Mais uma farsa do terrorismo imperialista decadente,
para culpar a Rússia e a resistência ucraniana, mais um crime contra a
humanidade perpetrado pelos EUA
Cui prodest (a quem
interessa) a derrubada do avião malaio sobre a Novorússia?
Pela defesa
incondicional da resistência antiimperialista e antifascista!
DECLARAÇÃO DO COMITÊ DE LIGAÇÃO PELA IV INTERNACIONAL - CLQI
Julho de 2014
Ato político internacionalista de protesto no Consulado Geral da Ucrânia em São Paulo |
O KNOW HOW DA CIA EM ATAQUES “SOB FALSA BANDEIRA” PARA
CULPAR O ADVERSÁRIO
A derrubada do Boeing 777, vôo MH17 da aviação malaia,
enquanto esse sobrevoava o espaço aéreo do leste ucraniano, representa o mais
recente capítulo da guerra imperialista para esmagar a resistência antifascista
da Novarússia, e acuar a Rússia. Morreram no ataque cerca de 300 pessoas, entre
elas, 80 crianças, e mais de 100 cientistas, especialistas em HIV, que se
dirigiam a um Congresso Internacional sobre AIDS na Austrália. É provável que a
cura para a AIDS possa ter sido adiada por causa desta catástrofe.
Acreditamos que o autor deste ataque foi o governo
ucraniano, a serviço da OTAN e da CIA. Mas o imperialismo, como se já tivesse
preparada uma campanha midiática antes do fato, imediatamente saltou a acusar a
resistência antiimperialista e antifascista pela derrubada do avião civil. Simultaneamente,
a grande mídia burguesa planetária faz uma campanha horrenda, dizendo que a
resistência ucraniana, armada com mísseis pela Rússia, foi quem derrubou o
Boeing.
Todavia é a CIA quem possui know how, e é conhecida historicamente por forjar “ataques com
autor simulado”, também conhecidos como ataques com “falsa bandeira”, para
justificar centenas de aventuras militares imperialistas. Desde o início da
hegemonia dos EUA sobre o globo tem sido assim. Foi assim na famosa “Operação
Ajax”, do golpe de Estado contra o governo nacionalista iraniano Mossadeg, em
1953, trama que o próprio Obama confessou em junho de 2009 ter sido uma armação
da CIA [ 1 ]. Foi assim no incidente do Golfo de Tonkin, utilizado pelos EUA
para entrar na guerra do Vietnã [ 2 ]. Foi assim com o invento de Bush das
supostas armas de destruição em massa de Saddam Hussein, para invadir o Iraque
[ 3 ]. Foi assim no ataque com armas químicas contra a população civil,
realizado pelos mercenários da CIA na Síria, mas usado por Obama para acusar o
governo Assad. Este último episódio, ocorrido em 2013, já foi fartamente
desmascarado por dossiês do Wikileaks e pelo ex-agente da CIA Ray McGovern [ 4
]. Em resumo, ataques como este faz parte da política do Estado imperialista
para manter seu domínio sobre o globo.
Particularmente na Ucrânia, a política imperialista realiza
uma ofensiva recolonizadora, que requer a criação de mitos demonizadores,
contra um povo que votou democraticamente por sua autodeterminação em três
províncias, e só deseja viver livremente do parasitismo da União Europeia e das
botas da OTAN, unindo-se com a Rússia.
A derrubada do avião é apenas o mais recente episódio, que
contou com uma fraudulenta rebelião popular, que deu cobertura a um golpe de
Estado dirigido por partidos abertamente nazistas. Em seguida, foi imposta uma
ditadura fascista camuflada por uma eleição falsa, que deu mandato de tirano a
um dos oligarcas mais ricos do país, para dar continuidade a massacres, como o massacre
de 2 de maio de 2014, na Casa dos Sindicatos, em Odessa, para dar continuidade
a perseguição, tortura e assassinato da população de maioria russa, aos judeus
pobres, ciganos e as organizações de resistência, como o Borotba, e o PC
Ucraniano, para realizar bombardeios com armas químicas de populações indefesas,
etc.
CUI PRODEST? QUEM SE
BENEFICIA
DERRUBANDO O VÔO MALÁSIO NA UCRÂNIA?
DERRUBANDO O VÔO MALÁSIO NA UCRÂNIA?
