Que o Comando de Greve Comande a Greve!
Reproduzimos abaixo o panfleto unificado distribuído na assembléia geral dos estudantes da USP realizada na Escola Politécnica no dia 23 de novembro
A base estudantil garantiu em todos os momentos nossa luta contra a brutal repressão policial, contra a burocracia universitária e contra as traições da direção do DCE e de seus lacaios. Uma das tarefas do Comando de Greve deve ser organizar juntamente com as entidades estudantis o SINTUSP e a ADUSP, medidas práticas de legítima defesa da greve, das assembleias, do conjunto dos lutadores e estudantes contra a repressão policial e para-policial neonazista. As lutadoras e lutadores que compõem o Comando de Greve de Base, com delegados revogáveis eleitos nas assembleias de curso, inaugurou um outro modo de fazer política: a lição aprendida com os diversos movimentos da juventude e dos trabalhadores espalhados pelo mundo é que a força do movimento vem da base. É necessária uma articulação de todos os defensores dos métodos da ação direta, que fazem oposição a diretoria do DCE, para aprovarem em todos os fóruns do movimento (a começar pelas reuniões do comando de greve) que será um comitê de representantes do comando de greve quem vai conduzir a assembleia geral e dirigir nossa greve, não o DCE.
FORA PM! FORA RODAS! CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DO MOVIMENTO!
A ação direta dos estudantes, a ocupação da FFLCH e em seguida da Reitoria, junto com a Greve Geral massiva são os principais instrumentos de luta do movimento e foi o que deu visibilidade nacional a nossa pauta de reivindicação pelo Fora PM! Fora Rodas! e pelo fim de TODOS os processos e inquéritos contra estudantes e trabalhadores, tanto dos 73 quanto das dezenas de processos administrativos e penais anteriores.Contrário ao que Alckmin e Rodas esperavam, a greve cresce a cada dia, incorporando novos cursos e derrota bravamenteas tentativas de enfraquecer o movimento. Caso dealguns professores e a diretora da FFLCH que interviram na assembleia estudantil para tirar o curso de Letras da greve. Mas a força do movimento reverteu bravamente isso ontem nas assembleias das letras (22/3) com a volta do curso de letras à greve por ampla maioria.
A ESTATUINTE SOBERANA E A ARMADILHA DA DESMOBILIZAÇÃO DA LUTA REAL E DIRETA
Na assembléia geral do dia 17/11, quase três mil estudantes reafirmaram as bandeiras que deram início ao movimento, aspirando ao fim da intervenção tucana, das fundações privadas e dos estatutos herdados da ditadura militar, votaram por uma Estatuinte Soberana. A aspiração dos que não querem a USP submetida ao jugo do capital, dos que desejam a produção do conhecimento liberada para atender ao conjunto da sociedade, principalmente, aos trabalhadores, querem uma Estatuinte Soberana que liquide com toda a estruturasemi-feudal e elitista vigente na USP, o fim do Vestibular, assegurando aos trabalhadores e suas famílias, o controle e o ingresso na mais importante universidade pública do Brasil.No entanto, os mediadores de Rodas podem se utilizar desta aspiração legítima para desmobilizar nossa luta real e direta de agora, como fez Suelly em 2007 através do distracionista e inútil V Congresso da USP. Por isto, acreditamos que não devemos desviar o foco central de nosso movimento hoje da luta pelo fim da repressão, da intervenção tucano burguesa na USP e da criminalização dos lutadores. De fato, todas as promessa falsas de mudanças estatutárias feitas pela casta parasitária e tirana que hoje controla a USP para nos tapear devem ser rechaçadas pelo movimento estudantil identificado com a resistência da população proletária contra a polícia, questionando a estrutura elitista e semi-feudal da USP, enquanto exemplo para outros estudantes e setores da juventude em luta. A consigna da Estatuinte, por si só, não vai resolver nenhum dos nossos problemas, é a força do movimento, a ação direta que pode derrubar Rodas, impor uma Estatuinte, expulsar a PM, retirar os processos etc.
