Antifascistas do Borotba são os
verdadeiros heróis da revolução
verdadeiros heróis da revolução
Por Gerald
Joseph Downing, do Socialist Fight - Grã Bretanha
English version - Socialist Fight
A Liga Comunista reproduz artigo do camarada Gerry Downing em defesa do Bortba, dirigentes da resistência antifascista ucraniana, em polêmica contra anarquistas e outros defensores do fascista e pró-imperilalista movimento Euromaidan.
English version - Socialist Fight
A Liga Comunista reproduz artigo do camarada Gerry Downing em defesa do Bortba, dirigentes da resistência antifascista ucraniana, em polêmica contra anarquistas e outros defensores do fascista e pró-imperilalista movimento Euromaidan.
Nazistas incendeiam Casa dos Sindicatos com dezenas de ativistas sindicais e antifascistas dentro |
Em 3 março de 2014, uma "Declaração da organizações de
esquerda e anarquistas sobre o Borotba” na Ucrânia circulou entre a esquerda da
Grã-Bretanha e internacionalmente por muitos esquerdistas, incluindo alguns
líderes do “Labour Representation Committee” (Comitê de Representação
Trabalhista) e outros, condenando o Borotba nos seguintes termos:
"Nós, coletivos e membros de organizações de esquerda e
anarquistas ucranianos, anunciamos que o Borotba não faz parte de nosso
movimento. Durante todo o tempo da existência deste projeto político, seus
membros estão comprometidos com os mais desacreditados, conservadores e
autoritários regimes e ideologias ‘esquerdistas’, que não representam os
interesses das classe trabalhadora.
O Borotba provou ser uma organização com um mecanismo de
financiamento não transparente e com princípios inescrupulosos de cooperação.
Ele utilizam trabalhadores contratados, que nem mesmo são membros da
organização. As células locais do ‘Borotba’ participaram das ações de protesto
junto com PSPU (Partido Socialista Progressista da Ucrânia, que é um partido
racista, antissemita, clerical e que não tem nenhuma relação com o movimento
socialista mundial) e com o antissemita, pró-governo e homofóbico grupo de
Carcóvia ‘Oplot’; e são conhecidos por sua ligação com o infame jornalista O.
Chalenko, que não passa de um chauvinista russo”.
Entre os signatários dessa declaração estavam as Organizações Autonomas de Trabalhadores, a União Independente Estudantil “Ação Direta”, o
conselho editorial da Tovaryshka, a Cruz Negra Anarquista – o coletivo
ucraniano anarco-feminista “Good Night Macho Pride”, a Ação Antifascista
Ucraniana e a Oposição de Esquerda. Eles afirmaram orgulhosamente que
"tomaram posições antifascistas" e que não "apoiaram nenhuma das
ideias do Maidan".
Porém:
“Os representantes do ‘Borotba’ tomaram uma posição
extremamente tendenciosa sobre a composição do movimento de protesto, tanto em
seu site como nos comentários na mídia. Segundo eles, os protestos do Maidan
são exclusivamente representados por nacionalistas e a direita radical, que
objetivavam apenas a um golpe de estado (‘golpe fascista’)”.
Nunca uma declaração provou ser tão errada de modo tão
rápido; os signatários desse documento foram condenados pela história, eles sim
são os grandes reacionários pró-imperialistas e o Borotba são os verdadeiros
heróis da revolução. Em 3 de Maio, o Borotba revelou toda a extensão do
progresso de “algumas ideias do Maidan” que esses idiotas pusilânimes
aparentemente duvidou:
“Em 2 de maio, sob o pretexto da chamada marcha ‘pela
unidade da Ucrânia’ (cuja data cairia no mesmo dia da partida de futebol entre
‘Chernomorets’ e ‘Metallist’) – os esquadrões paramilitares de nacionalistas
ucranianos foram organizados em todo o país para dirigir-se a Odessa. Eles
chegaram de ônibus e trens. Logo no início quando eles começaram a se reunir na
praça ‘Sobornaya’ entre os torcedores comuns de ultra-direita também podia-se
ver vários paramilitares muito bem equipados. Eles estavam munidos com escudos,
capacetes, bastões de beisebol e armas traumáticas. Principalmente homens com
cerca de 30-40 anos de idade que não eram, evidentemente, torcedores de
futebol. Alguns deles seguravam escudos com os dizeres: ‘14ª Centúria de
Autodefesa do Maidan’. E esses paramilitares nacionalistas tornaram-se a
principal força que marcou o sangrento massacre dos moradores de Odessa no
Campo Kulikovo.
Neonazistas começaram a apedrejar e jogar coquetéis molotov
no acampamento, incendiando-o. Os ativistas do acampamento de protesto foram
obrigados a se refugiarem na ‘Casa dos Sindicatos’. Ao tentar assassinar os
moradores de Odessa, os ultradireitistas incendiaram o piso do andar térreo do
prédio. E o fogo se alastrou rapidamente ao longo do edifício.
