Negociando a
rendição para Kiev
¿Dónde está Borotba?
Libertem os quatro
do Borotba!
Declaração assinada
por: Socialist Fight – Grã Bretanha; Coletivo Lenin – Brasil; Tendência Revolucionária - Brasil; Liga Comunista –
Brasil; Tendência Militante Bolchevique – Argentina.
As organizações que assinam este documento exigem a libertação imediata dos quarto militantes do Borotba,
Maxim Firsov, Victor Shapinov e Maria Muratova, sequestrados em 21 de dezembro,
e do vereador de Odessa e sobrevivente do massacre de 2 de maio, Alexey Albu,
que foi feito refém ao exigir a libertação dos seus companheiros. Alexey Albu
falou, poderosamente, via Skype, com a reunião da campanha Solidariedade com a
Resistência Antifascista na Ucrânia, no dia 11 de novembro, na Marx Memorial
Library, em Clerkenwell, Londres.
O site “In Defence
of Marxism” relatou, em 18 de novembro, o testemunho dele sobre a sua fuga do
ataque fascista em Odessa, em 2 de maio passado:
“Quando o fogo
começou, ele e outros companheiros pularam pelas janelas, mas só o que
conseguiram foi serem atacados pelos bate-paus fascistas. Ele, então, teve que
ficar parado numa pilha de corpos, seriamente ferido, onde o menor movimento
indicando vida significaria a sua morte certa. A contribuição de Alexey à
reunião foi recebida, merecidamente, com aplausos de pé. Apesar de ter sido
vítima desses lamentáveis ataques, Alexey foi forçado a se exilar na Crimeia,
porque permanecer em Odessa o levaria a ser preso” [1]
Uma carta apelando
aos altos funcionários dos governos da República Popular do Donetsk e das
Forças Armadas de Novorrússia, escrita por Greg Butterfield, coordenador do
Solidarity with Ukraine Antifascists Committee International Action Center, New
York, NY, USA, dizia o seguinte:
“Victor Shapinov,
Maxim Firsov e Maria Muratova são membros da organização antifascista ucraniana
União Borotba. Durante uma visita de solidariedade a Donetsk em 21/12, estes
três companheiros foram aprisionados pelos soldados do Batalhão de Volstok.
Eles foram confundidos com um grupo de reconhecimento e sabotagem ucraniano.”
E depois:
“Ontem, 27/12, o
deputado do Conselho regional de Odessa e sobrevivente do massacre de 2 de
maio, Alexei Albu, veio ao quartel-general do Batalhão de Volstok para exigir a
libertação deles. Desde então, ele não foi mais visto.” Consideramos óbvio que
não se trata de um “erro”.
O Batalhão de
Volstok é comandado por Alexander Sergeyevich Khodakovsky, um aliado de Denis
Pushilin, que é, de acordo com a Wikipedia:
“um político,
autodeclarado Presidente do Soviete Supremo (Porta-Voz do Parlamento) da
República Popular de Donetsk e, portanto, de acordo com a Constituição adotada
em 15 de maio, o autodeclarado chefe de Estado. Antes do seu ativismo político,
Pushilin trabalhou para um sucessor recente de um esquema de fraudes com
investimentos na Rússia dos anos 1990, MMM, que deu um prejuízo de milhões de
dólares aos seus clientes, antes de acabar em 1994. Pushilin nunca negou o seu
envolvimento nesses esquemas, e afirmou que “pirâmides eram legalizadas na
Rússia naquela época”. [2]
DENIS PUSHILIN, UM
POLITICO REACIONÁRIO
Denis Pushilin é um
político dos mais claramente reacionários, e controla uma parte crucial das
forces armadas novorrussas. Mesmo que possamos ter sérias dúvidas de que a
prisão dos três primeiros militantes do Borotba tenha sido um erro, a prisão de
uma figura de alto escalão, como Alexei Albu, não pode ser um erro. A intenção
expressa é entregá-los para Kiev, porque eles são “espiões”, o que vai levar
inevitavelmente à morte deles.
Este ato é outra
tentativa de Putin e seus aliados na República Popular de Donetsk, em primeiro
lugar Pushilin, para fechar um acordo com o imperialismo dos EUA e da UE pelas
costas da classe trabalhadora de Donetsk. Para conseguir isso, é preciso
eliminar ou intimidar os adversários mais militantes e de esquerda, que lutam
tanto contra Kiev quando contra o governo nacionalista burguês corrupto de
Putin e seus aliados de Donetsk. Não é acidente que, na reunião de 11 de
novembro, em que Alexei falou de maneira tão emocionante que foi aplaudido de
pé, o porta-voz do Partido Comunista Ucraniano, stalinista, fez uma intervenção
assustadoramente capitulacionista, como é relatado no mesmo site, In Defense of
Marxism:
“É preciso mencionar
a segunda intervenção do representante do Partido Comunista Ucrianiano,
Anatolii Sokoliuk, onde ele pareceu subestimar o significado reacionário da
bandeira vermelha e negra do Exército Insurgente Ucraniano (que colaborou com
os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e cometeu atrocidades contra a
população judia e polonesa) e até mesmo disse que o símbolo do Batalhão de
Azov, a runa wolfsangel das SS, não era “maligno”. Temos que discordar aqui,
porque tais símbolos agora serem conhecidos e usados por toda Ucrânia, e até
tolerados pelo Estado, é muito perigoso, como a própria perseguição ao Partido
Comunista Ucraniano mostra.” [3]
Estes sequestros
devem ser vistos à luz das atuais “negociações de paz”, que levaram à troca de
um grande número de prisioneiros de guerra, mas também como a preparação do
imperialismo para a próxima série de ataques à Novorrúsia e à própria Rússia.
