mais uma “revolução - made in CIA”
O levante do EIIL é
mais um golpe para justificar a nova ofensiva imperialista e balcanizar o
Iraque. Por milícias
multiétnicas, sem divisões religiosas, de trabalhadores e povos oprimidos do
Oriente Médio para expulsar o imperialismo e avançar a luta por governos
Operários e Camponeses!
Declaração do COMITÊ DE LIGAÇÃO PELA IV INTERNACIONAL
(Liga Comunista/Brasil; Socialist Fight/ Grã Bretanha,
Tendência Militante Bolchevique/Argentina) e do AEWAR KHAN (grupo de companheiros que rompeu com o CIT/CWI no
Paquistão)
julho de 2014
Sempre oculto, o principal objetivo das aventuras militares
da Casa Branca, no Afeganistão e no Iraque, foi buscar superar a crise capitalista nos EUA combatendo a queda da taxa de lucro, buscando novas áreas de investimento para suas finanças domésticas e suas multinacionais, através da política de 'mudança de regime' (regime change) nas nações oprimidas, alimentando a máquina mortífera do
MIC (Complexo Militar Industrial).
[1]
Por isso, o Afeganistão foi invadido. Por isso, foi criado o
mito das armas de destruição em massa de Saddam Hussein. Mas, todo investimento
do Estado imperialista em forças destrutivas não foi suficiente para conter a
crise imperialista. Estes investimentos apenas tornaram maior a crise de
sobreacumulação de capitais, uma crise que acelerou o declínio do sistema
mundial de dominação da “Pax Americana”. Por sua vez, o imperialismo esperava
recompor seu investimento no esforço de guerra drenando os recursos do petróleo
iraquiano, do gás natural (50 bilhões de metros cúbicos de reservas
comprovadas) e da papoula afegãos (para alimentar o narcotráfico de mundial
ópio e heroína, principalmente a máfia da Calábria e do Kosovo).
A lógica dialética do “keinesianismo militar” é: mais
investimentos em forças destrutivas, mais possibilidade de pilhagem dos
recursos estratégicos, que, por sua vez, permitem sugar mais riquezas para o
MIC. Esta é a lógica do financiamento das forças destrutivas. Dentre as
promessas que fez para justificar a invasão do Iraque em 2003, o imperialismo
anunciou que ampliaria a produção de petróleo do país para 6 milhões de barris
de petróleo, por dia. Até então, a produção diária atingia os 2,5 milhões de
barris de petróleo por dia. Mas, todo retrocesso e destruição impostos pela
recolonização do país pelos EUA, para arrancar dos iraquianos o controle do
petróleo, acabou por reduzir a produção diária em 40% a menos do que no período
de Saddam Hussein.
[2] Mas em 2013, a produção de
barris chegou a marca dos 3 milhões/dia.
“Esses aumentos inflaram as
esperanças de que, afinal, começaria a reconstrução depois dos tempos de
invasão e ocupação norte-americana. Com os preços do petróleo sempre próximos
de US$ 100,ºº o barril, a renda governamental mais que dobrou, de cerca de US$
50 bilhões em 2010 para mais de US$ 100 bilhões em 2013.” Até “2011, boa parte
desta renda era revertida para comprar equipamentos militares dos EUA, que
incluíam, 18 jatos F-16, por US$ 4 bilhões.” [3]
Esta recuperação animou ao governo títere a cogitar, principalmente depois da retirada das tropas em 2011, uma relativa autonomia política em relação ao seu criador, “desviando” quantias menores da renda nacional para o parasitismo imperialista e cada vez maiores em favor do próprio enriquecimento e, em menor medida, da reconstrução do país, sobretudo das regiões xiitas.
A nova ofensiva sobre o Iraque está vinculada, mais do que
nunca, a manutenção do controle do petróleo iraquiano pelos EUA, sobretudo
agora, quando foi atingido o Pico da produção de petróleo na Terra, quando a
chamada “revolução do xisto” se comprovou uma falácia especulativa mais
poluente, e de menor lucratividade e duração, com a consolidação do bloco entre
China e Rússia, para disputa do controle dos recursos naturais, incluindo e
principalmente, os recursos energéticos, na maior massa de terra continental do
planeta, a Eurásia. Por tudo isso, e pela eventual derrota do imperialismo na
guerra da Síria, é necessário impedir que o aliado principal do bloco Eurásico
no Oriente Médio, o Irã, controle o Iraque.