As pessoas começaram a pular das janelas dos andares
superiores – tentando escapar do fogo. Mas foram executados ainda no chão por
paramilitares nacionalistas. Foi assim que o nosso camarada – Andrew Brazhevsky
– foi morto. O representante do conselho regional Vyacheslav Markin (um companheiro
do líder do ‘Borotba’ em Odessa, Alexey Albu) também foi brutalmente
assassinado da mesma forma quando pulou da janela. Mais de 40 ativistas foram
queimados vivos, intoxicados pela fumaça ou foram assassinados pelos nazistas
quando tentaram escapar do prédio em chamas. Felizmente, a maioria de nossos
companheiros conseguiu escapar com vida. Alguns de nossos camaradas, incluindo
o líder do Borotba em Odessa e o representante do conselho regional Alexey
Albu, foram severamente espancados por chutes e bastões de beisebol. Eles
sofreram inúmeras contusões, ossos quebrados e ferimentos na cabeça.
O massacre em Odessa foi organizada pela junta de Kiev para
intimidar a população que está descontente com o novo regime, e para eliminar
os combatentes ativos. A prova disso é o fato de que os militantes de
extrema-direita estavam organizados e muito bem equipados. Além disso, a falta
de ação da polícia e o fato de que o ataque dos ultradireitistas em Odessa
estava em sincronia com a ‘operação antiterrorista’ em Slavyansk, são também
provas contundentes de tudo isso. O massacre em Odessa revela que o regime de
nacionalistas e oligarcas de Kiev aumenta rapidamente a ditadura terrorista
pura e simplesmente no estilo fascista”.
A esquerda está dividida na Grã-Bretanha e
internacionalmente diante desses eventos. Os líderes da Resistência Socialista
Duncan Capela e Liam Mac Uaid (que afirmam que os russos são os agressores) e
sua falsa “Quarta Internacional” têm suas mãos sujas de sangue na defesa desse
regime golpista ilegal (apenas “algumas idéias do Maidan”, é claro) assim como
todos aqueles que defenderam o Maidan como uma espécie de movimento
“contraditório” e tentaram nos dizer que a classe trabalhadora do leste da
Ucrânia era constituída por “pessoas más”. Quando não se toma uma posição clara
e correta contra os fascistas que são – nas famosas palavras de Trotsky – “as
tropas de assalto do capital financeiro” acaba-se ultrapassando todas as linhas
vermelhas de classe.
Agora a tarefa da genuína esquerda revolucionária é
organizar uma campanha internacional de solidariedade com a revolução no leste
da Ucrânia e defendê-la contra esses ataques fascistas pelo regime instalado
pela CIA. É necessário coletar alimentos, remédios, dinheiro e qualquer outro
tipo de assistência. Exigir o apoio dos líderes sindicais e trabalhistas,
começando com os candidatos de esquerda para a Secretária-Geral do RMT
(Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Ferrovias e Transportes Marítimos);
Steve Hedley, Alex Gordon, John Leach, etc. E Ken Loach certamente dará uma
força nessa questão em mais um teste para a classe trabalhadora global desde a
Revolução Espanhola.
Abaixo segue a resposta do Borotba à declaração difundida
pelos anarco-imperialistas da Organização Autônoma de Trabalhadores da Ucrânia,
uma seita que vem levando adiante um campanha de calúnia e difamação contra as
organizações antifascistas que estão se levantado contra a junta de Kiev.
DECLARAÇÃO DO “BOROTBA” SOBRE A RECENTE CAMPANHA DE
DIFAMAÇÃO CONTRA OS ANTIFASCISTAS NA UCRÂNIA
Então, aqui estamos nós de novo. A velha e cansativa rixa na
Ucrânia continua, apesar do colapso atual do país. Duas reconhecidas seitas
marginais da "esquerda" ucraniana, em meio ao golpe fascista e
terrorista da extrema-direita nas ruas, tentam incriminar as forças de esquerda
e grupos que organizam a resistência antifascista.
http://avtonomia.net/2014/03/03/statement-left-anarchist-organizations-borotba-organization/
Não é a primeira vez que isso acontece, porém, os cães
ladram mas a caravana segue adiante.
Apesar da irrelevância da declaração contra o
"Borotba", precisamos esclarecer alguns fatos. A afirmação de que
"a união Borotba não faz parte de nosso movimento" é em certo aspecto
verdade. Nós não fazemos parte de um movimento que colaborou com as forças
nazistas e de extrema-direita que predominaram nos protestos do ‘Euromaidan’.
Não fazemos parte de um movimento que – como pequenas seitas que são –
esconderam seu "esquerdismo" do Euromaidan enquanto ajudava desde o
início a levar ao poder os nazistas e apenas outro clã de oligarcas que aceitam
abertamente os empréstimos do FMI e as medidas de austeridade.
