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segunda-feira, 25 de março de 2013

METALÚRGICOS - CAMPINAS

Antecipar as negociações da PLR*,
antes que a CAF antecipe as demissões!

Do Folha do Trabalhador – ESPECIAL CAF - Ano III - # 22 - março de 2013


Todos sabem que a CAF Brasil segue querendo demitir mais trabalhadores. Isto ocorre porque a matriz em Beasain (País Basco/Espanha) alega estar em dificuldade. Em março de 2013 a CAF-Brasil fez questão de perder a licitação para ela mesma. Cobrou o dobro do valor de seu trem para a CPTM (Revista Ferroviária, “Indústria frustra a maior encomenda da CPTM”,06/03/2013*) com a clara intenção de ver a licitação cancelada na “maior encomenda de trens elétricos do país” segundo a Revista, para se abrir uma licitação internacional e a matriz na Espanha ganhar a licitação.

Sabendo disto, vem a pergunta: quando acabar o metrô de Recife, a CAF-Brasil vai demitir mais trabalhadores? Sim ou não? Como nós não acreditamos em coelhinho da páscoa, defendemos que sejam abertas as negociações de PLR imediatamente. Senão, o metrô de Recife acaba, ela demite, e depois que passar o facão, ela só vai precisar negociar a primeira parcela da PLR (85%) para quem ficar na empresa.

Ano passado, a greve começou dia 27 de abril, após esgotarem todas as negociações. Defendemos: que as três reuniões obrigatórias por lei para se negociar a PLR sejam dias: 05/04; 19/04; e 03/05. Ou seja: se até inicio de maio não tivermos acordo em valores de PLR vamos a greve! Nenhuma demissão, estabilidade para todos, antecipação das negociações da PLR já!


* Ver: Nossa posição acerca da participação nos lucros e resultados.
A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) converteu-se em um pequeno alívio nas dívidas acumuladas pela classe trabalhadora principalmente durante a era lulodilmista, ou seja, durante os governos burgueses do PT que se opõem a reposição das perdas salariais, ao reajuste dos salários e ainda maquiam os dados econômicos reais para apresentar uma inflação menor do que sentimos. Estes governos enganam os trabalhadores e favorecem ao grande capital através da expansão do crédito. Com salários corroídos e sendo obrigados a endividar-se não apenas para realizar alguns miseráveis “sonhos de consumo” mas sobretudo para sobreviver os trabalhadores brasileiros do século XXI sofrem uma nova versão da escravidão por dívida, uma versão “moderna” do sistema de “barracão”, onde os colonos da fazendas não viam a cor do dinheiro e sempre estava sobre-endividados com o Barracão do dono da fazenda. O cartão de crédito é o barracão de plástico. Historicamente, desde a III Internacional de Lenin e Trotsky, os marxistas se caracterizam a participação nos lucros como um engodo capitalista. No Brasil, muitas vezes os patrões empurram goela abaixo o sistema de metas para conceder a PLR tentando converter os trabalhadores em cúmplices de sua exploração e de seu assédio moral. Foi assim no acordo escravocrata estabelecido entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, dirigido peal CSP-Conlutas-PSTU, e a maior multinacional automobilística do planeta, a GM. Nós da LC, cientes do sobreendividamenteo proletário não nos opomos a que os trabalhadores se aliviem recebendo a PLR, lutamos para que isto ocorra sem metas de produção, etc e buscamos convertê-la em um 14º salário com valor correspondente a maior PLR já reivindicada por cada categoria. Por isto, discordamos da reivindicação acrítica da PLR e denunciamos que a PLR é um engodo patronal, reivindicando a incorporação do que é pago como PLR, assim como o conjunto das gratificações e abonos salariais, reivindicamos a reposição de nossas perdas históricas e a antecipação da campanha salarial.