A quem favorece este crime? Os criminalistas colocam entre
os prováveis criminosos as pessoas a quem o delito podia beneficiar. A
derrubada do Boeing 777 ocorreu em um momento difícil para os EUA. Nestes dias,
o núcleo Eurásico, em torno da China e da Rússia, se fortaleceu e, de certo
modo, ampliou sua blindagem econômica e diplomática, com a reunião de Cúpula
dos BRICS, ocorrida no Brasil. Os BRICS estão sendo seguidos por uma
constelação de países como a própria Malásia, Indonésia, Turquia, Irã, Síria,
Venezuela, Bolívia, Equador, Argentina. A criação do Banco dos BRICS engendra a
dês-dolarização do comércio mundial. Isto cai como uma bomba na guerra
comercial que antecede a III Guerra Mundial. Somado a este “ataque” comercial, na
verdade trata-se nada mais nada menos de que uma limitada autonomia econômica
de comércio mais barato para um punhado de países semi-coloniais do globo,
outro movimento importante do bloco Eurásico, que desafia o imperialismo, é a
construção de um novo canal de navegação na America Central, na Nicarágua, pelo
bloco Eurásico. Mesmo no século XXI, na “era espacial” as rotas marítimas
continuam sendo a espinha dorsal do comércio global.
O próprio imperialismo europeu vacila em seguir cegamente os
EUA, em declínio, e isolar Moscou, a quem exploram através de dezenas de
multinacionais (BMW, Siemens, Auchan, Raiffaisen Bank, BASF), assim como também
se nutrem energeticamente da Rússia.
Mesmo com toda propaganda estadunidense em torno da
revolução do xisto (que vem sendo explorado pela Shell na Ucrânia), a UE
recusa-se a substituir o gás e petróleo russos pelo gás de xisto, que é duas
vezes mais caro, e tem rendimento inferior. Na última cúpula energética de
Bruxelas, a Comissão Europeia descartou, em um futuro próximo, recorrer ao uso
de qualquer alternativa ao gás russo. Os EUA vêm se esforçando ao máximo,
inclusive com a criação de fatos políticos trágicos como a derrubada do avião
malaio cheio de passageiros europeus, para manter a UE em sua órbita. Mas a
opressão imperialista vem se tornando muito desconfortável até para outros
países imperialistas, como a Alemanha, um país imperialista militarmente
colonizado.
Por isso, antes de qualquer investigação sobre as causas da
tragédia que a história e os interesses geopolíticos da OTAN colocam agentes de
inteligência dos EUA e seus títeres de Kiev como principal suspeitos, a Casa
Branca e os meios de comunicação interligados do grande capital imperialista em
todo mundo saíram a acusar a Rússia e a resistência novorrusa pela tragédia.
Há uma outra suspeita de que o avião malaio foi atingido por
engano, o objetivo parecia ser o avião presidencial de Putin, que é
visivelmente parecido na pintura e tamanho e sobrevoavam o mesmo espaço aéreo
no momento. [ 5 ]. É provável então, que os agentes do imperialismo, tentaram
derrubar o avião de Putin, mas diante do erro catastrófico, resolveram inverter
a acusação. Daí pode ter nascido a acusação caluniosa, e pouco criativa, de que
a resistência tentou derrubar um avião militar ucraniano, mas acabou derrubando
um avião civil malaio.
O governo títere de Kiev também vinha colhendo revezes na
guerra civil. Após ter perdido algumas batalhas iniciais, a resistência se
entrincheirou em Donetsk e impôs baixas militares importantes, derrubando
aviões militares das Forças Armadas ucranianas. Por isso também era importante
criar um repúdio mundial a força antiaérea da resistência, poder que, como se
viu contra o Boeing da Malaysia, o Exercito ucraniano possui, em muito maior
escala.
Outro indício de que os fascistas de Kiev estão por trás da
queda do avião malaio está na revelação de que a aeronave civil foi escoltada
por dois aviões militares ucranianos antes de “desaparecer”, tendo recebido,
antes disso, a ordem para voar mais baixo, segundo informou a própria empresa
de aviação malaia: “O MH17 estava realizando um plano de vôo que requier voar a
35.000 pés (10.668 metros), atravessando o espacio aéreo ucraniano. É uma
altitude ótima. Todavia, a altitude do avião é determinada pelos controladores do
solo. Quando o MH17 entrou no espaço aéreo da Ucrânia, os controladores le
exigieram que voasse a 33.000 pies (10.058 metros)" [ 6 ]. Orientar uma
aeronave civil, que não vai pousar no território ucraniano, a voar baixo, em
uma zona de guerra civil, é, claramente, indício do ataque criminoso armada
pelo imperialismo.
