concita os operários a se levantarem
constantemente contra tudo e contra todos, sem a menor preparação e sem atender
às condições objetivas dominantes, e, ao mesmo tempo, exige, como se fosse isso
uma reivindicação digna de um partido revolucionário do proletariado, por
exemplo, a demissão de um qualquer Góes Monteiro do ministério de guerra;
recusa a frente única de organização para organização, [...ilegível...] etc., e
pretende basear com socialistas, comunistas-interna a luta anti-imperialista e
anti-“feudal” (?) na pequena burguesia, “no camponês pobre, médio e rico” (!):
proclama-se o partido de vanguarda do proletariado e traça como seu objetivo
político ‘a revolução democrático-burguesa’ que, segundo ele, ainda está por se
fazer no Brasil!
Pela sua linha política em zigs-zags, ele tem que ser,
pois, caracterizado como um partido centrista, embora haja em suas fileiras
militantes operários animados de verdadeiro espírito revolucionário, mas que
estão muito mais próximos do revolucionarismo anarquista dos velhos tempos do
que de um moderno revolucionário marxista, de um bolchevique, técnico
profissional da revolução proletária!
No Rio, uma outra organização política independente, com
programa mínimo mal formulado, acaba de surgir, - o Partido Socialista
Proletário, que se destina a atuar nos marcos da legalidade burguesa. Ele é por
seu programa, sua formação, seus elementos dirigentes e suas perspectivas um
partido tipicamente centrista. O seu manifesto inicial reflete todas as
tendências e correntes do movimento operário e se caracteriza menos pelo que
afirma do que pelo deixa de afirmar, ou, pelo menos, de acentuar. É constituído
pelo cruzamento de correntes do movimento operário vinda de pontos opostos.
Nele se entrecruzam uma corrente progressiva, exprimindo uma evolução à
esquerda de certas camadas operárias até então indiferentes ou só agora
despertadas para a política, e de outra corrente, regressiva, da esquerda para
a direita, formada de elementos cansados do aventureirismo e sectarismo
stalinista. Esses elementos só vêem este aspecto dos erros do P.C., passando
por cima, ou concordando, porém com o outro lado dos desvios deste, o lado do
oportunismo, do menchevismo stalinista. O que eles aspiram é apenas construir
um partido de massa, legal, bem organizado, com fortes raízes sindicais e
parlamentares, mas sem complicações demasiadas com a “Ordem Social”. É esta uma
tendência direitista muito semelhante no movimento “liquidacionista” russo, de
depois da derrota de 1905, que queria sacrificar todo o aparelho ilegal do
partido socialdemocrata, em benefício de uma atividade de massa, exclusivamente
dentro dos quadros da legalidade czarista. O P.S.P. é uma organização que ainda
não pode ser julgada em seu conjunto; brevemente, porém, o desenvolvimento
político irá colocá-lo na curva decisiva do seu destino. Só então sua
verdadeira fisionomia aparecerá com toda clareza, e ver-se-á qual das duas
correntes nele predominará.
A única organização política independente, com um
programa marxista consequente, com uma linha política bolchevista, somos nós, -
seção brasileira da Liga dos Comunistas Internacionalistas, outrora Oposição
Internacional de Esquerda. Não só no Brasil, como em todo o mundo, somos, hoje,
a única organização realmente internacionalista, tanto em seu programa como em
sua organização, existente no seio do movimento operário: a única que condensa,
no seu programa, toda a experiência das formidáveis lutas do proletariado, a
partir do nascimento da 3ª Internacional até os dias presentes; a única que
traça perspectivas claras e definidas para o desenvolvimento das próximas lutas
das massas operárias em todo o mundo.
Entretanto, nas condições atuais, nenhuma dessas
organizações pode pretender representar sozinha as vastas camadas do
proletariado do Brasil. Nós, ainda não há um ano que nos constituímos em
organização independente, que deixamos de nos considerar como fração de esquerda
do Partido Comunista oficial, para colocarmos, como nosso objetivo principal, a
criação de um novo partido revolucionário, de um partido bolchevique-leninista,
seção brasileira da 4ª Internacional. Representamos por enquanto apenas o eixo
de cristalização ideológica em torno do qual terá de se formar o novo partido
comunista. Somos ainda uma vanguarda da vanguarda, apenas constituímos os
quadros principais e mais experimentados para a formação, inadiável e urgente,
desse instrumento histórico indispensável da revolução proletária no nosso
setor de lutas.