Não fazemos parte de um movimento que de fato reproduz
sentimentos reacionários, conservadores e clericais. Os signatários da
caluniosa declaração fingem ser anti-conservadores, ao mesmo tempo que apoiaram
os protestos nacionalistas, clericais e antissemitas do Euromaidan. Alguns
deles têm demonstrado inclusive intoxicações patrióticas – prontos a se
alistarem no exército a fim de defender a junta nazista e seus oligarcas. Cem
anos depois do início da Primeira Guerra Mundial e estamos novamente na mesma
situação.
Não fazemos parte de um movimento que toma posições de
acordo com as ordens dadas a partir de organizações não-governamentais (ONGs).
Não fazemos parte de um movimento que renuncia slogans sociais e de esquerda na
situação atual. Não fazemos parte de um movimento que compra a histeria
patriótica e nacionalista que vem se espalhando por todo o país. Não fazemos
parte de um movimento que defende o golpe em prol dos nazistas, oligarcas e do
FMI. Não fazemos parte de um movimento que diminui o papel dos nazistas do
Euromaidan ou mesmo joga uma pá de cal em sua imagem quando até mesmo os
principais meios de comunicação mostram paramilitares de extrema-direita
desfilando sobre as ruas.
http://www.bbc.com/news/world-europe-26394980
http://www.bbc.com/news/world-europe-26398112
Em suma, não fazemos parte de um movimento que não tem nada
em comum com a posição antifascista e de esquerda. Deste modo, somos e sempre
seremos uma organização de esquerda e antifascista. Condenamos o ex-regime de
Yanukovich e também o novo governo de extrema-direita. Condenamos a
interferência russa e ocidental nos assuntos ucranianos, bem como a intoxicação
patriótica militarista induzida pelo novo poder.
Nós permanecemos firmes em nossas posições de esquerda,
mesmo sendo alvo de boneheads, nacionalistas de extrema-direita e paramilitares
do "Svoboda" e do Pravy Sektor (Setor Direita). Nossa sede em Kiev
foi recentemente atacada e saqueada. Nossos membros são vítimas de violência da
extrema-direita. Alguns ativistas do ‘Borotba’ tiveram que passar à
clandestinidade para continuar na luta antifascista. E, em tal situação, a
declaração caluniosa parece ser uma denúncia dirigida a militantes de
extrema-direita.
Em relação aos recentes acontecimentos em Carcóvia (1 de
março de 2014), devemos ressaltar alguns fatos. Houve uma manifestação de
diferentes forças opostas ao Euromaidan. O povo decidiu libertar o prédio da
Administração Estatal Regional de Carcóvia, que havia sido tomada por
partidários do Euromaidan. Após negociações, a maioria dos apoiadores do
Euromaidan concordou em deixar o prédio. Alguns militantes (a maioria do Setor
Direita, mas também alguns liberais) recusaram-se a obedecer à decisão da
maioria do Euromaidan e decidiram permanecer no prédio. Os ativistas do
"Borotba" participaram da manifestação próximo ao edifício conduzindo
a agitação através de uma postura internacionalista e antifascista (tendo sido
criticados inclusive por alguns cidadãos pró-russos). Os manifestantes correram
para invadir o prédio logo após alguém ter jogado uma granada de flash no meio
da multidão, que por sua vez irrompeu o prédio e capturou alguns militantes do
Setor Direita e um grupo de liberais que estavam com eles (incluindo o poeta
Serhiy Zhadan). Em seguida, a multidão em fúria tentou linchá-los. Ativistas do
"Borotba" tentaram deter por todos os meios possíveis o linchamento
de apoiadores do Euromaidan capturados. Portanto, a acusação contra o ‘Borotba’
não é apenas irrelevante, mas parece uma completa hipocrisia daqueles que
ignoram a prática de linchamento de dissidentes realizadas regularmente pelos
fascistas do Euromaidan em Kiev e outras cidades. Todas as acusações contra o
"Borotba" não passam de calúnia e difamação por parte de alguns
indivíduos ou grupos pró-nacionalistas.
Continuaremos com nossas posições firmemente antifascista,
internacionalista e classista. Somos contra os nacionalismos russos e
ucranianos que estão sendo utilizados nesse momento apenas para dividir a
classe trabalhadora e pilhar ainda mais o país. Não apoiamos organizações
nacionalistas russas, nem ucranianas. Toda a campanha de calúnias contra nossa
organização dirigida por grupos de extrema-direita e absorvidas por alguns
grupos que se dizem de "esquerda" não nos impedirá de organizar a
resistência antifascista.
No Pasarán!
Sem deuses, amos, nações e fronteiras!
Proletários de todos os países – uni-vos!