A revolução proletária renascerá
em proporções ainda mais gigantescas!
em proporções ainda mais gigantescas!
“A burguesia produz, acima de tudo, seus próprios coveiros.
Seu declínio e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis” (MARX e
ENGELS, Manifesto do Partido Comunista, 1848)
A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS, ou em
russo, Союз Советских Социалистических Республик, CCCP) sobreviveu por 74 anos
durante o século XX, muito além dos 72 dias do primeiro governo operário
instaurado na capital francesa no século anterior. Com a derrota de Napoleão
para os exércitos da reacionária Santa Aliança em Waterloo em 1814, também se
concluiu em derrota um ciclo de expansão para a Europa das vitórias da
revolução burguesa francesa sobre o absolutismo feudal, derrotado em 1789.
Todavia, entre 1814 e 1871 teve início a organização
política do proletariado em partido político próprio diante da incapacidade dos
partidos liberais burgueses e pequeno burgueses de realizarem a luta
democrática e menos ainda de servirem como instrumento para que o proletariado
conquistasse melhores condições de vida e de trabalho. O cartismo foi o
primeiro ensaio da constituição de um partido operário. Com um programa
burguês, depois constituindo-se em um partido operário burguês, o Partido
Trabalhista.
1848: A PRIMEIRA GRANDE BATALHA
ENTRE AS CLASSES DO CAPITALISMO;
ENTRE AS CLASSES DO CAPITALISMO;
No continente, ainda que derrotada, a revolução de 1848 foi,
segundo Marx,
“a primeira grande batalha entre ambas as classes em que se
divide a sociedade moderna. Uma luta pela manutenção outra pela destruição da
ordem burguesa”.
1871: A PRIMEIRA VITÓRIA PROLETÁRIA
A Comuna de 1871 foi nada mais nada menos que a
concretização da máxima de que quando a historia termina é para depois ela
voltar a começar com mais força. Falando-nos sobre as características da
revolução proletária, Marx disse certa vez que nossas revoluções
“encontram-se em constante autocrítica, (…) retornam ao que
aparentemente conseguiram realizar, para recomeçar tudo de novo, (…) parecem
jogar seu adversário por terra somente para que ele sugue dela novas forças e
se reerga diante delas em proporções ainda mais gigantescas” (O 18 de brumário
de Luís Bonaparte, p.30).
1917: O PRIMEIRO ESTADO OPERÁRIO
A revolução bolchevique novamente “dobrou a aposta” desta
lei do materialismo histórico. Em toda a história, a derrota de um ciclo
revolucionário apenas prepara um salto enorme para um novo ciclo revolucionário
maior. Como acabamos de ver, foi assim com a revolução francesa sucedeu de
forma superior as guerras dos camponeses pobres e que por sua vez foi sucedida
pelo primeiro governo operário da história, a Comuna de Paris. A vaga de
refluxo entre o fim de um ciclo marcado por uma derrota histórica e o novo
afluxo revolucionário desencadeadoa por um triunfo pode durar anos, às vezes
décadas, mas a dinâmica imposta à luta de classes pelo próprio capitalismo já
não permite séculos de refluxo como ocorreu durante o escravismo e o
feudalismo.
Entre a derrota da Comuna e a vitória da revolução
bolchevique se passaram quase meio século e o tempo que nos separa da contrarrevolução
na URSS são ainda duas décadas. A luta de classes não obedece a numerologia,
mas a uma dinâmica própria de condições objetivas e subjetivas, sendo que as
últimas, precisamente a construção de um partido de tipo bolchevique em âmbito
internacional, estão em imensa defasagem em relação a maturação das condições
objetivas.
APÓS A II GUERRA MUNDIAL, CINTURÕES DE
ESTADOS OPERÁRIOS OCUPARAM 1/3 DO PLANETA
Nos últimos anos, mesmo sob uma imensa ofensiva ideológica
anticomunista, temos visto o centro gravitacional da luta de classes migrar de
um país a outro em lutas defensivas que dissipam todo seu potencial tanto pela
ausência da entrada em cena da classe operária organizada quanto de uma direção
consequente que organize o combate proletário até a conquista do poder pelos
trabalhadores.
A Comuna de Paris inaugurou a era das revoluções
proletárias. Por sua vez, diante das efêmeras semanas da Comuna, a URSS durou
uma eternidade. A revolução de 1917 abriu um ciclo não mais de governos
operários, mas já de Estados operários em quase todos os continentes do globo
terrestre, do sudeste asiático ao caribe americano, da Sibéria aos Balcãs. Este
ciclo se fechou com a restauração capitalista na maioria dos Estados operários
nas duas últimas décadas do século passado.