Alguns membros do
Socialist Fight participaram daquela reunião e podem testemunhar que a
intervenção foi realmente assustadora e que o discurso do porta-voz oficial do
PC Ucraniano mostra a preparação da direção para trair abertamente a luta em
Donetsk. O seu antigo apoio ao oligarca corrupto Yanukovich mostra a orientação
política do PCU e a sua preparação para trair os seus próprios militantes de
base, assim como a classe trabalhadora do Donetsk.
Mas o imperialismo
está aproveitando a fraqueza e a traição. Em 22/12, soubemos que:
"O president do
Cazaquistão chegou em visita oficial hoje, e temos o presidente da Bielorrúsia
e o do Cazaquistão coordenando as suas ações com a Ucrânia antes da viagem a
Moscou”, disse Poroshenko. [4]
As eleições em
Moldávia mostraram um colapso político semelhante do Partido Comunista lá:
“As eleições foram
uma vitória para o bloco pró-integração europeia. As eleições representaram uma
derrota significativa para o Partido dos Comunistas da República da Moldávia
(PCRM), já que eles passaram de 38 para 21 deputados, enquanto um antes pequeno
rival russófilo, o Partido dos Socialistas da República da Moldávia (PSRM),
ganhou a maioria das cadeiras.”
O Partido dos
Comunistas da República da Moldávia (PCRM) foi o grande perdedor, porque apoiou
a integração europeia e o seu rival de esquerda e pró-russo, o Partido dos
Socialistas da República da Moldávia (PSRM), foi o grande vencedor, por causa
da sua oposição ao imperialismo ocidental.
TERRÍVEL PERIGO
A classe
trabalhadora organizada de Donetsk está agora em terrível perigo de sofrer uma
grande derrota nas mãos de políticos burgueses cínicos que tiveram a má sorte
de serem pegos pela guerra civil, e que estão determinados a impedir que a luta
“antifascista” se transforme numa revolução socialista, ou que uma direção
socialista revolucionária surja a partir do Borotba ou de outro setor.
Devemos rejeitar
explicitamente a predominância de concepções como a da “Grande Guerra
Patriótica” na Segunda Guerra, quando Stálin se aliou com Churchill e Roosevelt
contra Hitler e a revolução. Uma aliança sob o domínio político das forças
burguesas que agora dominam o Donbass só pode levar às derrotas que essa
política levou na França em 1934 e Espanha em 1939. E uma perspectiva
socialista revolucionária pode evitar a perspectiva fatal do compromisso com o
imperialismo, que vemos no PCU e no PCRM, para mencionar só dois."
O Borotba está
tateando no seu caminho até o socialismo revolucionário, e tem os melhores
lutadores, mais corajosos e mais à esquerda e, por isso, eles são o alvo, não
somente dos fascistas do regime de Kiev, mas também dos contrarrevolucionários
dentro da própria República Popular de Donetsk, principalmente Pushilin e os
seus aliados.
Somente
estabelecendo a independência da classe trabalhadora, sob a perspectiva da
revolução permanente, ou seja, só a classe trabalhadora tem o verdadeiro
interesse em dirigir a luta antiifascista e antiimperialista, e só uma frente
única antiimperialista pode ganhar os melhores elementos de Donetsk para
derrotar a contrarrevolução interna e enfrentar os fascistas de Kiev com
entusiasmo revolucionário e perspectiva de ganhar os trabalhadores do Oeste.
Esta é a perspectiva que vai derrotar os fascistas de Kiev, a contrarrevolução
que está emergindo na Rússia e começará um processo revolucionário na Europa e
no mundo inteiro.
Temos que aprender a
lição da Revolução Espanhola de 1934-39. Essa é a tarefa da revolução e, para
realizá-la, devemos derrotar a contrarrevolução dentro de Donetsk e Luhgansk.
A nossa tarefa
imediata agora, nesse caminho, é exigir a libertação dos quarto militantes do
Borotba e a derrota da conspiração que os prendeu. Como na Espanha, quando
Andreu Nin, o dirigente do POUM, foi sequestrado, torturado e assassinado pelos
stalinistas para que Stálin pudesse assinar o seu pacto com Hitler em 1939,
hoje levantamos a palavra de ordem, ¿Dónde está Borotba?
- Abaixo Denis
Pushilin e o Batalhão de Vostok! - Criar Autodefesas Operárias e Conselhos
Operários para defender a revolução
- Não à colaboração
de classes, sim à Frente Única Antiimperialista!
- Construir uma
Campanha de Solidariedade Internacional para defender a República Popular do
Donetsk e toda a região do Donbass!
Abaixo está a carta
de Greg Butterfield: Apelo aos representantes de Donetsk:
Notas
[1] In Defence of
Marxist London meeting hears eyewitness account of the Odessa massacre + VIDEO
http://www.marxist.com/london-meeting-hears-eyewitness-account-of-the-odessa-massacre-video.htm
[2]
http://en.wikipedia.org/wiki/Denis_Pushilin
[3] In Defence of
Marxist London meeting hears eyewitness account of the Odessa massacre + VIDEO
http://www.marxist.com/london-meeting-hears-eyewitness-account-of-the-odessa-massacre-video.htm
[4] Source: http://en.censor.net.ua/n317454