Escolhendo o Comandante em Chefe,
que vai dirigir o imperialismo na III Guerra Mundial
que vai dirigir o imperialismo na III Guerra Mundial
Ana Souza, do Socialist Workers League dos EUA
Pela luta dos trabalhadores, oprimidos e imigrantes, o
Comitê de Ligação da Quarta Internacional, CLQI, apresenta sua nova seção, a
Socialist Workers League, nascida no coração do monstro imperialista
norte-americano. A SWL nasce em meio a prova de fogo da nova guerra fria. O
proletariado dos EUA, multirracial desde suas origens, precisa assumir seu
papel histórico na luta contra o imperialismo, consciente que o triunfo da luta
contra sua própria burguesia liberará a si mesmo e ao proletariado mundial.
Prometendo desfazer-se do legado de George Bush Junior,
Obama foi eleito surfando em uma onda de otimismo. Mas o seu "Sim, nós
podemos" deixou à classe trabalhadora e os oprimidos a decepção do "O
que fizemos?". Ao longo desses sofridos oito anos, Obama tem cinicamente
implementado a agenda imperialista dando continuidade ao legado de terror de
Bush no Oriente Médio, traindo as esperanças da classe trabalhadora e dos
oprimidos, ampliando políticas que só aprofundaram a miséria dos trabalhadores
após a depressão capitalista de 2008, estendendo a influência dos EUA ainda
mais na Ásia, África, e agrupando aliados europeus ocidentais no cerco
imperialista na fronteira russa, pavimentando o caminho de uma nova guerra.
Quem será o escolhido para liderar o imperialismo na III
Guerra Mundial? Essa é de fato a grande pergunta da campanha eleitoral de 2016.
O topetudo, candidato a bonapartista Donald Trump? Ou será a igualmente
multimilionária, falcão de guerra, Hillary Clinton apoiada pelo autoproclamado
"socialista" Bernie Sanders, cujas preocupações para aliviar o
sofrimento humano, são, na prática, impetuosamente imperialistas? A arena
eleitoral de 2016 está intricada no contexto de “Obusha” [ como criticamente
Obama é chamado nos EUA pelos que acreditam que seu governo é uma mera
continuidade de Bush ] ter exacerbado as mazelas do capitalismo americano. Os explorados
esperavam que ele iria pelo menos atenuar essas mazelas quando estivesse no
comando. As massas seguem desiludidas com a políticas impostas pelo governo dos
EUA para salvar os grandes bancos, que só tem engordado seus próprios cofres.
Por sua vez, a reforma da saúde, com o “Obamacare” efetivamente fez da
população americana um mercado cativo para os sanguessuga dos seguros de saúde
privados. Obama também realiza um ferrenho ataque aos imigrantes que o
elegeram, sendo ele o “Chefe da Deportação”.
A depressão de 2008, e suas medidas contra os oprimidos,
concentrou ainda mais riqueza nas mãos do 1% dos capitalistas mais ricos,
agravando ainda mais o fosso entre a classe dominante e os trabalhadores,
jogando 6 milhões de trabalhadores a mais na situação de extrema pobreza. Desde
1980, conduzindo as várias ondas de ataques contrarrevolucionários de roubos,
guerras imperialistas e austeridade, os presidentes Reagan, Bush pai, Bill
Clinton, Bush filho, em agora, Obama, demonstraram ser apenas diferentes instrumentos
da execução dos interesses da classe dominante.
Um dos presidentes mais violentos, Obama deu plenos poderes
ao aparato do Pentágono para dar continuidade a política belicista de seu desacreditado
antecessor. Ele processou mais “traidores” dos EUA – verdadeiros heróis como
Bradley Manning, que revelam ao mundo a espionagem e opressão planetária
exercida pelo imperialismo – do que qualquer outro presidente. Obama dirige a
campanha mundial sem precedentes de terrorismo e assassinato por drones.
