Palestina Vencerá! Abaixo Israel!
Por uma Palestina Operária Multiétnica!
Declaração do Comitê de Ligação pela IV Internacional - Agosto de 2014 (extratos contidos no panfleto distribuído na IIIa. Manifestação pela Palestina em São Paulo, cujas fotos ilustram esta postagem)
English version - Socialist Fight
English version - Socialist Fight
Quando nós escrevemos estas linhas o número de mortos em Gaza superava
1.700 pessoas indefesas. Horríveis crimes de guerra são cometidos diariamente
pela máquina assassina sionista. Israel submeteu 1.8 milhões de habitante em
Gaza a um Estado de sítio acentuado depois da vitória do Hamas em 2006. Somente
uma nação deu permissão implícita a Israel para realizar esta matança em massa:
os EUA.
ISRAEL ASSASSINOU ARAFAT PARA SUBSTITUÍ-LO POR SEU AGENTE: ABBAS
Israel assassinou Arafat em 11 de novembro de 2004 envenenado com
polônio radioativo, certamente com a ajuda de seus agentes e da Autoridade
Palestina. A relutância de Abbas em investigar o assassinato e sua óbvia
tentativa de encobrir os fatos foram denunciadas:
“Desde 2005, a Autoridade Palestina de Abbas tem colaborado com o
Sionismo através da ‘coordenação de segurança´ que ligou dois poderes
ilegítimos linha dura com os que apóiam a Resistência ao Sionismo. Apesar da
negativa dpois de Abbas dele próprio e de seus porta-vozes, ele finalmente
admitiu a sua colaboração em março deste ano. Israel e o regime de Mubarak têm
tranferido armas a Abbas, e os Estados Unidos dão milhões de dólares em ajuda
para solapar a Resistência Palestina, principalmente o Hamas, e fortalecer o
Sionismo para o domínio total da Palestina ocupada.”
(http://www.maskofzion.com/2010_12_01_archive.html)
AS DUAS INTIFADAS
Embora Arafat tenha sido notoriamente corrupto, todavia ele foi
assassinado por que arbitrava politicamente um equilíbrio entre Israel e o povo
palestino. Ele apoiou as intifadas até certo ponto. Ele protegia as famílias
dos suicidas homens bomba e de forma muito limitada se opunha a Israel. Enquanto
Abba era simplesmente um fantoche de Israel que nunca venceria outra eleição.
Mas as duas Intifadas são a história real da resistência palestina. A primeira
começou em 1987 e terminou com a assinatura dos Acordos de Oslo em agosto de
1993 e a criação da Autoridade Palestina. A segunda (também conhecida como
Intifada de Al-Aqsa) começou em setembro de 2000 e terminou em 8/02/2005 com o
acordo de Sharm el-Sheikh, quando o Presidente Mahmoud Abbas e o primeiro
Ministro Ariel Sharom acordaram em parar todos os atos de violência contra
israelenses e palestinos e reafirmaram o compromisso de paz.
O Hamas venceu completamente a eleição para o parlamento da Autoridade
Palestina em janeiro de 2006: O resultado era uma vitória par ao Hamas, que
conquistou 74 das 132 cadeiras, enquanto a Fatah conquistou apenas 45.
Israel, apoiado no “Quarteto do Oriente Médio” (Nações Unidas, Estados
Unidos, União Europeia e Rússia) recusa-se a aceitar o resultado das eleições
livres para o parlamento palestino. Eles impuseram sanções para que o Governo
palestino capitulasse as suas exigências: Renúncia à violência, Reconhecimento
de Israel, e aceitação dos acordos prévios entre Israel e a Autoridade Nacional
Palestina.
O GÁS DE GAZA E O APOIO DE
ISRAEL A ABBAS CONTRA O HAMAS
Panfleto do CLQI distribuído na manifestação |
De qualquer modo as sanções internacionais contra a Autoridade
Palestina terminaram em junho de 2007, mas depois que o Hamas tomou Gaza e
expulsou seu rival Fatah, um novo e mais severo bloqueio ao Governo do Hamas
iniciou-se na Faixa de Gaza. O Hamas a verdadeira direção legitimamente eleita
pela maioria palestina ficou confinado em Gaza, enquanto o Fatah de Mahmoud
Abbas/OLP, é a autoridade reconhecida como governo da Cisjordânia por Israel e
pela “Comunidade Internacional”, embora tenham perdido as eleições.
