Em 12 de maio de 1996, em resposta à pergunta de Lesley
Stahl, "Sabemos que meio milhão de crianças morreram no Iraque, ou seja,
isso supera o número de crianças que morreram em Hiroshima; você acha que valeu
a pena?". Madeleine Albright, então embaixadora dos Estados Unidos nas Nações
Unidas, respondeu: "Sim, nós achamos que valeu a pena".
Nós não temos o direito de impor aos militantes que representam
os oprimidos como eles devem conduzir suas lutas; nem ao IRA nem aos
palestinos, nem àqueles que lutam hoje contra o imperialismo no Oriente Médio.
Mas, como marxistas, nos opomos a métodos de terror individual por motivos
políticos, posto que jamais conseguirão atingir seus objetivos em derrotar o
imperialismo por tais métodos; na verdade, acabam fazendo o oposto: reforçam as
garras do Estado contra si mesmos e alienam seus únicos e verdadeiros aliados
potenciais, a classe operária francesa e internacional, como discutiremos a
seguir.
Como disse Trotsky:
"Para nós o terror individual é inadmissível
precisamente porque apequena o papel das massas em sua própria consciência, as
faz aceitar sua impotência e volta seus olhos e esperanças para o grande
vingador e libertador que algum dia virá cumprir sua missão. Os profetas
anarquistas da 'propaganda pelos fatos' podem falar até pelos cotovelos sobre a
influência estimulante que exercem os atos terroristas sobre as massas. As
considerações teóricas e a experiência política demonstram o contrário. Quanto
mais 'efetivos' forem os atos terroristas, quanto maior for seu impacto, quanto
mais se concentra a atenção das massas sobre eles, mais se reduz o interesse
das massas por eles, mais se reduz o interesse das massas em organizar-se e
educar-se. Porém a fumaça da explosão se dissipa, o pânico desaparece, um
sucessor ocupa o lugar do ministro assassinado, a vida volta à sua velha
rotina, a roda da exploração capitalista gira como antes: só a repressão
policial se torna mais selvagem e aberta. O resultado é que o lugar das
esperanças renovadas e da excitação artificialmente provocada vem a ser ocupado
pela desilusão e a apatia." [1]
A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E A HIPOCRISIA GROSSEIRA
O WSWS comentou em 9 de janeiro:
"No uso de caricaturas grosseiras e vulgares que
fornecem uma imagem sinistra e estereotipada dos muçulmanos, Charlie Hebdo
recorda as publicações racistas baratas que desempenharam um papel expressivo
incentivando a agitação antissemita que varreu a França durante o famoso Caso
Dreyfus, ocorrido em 1894, depois que um oficial judeu foi falsamente acusado e
condenado por espionagem a favor da Alemanha. Sob o chicote do ódio popular
contra os judeus, La Libre Parole ["Liberdade de Expressão"],
publicado pelo infame Edoard Adolfe Drumont, fez uso de modo altamente eficaz
de caricaturas que empregavam os conhecidos instrumentos antissemitas. As
caricaturas serviram para inflamar a opinião pública, incitando a turba contra
Dreyfus e seus defensores – como Emile Zola, o grande romancista e autor de
J'Accuse". [2]
O estado da Califórnia quer afirmar na lei que a liberdade de expressão é um privilégio, não um direito. Se formos comparar o caso de Brandon Duncan e Charlie Hebdo "hipocrisia" é a única frase que vem à mente. |
"Nós não estamos falando apenas de um CD, de canções
de amor. Estamos falando de um CD (capa)... onde há um revólver com
balas", disse o Vice-Procurador Distrital Anthony Campagna, justificando a
acusação inconstitucional do músico. Duncan é acusado de "conspiração
ganguista" porque sua "gang adquiriu status" ao fazer letras a
favor do crime, e isso – argumentam os promotores – permitiu-lhe "vender
mais álbuns". [3]
O estado da Califórnia pretende afirmar na lei que a
liberdade de expressão é um privilégio, e não um direito. Aparentemente, os
promotores acreditam que escrever letras sobre crime é em si um crime – e
punível com pena de prisão perpétua. Se formos comparar o caso de Brandon
Duncan e Charlie Hebdo a "hipocrisia grosseira" é a única frase que
vem à mente.
Ah, mas a 'liberdade de expressão' de Charlie Hebdo ataca a
classe dominante cristã, judaica, etc. e isso não pode ser utilizado como
justificativa para o assassinato em massa. Então agora qualquer um poderá
defender o racismo contra os irlandeses por se tratar apenas de um pouco de
diversão sem entender a justificativa dos assassinatos do exército britânico na
Irlanda? E as charges antissemitas de 1920 e 1930; também foram apenas um pouco
de diversão e não uma elaboração ideológica para o Holocausto?
