Contra o genocídio negro promovido pelo imperialismo e seu
aparato repressivo cibernético!
Nos EUA, o Estado policial imperialista assassina três
pessoas por dia sem qualquer julgamento ou processo jurídico, em sua maioria
negras. Esta violência faz parte da historia dos EUA desde a Lei dos Escravos
Fugitivos de 1793, onde as forças policiais caçavam os escravos que tentavam
escapar. De lá para cá, sob um rompante democrático, o número de escravos
(agora assalariados) caçados, presos e executados só aumentou.
Duas mortes filmadas e viralizadas pela internet de homens
negros reacenderam a luta contra o racismo policial. Em Luisiana, Alton
Sterling, 37 anos, pai de 5 filhos, vendedor ambulante, foi baleado a sangue
frio e sangrou até a morte após ser esmagado por seus dois assassinos policiais
entre o para-choque do carro e o asfalto.
48 horas depois, em uma blitz de transito em Minnesota,
Philando Castilla foi sumariamente fuzilado diante de sua filha de 4 anos
enquanto pegava sua carteira no porta-luvas, dentro de um carro por um
policial, enquanto sua mulher que também estava rendida filmava sua execução.
Os dois casos reabriram a fratura exposta e nunca cicatrizada do terror de
Estado permanente sobre a população pobre e trabalhadora negra dos EUA, bem
como do fantasma das violentas lutas contra essa opressão que tiveram capítulos
indeléveis nos anos 60, em 1992 em Los Angels e outros cada vez mais freqüentes
nos últimos anos que deram origem ao movimento “Black Lives Matter” (“vidas
negras importam”).
A recente trajetória de assassinatos e perseguição da população
negra dentro dos Estados Unidos teve seu início em 2012 quando o adolescente de
17 anos, Trayvon Martin, foi liquidado pelo guarda “voluntario”, George
Zimmerman. Como se não bastasse ter sido assassinado, Trayvon ainda teve que
responder pela sua própria morte perante a justice Americana, e Zimmerman foi
inocentado. Este caso foi seguido em agosto de 2014 pela morte do jovem de 18
anos, Michael Brown em Ferguson, Missouri. Com 12 tiros o policial branco
Darren Wilson, 28, eliminou o jovem desarmado após acusa-lo de roubo quando o
jovem e um amigo caminhavam pela rua em pleno meio dia. A sequência de assassinatos
não para por aí, um mês antes da morte de Brown, Eric Garner morreu
estrangulado em Nova Iorque por policial branco usar a técnica chave de braço
para liquida-lo. Esses assassinatos e uma série de outros que os procede ativou
protestos da comunidade negra e oprimidos em todo pais e deu origem a
movimentos como o “Black Lives Matter.” Desde então, esses protestos foram
intensificados principalmente quando grande juries norte-americanos decidiram
por inocentar os policiais envolvidos nesses casos.
Como um rastilho de pólvora, isso gerou protestos de costa a
costa dos EUA, não só em Minnesota e Luisiana, mas Washington-DC, San
Francisco, Los Angels, Oakland, Nova York, Ferguson, Atlanta, Jackson, MS,
Baltimore e Dallas.
Em Saint Paul, Minnesota, cerca de 1.000 manifestantes
gritando “Não há justiça! Não haverá paz!” bloquearam uma rodovia em frente ao
Departamento de Polícia e atacaram a polícia com pedras, garrafas, fogos de
artifício, coquetéis molotov e barras de metal. Vinte e um policiais ficaram
feridos no confronto que durou horas. Um policial foi atingido na cabeça por um
pedaço de concreto de 25 libras atirado de cima de uma ponte. Os manifestantes
reagiram contra o genocídio negro com as armas que tem a sua disposição. 102
pessoas foram presas pela polícia.
Os negros oprimidos dos EUA são considerados parte da
população que entra na ampla categoria dos “matáveis” por parte do Estado
policial. Cada vez mais o Estado imperialista e todos os seus sócios do
capitalismo mundial aplicam uma perversa política de redução da população
mundial pela via da fome na América Latina, Ásia e África e do assassinato em
massas através de guerras e da repressão policial de setores “matáveis” da
população trabalhadora mundial.
O USO DE ROBÔS ASSASSINOS PARA REPRESSÃO INTERNA É UMA
CONTINUIDADE DO USO DOS DRONES PARA A GUERRA IMPERIALISTA CONTRA OS DEMAIS
POVOS OPRIMIDOS
Diante da rebelião popular no coração do monstro
imperialista, Obama volta às pressas para os EUA. O comandante em chefe dos EUA
estava em uma reunião da OTAN na Polônia onde discutiam como deter a integração
dos países eurasiáticos através do cerco militar a Rússia, um movimento
preparatório da 3ª Guerra Mundial.
O presidente negro imediatamente tratou de apelar para
reconciliação nacional e tentar afastar os fantasmas das experiências de lutas
do passado. A mídia imperialista também tratou de demonizar os protestos e
justificar uma onda macarthista de repressão contra seus organizadores. David
Brown, negro, chefe de polícia da cidade, citou ao cantor Stevie Wonder, «I’ll
be loving you always» (“Eu estarei te amando sempre”). Todo esse desesperado
espetáculo de apelo sentimental e demagógico realizado pelo Estado policial,
que agora se arma com robôs para assassinar seus escravos, só pode causar náusea
e mais indignação aos trabalhadores negros que levantam para não seguir sendo
“mortos sempre”.
Mais do que nunca é necessário unificar nossa classe,
brancos, negros, índios, asiáticos, latinos e imigrantes contra o Estado
policial. Ao mesmo tempo em que devemos separar o nosso lado do lado inimigo,
excluir os policiais de nossos sindicatos e centrais sindicais.
Lutamos pela autodefesa negra, como defenderam os Panteras Negras em sua luta contra o Estado policial e por isso lutamos contra o desarmamento da população civil defendido por Obama, enquanto o Estado policial se arma ciberneticamente para nos esmagar. Defendemos a construção de um partido revolucionário sobre a base do proletariado multirracial de toda América do Norte.
Lutamos pela autodefesa negra, como defenderam os Panteras Negras em sua luta contra o Estado policial e por isso lutamos contra o desarmamento da população civil defendido por Obama, enquanto o Estado policial se arma ciberneticamente para nos esmagar. Defendemos a construção de um partido revolucionário sobre a base do proletariado multirracial de toda América do Norte.