Apesar do Hamas não ser menos reacionário que a “Autoridade Palestina”
nas questões sociais é ele quem luta contra Israel agora. Distorcidamente ele
expressa a ira dos oprimidos e por isso merece apoio incondicional no combate
ao Estado sionista. Israel quer esmagar a resistência dos palestinos para
eliminar o Hamas e impor Abbas e a Autoridade Palestina em Gaza. A estratégia é
tomar das mãos do Hamas o controle dos direitos de exploração do gás natural da
Bacia do Levante e ter uma marionete corrupta controlando Gaza. Isto é
precisamente o que está acontecendo na Ucrânia para tomar o controle do gás de
xisto no Donbas em favor da Shell e da empresa do filho de Joe Biden, a Burisma
Holdings. Esta política é o que provavelmente está por traz do Golpe de Estado de
Sisi contra a Irmandade Muçulmana e o governo Morsi. Morsi e a Irmandade,
ligados ao Hamas, teria sido obrigado a abrir as passagens do Egito para Gaza.
A 3A INTIFADA VENCERÁ,
APOIADA NOS PALESTINOS DA CISJORDÂNIA,
ANTISIONISTAS DE ISRAEL E NA SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL
Orador da LC na manifestação |
O Hamas não matou os três adolescentes israelenses que foram
sequestrados na Cisjordânia. Netanyahu sabia disso desde o início mas usou esta
desculpa para atacar Gaza. Até a própria polícia israelense reconheceu que a
justificativa para o início do massacre atual era uma farsa.
A Terceira Intifada unirá os palestinos da Cisjordânia e Gaza com a
oposição dentro de Israel frustrará o plano, com o qual Abbas, não eleito
(desde 2009!) é, sem dúvida, cúmplice: Exterminar 1,8 milhões de palestinos ou
expulsá-los em outra diáspora, plano que ainda não é politicamente possível.
Isso exigiria um triunfo global fascista – que definitivamente ainda não
aconteceu. Mesmo na Ucrânia ocidental, há uma grande revolta contra o governo
de Kiev eu desferiu o Golpe de Estado de Maidan.
Manifestações de massa internacionalmente em quase todas as grandes
cidades do mundo pela Palestina se chocam nitidamente com os meios de
comunicação, os governos e a ONU. Apenas um país, os EUA, dão um cheque em
branco para Israel, exercendo seu poder de veto para impedir qualquer
condenação grave ou qualquer esperança de uma intervenção internacional para
parar a matança.
Em protesto contra o assassinato em massa de Gaza os governos de países
como El Salvador, Brasil, Chile, Equador e Peru retiraram seus embaixadores de
Tel Aviv. Isso revela que: por um lado, a solidariedade internacional popular
contra a tragédia palestina é um elemento que pressiona fortemente os governos
semicoloniais. Os governos coloniais sentem-se fortalecidos pela ascensão do
bloco Eurásico e os BRICS, e, contra Israel, testam até onde podem avançar no
estabelecimento de autonomia política relativa em relação ao imperialismo. Além
disso, a medida tímida diplomática, embora progressista, sem maiores consequências
nas relações econômicas e militares entre Israel e esses governos
semicoloniais. Os revolucionários devem exigir ruptura completa das relações
destes governos com Israel para isolar Israel e, simultaneamente, expor a
demagogia diplomática dos governos semicoloniais.
OS DIREITOS NACIONAIS EM UM ESTADO OPERÁRIO MULTIÉTNICO
O Estado sionista é um posto avançado do imperialismo; os EUA subsidiam
a suas despesas militares na ordem de mais de US $ 3 bilhões por ano. Esta
despesa é para manter uma cabeça de ponte, para proteger militarmente o acesso
do imperialismo aos campos de petróleo no Golfo e no Mar Cáspio e esmagar todos
os processos revolucionários que possam ameaçar os interesses dos EUA na
região. Apenas a Terceira Intifada, unindo a Cisjordânia e Gaza vai frustrar o
plano de Israel.
Nós reconhecemos que os judeus israelenses constituem uma nacionalidade
como outras nacionalidades na região, os judeus, os cristãos, drusos, etc., mas
nós não defendemos direito do Estado judeu à autodeterminação, porque isso
seria a endossar o projeto sionista racista de exclusão dos não-judeus do
Estado. A deformação imperialista do direito de autodeterminação da
nacionalidade judia na Palestina produziu o sionismo que pressupõe a negação
dos direitos nacionais dos palestinos e demais povos na região. Por isso, somos
totalmente contrário a uma solução do estabelecimento de dois estados. Somos a
favor da destruição do Estado teocrático, colonialista, sionista de Israel e a
favor de um Estado operário multiétnico da Palestina onde os judeus, palestinos
e todas as minorias têm direitos iguais como cidadãos, para que as várias
gerações de refugiados palestinos possam exercer o direito de voltar e para que
todos os imigrantes têm direitos iguais.
REVOLUÇÃO PERMANENTE
“No que diz respeito a países com desenvolvimento burguês retardatário,
especialmente os países coloniais e semicoloniais, a teoria da revolução
permanente significa que a solução verdadeira e completa de suas tarefas
democráticas e de libertação nacional só é concebível por meio da ditadura do
proletariado como o líder da nação oprimida e, acima de tudo, de suas massas
camponesas... Isto por sua vez significa que a vitória da revolução democrática
só é concebível por meio da ditadura do proletariado, que se baseia sobre a
aliança com o campesinato e resolve em primeiro lugar o tarefas da revolução
democrática.”