“Nenhum presidente algum dia construiu mais ogivas nucleares que Obama. Está ‘modernizando’ o arsenal apocalíptico cos EUA, inclusive com novas 'mini' bombas atômicas, cujas dimensões e tecnologia 'inteligente' (sic), diz um dos altos generais dos EUA, asseguram que o uso das tais bombas ‘deixou de ser impensável’.” (EUA em silêncio preparam-se para a guerra, John Pilger, 27/5/2016, Counterpunch).
As chances da classe trabalhadora e oprimida ganhar alguma
coisa dentro das eleições de 2016 são tão possíveis como ganhar o prêmio maior
da lotaria. Na verdade, para os eleitores trabalhadores, que serão as vítimas
do próximo mandato, a diferença entre os candidatos é a mesma entre levar um
tiro na cabeça ou no peito. O republicano D. Trump debuta na máquina de eleições
fraudulentas. A retórica de Trump apela para o racismo, sexismo, homofobia e
xenofobia, cuja mensagem é direcionada as reacionárias bases do Partido
Republicano. O plano nessas eleições é dar continuidade a corrida belicista
acirrada na administração anterior e obter mais lucros para os comparsas como
Goldman Sachs e outros interesses capitalistas americanos, vestidos de
linguagem vaga sobre "direitos humanos".
"Foi Hillary Clinton quem, como secretária de Estado acirrou as disputas pelas ilhas do Mar do Sul da China... declarou que os EUA teriam ‘interesse nacional’ naquelas águas asiáticas. Filipinas e Vietnã foram encorajados e subornados para que mantivessem as 'demandas' e as disputas contra a China. Nos EUA, as pessoas já estão sendo adestradas para ver qualquer posição defensiva dos chineses, como agressão. Vale dizer que o cenário está pronto para escalada rápida rumo à guerra. E escalada similar de provocação e propaganda está em ação também contra a Rússia. Clinton, a ‘candidata mulher’, deixa por onde passa uma trilha de golpes sangrentos e morticínio: em Honduras, na Líbia (incluindo o assassinato do presidente da Líbia) e na Ucrânia. A Ucrânia agora é uma espécie de parque temático da CIA, pululando de nazistas, linha de frente de guerra que está sendo construída contra a Rússia – literalmente, a mesma linha divisória que os nazistas de Hitler passaram para invadir a URSS, que custou a vida de 27 milhões de pessoas. Esta catástrofe épica continua muito forte na memória do povo da Rússia... A campanha de Clinton à presidência recebeu dinheiro de nove das dez maiores empresas fabricantes de armas do mundo. Nenhum outro candidato sequer se aproxima desses 'números'”. (idem).
A ‘candidata mulher’ do imperialismo, mascara a destruição
realizada por seu marido dos programas de assistência social para as mulheres
pobres. Ciente da sua falta de popularidade entre a classe trabalhadora,
Clinton conta com o apoio de seu aliado Sanders, um verdadeiro lobo em pele
"socialista", que cumpriu a tarefa de reiludir as massas em direção
ao tacão de ferro, como ele prontamente orientou através de seu apoio eleitoral
para ela. Após o encontro com Obama no Salão Oval para acelerar o processo em
canalizar os seus apoiadores para Clinton, o verdadeiro trabalho de Sanders
como recrutador dos oprimidos e jovens foi finalmente revelado nas próprias
palavras de Obama "Mr. Sanders irá desempenhar um papel central na
definição da agenda democrata "(NYTimes, 6/10/16).
A trajetória política de Sanders inclui o apoio aos
bombardeios promovido por Bill Clinton na Sérvia e a atual agenda sanguinária
de Obama. Em um debate no Partido Democrata no início deste mês, Sanders
declarou sua posição sobre a nova guerra fria, afirmando seu apoio para uma
política que iria "reforçar o nosso limite de tropas naquela parte do
mundo (Rússia) afirmando a Putin que a sua agressividade não ficará
desnivelada.” Para enfatizar o seu alinhamento com o imperialismo, Sanders
afirma "temos que trabalhar com a OTAN para proteger a Europa Oriental
contra qualquer tipo de agressão russa”. Portanto, é evidente que suas manobras
imperialistas são contrárias ao socialismo. Como nos ensinou Marx, um povo que
oprime outro forja suas próprias algemas, o socialismo, por outro lado, unifica
os trabalhadores e povos oprimidos que não têm nada a perder senão suas
próprias algemas.