Desse modo fracionado politicamente como se encontra o
proletariado do Brasil, cada um desses partidos terá que entrar na luta
eleitoral com enormes desvantagens em face das formidáveis máquinas políticas
que são os grandes partidos burgueses.
De qualquer forma, porém, nós bolcheviques-leninistas,
prosseguiremos na nossa marcha para a frente, sem nos determos, sem olharmos
para traz ou para os lados, erguendo bem alto a nossa bandeira, a bandeira da
4ª. Internacional.
Diante da correlação de forças ainda desfavorável a nós,
comunistas, diante da dispersão e oscilações características das tendências
socialistas pequeno-burguesas, cumpre-nos agir de modo a fazer com que esses
elementos dêm um passo à esquerda, e sigam a corrente marxista conseqüente que
é a nossa, a dos comunistas internacionalistas.
Nossa tarefa, agora, é reunir essas forças dispersas e
isoladas para, como mandava Lenine, em 1907, “dirigi-las contra os Cem-Negros e
contra os liberais, emancipando todos os partidos pequeno-burgueses e todas as
suas tendências da influência da ideologia cadete e da política dos cadetes,
determinando publicamente o grau de valor dos grupos revolucionários e
oportunistas entre os trudoviki e a confiança que neles se pode ter” . aí está
o nosso objetivo tático atual traçado pelo grande chefe proletário.
A L.C.I. propõe, portanto, ao Partido Socialista, ao
Partido Comunista, ao Partido Socialista Proletário e aos elementos proletários
com programa definido, um acordo técnico eleitoral no intuito de evitar que os
votos em segundo turno se dispersem inutilmente, com proveito dos partidos
burgueses. É preciso disciplinar o eleitorado proletário. É preciso não deixar
que os eleitores operários, na ausência ou na impossibilidade de chapas
completas de cada partido proletário, isolado, votem, em segundo turno, em
candidatos avulsos, meros caçadores de votos, sem cor política, ou mesmo em
candidatos tirados das legendas de partidos políticos da classe inimiga.
Devemos canalizar os votos em segundo turno para uma legenda comum, formada
pelos candidatos dos partidos proletários ideologicamente afins.
Uma condição de princípio estabelecemos para o acordo: o
direito de cada organização fazer a propaganda de seu programa e de sua
bandeira, com inteira liberdade e independência, sem restrições. Outra condição
para delimitar a linha divisora do acordo é a de que este só poderá ser feito
com organizações que, pelo seu programa e sua designação, se definam como uma tendência
do movimento socialista ou proletário e sejam completamente separadas doas
partidos burgueses e dos grupos confusionistas ou aventuristas, direta ou
indiretamente, ligados à situação política dominante, desde Outubro de 1930. O
acordo deverá ter um nítido e inequívoco caráter de classe com uma significação
política bem clara, capaz de refletir fielmente os diversos graus de
desenvolvimento político do proletariado no momento atual. O acordo assim
definido, tornará possível distinguir-se, amanhã, publicamente, esses
tendências não só pela sua atitude em face do parlamento, como na luta de
massas, fora da arena parlamentar, isto é, no campo primordial e decisivo da
luta da classe operária pela sua emancipação.
A burguesia reorganizou-se politicamente, a partir da
masorca de outubro de 1930. No intuito de enganar mais uma vez os
trabalhadores, os velhos partidos se pintaram de novo e se aprontam para
retomar os seus velhos postos: nesse sentido não há nenhuma diferença
fundamental entre o P.R.P. e o P.C. São vinhos da mesma pipa. Ao lado desses
velhos partidos, a burguesia criou um novo, o integralismo, ou o fascismo
crioulo. Este, a burguesia conserva-o, por enquanto, como sua última reserva;
se os velhos partidos falharem na tarefa de tapeação das massas e na de
arrastá-las a votar por eles, então a burguesia passará para a frente o bando
dos camisas verdes.
Não devemos por isso mesmo favorecer o jogo da classe
inimiga. Nosso objetivo nessa luta eleitoral será de arruinar a hegemonia
política das várias espécies de partidos “constitucionalistas” , arrancando da
órbita de atração desses grandes partidos as organizações pequeno-burguesas de
tendência socialista que tem base proletária. Cabe-nos acelerar o processo de
amadurecimento político das massas, fazer com que ele não cesse de avançar até
que o centro de gravidade se desloque definitivamente no Brasil para outro
terreno. Saia do terreno familiar da disputa entre o P.R.P. e o P.C. para o
campo aberto da luta entre as massas proletárias, em diferentes graus de
consciência política, de um lado, e os batalhões políticos da burguesia
capitalista, de outro.