O II Congresso Mundial da IV Internacional, reunido em abril de 1948,
resumiu a posição geral do nosso movimento nos seguintes termos:
No que se refere particularmente Palestina, a IV Internacional rejeita
a solução “sionista”, utópica e reacionária para a questão judaica. Ela declara
seu total repúdio ao sionismo é a condição sine quo para uma fusão das lutas
dos trabalhadores judeus com as lutas sociais e nacionais emancipatórias dos
trabalhadores árabes. Ela declara que é profundamente reacionário a exigir uma
emigração judaica para a Palestina. Sustenta que a questão da imigração e as
relações entre judeus e árabes não pode ser adequadamente decididas sem a
expulsão do imperialismo e por uma Assembleia Constituinte livremente eleita
com plenos direitos para os judeus como uma minoria nacional.
BOICOTES E SANÇÕES
DOS TRABALHADORES
Os sindicatos que apoiam o movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções
(BDS) são a minoria dos trabalhadores palestinos que realizaram uma Conferência
que:
“condenou a Histadrut e exortou os sindicatos internacionais a cortar
todos os laços com ela devido à sua cumplicidade histórica e atual das
violações do direito internacional e os direitos dos palestinos de Israel. A
Histadrut sempre desempenhou um papel fundamental na perpetuação ocupação,
colonização e do sistema de discriminação racial... Convida trabalhadores
portuários de todo o mundo a boicotar o carregamento/descarregamento de navios
israelenses, semelhante à campanha heroica realizada pelos trabalhadores
portuários de todo o mundo em suspender o comércio marítimo com a África do
Sul, em protesto contra o regime do apartheid.”
Apoiamos todas as sanções e boicotes contra o sionismo dos
trabalhadores, o campanha do BDS e também contra as empresas que lucram com a
exploração dos palestinos como a Caterpillar Inc., Hewlett Packard e Motorola;
Ahava de Israel, a Elbit Systems e Mehadrin; Da Suécia Volvo Group e Assa
Abloy; Veolia Environment da França; G4S do Reino Unido, Dexia Group, da
Bélgica, Riwal Holding Group Holanda e Cemex do México. No entanto,
reconhecemos que as campanhas como o BDS são por si só impotentes. O mito de
que as sanções ajudaram a acabar com o apartheid na África do Sul é usado para
justificar a limitação destas campanhas com gestos simbólicos. A única vez que
os capitalistas monopolistas do mundo começaram a desinvestir na África do Sul
foi quando eles foram confrontados com uma rebelião em massa da classe
trabalhadora lá. Por medo de poder perder tudo, eles mudaram a forma de
controle, criando empresas de fachada locais para agir em seu nome. Assim, a
única forma eficaz de forçar o imperialismo para aceitar as aspirações
democráticas das massas palestinas é através de ação de massas da classe
trabalhadora e das sanções dos trabalhadores.
Defendemos um Estado operário multi-étnicos, porque somos confiantes em
conquistar os melhores elementos da classe operária israelense para a revolução
e para a construção de um partido revolucionário que utilize o método do
programa de transição para impulsionar a unidade dos trabalhadores árabes e
israelenses, como já aconteceu muitas vezes no passado, apesar dos esforços da
Histadrut.
O QUE DEFENDEMOS NESTA LUTA?
Enquanto defendemos um Estado operário multiétnico, reconhecemos o
papel das reivindicações democráticas na luta revolucionária. As exigências de
uma Assembleia Constituinte e a luta pelos direitos democráticos seculares são
muito susceptíveis de desempenhar um papel de destaque na revolução, mas
sabemos que estes devem ser subordinadas ao objetivo de derrubar o capitalismo
em Israel, na Palestina e em todo Oriente Médio. A luta por uma Assembleia
Constituinte Revolucionária pode reunir todos os elementos e nacionalidades na
região para começar a batalha por conselhos operários e um governo soviético.
Rejeitamos a noção de ultra-esquerdista de que um programa revolucionário não
pode conter tais demandas democráticas, como parte de toda a sua estratégia.
Tal posição rejeita as tentativas do partido revolucionário de se relacionar
com o estado atual da consciência de classe da classe trabalhadora e da luta
para trazê-la para o combate. Por isso, reivindicamos:
Destruição do Estado colonialista de Israel!
Assembleia Constituinte revolucionária!
Conselhos operários unidos por sobre as divisões étnicas e religiosas!
Estado operário multiétnico palestino em uma Federação Socialista do
Oriente Médio!
Sanções operárias contra Israel!
Ruptura de todos os laços das organizações sindicais internacionais com
a Histadrut!
Em defesa do Hamas contra o Estado sionista!
Pela vitória militar das organizações guerrilheiras anti-imperialistas,
do Hamas, do Hezbollah na Palestina, Líbano e Síria!