A esquerda reformista e a ilusão na democracia burguesa
Uma semana depois de invadida pela Polícia Federal, a sede nacional do PT, em São Paulo, foi alvo de um ataque fascista na madrugada no dia 30 de junho de 2016. Um dos agressores foi preso, confessou o crime, fez ameaças ao partido e a seus integrantes, dizendo que repetiria o ataque e foi liberado pela polícia (G1).
A última vez que partidos de esquerda tiveram sedes invadidas por policiais e atacadas pela direita foi após o golpe de 1964, durante a ditadura militar.
A demonização e a criminalização do partido feitas pela mídia, polícia, judiciário e pela própria direita, pavimentam o caminho dos ataques.
O PT vem sendo impiedosamente caçado pelos organismos coercitivos e repressivos que orgulhosamente o próprio PT “empoderou” e “autonomizou”. Ao lado da grande mídia, a PGR, STF e PF fazem parte do núcleo duro do golpe que derrubou Dilma e segue perseguindo o partido.
O PT está sendo vítima de suas ilusões reacionárias na democracia burguesa colonizada brasileira. Não existe nada neutro nem autônomo em meio a luta política e de classes. Ao não serem tutelados pela política do partido governante tais organismos só poderiam servir a oposição burguesa e particularmente ao imperialismo.
Em meio a nova guerra fria, nada de relevante da política mundial escapa da polarização entre os EUA e a OTAN, de um lado, e o bloco de países conduzidos pela Rússia e China, do outro.
A última vez que partidos de esquerda tiveram sedes invadidas por policiais e atacadas pela direita foi após o golpe de 1964, durante a ditadura militar.
A demonização e a criminalização do partido feitas pela mídia, polícia, judiciário e pela própria direita, pavimentam o caminho dos ataques.
O PT vem sendo impiedosamente caçado pelos organismos coercitivos e repressivos que orgulhosamente o próprio PT “empoderou” e “autonomizou”. Ao lado da grande mídia, a PGR, STF e PF fazem parte do núcleo duro do golpe que derrubou Dilma e segue perseguindo o partido.
O PT está sendo vítima de suas ilusões reacionárias na democracia burguesa colonizada brasileira. Não existe nada neutro nem autônomo em meio a luta política e de classes. Ao não serem tutelados pela política do partido governante tais organismos só poderiam servir a oposição burguesa e particularmente ao imperialismo.
Em meio a nova guerra fria, nada de relevante da política mundial escapa da polarização entre os EUA e a OTAN, de um lado, e o bloco de países conduzidos pela Rússia e China, do outro.
Fato é que esse "empoderamento" do
judiciário em detrimento inclusive dos outros agentes políticos do golpe (PMDB,
Cunha, Bolsonaro) projeta esse poder autocrático a assumir de alguma forma a
coordenação da condução do processo golpista a serviço do imperialismo.
“O GOLPE FOI CONTRA A LAVA JATO” OU A LAVA JATO
É UM DOS PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DO GOLPE?
É UM DOS PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DO GOLPE?
Um dos mais ativos parlamentares
do PT hoje, o Senador Lindbergh Farias, saiu na defesa da colega de partido
Gleisi Hoffman e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, preso pela
operação “Lava Jato”, e assim como Dilma, Lula e os outros membros da direção
do PT, estimula a ilusão de que “esse golpe tem por objetivo tirar direitos de
trabalhadores e paralisar a lava jato” (postagem do senador em sua página no
facebook no dia 24/06). Já o PT limitou-se a condenar a ação fascistóide como
“desnecessária” e “midiática”.
Ora Senador, ao intervir de
madrugada na Sede do PT Nacional com todo um aparato policial e midiático, a
“Lava Jato” encontra-se a pleno vapor exercendo a tarefa para a qual foi
criada, e o PT segue cegamente alimentando a reacionária ilusão neste seu algoz
e, mais cedo do que pensamos, nesse algoz de todos nós trabalhadores. Na
verdade, senador, a Lava Jato é um dos principais instrumentos do golpe.
A renúncia do PT ao controle dos
poderes (inclusive da mídia) em favor da oposição burguesa, a crença na independência
da “Lava Jato”, no “republicanismo”, a crença na gratidão da burguesia e do
imperialismo pelos bons serviços prestados,... fazem da cúpula do PT, formada pelos
mais experimentados quadros do sindicalismo e do reformismo do país, idiotas
completos, indefesos frente a ofensiva da direita e do imperialismo.
A invasão da sede do PT pela Polícia Federal serve para criminalizar esse partido hoje e para naturalizar a intervenção fascista de amanhã no PT, CUT, Sindicatos, nas organizações de massas. De uma forma aparentemente mais "republicana" que na ditadura militar, as organizações são primeiro criminalizadas para depois serem esmagadas pelo regime
bonapartista pós-Temer que o imperialismo pretende impor no Brasil.