A República Popular de Donetsk permitiu que investigadores
ucranianos, especialistas da OSCE e outras organizações internacionais, chegassem
ao local do acidente. Fato que logo o imperialismo tratou de tirar proveito,
infiltrando espiões para detectar as debilidades da resistência. Por sua vez, um
dia depois do desastre, o Exército ucraniano continuou sua punição a população
trabalhadora do leste, apesar da proposta da resistência de estabelecer um
cessar-fogo temporário, para não atrapalhar as investigações sobre as causas da
queda do avião e o recolhimento dos corpos. Todavia, foi justamente se
aproveitando do trauma do dia anterior e da concessão de entrada de
observadores internacionais que o Exército ucraniano desatou uma nova ofensiva
sangrenta bombardeando a população de Lugansk, na Novarussia [ 7 ].
Outra “coincidência”, de dimensões criminosas ainda maiores,
foi o fato de que, no mesmo dia da derrubada do Boeing da Malaysia Airlines, o
que atraiu a atenção dos noticiários do mundo para a tragédia, Israel, outro
agente neonazista do imperialismo, invade a faixa de Gaza por terra e
multiplica a quantidade de assassinatos contra palestinos.
PELA DEFESA INCONDICIONAL DA RESISTENCIA NOVORUSSA!
Mesmo diante de todos esses indícios que apontam para os
agentes do imperialismo em Kiev como autores de mais esse crime contra a
humanidade, muita informação ainda precisa ser revelada. Até os governos
europeus, sócios do imperialismo no apoio ao governo de Kiev, estão em uma
situação de desconforto para acusar a Rússia e a resistência novorrussa pelo
ataque (é verdade que em grande parte pelas necessidades comerciais). Para os
que conhecem o modus operandi do império capitalista não há nada de novo sobre
o sol:
“A operação tem, de fato, isso
sim, todos os indícios de ser operação cerebrada em Washington. Todos os
fazedores oficiais de guerras rapidamente apareceram em todos os canais de
televisão e em todas as manchetes. O vice-presidente dos EUA Joe Biden ‘declarou’
que ‘a aeronave foi explodida em voo’. Que ‘não foi acidente’. Ora! Por que
alguém teria tanta certeza, antes de qualquer confirmação oficial?
Visivelmente, Biden não obrava para culpar Kiev. Claro que quem abateu a ‘aeronave’
em ‘pleno voo’ foi... a Rússia! É o modo como Washington opera: grita ‘culpado!’
tantas e tantas vezes, até que já ninguém se lembre de exigir provas.
O senador John McCain pôs-se
imediatamente a ‘declarar’ que havia cidadãos norte-americanos no avião, o que
bastava para ele ‘exigir’ ações punitivas contra a Rússia (tudo isso antes de
alguém conhecer a lista de passageiros do avião e as causas da queda).
As ‘investigações’ estão sendo
feitas pelo regime de Kiev, fantoche de Washington. Acho que já se poderia
escrever a conclusão hoje, sem investigar coisa alguma.
É alta a probabilidade de que
apareçam provas fabricadas, como as provas fabricadas que o secretário de
Estado Colin Powell dos EUA apresentou à ONU, para ‘provar’ a existência das
inexistentes ‘armas de destruição em massa’ iraquianas. Washington safa-se há
tanto tempo, com tantas mentiras, golpes, encenações e crimes, que já se
convenceu de que se safará sempre, até o dia do Juízo Final.
No momento em que escrevo, não há
ainda informação confiável sobre o avião, mas a velha pergunta dos romanos vale
sempre: cui bono? Quem se beneficia?
Os ‘separatistas’ nada têm a ganhar
com derrubar um avião de passageiros, mas os EUA, sim, tinha ‘bom motivo’:
culpar a Rússia. E bem poderia ter também um segundo motivo. Dentre os muitos
rumores, há um rumor que diz que o avião presidencial do presidente Vladimir
Putin voava rota semelhante à do avião malaio, com diferença de 37 minutos
entre um e outro avião. Esse rumor disparou especulações de que Washington
teria decidido livrar-se de Putin, mas errou o alvo: tomou o avião malaio pelo
jato presidencial russo. RT noticia que os dois aviões teriam aparência
semelhante.
