Degravação da intervenção de Antonio Junior,
orador da Liga Comunista / Vanguarda Metalúrgica
no ato de 1º de maio de 2014, em São Paulo, com o PCO
Bom dia a todos,
Eu acredito que esse primeiro de maio é um primeiro de maio
que honra não só os mártires de Chicago que lutaram por 8h diárias de trabalho
e foram penalizados por isso. Mas a todos os trabalhadores que hoje estão
morrendo ou já morreram nas obras da copa do mundo. A Copa do Mundo no Brasil,
que a presidente fala que vai ser a Copa das copas, ela já se tornou a Copa
serial killer, porque de todas as outras foi a que mais matou trabalhadores em
obras, trabalhadores sem os equipamentos de proteção.
E nós da Liga Comunista, nós gostaríamos de
trazer para essa discussão de 1º de maio uma elaboração feita pelo nosso Comitê
de Ligação pela IV Internacional, que tem a composição feita pelos
ingleses do Socialist Fight, do Luta
Socialista e dos argentinos da Tendência Militante Bolchevique. Que
é o seguinte:
O imperialismo americano, o imperialismo europeu, os ianques
e os europeus querem que o governo brasileiro aumente o custo de vida para a
classe trabalhadora, que nós paguemos mais dos que já pagamos no nosso custo de
vida. E aumentar o custo de vida da classe trabalhadora significa aumentar o
preço dos combustíveis, que movem tudo e o preço da energia elétrica. Ontem
mesmo a presidente Dilma já falou que não vai fazer isso agora. Ela não vai
fazer isso agora, esse ano é um ano de eleição e um ano de Copa. Ela só vai
fazer esse aumento em 2015.
E o imperialismo como forma de pressionar, vem dizendo o
seguinte:
Ah você não vai fazer isso agora? Então tá aqui ó, denúncia
da Petrobrás, olha aqui um negócio lucrativo, que você fez comigo, a denúncia
na Petrobrás, da corrupção na Petrobrás, nada mais é que uma chantagem do
imperialismo para que o governo brasileiro aumente o custo de vida da classe
trabalhadora.
Então nós queremos dizer o seguinte:
Governos corruptos, todos eles são, todos os governos são
corruptos porque a corrupção é inerente ao capitalismo. Só que esse governo,
esse governo que também é corrupto, ele sofre uma chantagem do imperialismo,
diretamente para que aumente o custo de vida da classe trabalhadora.
E o que a classe trabalhadora vem fazendo, de 2013, com as
jornadas de junho, para cá? Ela vem resistindo, a juventude teve um papel
fundamental, não só na luta em defesa da universidade pública, por direitos
democráticos, na USP, na UNESP, na Unifesp, na Unicamp, mas também em todo o
Brasil, com as jornadas de junho, um setor importante da juventude e da classe
trabalhadora se levantou, para protestar contra o aumento não só das passagens
mas do custo de vida em geral.
Agora, qual a tarefa nossa, dos revolucionários?
Daqueles que se reivindicam marxistas e mais, do marxismo
dos nossos tempos, o trotskismo: É tentar influenciar, tentar dar a linha
política para um setor importante da classe trabalhadora, que é a classe
operária, que são os metalúrgicos, os trabalhadores da construção civil, os
petroleiros, os químicos, ferroviários.
Esse setor, se entrar em movimento, nós conseguimos parar
esse país. Esse setor que hoje está na camisa de força dos pelegos, tá na
camisa de força de uma burocracia que engessa a ação de qualquer operário, seja
de que setor for, honesto, que queira se organizar em uma organização política,
que queira se organizar nas oposições sindicais, independentes do aparato do
governo, e da esquerda festiva, que hoje está fazendo festa.
Então nós achamos o seguinte:
É fundamental que as nossas organizações possam fundar o
trotskismo operário, possam pegar toda a nossa militância e ir a porta das
fábricas, panfletar os nossos materiais, para tentar influenciar politicamente
a consciência desse setor importante da classe trabalhadora, porque sem a
classe operária, sem a luta da classe operária, dos setores que produzem
produtos com maior valor agregado, nós não vamos conseguir mudar a realidade do
nosso país e do nosso mundo.
Então essa é a mensagem da Liga Comunista nesse
primeiro de maio, vamos fundar o trotskismo operário, vamos a classe operária
para tentar construir um movimento genuinamente revolucionários sem a camisa de
força das burocracias. É essa a mensagem que a gente traz da CAF, a nossa
fábrica, uma fábrica de trens e metrôs, lá em Hortolândia, uma região de
Campinas, que, como diz a imprensa, tá envolvida na corrupção da Alstom, da
Siemens, desse cartel do PSDB. Essa é a mensagem que a gente trás lá de nossos
companheiros do interior para esse 1º de maio, muito obrigado, vamos à luta!