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E RACISMO
Charlie Hebdo é uma revista libertária de direita que
promovia o racismo, a islamofobia, o sexismo e a homofobia. Quaisquer que sejam
as origens desses jornalistas no esquerdismo de 1968, após o ataque de 11 de
setembro de 2001 eles se tornaram cada vez mais porta-vozes do imperialismo
francês.
No auge da guerra na Irlanda, piadas anti-irlandesas e
caricaturas racistas encontravam-se por toda parte. O Evening Standard publicou
um chamado 'The Irish', por JAK, em 29 de Outubro de 1982, e Ken Livingstone retirou
toda a publicidade deles do Conselho da Grande Londres (GLC, nas siglas em
inglês).
O cartaz era caracterizado por figuras grotescas que
empunhavam uma variedade de armas terríveis e era parte de uma série mais ampla
de imagens e escritos que apareceram no Reino Unido por mais de 100 anos,
retratando os irlandeses como simiescos, estúpidos, violentos, etc.
A caricatura levou a protestos por parte da comunidade
irlandesa britânica e resultou na proibição da publicidade (no valor de cerca
de £ 100.000 por ano) do Evening Standard por parte da GLC, liderado por Ken
Livingstone.
Ken Livingstone afirmou:
"A mensagem da caricatura é clara: os irlandeses,
como raça e comunidade, são assassinos, bandidos e estúpidos... Eu não acredito
na liberdade de expressão para os racistas... Nós não vamos dar um único
centavo para o Standart enquanto eles continuarem a difamar o povo
irlandês".
O objetivo dos ataques era retratar os irlandeses como
selvagens sub-humanos e assim tornar aceitável a matança deles pelo exército
britânico. É realmente patético que esses esquerdistas que na época apoiaram a
postura assumida por Livingstone não conseguem fazer o mesmo hoje contra o
Charlie Hebdo.
Na América de 1930, quando os brancos estavam queimando e
enforcando o povo negro em árvores, os brancos também poderiam ter utilizado o
argumento de que eles, como o Charlie Hebdo, atacavam todas as religiões
igualmente. Afinal, havia caricaturas até mesmo sobre o presidente! [e também
sobre Roma, atacando o catolicismo, como pode ser visto nas caricaturas do
jornal 'Good Citizen' da Ku Klux Klan]. No entanto, fazer caricaturas
insultantes sobre os brancos que controlavam as estruturas de poder não era a
mesma coisa que demonizar o povo negro – que pertenciam à classe-baixa e não
possuíam o domínio do poder.
Assim como ocorreu com os irlandeses, as imagens de negros
caracterizados como estúpidos, violentos, ladrões, preguiçosos e sendo
comparados a símios confirmaram uma realidade política: tais imagens reforçaram
os preconceitos dos que estavam no poder contra os negros subjugados. Até os
anos de 1950, letreiros que diziam 'Não é permitido a entrada de cães, negros e
mexicanos' eram marcas registradas das leis de segregação racial impostas
legalmente nos Estados Unidos. A lei Franck contra mulheres muçulmanas de
usarem o véu/hijab encontra-se nessas mesmas linhas.
O mesmo pode ser dito sobre os judeus na Alemanha nazista –
imaginem o argumento espúrio e pretensioso de hoje sendo utilizado pelos
nazistas; um jornal alemão poderia esconder-se por trás da reivindicação que
também fez piada com os alemães brancos? É injustificável que somente os judeus
tenham se queixado! Afinal de contas, os alemães não reclamaram quando foram
ridicularizados – aqueles judeus atrasados e sua religião gananciosa não
compreendem a liberdade de expressão!