Na questão dos declarados objetivos políticos e
geoestratégicos, as aventuras de Bush foram um desastre completo. Um dos
principais desastres para a política imperialista no Iraque foi o
fortalecimento da influência do Irã no país árabe, após a derrota do governo
sunita de Saddam Hussein. O corrupto, reacionário e truculento governo do
primeiro ministro xiita, Al-Malik, mudou de bloco capitalista e, como um
ditador populista, pressionado pela maioria xiita da população, aproximou-se do
principal rival dos EUA e Israel no Oriente Médio, a nação persa, também de
governo e maioria xiita. (Financial Times, Os Vínculos entre o Irã e o Iraque se fortalecem) [4]
A “missão cumprida” de Bush, jogou água no moinho
adversário. O tiro saiu pela culatra (backfire) também no Afeganistão e no Paquistão.
Após o assassinato de Bin Laden, o “missão cumprida” de Obama, os dois países asiáticos
ampliaram suas relações militares e comerciais com a China.[5]
Depois da retirada das tropas regulares dos EUA, em 2011, Maliki
expulsou de seu governo o vice-primeiro ministro e o vice-presidente, políticos
e militares da minoria sunitas, trânsfugas do governo Saddan Husseein, que
serviam aos interesses dos EUA, que representavam um contrapeso para a
influência iraniana sobre o Estado iraquiano. O vice-presidente, Tariq
al-Hashemi, acusado de comandar esquadrões da morte e prisões secretas, fugiu
com a ajuda dos EUA e refugiou-se na Turquia, membro da OTAN, que passou a
acusar Maliki de ser um ditador pior que Saddam Hussein.
Nas eleições parlamentares iraquianas de 30 de abril
passado, o partido de Maliki, a Coalizão pelo Estado de Direito, se fortaleceu
ainda mais, e Mailiki consolidou-se para um terceiro mandato contra a
orientação dos EUA, de ceder o lugar para um “governo de coalizão”.
“Os EUA já haviam pressionado
Maliki para deixar o governo. Quando as eleições favoreceram Mailiki, outros
métodos tiveram de ser introduzidas. Assim, a insurgência começou e agora é
usado como pretexto para a ‘mudança de regime’.” [6]
Os outros métodos imperialistas não são legais nem
democráticos, do ponto de vista da dominação burguesa até então convencional.
Os outros métodos já foram aplicados na Líbia, Síria, Ucrânia. Eles tem
caracterizado a gestão Obama, são os golpes de Estado, com vitrine de
“rebeliões populares”, contra governos burgueses que, principalmente depois da
crise de 2008, vem se desgarrando da órbita USA-UE e optando por aliar-se ao
núcleo Russo-Chinês.
Maliki, como Saddam Hussein, Assad, Bin Laden, Yanokovich,
Kadafi e tantos outros foram em algum momento agentes da política imperialista,
mas, quando caíram em desgraça, passaram a ser furiosamente atacados. Assim
como os ritmos do século XXI, também é curta e dinâmica a vida útil dos títeres
na atualidade.
A SUPOSTA “REBELIÃO SUNITA”, DOS MERCENÁRIOS DO EIIL
É nesta disputa, que se insere a recente suposta “insurgência
sunita no Iraque”, dirigida por um ramo dissidente da Al Qaeda, o exército
mercenário jihadista, Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS, em inglês,
mas também conhecido pelos nomes de ISIL e Dash). O EIIL foi treinado por
instrutores do Pentágono, desde 2012, na Jordânia e na Turquia, foi bem
financiado pelas burguesias da Arábia Saudita, Kuwait e Qatar. Inicialmente, o EIIL
foi orientado para derrubar o governo de Assad, na Síria. Mas, ficou claro que
sem uma intervenção massiva da aviação imperialista (como ocorreu de forma bem
sucedida na Líbia), e porque a Rússia se inseriu no conflito em favor de
Damasco, tornou-se impossível para as tropas mercenárias da CIA derrotarem o
exercito de Assad. Já contabilizando uma derrota irreversível na Síria, e
temendo perder toda influência sobre o Iraque, para o bloco de potências
capitalistas rivais, os EUA trataram de pivotear seu Frankstein jihadistas da
Síria para o próprio Iraque, em uma campanha militar relâmpago que se estende
de Alepo, na Síria, até Mossul, no Iraque, e já conquistou todo centro-oeste
mesopotâmico.