COMBATER A CAÇADA FASCISTA DA DIREITA
AO PT, CUT, MST, SINDICATOS, UNE, ETC.
COM COMITÊS DE AUTODEFESA,
SEM DEFENDER A POLÍTICA DOS REFORMISTAS
COMBATER A CAÇADA FASCISTA DA DIREITA
AO PT, CUT, MST, SINDICATOS, UNE, ETC.
COM COMITÊS DE AUTODEFESA,
SEM DEFENDER A POLÍTICA DOS REFORMISTAS
A caçada ao PT é parte de uma
caçada a toda a esquerda, a toda resistência ao processo golpista. É parte do ascenso da reação política e social. Por isso, precisa ser amplamente combatida e derrotada por todo aquele que se reivindica da defesa dos trabalhadores, da democracia, do socialismo. Criticamos duramente ao PT mas temos plena certeza de que a direita golpista e fascista não o persegue pelos erros que criticamos. O ódio da direita e dos coxinhas ao PT é um ódio a luta social, a esquerda, a revolução, ao vermelho, a organização política dos trabalhadores. É certo que tudo isso foi renegado pelo PT em seu aburguesamento e integração ao Estado capitalista, mas enquanto outro partido não superou o PT em influência de massas, o PT seguirá sendo o centro dos ataques, pelo que simboliza mais do que qualquer outra organização de esquerda do país. O antipetismo é o anticomunismo do Brasil de hoje, por mais que o PT não seja comunista, como o stalinismo também não o é, mas foi perseguido no passado por essa falsa identificação simbólica.
Sob intensa pressão golpista desde 2014 Dilma anunciou e iniciou uma série de capitulações à direita e ao grande capital financeiro muito piores do que tudo de ruim que os outros 3 governos federais do PT haviam feito. Todavia, o programa golpista assumido pelo governo Temer é ainda qualitativamente muito pior contra as massas. Todavia, odiado e profundamente desmoralizado esse governo não pode dobrar a resistência popular para realizar uma recolonização tão ambiciosa do país. O processo golpista precisa se alçar acima dos partidos, ganhar alguma legitimidade eleitoral (através de algum fraudulento plebiscito, referendo, antecipação do pleito presidencial) e finalmente executar a recolonização sob os escombros da FBP desmoralizada e perseguida.
Por sua vez, o PT, aburguesado, é incapaz sequer de se defender, aposta suas fichas nas instituições do regime apodrecido: Senado, STF, novas eleições, ... e assim legitima o golpe contra si mesmo e sobretudo contra a população trabalhadora, a Petrobrás, a previdência, os programas sociais, etc. Ao contrário das expectativas da cúpula do partido, a perseguição não se arrefeceu com o afastamento de Dilma, se recrudesceu, com a perda de poder pelo partido. Perda que teve início com o PT ainda no governo renunciando ao controle o poder, por ter se tornado um fantoche do capital contra a luta pelo verdadeiro poder dos trabalhadores. Nesse sentido, o PT desertou até das próprias concepções supostamente gramiscianas de disputa da hegemonia por dentro do Estado capitalista.
Sob intensa pressão golpista desde 2014 Dilma anunciou e iniciou uma série de capitulações à direita e ao grande capital financeiro muito piores do que tudo de ruim que os outros 3 governos federais do PT haviam feito. Todavia, o programa golpista assumido pelo governo Temer é ainda qualitativamente muito pior contra as massas. Todavia, odiado e profundamente desmoralizado esse governo não pode dobrar a resistência popular para realizar uma recolonização tão ambiciosa do país. O processo golpista precisa se alçar acima dos partidos, ganhar alguma legitimidade eleitoral (através de algum fraudulento plebiscito, referendo, antecipação do pleito presidencial) e finalmente executar a recolonização sob os escombros da FBP desmoralizada e perseguida.
Por sua vez, o PT, aburguesado, é incapaz sequer de se defender, aposta suas fichas nas instituições do regime apodrecido: Senado, STF, novas eleições, ... e assim legitima o golpe contra si mesmo e sobretudo contra a população trabalhadora, a Petrobrás, a previdência, os programas sociais, etc. Ao contrário das expectativas da cúpula do partido, a perseguição não se arrefeceu com o afastamento de Dilma, se recrudesceu, com a perda de poder pelo partido. Perda que teve início com o PT ainda no governo renunciando ao controle o poder, por ter se tornado um fantoche do capital contra a luta pelo verdadeiro poder dos trabalhadores. Nesse sentido, o PT desertou até das próprias concepções supostamente gramiscianas de disputa da hegemonia por dentro do Estado capitalista.
ROSA LUXEMBURGO, O OPORTUNISMO E A SUICIDA ARTE DO
POSSÍVEL
A direção petista ainda agora
justificam toda a capitulação que os meteu nesse beco sem saída. Dizem que
fizeram o que era possível, que se não se pode com eles devemos nos juntar a
eles, etc.