Esta é a memória de um judeu que relata como era na época
da Alemanha nazista:
"Meu primeiro encontro pessoal com o antissemitismo foi através das horríveis caricaturas de judeus nos jornais oficiais de propaganda nazista, 'Das Schwarze Korps', um jornal da SS, e 'Der Völkische Beobachter', exibidos em vitrines e nas paredes das esquinas. Eles mostravam os judeus como figuras horrendas, feias e com enormes narizes, vestidos com uniformes russo-bolcheviques ou com um chapéu do 'Tio Sam' e chamavam-nos de Plutocratas, os quais aparentemente queriam (ou estavam tentando) dominar o mundo, lucrando com a exploração dos alemães inocentes representados por uma boa aparência. Muito diferente da realidade!". [4]
"Meu primeiro encontro pessoal com o antissemitismo foi através das horríveis caricaturas de judeus nos jornais oficiais de propaganda nazista, 'Das Schwarze Korps', um jornal da SS, e 'Der Völkische Beobachter', exibidos em vitrines e nas paredes das esquinas. Eles mostravam os judeus como figuras horrendas, feias e com enormes narizes, vestidos com uniformes russo-bolcheviques ou com um chapéu do 'Tio Sam' e chamavam-nos de Plutocratas, os quais aparentemente queriam (ou estavam tentando) dominar o mundo, lucrando com a exploração dos alemães inocentes representados por uma boa aparência. Muito diferente da realidade!". [4]
Os muçulmanos da França e de outros países europeus estão
sofrendo esse mesmo tipo de ataque hoje. Milhares de muçulmanos do Oriente
Médio e Afeganistão têm sido chacinados pelos exércitos imperialistas nas
últimas décadas e o racismo contra os muçulmanos justifica essa matança em
massa. Identificamos o racismo anti-muçulmano hoje, assim como o
recrudescimento do massacre imperialista no Oriente Médio, aos materiais
anti-cristão e antissemita, repulsivo e reacionário como realmente é.
A CLASSE OPERÁRIA FRANCESA DEVE DEFENDER OS MUÇULMANOS
OPRIMIDOS
O blogueiro Asghar Bukhari coloca a questão do seguinte
modo:
"Os brancos não gostam de admitir isso, mas essas
caricaturas confirmam seu preconceito, o seu racismo, sua supremacia política,
e fazem como querem – imagens que sustentam uma ordem política construída sobre
discriminação. Os muçulmanos de hoje são uma subclasse demonizada na França. Um
povo vilipendiado e atacado pelas estruturas do poder. Um povo pobre, com pouco
ou nenhum poder, e essas caricaturas vis só fizeram piorar suas vidas e
aumentaram ainda mais o preconceito racista contra eles. Até mesmo os brancos
liberais têm agido da maneira ainda mais preconceituosa. É como se os brancos
tivessem o direito de ofender os muçulmanos e os muçulmanos, em troca, não
tivessem o direito de se sentirem ofendidos". [5]
Não obstante, precisamos fazer de fato um "alerta de
saúde" sobre essa abordagem. "As pessoas brancas" não são o
problema, e sim o próprio imperialismo cuja ideologia atinge profundamente a
classe trabalhadora francesa, essa é a verdade. No curso desta abordagem
não-classista Asghar Bukhari frequentemente confunde 'sionista' com 'judeu' e,
portanto, está aberto à acusação de antissemitismo. E, como um representante
educado dos muçulmanos oprimidos, é inaceitável confundir as duas coisas. A
tarefa dos marxistas é forjar um programa de ação para defender os muçulmanos
da França e da Europa contra o Estado e a extrema-direita, forjando a unidade
com a classe trabalhadora.
Nisto nós concordamos inteiramente com a afirmação da RCIT:
"A principal tarefa para os socialistas na França e na
Europa agora é organizar unidades de autodefesa, a fim de proteger as mesquitas
e distritos migrantes contra ataques chauvinistas. É igualmente urgente
construir uma ampla frente única contra o chauvinismo anti-muçulmano.
Finalmente, é urgente construir um forte movimento anti-guerra contra a guerra
imperialista que se alastra no Oriente Médio e na África." [6]
Da mesma forma, concordamos com sua denúncia da esquerda francesa, como o PCF, cujo social-chauvinismo a levou a apoiar a "unidade nacional", ou seja, os ataques da sua classe dominante aos muçulmanos. O NPA e a Lutte Ouvrière, mesmo defendendo os muçulmanos corajosamente, também erraram ao não colocar o ataque em seu contexto político e histórico:
"O RCIT condena severamente o Partido Comunista
Francês (PCF) e muitos outros chamados grupos 'esquerdistas' por darem seu
apoio ao chamado pró-imperialista de Hollande pela 'Unidade Nacional'. Enquanto
as forças centristas – o Novo Partido Anti-Capitalista (cujos líderes fazem
parte da mandelista 'Quarta Internacional') e Lutte Ouvrière – que em suas
declarações de 7 de janeiro não aderiram à reacionária proposta de Hollande de
'Unidade Nacional', ambos condenaram o ataque à Charlie Hebdo como um ataque à
'liberdade de expressão'. Ao mesmo tempo, eles não mencionam sequer uma única
palavra sobre a conexão entre este evento e as guerras imperialistas da França
contra os povos muçulmanos, ou a opressão e super-exploração dos imigrantes. Em
suas declarações, ambos os grupos centristas se referem às suas estreitas
relações com os jornalistas da Charlie Hebdo e, assim, revelam a sua afiliação
com o meio burguês-liberal." [7]
Esta colaboração e silêncio da esquerda é ainda mais
chocante, considerando a história da exploração do imperialismo francês do
Norte da África e os massacres tanto contra os muçulmanos do Norte de África
como da própria Paris.