Julie Lévesque denunciou que “os EUA patrocinam o terrorismo
no Iraque e o ‘Caos Construtivo’ no Oriente Médio” [7] (19/06/2014). Na mesma linha e mesmo site, o Global Research do Canadá, Larry
Chin, afirma que o objetivo dos EUA é “Destruir o Iraque e redesenhar o mapa do
Oriente Médio” (21/6/2014):
“EIIL é o exército da inteligência
militar do império em sua guerra contra a Síria. Há provas que apontam
fortemente para uma deliberada retirada das forças de EUA e Iraque, que
permitiram que o ISIS tomasse Mosul, Tikrit, Fallujah e, sobretudo, tomasse
armas e equipamento norte-americano ‘miraculosamente’ esquecido em grandes
quantidades, para serem ‘encontrados’. O ISIS controla agora a refinaria de
petróleo de Baji ao norte de Bagdá, o que dá ao grupo fonte de combustível e
lucrativa fonte de renda.” [8]
O EIIL está prestes a tomar a refinaria de petróleo de Baiji,
a maior do país, localizada entre as cidades de Mosul e Tikrit. A escalada
golpista tem sido fácil, pelo simples fato de que grande parte do exército
iraquiano ser controlada pelos EUA, e seus tentáculos do Pentágono, Academi
(antiga BlackWaters), etc. Não foi por acaso que 50 mil soldados iraquianos
desertaram diante de uma força militar cinco vezes menor.
O exercito iraquiano em Mossul se “derreteu”, como declarou
ao Financial Times, Richard Hasss, atual presidente do Council on Foreign
Relations, entidade fundada em 1921 por David Rockfeller, parte essencial da inteligetsia imperialista desde então. E
o “derretimento” do Iraque interessa ao imperialismo, para realizar o plano já
apresentado pelo vice presidente Joe Biden, de fracionar o país em três partes:
uma região curda; outra região sunita, uma espécie de Emirados Árabes ou Qatar;
e outra xiita, ao sul, sendo esta última moeda de disputa futura com a
burguesia do Irã.
É fato, que o dirigente da “rebelião popular” ISIS não são
tão populares. Os jihadistas iniciaram sua ofensiva com métodos similares aos
utilizados pelos mercenários que trucidaram Kadafi [9] contra a população xiita e todos os funcionários públicos, executando já
cerca de mil pessoas, a maioria soldados iraquianos, e não poupando sequer os
garis (trabalhadores da limpeza), nem os presos xiitas de serem degolados. Mas,
em seus últimos comunicados, depois dos espetáculos de barbárie sangrentos e aterrorizantes,
o ISIS vem tentando livrar-se da má imagem, se dizerem pelo fim de Israel e se
apresentando como os únicos capazes de atender as demandas históricas de todos
os oprimidos da região. Este discurso pró-palestino serve para enganar
incautos.
Como parte do plano geoestratégico, que também tem tudo para
dar errado, a Casa Branca descartou a intervenção militar com tropas terrestres
para combater diretamente a “rebelião sunita”, limitando-se a deslocar 275
soldados para proteger sua mega-Embaixada em Bagdá, e 300 “conselheiros
militares” com a missão de preencher os corredores de “novos centros de
operação em Bagdá e no norte do Iraque, para partilhar inteligência e coordenar
o planejamento para dar combate à ameaça terrorista”.
Mas, o “apoio” dos EUA ao governo do Iraque está condicionado
à dissolução do próprio governo. A Casa Branca afirmou que uma intervenção
aérea dos EUA, com drones, contra o ISIS, só ocorrerá se Maliki dissolver seu
governo.
Assim como com Kadafi, Assad, Yanokovich, toda negociação
com a oposição pró-imperialista esteve pré-condicionada pela exigência da
renúncia do governante adversário do imperialismo. Também está sendo assim com
Maliki. O primeiro ministro iraquianos que antes foi apresentado como a “expressão
republicana da ocidentalização da política iraquiana”, no pós-Saddam Hussein agora
seria “o principal obstáculo do sectarismo religioso” contra a transformação do
Iraque em uma “democracia liberal”, como bem vimos nos gestos do ISIS. Assim
como na Ucrânia, onde o imperialismo precisou apelar para o fascismo, no Iraque,
a balcanização precisa apelar para a barbárie sangrenta.
A exigência da renúncia de Maliki é mais uma prova de que, o
imperialismo não está CONTRA a “rebelião sunita”, mas sim, está COM o ISIS para
balcanizar o Iraque.