Se agora, nas circunstâncias atuais, recusarmos um bloco
eleitoral com os partidos de composição proletária, embora ainda ideológica e
organizatoriamente pequenos burgueses, e nos isolarmos sectariamente, iremos
fazer o jogo dos partidos da grande burguesia: iremos concorrer para atrasar o
processo de desenvolvimento político das massas.
Que Lenine conclua por nós novamente: “E, por
conseguinte, não devemos, em caso algum, cometer a besteira que os
mencheviques, hipocritamente, nos aconselham, no seu desespero; não devemos
renunciar a um bloco revolucionário, ao apoio que a pequena burguesia pode dar
aos socialistas contra os cadetes” (isto é, os constitucionalistas).
O nosso dever de revolucionários marxistas é, pois, tudo
fazer para reunir as forças proletárias e socialistas dispersas e atirá-las
contra todas as organizações políticas da burguesia, liberais ou conservadoras,
sejam do governo ou da oposição, regionalistas ou fascistas e integralistas.
Seguindo as lições do partido bolchevista, de que somos
os autênticos continuadores no setor nacional da luta de classes, poderemos
arrematar, mais uma vez, com essas palavras de Lenine, em face de uma situação
idêntica e de idênticos problema, em janeiro de 1907, por ocasião das eleições
à segunda Duma czarista?
“E nós faremos isso” (quer dizer o bloco eleitoral com os
socialistas-revolucionários e partidos pequeno-burgueses. N. R.) “sem
sacrificar uma vírgula da nossa completa independência ideológica na nossa
propaganda de social-democratas, sem renunciar nem ao mínimo aos nossos
objetivos socialistas, sem renunciar a expó-los integralmente, sem renunciar
num segundo a denunciar todas as tergiversações e traições da
pequena-burguesia.”
Pela unidade de ação do proletariado! Contra a dispersão
das forças em proveito da burguesia e do capitalismo!
Nenhum só voto proletário nos partidos burgueses!
Contra o fascismo e sua forma ‘crioula’, o integralismo!
Pela milícia popular antifascista!
Por uma legenda comum das organizações proletárias,
socialistas e comunistas!
Pela única forma de representação legítima das massas
trabalhadoras: os Soviets!
Pela defesa revolucionária da União Soviética!
Pela revolução proletária mundial!
Pela Quarta Internacional, herdeira de Marx e Lenine!
A COMISSÃO CENTRAL DA LIGA
COMUNISTA INTERNACIONALISTA (bolcheviques-leninistas)
Luta de Classe, ano IV, nº 21, 08/1934
“REGRA INVIOLÁVEL: Pelo menos 90%
dos candidatos partidários devem ser de trabalhadores comunistas que estejam
trabalhando”
Para dar ao partido um caráter verdadeiramente proletário
e eliminar de suas fileiras aos elementos que o consideram apenas como uma
antessala para o parlamento, para as camaras de vereadores e assembleias
legislativas, etc, é indispensável estabelecer como regra inviolável que a
lista dos candidatos apresentados pelo partido nas eleições devam incluir pelo
menos 90% de trabalhadores comunistas que estejam trabalhando nas empresas,
fábricas ou nos campos e de camponeses. Só podem ser admitidos candidatos
profissionais liberais estritamente dentro de um limite pré-definido de no
máximo 10% do número total de candidatos que o partido possui ou espera possuir
a partir de seus filiados. Além disso, haverá um rigor especial na seleção dos
candidatos pertencentes às profissões liberais (verificação completa de seus
antecedentes políticos, suas relações sociais, sua lealdade e sua devoção à
causa da classe operária) controlado por meio de comitês essencialmente
proletários. Só assim os parlamentares vereadores, deputados estaduais ou
federais deixarão de ser uma casta profissional, que só mantém, na maioria dos
casos, frágeis vínculos com a classe trabalhadora e se tornarão instrumentos de
luta revolucionária das massas.”
Acerca dos Candidatos do partido,
De acordo com o IV Congresso da Internacional Comunista
http://pt.calameo.com/read/000034331c97dbfff68c2