Quem foi à luta, arrancou
reajuste maior do que a média
reajuste maior do que a média
Antonio Jr., metalúrgico, cipeiro e militante da
LC
A Campanha salarial metalúrgica começou esse ano com o final
das “jornadas de junho”, em que a burguesia estava preocupada que as
mobilizações acontecidas em Rio e São Paulo pudessem chegar ao chão das
fábricas.
Grande parte dos trabalhadores de Campinas e Região
participaram das mobilizações em junho, com destaque para a própria cidade de
Campinas, Hortolândia e Sumaré.
Nessa campanha salarial, um dos maiores medos da burguesia,
era que a continuidade das manifestações das "jornadas de junho” tivessem uma adesão maciça da classe operária em
greve. Isso não ocorreu. Todas as burocracias sindicais se limitaram a fazer atos de faz
de conta em 11 de julho e 30 de agosto, sem a unidade real da classe através de
greves conjuntas, assembleias intersindicais, etc. Esta política da burocracia
sindical não correspondeu ao medo que a patronal tinha de nossa campanha
salarial este ano, nem menos ainda serviu para potenciar as jornadas de junho a
um nível mais avançado da luta de classes contra os capitalistas e seus
governos. Deste modo, apenas em algumas fábricas atomizadas que se mobilizaram além da política da burocracia sindical arrancaram reajuste pequenos mas ainda acima da média.
A CAMPANHA
As negociações iniciaram com a ANFAVEA (Associação Nacional
de Fabricantes de Veículos Automotivos) e a FIESP (Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo) inauguraram a tática do dividir para vencer. Não existiu
mesa de negociação das montadoras, cada montadora de nossa região (Mercedes
Benz-Campinas; Honda-Sumaré; Toyota-Indaiatuba) fez uma mesa de negociação em
separado, impedindo assim um acordo geral para os metalúrgicos de montadoras.
Nos outros grupos, a FIESP bateu o martelo de 8%. As
fábricas que foram para a luta, sejam em mobilizações com assembleias semanais
e pressão com operação tartaruga (CAF-Brasil), ou as que foram a greve (Amsted
Maxxion) conseguiram mais que esse índice. 9,2% e 10% respectivamente (segue
quadro abaixo).
Esses índices foram os maiores do Brasil tanto na categoria
metalúrgica, quanto nas demais categorias.
O coletivo Vanguarda Metalúrgica afirma que a luta econômica
por si só, não vai melhorar a vida dos trabalhadores, somente a mobilização
permanente da classe operária na construção de um partido operário e
revolucionário e de comitês de fábrica que lutem pelo controle operário da
produção poderão fazer tremer os pilares do sistema capitalista, e fazer
avançar a consciência dos operários rumo a sociedade sem exploradores e
explorados.