Antes de começarem a “explicar”
que Washington seria sofisticada demais para “errar” de avião, lembro que
quando Washington derrubou avião iraniano no espaço aéreo do Irã, a Marinha dos
EUA “explicou” que “pensara” que os 290 civis assassinados naquele atentado
estivessem num jato iraniano, um F-14 Tomcat, jato de combate fabricado pelos
EUA, e muito usado também pela Marinha dos EUA. Ora! Se a Marinha dos EUA não
consegue distinguir nem entre um jato de combate que usa todos os dias, e um
avião de passageiros iraniano... é claro que os EUA podem se atrapalhar e
confundir dois aviões de passageiros que, como diz RT são, sim, até que
“parecidos”.” [ 8 ]
Este não foi o primeiro ataque criminoso armado pelo
imperialismo para acusar seus adversários. E a medida que a besta imperialista
agoniza em declínio ela tende a criar, de forma exponencial, mais e mais farsas
como essa. Por exemplo, o assassinato dos três judeus, utilizado por Israel
para desatar a atual ofensiva contra os palestinos. São atos desesperados e
hediondos sim, mas o imperialismo goza da imensa vantagem de possuir um sofisticado
sistema mundial de manipulação de informações e falsificação da realidade a seu
favor, imensamente mais poderoso do que o utilizado por Goebbles em um só país.
Mas além das suspeitas, há um fato que objetivamente está
provado, o imperialismo aproveita-se da tragédia por diversas razões: 1)
fabricar um pretexto para a ofensiva da OTAN; 2) ameaçar diretamente a vida do
principal líder e adversário mundial da Casa Branca hoje; 3) a morte dos
cientistas beneficiou as multinacionais da indústria farmacêutica [ 9 ]; 4) Tirar
o foco da atrocidade da invasão israelense contra o povo palestino.
Mas, ainda que, excepcionalmente, este ataque pudesse não ter
sido obra do imperialismo, os revolucionários se colocam INCONDICIONALMENTE em
defesa da resistência na luta para derrotar a ofensiva do nazi-imperialismo
contra o povo oprimido da Novarússia, na Ucrânia! Defendemos uma frente única antifascista
e anti-imperialista com a Rússia, para esmagar os agentes da OTAN e lutar por
um governo soviético e operário na Ucrânia!
IMPORTANTE ATO POLÍTICO NO CONSULADO UCRANIANO
DE SÃO PAULO CONTRA O GOVERNO FASCISTA DE KIEV
DE SÃO PAULO CONTRA O GOVERNO FASCISTA DE KIEV
Neste sentido, a Liga Comunista, juntamente com outras
organizações (PCO, CCR, RC) realizou um ato político internacionalista no Consulado Geral da Ucrânia em
São Paulo, SP, na Alameda dos Jurupis, nº 1005, cj.nº 81-82, Moema, no dia 16 de julho de 2014. O proteso contou com o apoio
e saudações públicas (reproduzidas abaixo) do Socialist Fight britânico, da
Tendência Militante Bolchevique argentina, do Coletivo Lenin brasileiro, e até
da saudação de um trabalhador da construção civil aposentado cubano.
No protesto, a Liga Comunista levou a faixa “Ucrânia-Palestina:
Pela vitória da resistência antiimperialista e antifascita”, cartazes
(bilíngues, em russo e português), fizemos falações e contamos com a
solidariedade de trabalhadores do próprio prédio onde se localiza o Consulado.
Todavia, a LC e os demais participantes da atividade resolveram por não
entregar qualquer petição ou documento para o Cônsul ucraniano, uma vez que não
reconhecemos como legítimo ao atual governo, nem depositamos qualquer ilusão no
método de negociações com fascistas.
Notas:
4. http://www.wikileaks.org/plusd/cables/06DAMASCUS5399_a.html#efmBA8BJR;
http://cidadedeminas.blogspot.com.br/2013/12/obama-mentiu-sobre-ataque-quimico-na.html
; http://noticias.terra.com.br/mundo/disturbios-no-mundo-arabe/ex-analista-cia-fabricou-evidencia-para-atrair-eua-a-guerra-na-siria,225ff0ce78601410VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html