Greve geral pelos direitos e contra a direita!
Por primeiros de maios unificados em todo país!
Mais do que nunca precisamos avançar na luta contra o golpismo e todos os ataques aos nossos direitos
Liga Comunista - Frente Comunista dos Trabalhadores - seção do Comitê de Ligação pela IV Internacional
A direita golpista pretendia fazer um ato golpista de 12 abril
maior e mais popular do que o 15 de março. A previsão não se confirmou, não
porque eles não tentaram ampliar: a estrutura montada para a atividade golpista
foi maior, maiores carros de som, faixas enormes, bandeiras, contratação
terceirizada de manifestantes, inclusive a tropa de choque defensora da volta
da ditadura militar foi mais animada, a mídia convocou muito mais agora
inclusive.
PUSERAM O CARRO, A TERCEIRIZAÇÃO,
NA FRENTE DOS BOIS, O GOLPE DE ESTADO
Os golpistas são uma frente heterogênea, correia de
transmissão que sai da Casa Branca e vai até os fascistas carecas de subúrbio,
passando por socialites, empresários, banqueiros, militares, policiais, tucanos
e pemedebistas e reaças em geral, ficaram muito animados (acreditaram na
própria superestimação, na propaganda enganosa que fizeram de suas próprias
forças) depois do sucesso do 15M, foi então, que por um erro de cálculo na
escalada golpista pôs o carro na frente dos bois:
Aproveitando-se da capitulação permanente do PT e de Dilma,
resolveram executar uma medida só possível de ser realizada após um golpe de
Estado, no pré-golpe. A medida foi realizar, neste clima de ascenso inconcluso
golpista, o maior de todos os ataques da história aos direitos trabalhistas e
sindicais para ampliar ofensivamente a exploração da mais valia.
Isto foi o elemento material que mais criou uma crise
interna nos coxinhas, afinal, apesar de defenderem a terceirização e a
privatização de tudo, eles sabem que também podem ser vítimas da terceirização,
pois boa parte da massa de manobra golpista nas classes médias, podem ter seus
ganhos reduzidos, serem demitidos, não poderem mais realizar concursos públicos
com a terceirização 100%. É como se a classe média que apoiou o golpe de 1964
soubesse que iria haver o AI-5 antes de Jango ser derrubado, ou mesmo se
Lacerda descobrisse que ia ser assassinado depois do golpe.
LIÇÕES DA VENEZUELA 2002
Pedro Carmona, então presidente da Fedecamaras venezuelana,
golpista chefe do movimento reacionário que derrubou Chavez em 2002, cometeu
erro semelhante, mas ainda assim depois do golpe realizado e Chavez já preso,
de anunciar a saída da Venezuela da OPEP, medida que se executada, levaria a um
aviltamento tal do valor petróleo do país que quebraria o capitalismo
venezuelano.
Esta contradição interna, produto da orientação imperialista que receberam os golpistas venezuelanos, juntamente com a imensa manifestação das massas contra o Golpe de Estado, criou uma fissura na frente golpista, e particularmente dentro do aparato repressivo militar, parasita da PDVSA, obrigando os golpistas a retrocederem. (Folha UOL)
Esta contradição interna, produto da orientação imperialista que receberam os golpistas venezuelanos, juntamente com a imensa manifestação das massas contra o Golpe de Estado, criou uma fissura na frente golpista, e particularmente dentro do aparato repressivo militar, parasita da PDVSA, obrigando os golpistas a retrocederem. (Folha UOL)
A DIREITA ESTÁ “SE RELOCALIZANDO” ACERCA DA TERCEIRIZAÇÃO,
MAS RECRUDESCE OFENSIVA PELO IMPEACHMENT DE
DILMA,
CRIMINALIZAÇÃO E CASSAÇÃO DO PT
Depois de um 12 de abril frustrante (tentando evitar erros como o que o golpismo realizou na
Venezuela), os operadores do golpe de Estado no Brasil, trataram de se relocalizar
depois da crise aberta com a aprovação da terceirização total na Câmara dos
Deputados e a resistência popular após a mesma, obrigando ao conjunto das
burocracias sindicais de esquerda a se unirem contra o PL4330.