O GOLPE DO DCE COM A “ABERTURA DE NEGOCIAÇÕES” É CONTRA A GREVE E CONTRA O FORA RODAS!
Na assembleia geral de hoje (23/11), é necessário garantir a manutenção da greve e de seus eixos, evitando que a direção do DCE (PSOL) e seus lacaios(PSTU e cia) desviem a nossa luta para uma derrota desmoralizante. Desde o princípio, o DCE é contra e sabota a luta contra a PM no Campus, pelo Fora Rodas e pelo fim dos processos contra estudantes e trabalhadores. Na última assembleia (17/11), o DCE não admitiu que sua proposta de abrir negociações com a Reitoria foi rejeitada por nítido contraste. O DCE mantém esta política desmoralizante mesmo após a fracassada “audiência pública” com Rodas que ignorou o movimento, demonstrando que não tem a menor disposição de diálogo. A única proposta de negociação feita por Rodas até agora não passou da tapeação de criar grupos de trabalho para reavaliar (e não para revogar) o convênio USP-PM e os processos administrativos contra os estudantes e funcionários sob a condição de desocupação da Reitoria: proposta que foi rechaçada por nossas assembleias. Pouco depois Rodas mostrou sua verdadeira disposição em rever o uso da repressão policial contra a comunidade universitária: a maior invasão já sofrida por uma universidade brasileira; um aparato militar com helicópteros, cavalos e mais de400 soldados da tropa de choque para prender73 estudantes. Esta é a negociação de Rodas, esta é a democracia de Alckmin. Mas apesar de Rodas já ter deixado bem claro que não negocia nada e que só que é liquidar a resistência ao projeto privatista tucano, o DCE insiste em forçar goela abaixo da assembléia a “abertura de negociações”.Isso ocorre porque o DCE vem sendo contra nossa luta desde o princípio, desde quando três estudantes foram presos pela polícia e a diretoria do DCE, ao invés de lutar pela liberdade deles, fez um cordão de isolamento contra os manifestantes para assegurar que os três companheiros presos fossem levados para a delegacia. Logo depois, o DCE e PSTU foram contra a ocupação da administração da FFLCH, reunindo-se com representantes da Reitoria às costas dos estudantes. Além disso, PSTU e PSOL sabotaram a assembléia que deliberou a ocupação da reitoria, tratando de deslegitimá-la para isolar a própria ocupação. Dirigentes do PSOL e professores ligados ao PSTU deramdeclarações contra a ocupação da Reitoria à imprensa burguesa, reforçando a campanha da mídia mentirosa de satanização de nossa luta. Por fim, os mesmos partidos foram contra a deflagração da greve, mesmo quando havia 73 companheiros presos. Agora PSOL e PSTU apegam-se à bandeira da Estatuinte, da “abertura de negociações” e de um “plano de segurança” (mais iluminação, podas de árvores, uma "nova" guarda universitária etc). Com isto, eles pretendem fazer uma negociação rebaixada com a Reitoria no abstrato para sair da greve, jogando para de baixo do tapete todos os eixos centrais que impulsionaram o movimento desde o início: "Fora PM! Fim do convênio PM-USP" e "Fim das perseguições políticas! Revogação imediata dos processos contra estudantes e trabalhadores".
QUE A CHAPA COMBATIVA 27 DE OUTUBRO SE ORGANIZE PARA COMBATER AS MANOBRAS DOS AGENTES DE RODAS (PSOL/PSTU)
A chapa combativa formada pelos ocupantes da reitoria, 27 de Outubro, formada por independentes, MNN, LER-QI, PCO, PRAXIS e POR, deve se organizar enquanto setor combativo para derrotar as manobras do setor traidor do movimento (PSOL/PSTU), por meio de reuniões periódicas que discutam as táticas para impedir que os pelegos conciliem com RODAS/PSDB/PM.
Comitê Antiimperialista
Estudantes da Moradia Retomada – USP
Núcleo de Ação e Estudos dos Trabalhadores em Educação - NATE
Espaço Mané Garrincha – ECMG
Liga Comunista - LC