Maliki declarou que não aceitaria a condição draconiana
imposta pelos antigos amos e continua a suplicar por ajuda militar dos EUA:
“Um porta-voz do primeiro-ministro
iraquiano, Nouri al-Maliki, disse que ele não vai renunciar, como condição de
ataques aéreos dos EUA contra militantes sunitas que fizeram um avanço
relâmpago em todo o país. O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Hoshyar
Zebari, fez um apelo público na televisão al-Arabiya para os EUA lançarem
ataques, mas Barack Obama está sob pressão de importantes políticos
norte-americanos para persuadir Maliki, um muçulmano xiita que tem prosseguido
políticas sectárias, a demitir-se porque eles acreditam que o dirigente
iraquiano falhou diante da insurgência. Dianne Feinstein, presidente da
Comissão de Inteligência do Senado, disse em uma audiência na quarta-feira que
o governo de Maliki ‘tem que acabar se ele desejar alguma reconciliação’, e o
republicano John McCain apelou para o uso do poder aéreo dos EUA, mas também
exortou Obama a ‘deixar claro para Maliki que o tempo dele acabou.” [10]
McCaine é um dos padrinhos do ISIS, como mostra a foto [11]. McCaine e os falcões republicanos patrocinaram e estimularam o jihadistas na
Síria antes ainda que o grupo terrorista tomasse regiões petrolíferas do
controle de Damasco.
O EIIL é um subproduto dos mercenários da AlQaeda como o crack é um subprotudo da cocaína.
O EIIL é um subproduto dos mercenários da AlQaeda como o crack é um subprotudo da cocaína.
MAIS UMA VEZ, AS ORGANIZAÇÕES DE ESQUERDA,
LEGITIMAM A FARSA DAS “REVOLUÇÕES - MADE IN CIA”
Enquanto o marxismo revolucionário se apoia na análise da
luta de classes internacional para decifrar as tarefas do proletariado no plano
regional, a maioria das organizações que se reivindica trotskista, principalmente
grupos que vem apoiando as “revoluções - made in CIA”.
O CIT (LSR do PSOL no Brasil) se apressam a embelezar a
“revolta sunita”:
“A ofensiva ISIS tem
características de uma revolta sunita geral” e “foi capaz de entrar no vácuo
político da ausência de um movimento de trabalhadores unidos para reunir
oposição em geral para Maliki” (“Iraque - Jihadistas Isis capturar mais
território”, 24/06/2014, Niall Mulholland, CWI) [12].
O CMI (IMT em inglês, do Socialist Appel britânico, e Esquerda
Marxista do PT, no Brasil) vai mais além, tonificando a farsa
“O fato é que, como vimos, entre a
população árabe sunita uma revolta foi-se preparando há algum tempo. E não foi
apenas uma revolta do povo em geral que estava sendo preparado, mas vários
grupos organizados e armados estavam envolvidos.” [13]
A LIT (PSTU), vem apoiando a todos as rebeliões “made in CIA”,
inclusive aos sangrentos golpes de Estado no Egito, dirigido pelo Exército
carniceiro, e na Ucrânia, dirigido pelos fascistas. No Iraque, inicialmente,
seguiu na mesma linha de pintar com contornos de “insurreição” contra o
imperialismo a ação dos mercenários do ISIS, através de seu blog Convergência:
“O que se sabe, apenas, é que o
grupo é um dos principais articuladores da insurgência... A atual insurreição
reproduz as alianças politico-militares internacionais de 2006-2007. As
milícias xiitas e o exército “nacional” controlado por elas contam com o mesmo
apoio norte-americano e iraniano de outrora, e os grupos armados sunitas, que
em 2006-2007 atuavam em conjunto à Al Qaeda na Mesopotâmia, agem hoje ao lado
do ISIS.” (Aldo Cordeiro Sauda, “Seis notas sobre a insurgência no Iraque”,
27/06/2014, blog Convergência) [14].
Mas em seguida, a LIT adotou uma posição “terceiro-campista”,
“Nem Malik. Nem EIIL”: “No confronto entre o ISIS e as tropas de Maliki, a
classe trabalhadora e o povo do Iraque não podem se alinhar politicamente e
militarmente com qualquer um deles.” (Sobre a situação no Iraque, DECLARAÇÃO
LIT-QI , 25 de junho de 2014) [15].