Em regra, a
política burguesa no Brasil exige gradualismo, por isso também a reforma da previdência
que o Lula tentou aprovar em 2003 não passou na época e teve que ser recolocada
gradualmente e em etapas. Sendo assim, o PSDB volta atrás, pactua com o PT que
nos setores públicos a terceirização não será liberada. Desse modo, a direita
diminui a crise com setores da classe média reacionária ligada ao funcionalismo,
aparato repressivo, concurseiros, etc.
Mas, se no campo econômico-trabalhista a direita recua
parcialmente, no campo da luta antipetista a ofensiva golpista se acentua.
O líder da oposição na Câmara, deputado Bruno Araújo
(PSDB-PE), parecendo seguir o script estabelecido antes da murchada das
manifestações golpistas, defende que o partido avance na formalização de um
pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff:
"'Chegamos ao limite de
uma insatisfação clara e expressiva que deve ser construída, de forma legítima
e dentro das regras constitucionais, em forma de um pedido de impeachment da
presidente Dilma', disse o tucano" (Brasil 247)
Em seguida, em uma clara prisão sensacionalista-política, o
tesoureiro do PT, João Vaccari Neto é preso pela PF na 12ª etapa da operação
Lava Jato. Ato contínuo, Aécio Neves, o presidente do PSDB comentou
"‘A
prisão de Vaccari foi também a prisão preventiva do PT’. A bancada do PSDB na
Câmara dos Deputados defende majoritariamente que o partido já protocole o pedido
de impeachment no Congresso.” (Notícia ao Minuto)
Na mesma linha de criminalização e cassação do PT seguem os
Democratas:
“O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) disse que o partido
pretende pedir na Justiça a extinção do PT caso seja comprovado que o
tesoureiro João Vaccari Neto usou recurso de caixa 2 na campanha presidencial
petista de 2014.” (idem)
COMBATER DURAMENTE A PERIGOSA POLÍTICA
DO “NÃO VAI MAIS TER
MAIS GOLPE”
Estamos preocupados que a partir de do 12A, a ala hegemônica
do movimento de massas nacional baixe a guarda (que nem levantou) e saia para
comemorar ou dissimule a continuidade da luta sem nela jogar qualquer peso na
mobilização de massas como foi este 15 de abril, “o dia nacional de paralisação” sem construção
prévia do mesmo.
É criminosa a política defensiva da direção do PT e da CUT
frente a onda golpista. Sua tática frente ao avanço da direita é capitular e
capitular de novo. Foi graças a essa tática, por um lado, e a geoestratégia do
imperialismo na nova guerra fria, por outro, que a direita nacional
multiplicou-se de uma desprezível meia dúzia de viúvas da ditadura nas ruas,
para milhares de idiotas raivosos.
As burocracias partidárias e sindicais acomodadas em anos de
vida mansa e parasitismo estatal, que já não viam um golpe em andamento apesar
de toda movimentação os últimos meses apontar para o fato de que a atual
escalada ascendente do golpismo no Brasil, agora, depois do dia 12A, passam a
afirmar que está afastada toda possibilidade de golpe. Segundo esse pensamento,
não haveria mais golpe só porque supostamente os coxinhas “se enfraqueceram”,
como se fossem eles, os almofadinhas e fascistas das ruas, e não os grandes
aparatos burgueses que os usam de massa de manobra imbecil e justificativa que
o povo tá na rua pedindo a cabeça de Dilma, para seu plano golpista, os
aparatos estatais repressivos, coercitivos e legislativos, judiciários, aliados
da mídia, os que executam os Golpes de fato.
O impeachment expressa apenas a parlamentarização de nosso
regime político. Quase nada tem de jurídico, o do Collor comprova isto. O
impeachment corresponde a uma mudança na correlação de forças por dentro do
Estado e entre as forças burgueses dominantes. É quando a força hegemônica
perde o equilíbrio e dá lugar a uma nova maioira. O impeachment é um Golpe de
Estado político e neste caso, "a algazarra anticomunista da coxinhada nas
ruas" só servem para justificá-lo.
Todavia, voltamos a alertar, independente desta medida ser
tomada no parlamento, e ainda também que venha a ser feita de forma
relativamente pacífica, a sua viabilidade, com a execução das medidas
antioperárias que são o objetivo econômico do Golpe de Estado, só podem ser
garantida por uma derrota sem luta do proletariado ou pelo esmagamento de toda
resistência popular através do recrudescimento da repressão policial e militar.