A revolucionária Rosa Luxemburgo,
que já combatia as tendências oportunistas da social democracia europeia no
início do século passado ensina:
“De fato, eu pergunto a todos os homens racionais, uma política deveria tentar alcançar o que é impossível sob determinadas circunstâncias? O oportunismo é um jogo político que pode ser perdido de duas maneiras: não apenas princípios básicos, mas também sucesso prático podem ser perdidos. A suposição de que alguém pode alcançar o maior número de sucessos fazendo concessões é um completo erro. (...) Em nosso não, em nossa atitude intransigente, encontra-se toda nossa força. É esta atitude que ganha o medo e respeito do nosso inimigo e a confiança e o apoio do povo. Precisamente porque nós não concedemos nem um centímetro de nossa posição, nós forçamos o governo e os partidos burgueses a nos conceder os poucos sucessos imediatos que podem ser ganhos. Mas se nós começamos a perseguir o que é ‘possível’ de acordo com os princípios do oportunismo, sem nos preocupar com nossos próprios princípios, e por meios de troca como fazem os estadistas, então nós iremos logo nos encontrar na mesma situação que o caçador que não só falhou em matar o veado, mas também perdeu sua arma no processo." (O Oportunismo e a Arte do Possível, Rosa Luxemburgo, 30 de Setembro de 1898).
Apesar de nem tudo estar perdido,
toda a política do PT só conduz a mais derrotas. Não só falharam na caçada
quanto entregaram as armas de bandeja para o inimigo. O PT é incapaz de
defender sua direção da cadeia, e a própria sigla encontra-se ameaçada de
existência. Nada mais os trabalhadores podem esperar daí. O que não significa
deixar de fazer frentes únicas de ação contra a direita, pelo fora Temer, etc.
Todavia, os setores proletários e combativos da FBP e da FPSM devem perder
todas as ilusões de que a resistência ao golpe seja encabeçada pelo PT, PCdoB e
suas colaterais no movimento de massas.
Essa caça às bruxas foi
empreendida após a Frente Brasil Popular orientar para o refluxo o movimento
pelo “Fora Temer!”, acreditando na reversão do impeachement no Senado. Também
apostam em sensibilizar 2/3 da canalha parlamentar para aprovarem um plebiscito
que decidiria sobre a realização de novas eleições.
É bem verdade que, inclusive pelo
desgaste precoce e meteórico do governo golpista, um plebiscito democrático
poderia ratificar as eleições de 2014. Mas, acreditar, a "esta altura do
campeonato", que o mesmo regime que realizou o golpe de Estado, passando por cima das eleições de 2014, que rasgou a legalidade constitucional, agora permitiria pacificamente a volta de
Dilma ao governo e ainda realizaria um plebiscito limpo para assegurar essa volta é muita ilusão na democracia burguesa.
A direção petista possui quase
uma devoção cega nas eleições. Acredita que porque ganhou as últimas quatro
disputas presidenciais, tende a ganhar o plebiscito mesmo na conjuntura atual
com a classe dominante e os quatro poderes unificados (3+ mídia) sob a orientação do
imperialismo para impedir sua volta ao poder. Se é verdade que a classe
dominante está dividida entre o “Fica Temer” e a realização de novas eleições
para dar legitimidade ao golpe, não é verdade que a classe dominante esteja
dividida sobre o golpe que realizou e cogite reabilitar o PT. E quanto menos o
PT desarticula a resistência ao golpe, menos ainda se faz necessário a
burguesia.
Se como nos destaca Rosa
Luxemburgo, em nosso "não!", em nossa intransigência reside nossa
força, se com isso impomos medo e respeito, ao inimigo, e a confiança e o apoio
do povo, em seu "sim", o PT revela sua fraqueza, desmoraliza-se,
perde o medo e o respeito do inimigo e a confiança e o apoio do povo.
Os ensinamentos do velho Lenin,
historicamente repudiado pelo PT se revigoram: afora o poder, tudo é ilusão.
Outros partidos reformistas, com o PSOL, que esperam capitalizar o desgaste do
PT seguem as mesmas crenças na democracia burguesa, repudiando a ditadura
proletária e o partido de tipo bolchevique, os instrumentos do verdadeiro poder
dos trabalhadores. Os autênticos marxistas desde o primeiro momento desmascaram
as artimanhas golpistas e que lutaram e lutam ombro a ombro com todos os
combatentes do golpe. Agora, nos solidarizamos com o PT que já teve prefeitos executados, sedes queimadas e atacadas nos últimos anos de ascenso golpista. O mesmo vem ocorrendo contra sindicalistas, sindicatos e associações. As organizações de massas precisam construir comitês de auto-defesa para rechaçar e esmagar a onda fascista-golpista. Seguimos na mesma trincheira contra as medidas tomadas
pelo governo golpistas e gozamos da autoridade política para reagrupar os
melhores combatentes da vanguarda desiludidos com o PT a fim de construirmos
uma alternativa organizativa capaz de superá-lo.