Outras correntes internacionais, como o RCIT austríaco, cuja
seção brasileira é o CCR, reivindica “¡Defender la rebelión suní contra el
régimen de Maliki y El imperialismo EE.UU.!”. Grupos ciber-trotskista como a LBI brasileira, também caíram no conto da
CIA, acreditando que o EIIL é uma guerrilha anti-imperialista. A LBI embeleza o
EIIL como “internacionalista”, reivindicam sua vitória militar, o que
resultaria na balcanização da Síria e do Iraque a serviço de Israel, EUA e
Arábia Saudita. Covardemente, a LBI oculta que estes mercenários foram
fabricados, treinados e patrocinados pela CIA para derrubar o governo da Síria.
Na Grã-Bretanha, tanto o Partido Socialista - CIT/CWI quanto
o SWP - IST (Partido Socialista dos Trabalhadores) tem pouco conteúdo sobre o
tema, se limitam apenas a relatar os acontecimentos, denunciando-os e dizendo
coisas como: "somente a classe trabalhadora pode superar o
sectarismo". De fato, eles não têm nenhuma oposição estratégica contra o
imperialismo em suas declarações e não vêem os movimentos belicosos do ISIS
como ações essencialmente contra o Irã, Rússia e China. O Partido Socialista
diz:
"As pessoas que trabalham e
pobre do Iraque só pode contar com a auto-organização para acabar com a guerra
e miséria. Um, Estados movimento independente da classe trabalhadora é
necessária para organizar a auto-defesa de todas as comunidades. Com um
programa socialista, tal movimento poderia encontrar muitos aliados da classe
trabalhadora regionais e internacionais em sua luta para derrubar o regime
Maliki podre, para expulsar o imperialismo e para varrer todos os sectários,
políticos e milícias reacionárias. Mas o Ocidente, até agora, impedido de
ataques aéreos ". From The Socialist newspaper, 25 June 2014, Western hypocrisy as Iraq disintegrates [16].
Da mesma forma, o SWP já escreveu um artigo desprovido de
qualquer compreensão da estratégia geopolítica do imperialismo dos EUA na
região:
"O presidente dos EUA, Barack Obama propôs canalizar
cerca de 300 milhões de libras para armar os rebeldes do ISIS na Síria que
estão dentro das forças da oposição. Mas qualquer intervenção do Ocidente só
fará com que fique mais sangrento o conflito na região. Existem poucos grupos
rebeldes sírios que não têm interesse em serem usados como peões pelos
EUA contra os regimes da Síria, do Irã e do Iraque ". UK SWP Tensions grow
in Iraq as new Caliphate declared, by Judith Orr, [17].
No entanto, o Workers Power – LFI (Poder Operário, Liga pela
V Internacional) reconheceram que estão com problemas. Eles apoiaram as
"revoluções" na Líbia e na Síria, que são lideradas por exércitos mercenários
financiados pelos EUA e seus aliados do Golfo e agora o WP está muito confusos,
sentindo "um misto de emoções", pois o ISIS está ajudando a derrubar
Assad e, talvez, também derrube a Al-Maliki, mas torna-se claro que este é o
objetivo estratégico dos EUA e também das forças seculares da
"revolução" do “Exército Sírio Livre”, que são ainda mais
pró-imperialista que os jihadistas. Mas se eles estão avançando na
"revolução" contra Assad isto tudo muito bom?:
"Na verdade para os defensores
da revolução síria na Síria e na região, o avanço do ISIS é recebido com
emoções extremamente mistas. A muito curto prazo, enfraquece o regime sectário
xiita de Maliki, que levou o Iraque a ser usado como uma base para o
fornecimento da guerra brutal do regime de Assad contra o povo sírio. Também
envergonha ao Irã, o patrocinador de Maliki. Mas isso deve dar um pretexto ao Irã
para exercer uma interferência ainda mais aberta no Iraque. E os EUA estão encontrando
dificuldades para oferecer uma alternativa a esta influência iraniana.
No médio e longo prazo, no
entanto, reforça precisamente na Síria as forças que uma clara maioria dos
revolucionários da Síria tinha resolvido isolar e varrer, e cuja política sectária
de takfiri [castigo aos infiéis e hereges] ajuda diretamente ao regime de
Assad, empurrando as comunidades de minorias religiosas e forças seculares a vê-lo
como um mal menor diante do califado do ISIS. Na verdade, Assad cinicamente
fomentou o sectarismo, a fim de dividir a oposição a ele." ISIS advance heralds redivision of
imperialist order, By Dave Stockton and Marcus Halaby, July 11, 2014. [18]
Os impressionistas da esquerda mundial puseram um sinal
entre duas situações diferentes e estabeleceram para ambas a mesma política.