Para todos os lados, a eleição americana de 2016 sinaliza o
fortalecimento da tirania sobre as massas, o capital e controle político
interno e externo. A nova ordem também confirma uma reação imperialista sobre o
desenvolvimento capitalista em todo o mundo tentando recuperar terrenos
perdidos durante uma de suas piores crises desde a Grande Depressão iniciada em
1929.
À medida que as grandes potências ocidentais oscilavam em
2008, os BRICS se formaram sob o controle da China e da Rússia, integrando
Brasil, Índia e África do Sul. Incapaz de tolerar um bloco capitalista rival, o
monstro yanque avança com o aumento de tropas e Golpes brandos com o objetivo
de esmagar as economias do BRIC, fomentando assim a guerra fria que pode ficar
“quente” a qualquer minuto, e potencialmente provocar uma nova guerra mundial.
A parceria orquestrada entre os democratas sinaliza ânsia do
partido para expandir o uso da força militar de Obama para realizar a
"mudança de regime" em países que estão no caminho dos desejos dos
Estados Unidos como parte da preparação para a III Guerra Mundial. Como
categoricamente resumiu Obama quando endossou Clinton durante a sua declaração
de três minutos, "eu não lembro de alguém tão qualificado para ocupar este
cargo." Como uma máquina de guerra, os democratas apresentam a sua candidata
muito bem preparado. Hillary Clinton não é apenas a queridinha das multinacionais
para fazer o trabalho de todos os presidentes: ser o CEO do império, mas é a
candidata presidencial com os laços mais estreitos com o aparelho de
inteligência militar americana. Nenhum outro secretário de Política Externa tem
ido tão longe como ela tem em impor-se como chefe militar que não só garante
ocupações, mas também faz disso uma "manipulação bastante cínica como uma
força para o bem universal."
Como seu dever imperialista, o patrão D. Trump
confortavelmente articula seu compromisso afirmando que assumindo a presidência
em novembro fará uma vasta escalada militar para garantir uma frente poderosa
contra os BRICS na Guerra Fria. Ao declarar "America First" como
princípio fundamental da sua política externa, Trump declarou que o
"domínio militar (estadunidense) deve ser inquestionável, e refiro-me
inquestionável, por qualquer um e por todos... Vai ser tão poderoso que seremos
intocáveis." Enquanto ludibria as massas norte-americanas que o seguem
desnorteadas prometendo restaurar empregos que forma terceirizados para os
países neocoloniais, ele ira de fato abrir caminho para a classe dominante
norte-americana empurrar os padrões de vida dos trabalhadores para níveis de
miséria comparados aos mesmos níveis impostos aos países neocoloniais.
As opções apresentadas pelo imperialismo para as eleições de
2016 são um jogo de cartas marcadas e que de fato apenas prepara o esmagamento das
massas e revigora o legado histórico da classe dominante em oprimir os povos.
Cabe aos revolucionários socialistas denunciar a política fascista de Trump, a
destreza belicista de Clinton, apoiada na falência cínica de Sanders, chamando
os trabalhadores, oprimidos e imigrantes a resgatar as tradições de luta e
resistência histórica da classe trabalhadora dos EUA, berço do Primeiro de Maio
hoje comemorado internacionalmente. A campanha de Sanders, apesar do malogro de
sua direção, revela a existência de um enorme público simpático ao socialismo
nos EUA, carente de organização política. Chamamos toda a classe trabalhadora,
a juventude, os imigrantes em geral para unificarmos a luta contra mais uma
investida do capital. Não existe outra opção para as massas senão o voto nulo
nas eleições americanas de 2016. Lutemos por estabelecer uma base de luta nas
ruas, nas escolas, nas fabricas, nas corporações, nas instituições públicas e
privadas, em todo país.