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terça-feira, 19 de agosto de 2014

COMEÇO SANGRENTO DE ELEIÇÕES BRASILEIRAS, PARTE DA DISPUTA GLOBAL PELO PLANALTO

Os EUA voltam a ter chances
reais para substituir o PT 


As eleições do Brasil de 2014 estão cruzadas pela ofensiva dos EUA por reconquistar o terreno comercial e político perdido para o bloco de países capitaneados por China e Rússia. A candidatura tradicional da direita pró-imperialista, do PSDB à presidência, tendia a repetir as derrotas humilhantes dos três últimos pleitos. Por sua vez, para desespero dos EUA, no Encontro dos Brics pós Copa do mundo de futebol, o governo Dilma anfitriou o estreitamento das relações comerciais entre o bloco Eurásico e uma legião de países latino americanos. O próprio Brasil, já tendo substituído os EUA pela China como seu principal exportador e importador, estabeleceu uma aproximação inédita com a Rússia. “A América para os americanos” e “para onde pender o Brasil penderá o resto da America Latina”, que balizaram o golpe de 1964, são premissas que ressurgem com força total neste momento histórico. Sendo assim, passou a ser uma preocupação capital para Washington interromper o curso de governos petistas utilizando-se dos meios necessários. Esta conjuntura mundial, com tudo isto em jogo, faz da eleição presidencial brasileira as mais importante do ano.

Testado, retestado e re-retestado que o PSDB é incapaz de derrotar o PT pelo voto nas eleições presidenciais, uma vez que mesmo não confiando do PT, as massas tem razão de sobra para não querer a volta do PSDB, era preciso apostar uma terceira via, uma trânsfuga do próprio PT como instrumento de substituição do mesmo. Sem estrutura partidária sólida, Marina foi convertida em um fenômeno eleitoral desde 2010, quando sua votação foi turbinada de forma espetacular, sendo uma forte candidata da oposição burguesa. Não por acaso, a ex-senadora foi estranhamente homenageada pelo imperialismo britânico nas olimpíadas de Londres de 2012 e apresentada como a suposta expressão de uma “nova política”, reivindicada nas manifestações das jornadas de junho de 2013.

No contexto acima descrito, a aeronave que transportava Eduardo Campos, o terceiro candidato burguês na disputa eleitora, cuja função política até então era pressionar a existência de um segundo turno entre Dilma e Aécio, foi explodida de forma estranha, em pleno ar, destroçando-se antes de atingir no chão. Moradores de Santos testemunham que viram não um avião mas uma bola de fogo só antes de cair e se espatifar com uma violência tamanha que nenhum pedaço maior de qualquer parte do avião e menos ainda dos passageiros restou. Sem Eduardo pela frente, Marina teve o caminho livre para lançar-se a presidência com melhores chances que o mais fraco candidato do PSDB desde a ascensão do PT a presidência.

No momento inicial, as bolsas despencaram, sofreram uma queda instantânea, com medo que não houvesse mais segundo turno e, pior, que Marina tivesse morrido junto. “O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, lembra que notícia da queda da aeronave fez o Ibovespa cair forte, pois ainda cogitava-se que, além de Campos, era possível que sua vice, Marina Silva, estivesse à bordo.” (Exame, 13/08/2014).

Mas o temor se reverteu em festa, quando não só Marina não havia morrido (ela teria desistido de última hora de acompanhar o candidato a presidente), quanto aproveitaria da comoção nacional para se lançar a presidência na vaga deixada por Campos: enção está voltada para ela. É uma mídia espontânea. Ela é a vice de um candidato que acabou de falecer e isso tem um apelo emocional muito forte. Se ela entrar na disputa, as chances de segundo turno podem crescer muito” (idem). Por fim, todos começam a fazer suas apostas com expectativa de grande realização de lucros se Dilma perde para Marina: “num cenário no qual a oposição ganhe as eleições, o Ibovespa poderia atingir os 70 mil pontos, uma alta de 25% em relação ao patamar atual. Já num cenário de manutenção de Dilma Rousseff na presidência, Miranda vê o Ibovespa retornando ao patamar dos 40 mil pontos, o que representaria um recuo de quase 30%.” (idem). Verifique-se que toda esta expectativa positiva pelos mercados ocorrera no próprio dia da morte de Campos.

Tanta expectativa não poderia ser menor, o programa de Marina é mais próximo do de Aécio que Campos. Ela é defensora do neoliberalismo, dos interesses do capital financeiro; da “independência do Banco Central”, da manutenção do neoliberal “tripé macro-econômico” (regime de metas de inflação, fiscais e câmbio flutuante), da entregar das florestas brasileiras às ONGs imperialistas, de alugar a Amazônia. Evangélica, criacionista, antiaborto e defensora do arqui-reacionário deputado Marco Feliciano. A palataforma antiagronegócio de Marina não é pela reforma agrária e “coincide” com os dos EUA opondo-se ao setor do capital nacional mais interessado na manutenção dos negócios do Brasil com a China.

A classe média que em um primeiro momento se viu beneficiada pelo esquema cambiário que expandia os serviços e o consumo, diante do esgotamento da bola de neve do sobreendividamento, procura saídas políticas para seu declínio econômico. Está sendo usada para dar consenso social ao golpe imperialista. Mas, mal suspeita que com Marina pode haver uma hiper-recessão, pois se mesmo com a China, a economia do Brasil está decaíndo, com os EUA, “depois da queda, terá o coice”.

Marina se apoia na grande mídia (Globo, Veja, Folha,...), oposição de direita , capital financeiro e imperialismo. Ela tem como missão reorientar o Brasil, como quintal dos EUA, para seus antigos amos. Assim, os institutos de pesquisa já apontam a vitória de Marina sobre Dilma no segundo turno. Uma escandalosa fraude eleitoral está em curso! Teria o ritmo frenético da atual "guerra fria", aquecida na Ucrânia, obrigado ao imperialismo a antecipar seus planos, de Golpe Parlamentar (impeachment) contra o futuro mandato petista, a partir de 2015, para Golpe Eleitoral ainda em 2014?