Puseram um sinal de igual entre o levante do ISIS e a falange jihadista, que
tendo sido mercenária na Líbia voltou-se contra o imperialismo com interesses
próprios em Bengazi, assassinando o embaixador dos EUA e depois com o levante
no Mali, sufocado posteriormente pelas tropas da França. Todavia, se a rebelião
dos fundamentalistas no Mali foi uma tragédia, a rebelião do ISIS no Iraque é
uma farsa completa.
POR UMA FRENTE ÚNICA ANTIIMPERIALISTA,
COM ASSAD, HEZBOLLAH, MALIK, AL-SADR E ROUHANI!
Enquanto Malik suplica ajuda do imperialismo que deseja
derrubá-lo, Moqtada al-Sadr, o mais popular líder guerrilheiro do país, se opôs
a ajuda militar imperialista contra o ISIS: “O líder xiita Moqtada al-Sadr declarou,
nesta quarta-feira (25), que é contrário à presença de assessores militares
americanos no Iraque, após a reunião desses conselheiros com autoridades
militares iraquianas. Em pronunciamento pela televisão, transmitido da cidade
sagrada xiita de Najaf, Moqtada al-Sadr garantiu que aceitará ‘apoio
internacional apenas de países que não ocuparam o Iraque’.” [19]
Sabendo do que está em jogo, as nações oprimidas ameaçadas
pela farsa se põem em movimento. O governo iraquiano recebeu uma ajudinha de
Assad que desferiu um ataque aéreo contra o EIIL no dia 26 de junho:
“Premiê iraquiano diz não ter
solicitado ação, mas que 'aplaude' ataque; Kerry adverte sobre possível reforço
de países vizinhos. Aviões de guerra sírios bombardearam posições dos
militantes sunitas no Iraque, o primeiro-ministro do Iraque” [20].
A própria população xiita trata de mover-se diante da impotência
de seu governo. Outros povos oprimidos e grupos guerrilheiros
anti-imperialistas, como o Hezbollah que verdadeiramente impôs a primeira
derrota histórica a Israel em 2006, e agora ajudou a Assad a derrotar os
mercenários da CIA na Síria, se apresentou para combater no Iraque contra o EIIL:
“milhares de iranianos se
voluntariaram para defender santuários xiitas do Iraque. O Irã é 90% xiita, um
grupo considerado como apóstatas por Isis e outros extremistas sunitas. O
presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse que a defesa de locais sagrados xiitas
em Najaf, Kerbala, Bagdad e Samarra é vital para o seu regime. O líder do Hezbollah,
Hassan Nasrallah, disse que, devido à importância dos santuários do Iraque, o
grupo libanês estava ‘disposto a sacrificar cinco vezes mais do que nós
sacrificado na Síria’, onde seus membros, juntamente com o Irã, lutaram na
retaguarda contra grupos rebeldes que tentaram por mais de três anos derrubar
Bashar al-Assad.” [21].
Sem depositar confiança nas direções burguesas, os marxistas
revolucionários do Comitê de Ligação pela IV Internacional convocam uma frente
única anti-imperialista com Assad, Hezbollah, Malik, Al-Sadr e Rouhani,
reivindicando destas direções políticas o armamento de todo o povo do oprimido
contra o imperialismo e seus agentes. Simultaneamente nós do CLQI desmascaramos
que: é a política burguesa destes governos e partidos quem trai a luta pela
libertação nacional, pela expulsão do imperialismo, pela destruição do enclave
nazi-sionista de Israel. Esta política fabrica novos massacres e é sócia
minoritária do parasitismo do imperialismo sobre o Oriente Médio.
Por tudo isso, é necessário avançar com a estratégia da
revolução permanente: pela construção de partidos do tipo bolchevique,
alternativas de poder revolucionária dos trabalhadores, e governos operários e
camponeses em toda a região pela edificação de uma Federação das Repúblicas
Socialistas e Soviéticas do Oriente Médio.
Notas:
Notas:
5.http://www.afghanlord.org/2011/09/it-is-said-that-afghan-chinese.html],
[http://www.asianresearch.org/articles/2528.html
16.http://www.socialistparty.org.uk/articles/18822/25-06-2014/western-hypocrisy-as-iraq-disintegrates
19.http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/06/lider-xiita-rejeita-apoio-militar-dos-eua-ao-iraque.html