OS FURA GREVES DA LUTA ANTIGOLPISTA
Há grupos da esquerda
pequeno burguesa sectários que objetivamente favorecem a ação golpista e há os
que vão mais além e já marcham juntos com a mesma, ampliando as fileiras das
manifestações da direita e cobrindo um flanco débil da escalada golpista com
uma fraseologia esquerdista (Governo dos trabalhadores, Greve Geral).
Já vimos que uma parte desta esquerda já desceu de
cima do muro para o lado do inimigo, abandonou o “nem governo, nem direita” e
se bandeou de malas e bagagens para uma frente única com a direita em torno da
política do “Fora Todos!” e do impeachment, como foi o caso do MRS, do MNN e
dos maoístas da Liga Operária e MEPR.
Outra parte destes fura greves da luta
antifascista, nega peremptoriamente até hoje que estejamos passando por uma
ofensiva burguesa cuja finalidade é um Golpe de Estado contra o governo do PT,
contra a esquerda em geral e o conjunto dos trabalhadores.
Alguns dizem que a onda golpista iniciada no refluxo das
jornadas de junho de 2013 é um movimento saudável “"não há giro à direita
entre as massas. O que existe é um saudável desejo de mudança." E seguem
se opondo a necessidade de uma frente única antifascista, antigolpista de
massas, como a Esquerda Marxista.
Outros, como o PSTU e a Conlutas, estão claramente em crise.
Alguns setores se somaram a convocatória dos atos golpistas, como denunciamos
no FdT 22. A política principal do partido é o “Chega de Dilma, PT, PSDB,
PMDB!”. Negam irresponsavelmente o risco de Golpe de Estado:
“Golpe da direita contra Dilma? Após o protesto do dia 15, militantes do PT e do PCdoB dizem que o governo Dilma enfrenta uma tentativa de golpe da direita. Mas isso não é verdade. Hoje, nem o PSDB, nem a Globo, nem os grandes empresários e banqueiros do país, que apoiaram o dia 15, defendem golpe. Sequer defendem o impeachment.” (Correio Internacional, LIT)
Exigem da CUT e do MST que rompam com o governo. Mas esse estéril ultimatismo sectário teve que também "se relocalizar" depois da aprovação da liberação da
terceirização na Câmara, no 7 de abril, quando a Conlutas boicotou o ato
convocado pela CUT/CTB/Intersindical, o mesmo fenômeno que esvaziou o 12A
golpista, obrigou o PSTU, retardatário em relação ao PSOL, e seguido pelo PCB
(que considera que o avanço da pauta conservadora não passa de um falso dilema),
a um giro de 180 graus na questão da terceirização e a se somarem as
manifestações convocadas pela CUT a partir do dia 15 de abril. Mesmo assim,
estes setores seguem agora a reboque da CUT por puro tradeunismo (fazem uma frente única pela luta econômica, a terceirização, mas não contra a direita golpista que impulsiona politicamente este ataque econômico), por pressão
de suas bases, negando-se a compreender a combinação golpe de
Estado-terceirização e a unir toda a classe contra o conjunto da ofensiva
unificada patronal.
CONCLUSÕES
Em resumo, a escalada golpista passou por uma crise interna
devido a um erro tático por realizar um ataque desproporcional a suas forças
nesta etapa do processo, o que se refletiu no esvaziamento do dia 12 de abril.
Todavia, percebido o erro, a direita tratou de recuar acerca da terceirização
para arruinar a escalada golpista, mas, ao mesmo tempo intensificou a ofensiva
através da PF, da mídia e dos seus dois principais partidos na conspiração pelo
impeachment, criminalização e cassação do PT.
Só tolos com suas análises superficiais podem somar o
esvaziamento do 12 de abril com o recuo parcial no ataque da terceirização e deduzir
que não corremos mais o risco de um Golpe de Estado.
Temos que unificar a luta contra a terceirização com a luta
contra o golpe, construir a Frente Única Antifascista e Antiimperialista,
construir primeiros de maio unificados, antigolpistas e contra o PL 4330 e
exigir da CUT, MST e MTST que convoquem uma Greve Geral em defesa dos direitos
e contra a direita.