Kassab aprofunda política repressiva contra o direito
ao trabalho dos ambulantes em favor de uma reurbanização mais lucrativa para o grande capital
ao trabalho dos ambulantes em favor de uma reurbanização mais lucrativa para o grande capital
Como vem fazendo desde que assumiu a prefeitura de São Paulo em 2006, Gilberto Kassab aprofunda ainda mais sua política de segregação e perseguição contra o direito ao trabalho dos camelôs e de toda a população trabalhadora, impondo um verdadeiro Estado de Sítio à serviço do capital.
O prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), desde que assumiu a gerência municipal em 2006, na época pertencente ao falido partido burguês Democratas (DEM), vem perseguindo implacavelmente os trabalhadores ambulantes através de um conjunto de políticas cada vez mais repressivas e de clara higienização social. Da mesma forma como reprime constantemente os camelôs da rua 25 de Março – maior centro de comércio popular da América Latina – Kassab vem impedindo agora que os camelôs dos arredores da "Feirinha da Madrugada" do Brás, região central de São Paulo, trabalhem, utilizando contra os ambulantes a animalesca tropa de choque da PM à serviço das grandes redes logistas.
A desculpa utilizada pela prefeitura, e amplamente difundida pelo monopólio da comunicação burguesa contra os trabalhadores, é o surrado discurso do combate à pirataria e ao comércio de mercadorias "ilegais", o que pela lógica, obrigaria a atuação repressiva também contra a loja de luxo da burguesia Daslu, onde segundo denúncias do site de noticias Terra, a loja teria sonegado US$ 10 milhões de dinheiro público, ficando totalmente impune e permanecendo com suas atividades criminosas. http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI590097-EI306,00.html
Kassab vem impondo sobre toda a população trabalhadora do município um verdadeiro Estado de Exceção, militarizando a administração pública municipal, onde atualmente todas as sub-prefeituras estão sendo gerenciadas por coronéis da polícia militar. Além disso, também aplicou a lei "Cidade Limpa", que na prática favorece às grandes redes comerciais, bancos e etc., implementou sob o pretexto de combate ao comercio ilegal a "Operação Delegada", que através de convênio com a PM institucionaliza o “bico” dos policiais militares e azeitando as engrenagens repressivas contra os trabalhadores ambulantes. Além disto, todo mundo sabe que a maior parte da "mercadoria ilegal" apreendida vai ser depois repartida entre os mafiosos agentes do aparato repressivo. Trata-se de um assalto a mão armada, legalizado pelo Estado capitalista, agente dos grandes empresários, realizado covardemente contra trabalhadores desempregados que perderam inclusive o direito de serem "legalmente" escravizados.
O fascistinha Kassab também sancionou a "Lei do Pedestre", para lançar sobre os motoristas toda a culpa pelo caos do trânsito na cidade, favorecendo a indústria das multas, reprimiu violentamente as manifestações de estudantes que no início do ano protestavam contra o aumento abusivo das passagens de ônibus, persegue diariamente moradores de rua utilizando carros-pipa para impedi-los de dormir durante a noite em locais públicos, além de reprimi-los com a famigerada Guarda Civil Municipal (GCM) e tomou muitas outras medidas antipopulares de caráter ditatorial, visando manter os trabalhadores sob vigilância do Estado burguês, políticas típicas de ditaduras militares protegendo os lucros da burguesia.
OS CAMELÔS RESISTEM BRAVAMENTE CONTRA A REPRESSÃO DA PM E DA GCM
Desde o dia 24 de outubro, os trabalhadores ambulantes das imediações da Feirinha da Madrugada resistem bravamente. Em defesa de seus trabalhos, os camelôs organizaram durante uma semana, na região central de São Paulo, grandes manifestações contra a política ditatorial de Kassab, sendo reprimidos violentamente pela tropa de choque de Alckmin (PSDB) através de bombas de efeito moral e cassetetes, da mesma forma como nesta semana fez na USP, espancando e prendendo arbitrariamente estudantes e funcionários.
É importante destacar que tamanha repressão e truculência contra os trabalhadores da região do Brás por parte da prefeitura tem o objetivo claro de expulsar a população trabalhadora de uma região super-valorizada pela especulação imobiliária, para a qual existem megaprojetos de construção de shoppings e hotéis de luxo, que formarão o chamado “Circuito das Compras”. Para isso, as polícias de Kassab e Alckmin vem tentando dividir ao máximo o movimento, colocando os trabalhadores legalizados contra o conjunto dos camelôs e fragmentando a resistência dos trabalhadores, a fim de fazer uma reestruturação mais lucrativa do centro da cidade para o grande capital.
É necessário que os camelôs intensifiquem os protestos, gerando uma crise política no governo Kassab, como único meio para que os trabalhadores continuem defendendo seu “ganha-pão”, direito cada vez mais negado pela burguesia e seus capachos do naipe de Kassab e CIA, assim como é importante também neste momento a solidariedade de toda a classe operária à heróica luta dos camelôs em defesa de sua sobrevivência.