Resumimos a citação do artigo de Mawuna Remarque Koutonin
no Wiki:
Ainda hoje 14 países africanos são obrigados a pagar o
imposto colonial para os benefícios da colonização e escravatura. Os confrontos
foram cruciais para De Gaulle com a Guiné, Togo e Senegal, os restantes foram
obrigados a seguir o exemplo. Em 1958, a França deixou a Guiné e destruiu toda
a infra-estrutura quando saíram, esmagando carros e derrubando edifícios em uma
orgia de destruição. O próximo alvo era o Togo, que foi obrigado a concordar em
pagar uma dívida anual à França para os chamados "benefícios" que o
Togo havia recebido da colonização francesa. O Senegal assustou-se com a
consequência de escolher a independência da França; e então o primeiro
presidente do país, Leopold Sédar Senghor, declarou: "A escolha do povo
senegalês é pela independência; eles querem que ela ocorra somente através da
amizade com a França, e não por meio da disputa". A partir daí, a França
só aceitou a "independência no papel" para suas colônias, assinando
obrigatoriamente os "Acordos de Cooperação", detalhando a natureza de
suas relações com a França, em especial os laços com a moeda colonial francesa
(o Franco), o sistema educacional francês, o exército e as preferências
comerciais. [8]
Devemos recordar o massacre de 200 argelinos em Paris no
dia 17 de outubro de 1961, durante a Guerra da Argélia (1954-1962). O artigo da
Wiki nos dá uma imagem fiel da natureza do Estado francês e as forças policiais
ainda hoje:
"Sob as ordens do chefe da polícia de Paris, Maurice
Papon, a polícia francesa atacou uma manifestação proibida de aproximadamente
30.000 argelinos pró-FLN... Muitos manifestantes morreram quando foram
violentamente arrebanhados pela polícia no Rio Sena, onde alguns foram jogados
da ponte após uma sessão de espancamento até ficarem inconscientes. Outros
manifestantes foram mortos dentro do pátio da sede da polícia de Paris depois
de terem sido presos e levados em um ônibus da polícia.
(...) Maurice Papon, que morreu em 2007, foi o único
oficial francês de Vichy a ser condenado por seu papel na deportação de judeus
durante a Segunda Guerra Mundial. Segundo o historiador Jean-Luc Einaudi, um
especialista do massacre de 17 de outubro de 1961, algumas das causas da
repressão violenta da manifestação de 17 de outubro de 1961 podem ser
compreendidas em termos da composição da própria força policial francesa, que
ainda incluía muitos ex-membros que participaram do regime de Vichy durante a
Segunda Guerra Mundial, que haviam colaborado com a Gestapo para prender
massivamente os judeus, como por exemplo, no episódio conhecido como Vel' d'Hiv
Roundup ocorrido em 16-17 de julho de 1942.
Incentivado pelo deputado da extrema-direita Jean-Marie Le
Pen, (em março de 1958) 2.000 deles tentaram entrar no Palais Bourbon, sede da
Assembleia Nacional, com gritos de "Sales Juifs! A la Seine! Mort aux
fellaghas!" (Judeus sujos! Ao Rio Sena! Morte aos rebeldes argelinos!).
Com a recomendação do Ministro do Interior Maurice Bourgès-Maunoury, Maurice
Papon foi nomeado prefeito da polícia no dia seguinte." [9]
A CARNIFICINA DOS COVARDES
"A carnificina dos covardes" foi como denominaram
o ataque a Charlie Hebdo em um post no Facebook. Mas "a carnificina dos
covardes" está lançando bombas a 20.000 pés sobre civis indefesos, e nunca
poderemos ver seus rostos ou saber sobre o trabalho que desempenhavam. Os
maiores covardes e carniceiros estão na Casa Branca, em Downing Street, no
Palácio do Eliseu e em Tel Aviv. Os parentes das vítimas ultrajadas muitas
vezes não possuem a compreensão política sobre como extrair a justiça
revolucionária desses assassinos em massa. E tomam como alvo trabalhadores que
não têm nenhuma responsabilidade pelo que aconteceu com eles. E as agências de
espionagem imperialistas da CIA, MI5, Mossad etc. estimulam e fomentam esses
métodos por meio de operações de 'falsa bandeira', que são muito bem calculadas
para inflamar as tensões sectárias e fortalecer o braço do Estado contra os
oprimidos.
