TRADUTOR

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

ESPECIAL 96 ANOS DA REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE 1/4

“Na URSS, todos tínhamos sol e pão.
Todos eram soviéticos”

Em russo, no cartaz: Viva a Revolução Socialista!,
manifestação com milhares de pessoas  realizada no
95o Aniversário da revolução  em Moscou  no 07/11/2012
Como parte do Especial - 96 anos da Revolução Bolchevique do jornal da LC Folha do Trabalhador # 19, reproduzimos um artigo publicado no jornal russo “Sovietskaia Rossia” N. 4 (13657) 19/01/2012 comparando as condições de vida do Estado Operário soviético, a URSS, que mesmo sob o tacão da burocracia stalinista parasitária, com a Rússia capitalista de hoje.

Moscou, 28 de janeiro de 2012, Tribuna Popular TP/N. Maksymchuk.

"Na segunda quinzena de dezembro, em um canal de televisão russo foi transmitido um documentário, um projeto de Dmitri Kiselev chamado “URSS. O naufrágio”. Nos anos 90 o novo governo nos prometia a abundância. A recebemos em sua totalidade. Gostaria de agradecer ao autor do filme, por recordarmos que uma vez fomos pessoas que viviam num grande país, onde ninguém descriminava quem era russo de quem não era russo. Todos tinham suficiente sol e pão. Todos eram soviéticos.


Não sentem nostalgia pela União Soviética aqueles que tiveram tempo para roubar na chamada perestroika e se bronzear nas Ilhas Canárias e em Courchevel. Mas, inclusive estes, provavelmente também não vivam em paz hoje. Hoje em dia estão nas Ilhas Canárias, e no futuro talvez em um beliche. Íamos tranquilos para a cama e tranquilamente despertávamos pela manhã, sabendo que no dia de amanhã haveria trabalho, que no dia 10 do mês receberíamos o pagamento e no dia 25 um adiantamento de salário.

Não tive que pagar por escola e a universidade, porém recebemos uma boa educação, com a qual podíamos encontrar facilmente trabalho no estrangeiro. Nos curavam gratuitamente. Em julho de 2010, minha prima morreu de câncer. Era pensionista, não pode obter 30.000 rublos para uma operação, para a qual nem sequer lhe dava qualquer garantia de vida. Ela esteve acamada por vários meses. Teve que pagar também as dolorosas injeções que tomou. Aí estão os encantos do rico capitalismo!

Antes da queda da URSS não nos assustavam as histórias terríveis no rádio e na televisão. Nós com alegria escutávamos notícias de que em algum lugar introduziram uma nova fábrica, alguém obteve espaço de novo. Hoje em dia a crônica do dia é: em algum lugar uma casa para a terceira idade foi incendiada, em outro lugar um edifício caiu, em outro um investigador foi assassinado, em outro, um deputado... Vivemos por trás de portas de ferro, temendo aos vizinhos. A moral caiu para debaixo do chão. O roubo e a fraude converteram-se em negócios. Os ladrões estão no poder. O assassinato já não surpreende ninguém, converteu-se em norma da vida.

Nos anos 90 o novo governo nos prometia abundância, criticando o governo soviético pelas prateleiras vazias. Recebemos abundância na totalidade. Nos anos 80, a salsicha custava 1 rublo e 40 centavos, eram feitas de chá e carne; agora a salsicha é de pudim de soja e papel higiênico e custa 200 rublos por quilo e está nas prateleiras não porque agora sejam abundantes, senão devido a que muitos não têm como comprá-la. Nem mesmo os miseráveis centavos que ganhamos trabalhando são pagos em seu devido tempo. Os atrasos nos salários de vários meses também se converteram em norma. Nos anos 80, todos os trabalhadores podiam permitir-se uma férias para descansar numa viagem pela União, e, às vezes completamente grátis. Agora, poucas pessoas saem de viagem de férias. O filme também se repete aqui novamente, vimos mais uma vez os mesmos rostos daqueles que sem limite de seus próprios interesses egoístas e por ambições, traíram nosso país. Estes personagens passam a ficar conhecidos também por aqueles que nasceram nos anos 90 e não os conheciam.

Foi triste e doloroso rever também a bandeira soviética, a bandeira, que era o emblema dos construtores e criadores e daqueles que cultivaram o grão, e ficou dolorosamente gravado na alma das palavras do apresentador Kiseliov. Porém nas suas palavras o anacrônico da URSS converte-se em um sonho, o desafio soviético, inspira otimismo e esperança. Cedo ou tarde, a União Soviética voltará. A história às vezes regressa novamente. Na França, depois da vitória da revolução burguesa houve a restauração dos Bourbons. Porém apenas uma derrota temporária. O atual regime depredador na Rússia não durará muito tempo, cairá de todas as maneiras. Um sistema justo deverá regressar."