antes que a CAF antecipe as
demissões!
Do Folha do Trabalhador – ESPECIAL CAF - Ano III - # 22 - março
de 2013
Todos sabem que a CAF Brasil segue querendo demitir mais
trabalhadores. Isto ocorre porque a matriz em Beasain (País Basco/Espanha)
alega estar em dificuldade. Em março de 2013 a CAF-Brasil fez questão de perder
a licitação para ela mesma. Cobrou o dobro do valor de seu trem para a CPTM
(Revista Ferroviária, “Indústria frustra a maior encomenda da CPTM”,06/03/2013*) com a clara intenção de ver a licitação cancelada na “maior encomenda
de trens elétricos do país” segundo a Revista, para se abrir uma licitação
internacional e a matriz na Espanha ganhar a licitação.
Sabendo disto, vem a pergunta: quando acabar o metrô de
Recife, a CAF-Brasil vai demitir mais trabalhadores? Sim ou não? Como nós não
acreditamos em coelhinho da páscoa, defendemos que sejam abertas as negociações
de PLR imediatamente. Senão, o metrô de Recife acaba, ela demite, e depois que
passar o facão, ela só vai precisar negociar a primeira parcela da PLR (85%)
para quem ficar na empresa.
Ano passado, a greve começou dia 27 de abril, após esgotarem
todas as negociações. Defendemos: que as três reuniões obrigatórias por lei
para se negociar a PLR sejam dias: 05/04; 19/04; e 03/05. Ou seja: se até
inicio de maio não tivermos acordo em valores de PLR vamos a greve! Nenhuma
demissão, estabilidade para todos, antecipação das negociações da PLR já!
* Ver: Nossa posição acerca da participação nos lucros e resultados.
A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) converteu-se em
um pequeno alívio nas dívidas acumuladas pela classe trabalhadora
principalmente durante a era lulodilmista, ou seja, durante os governos
burgueses do PT que se opõem a reposição das perdas salariais, ao reajuste dos
salários e ainda maquiam os dados econômicos reais para apresentar uma inflação
menor do que sentimos. Estes governos enganam os trabalhadores e favorecem ao
grande capital através da expansão do crédito. Com salários corroídos e sendo
obrigados a endividar-se não apenas para realizar alguns miseráveis “sonhos de
consumo” mas sobretudo para sobreviver os trabalhadores brasileiros do século
XXI sofrem uma nova versão da escravidão por dívida, uma versão “moderna” do
sistema de “barracão”, onde os colonos da fazendas não viam a cor do dinheiro e
sempre estava sobre-endividados com o Barracão do dono da fazenda. O cartão de
crédito é o barracão de plástico. Historicamente, desde a III Internacional de
Lenin e Trotsky, os marxistas se caracterizam a participação nos lucros como um
engodo capitalista. No Brasil, muitas vezes os patrões empurram goela abaixo o
sistema de metas para conceder a PLR tentando converter os trabalhadores em
cúmplices de sua exploração e de seu assédio moral. Foi assim no acordo
escravocrata estabelecido entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos
Campos, dirigido peal CSP-Conlutas-PSTU, e a maior multinacional automobilística
do planeta, a GM. Nós da LC, cientes do sobreendividamenteo proletário não nos
opomos a que os trabalhadores se aliviem recebendo a PLR, lutamos para que isto
ocorra sem metas de produção, etc e buscamos convertê-la em um 14º salário com
valor correspondente a maior PLR já reivindicada por cada categoria. Por isto, discordamos
da reivindicação acrítica da PLR e denunciamos que a PLR é um engodo patronal,
reivindicando a incorporação do que é pago como PLR, assim como o conjunto das
gratificações e abonos salariais, reivindicamos a reposição de nossas perdas
históricas e a antecipação da campanha salarial.