A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) converteu-se em
um pequeno alívio nas dívidas acumuladas pela classe trabalhadora
principalmente durante a era lulodilmista, ou seja, durante os governos
burgueses do PT que se opõem a reposição das perdas salariais, ao reajuste real dos
salários e ainda maquiam os dados econômicos reais para apresentar uma inflação
menor do que a que sentimos. Estes governos enganam os trabalhadores e favorecem ao
grande capital através da expansão do crédito (nós já tratamos dos riscos deste "truque" em "Medidas ‘anti-crise’ de Dilma, matando a sede com águasalgada, Editorial d'O Bolchevique #10").
SISTEMA DE BARRACÃO DE PLÁSTICO
Com salários corroídos e sendo
obrigados a endividar-se não apenas para realizar alguns miseráveis “sonhos de
consumo” (TV LCD, celulares, iphones, notebooks, carro 0, etc.) aos quais são induzidos pelo bombardeio sistemático do marketing burguês, mas sobretudo para sobreviver os trabalhadores brasileiros do século
XXI sofrem uma nova versão da escravidão por dívida, uma versão “moderna” do
sistema de “barracão”, onde os colonos da fazendas não viam a cor do dinheiro e
sempre estava sobre-endividados com o Barracão do dono da fazenda. O cartão de
crédito é o barracão de plástico.
Historicamente, desde a III Internacional de
Lenin e Trotsky e da Internacional Sindical Vermelha, os marxistas se caracterizam a participação nos lucros como um
engodo capitalista. No Brasil, muitas vezes os patrões empurram goela abaixo o
sistema de metas para conceder a PLR tentando converter os trabalhadores em
cúmplices de sua exploração e de seu assédio moral. Foi assim no acordo
escravocrata estabelecido entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos
Campos, dirigido peal CSP-Conlutas-PSTU, e a maior multinacional automobilística
do planeta, a GM.
POR UM DÉCIMO QUARTO SALÁRIO PARA O PROLETARIADO
Nós da LC, cientes do sobreendividamenteo proletário não nos
opomos a que os trabalhadores se aliviem recebendo a PLR, lutamos para que isto
ocorra sem metas de produção, etc e buscamos convertê-la em um 14º salário com
valor correspondente a maior PLR já reivindicada por cada categoria. Por isto, discordamos
da reivindicação acrítica da PLR e denunciamos que a PLR é um engodo patronal,
reivindicando a incorporação do que é pago como PLR, assim como o conjunto das
gratificações e abonos salariais, reivindicamos a reposição de nossas perdas
históricas e a antecipação da campanha salarial.