A causa da violência é o imperialismo e não o
fundamentalismo religioso. É claro que um governo revolucionário terá de
encarar esse problema real de sensibilidade para separar os opressores
secundários de suas vítimas, defender os camponeses dos latifundiários, as
mulheres da imposição do véu etc. Mas nunca, nunca como um aliado da 'missão
civilizadora' do imperialismo, nunca se deixar levar por essa conversa fiada de
paz e democracia que só coloca duplas cadeias sobre os oprimidos. Isso é
imperdoável na Ucrânia, na Palestina, em todo o Oriente Médio e em todo o mundo
semi-colonial. O contraste entre a abordagem burocrática/stalinista/liberal-imperialista
à religião e a abordagem marxista colocada em prática no início do Comintern
está delineado no documento de 1997:
Afeganistão: Método Marxista vs. Método Burocrático, por
Gerry Downing 1997. A citação a seguir indica as tarefas que uma Quarta
Internacional reconstruída deve enfrentar nessas terras e como lidar com eles:
"Demorou 15 anos de guerra para subjugar as revoltas
nas repúblicas soviéticas da Ásia Central causadas pelos métodos menchevique e
stalinista-burocrático. Alguns conflitos foram e serão inevitáveis se o poder
dos mulás, khans e fundamentalistas for quebrado novamente nos países da Ásia
Central Soviética e no Afeganistão, e o Irã através da Argélia. A humanidade
pagará um preço terrível pela marginalização do método de transição dos
bolcheviques e o triunfo dos métodos burocráticos contrarrevolucionários da
reação de luta do stalinismo e do nacionalismo pequeno-burguês nesses
estados."
Desafiamos qualquer pessoa a dizer a caricatura das
mulheres nigerianas sequestradas não é propaganda vil, racista, islamofóbica e
sexista do imperialismo francês. Aqui há um duplo significado sugerindo que as
jovens estão "finalmente" com raiva porque seus benefícios estão
sendo retirados e não se importam de serem sequestradas e estupradas
repetidamente.
A islamofobia é o "racismo du Jour" no clima
político atual. E o Charlie Hebdo lançou uma publicação anti-russa sobre a Ucrânia para que ninguém duvidasse de suas verdadeiras lealdades as políticas pró-imperialistas.
NOTAS:
* Da tarde ou em tradução livre, de hoje.
[1] Trotsky, Leon. Por que os Marxistas se Opõem ao
Terrorismo Individual (novembro de 1911),
http://www.marxists.org/archive/trotsky/1911/11/tia09.htm
[2] WSWS, A hipocrisia da "Liberdade de
Expressão" depois do ataque no Charlie Hebdo, http://www.wsws.org/en/articles/2015/01/09/pers-j09.html
[3] Artista de Rap sem Antecedentes Criminais Enfrenta a
Vida na Prisão Pelas Letras de seu Álbum, 19 de novembro de 2014,
http://countercurrentnews.com/2014/11/rap-artist-with-no-criminal-record-faces-life-in-prison-for-album-lyrics/
[4] A Família Brichta,
http://www.holocaustresearchproject.org/survivor/brichta1.html
https://medium.com/@asgharbukhari/charlie-hebdo-this-attack-was-nothing-to-do-with-free-speech-it-was-about-war-26aff1c3e998
[5] Declaração da Tendência Revolucionária Comunista
Internacional (RCIT), 1/9/2015, www.thecommunists.net
[6] Ibid.
[7] 14 Países Africanos São Obrigados a Pagar Imposto
Colonial à França para os Benefícios da Colonização e Escravatura, por Mawuna
Remarque Koutonin http://www.siliconafrica.com/france-colonial-tax/
[8] O massacre de 1961,
http://en.wikipedia.org/wiki/Paris_massacre_of_1961
[9] Afeganistão: Método Marxista vs. Método Burocrático,
por Gerry Downing, 1997
https://www.scribd.com/doc/67406622/Afghanistan-Marxist-Method-vs-Bureaucratic-method-By-Gerry-Downing-1997
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