Ainda assim sobrevivem poucos e pequenos Estados operários
deformados como Cuba e Coréia do Norte, submetidos a um brutal estrangulamento
econômico combinado com a pressão da reação democrática orquestradas pelo
imperialismo.
Portanto, dos campos às cidades, de cidades a Estados, de
Estados à vastidões inteiras intercontinentais, a história de todas as sociedades
até agora nos ensina que o colosso revolucionário se ergue em proporções cada
vez mais gigantescas depois da última derrota.
SEM A INTERVENÇÃO DO PROLETARIADO ORGANIZADO NOS LEVANTES
POPULARES,
NEM A ORGANIZAÇÃO DA 'CLASSE PARA SI', EM PARTIDO REVOLUCIONÁRIO,
A LUTA DE CLASSES PATINA SEM AVANÇAR
NEM A ORGANIZAÇÃO DA 'CLASSE PARA SI', EM PARTIDO REVOLUCIONÁRIO,
A LUTA DE CLASSES PATINA SEM AVANÇAR
Pelas crises econômicas, pelo acirramento das contradições
inter-imperialistas, pela miséria crescente das massas e outros elementos que
conspiram dentro das próprias megalópoles imperiais não duvidamos que um
próximo triunfo da revolução proletária possa pela primeira vez se realizar no
coração de uma nação imperialista. Todavia, todo esforço, toda energia
empregada pelas massas nos levantes populares tem se volatilizado porque tais
levantes não contam com ingredientes fundamentais para o salto de qualidade
revolucionário, a intervenção do proletariado organizado nos levantes populares
e a organização da classe para sim em partido revolucionário.
Militamos pela construção de um partido mundial da revolução
socialista que conduza ao triunfo a revolução dos escravos modernos
impulsionada pela primeira vez e em grande escala (100 mil escravos
gladiadores) pela rebelião espartaquista contra o império romano em 73 a. C..
O DIREITO AO "OTIMISMO REVOLUCIONÁRIO"
A burguesia necessitou de vários ciclos revolucionários para
consolidar-se (1789-1832-1848) e até contou com o subproduto da primeira revolução
proletária em 1871. As revoluções burguesas também conheceram derrotas como em
1814 com Waterloo. Ora, se a burguesia necessitou de vários ciclos
revolucionários para consolidar sua dominação social, não seria estupidez pensar
que em apenas dois ciclos históricos o proletariado, uma classe histórica
convocada a realizar mudanças históricas ainda mais profundas, já haveria dado
sua última palavra? Sob este raciocínio deduzimos que o ciclo da revolução
bolchevique, não forma parte do epílogo das lutas históricas do proletariado,
mas de seu prólogo.
Contra o triunfalismo oportunista e o pessimismo ceticista
as seções do Comitê de Ligação pela IV Internacional reivindicam o direito ao
que Trotsky denominava de "otimismo revolucionário" (Em defesa do
Marxismo, 1940). A compreensão materialista da história, a dialética da luta
de classes nos inspiram moralmente na preparação atual, durante
o refluxo e nas lutas cotidianas para a próxima onda ofensiva do proletariado:
“Na prática já percorremos dois ciclos análogos: 1897-1905,
anos de afluxo; 1907-1913, anos de refluxo; 1917-1923, anos marcados por uma ascensão
sem precedentes na história; depois um novo período de reação, que ainda não
acabou. Graças a esses eventos, os ‘trotskistas’ aprenderam a compreender o
ritmo da história – em outros termos, a dialética da luta de classes.
Aprenderam, parece que com sucesso, a subordinar a esse ritmo objetivo seus
desígnios subjetivos e seus programas. Aprenderam a não desesperar, porque as
leis da história não dependem de nossas inclinações individuais ou de nossos
critérios morais. Aprenderam a subordinar suas inclinações individuais a estas
leis. Aprenderam a não temer nem mesmo os inimigos mais poderosos, se a
potência destes inimigos estiver em contradição com as exigências do
desenvolvimento histórico. Sabem nadar contra a correnteza com a profunda
convicção de que um novo fluxo histórico de renovada potência os levara a outra
margem. Nem todos chegarão: alguns se afagarão ao longo do caminho. Mas
participar desse movimento com os olhos bem abertos, com a máxima tensão da
vontade, esta já é por si só a suprema satisfação moral que pode ser dada a um
ser pensante!” (A moral deles e a nossa, Coyocan, 16/02/1938).