PT em Cubatão persegue trabalhadores
‘No princípio
era o Verbo’ vejo escrito,
E aqui já
tropeço! Quem me ajuda?
Tão alto
sublimar não posso o verbo,
Devo de outra
maneira traduzi-lo...
Devera estar
– ‘Era ao princípio a Força!’
No momento,
porém em que isto escrevo...
Solução enfim
acho: satisfeito,
‘No princípio
era Ação’ – escrever devo.
(GOETHE in Fausto)
Que o PT há
muito deixou de representar os interesses dos trabalhadores, isto mais ninguém
duvida. Porém, ser esse partido perseguidor de pais e mães de família que lutam
para ter seus salários em dia, supera todas as expectativas, até mesmo dos
eleitores mais à direita no espectro burguês. A perseguição aos operários das
obras do PAC e aos servidores federais
nas últimas greves é a prova inconteste que este partido não só abandonou a
defesa dos trabalhadores, como é o primeiro a imputar-lhes culpa pela
luta.
Assim ocorre
em Cubatão governada pela petista Márcia Rosa em seu segundo mandato. Doze
profissionais em educação são hoje acusados por essa “digníssima prefeita” de “baderneiros” devido às
manifestações em frente à Câmara de Vereadores e na porta da prefeitura. Essa
Senhora se utiliza de uma lei arcaica publicada em 1959 para silenciar a
categoria de servidores municipais, que
inconformada luta por um Plano de Carreira decente; pelo aumento e reposição
salarial, já que não recebe nem mesmo repasse da inflação oficial. Os
trabalhadores do município vêm sendo tratados à base de “chicote” desde o
início de 2012, quando já naquela época a ex-companheira e também professora na
cidade, deu falta injustificada a todos servidores que reivindicavam melhores
condições de trabalho.
Em 4 dezembro
de 2012, organizados a partir de chamados no Facebook, pois o sindicato
comprometido com o governo não mobiliza os trabalhadores, os servidores de
diferentes secretarias se dirigiram à Câmara Municipal para pressionar os
vereadores que queriam aprovar o aumento salarial da prefeita Márcia Rosa e de
seus secretários, além da criação por volta de 80 cargos comissionados, entre
eles a de um cargo denominado “chefe do mestre de cerimônia” e da majoração
abusiva do IPTU para 2013. Na Câmara os servidores encontraram os vigilantes da
Empresa Marvin que não recebiam salários há mais de dois meses. Os
trabalhadores lançavam palavras de ordem e exigiam serem atendidos em seus
interesses elementares: pagamento do salário atrasado; depósito em dia do 13º
salário e das férias de janeiro, bem como o pagamento do Planvale e de outros
benefícios atrasados; entre esses itens também exigiam a abertura de discussão
do Plano de Carreira engavetado pela prefeita em 2012.
Em
perseguição, dentre 150 manifestantes escolheu-se 12, 10 de uma mesma escola
para responderem inquérito administrativo, indicando a absurda pena de demissão
a bem do serviço público. A partir de
então se instaurou em Cubatão um clima de terror: CIPs – Comunicação Interna de
Pessoal - dos envolvidos deixaram de ser aceitas, médicos de pacientes em tratamento
há mais de três anos, por temer represálias, negaram atendimento aos acusados;
os doze passaram a ser difamados como baderneiros. A administração procurada
por várias autoridades e políticos se negou a discutir a situação, não
atentando ao principio da razoabilidade. E o pior, através de Resolução da
Secretaria da Educação, de 28/01, vésperas do inicio do ano letivo, desmontou o
projeto pedagógico da escola em que trabalham os 10 processados. Isto resultou
em enormes prejuízos aos docentes da escola e da rede que já tinham programado
a sua vida funcional para 2013, com aulas atribuídas desde 2012. Os alunos
também foram prejudicados uma vez que, mesmo diante dos resultados educacionais
e dos prêmios obtidos ainda em dezembro de 2012 pelo Conselho Municipal de
Educação e pela Assembleia Legislativa do Estado, não prosseguirão com o
projeto construído coletivamente pelos professores, alunos e pais. Com isto
perde não só a comunidade escolar, mas a cidade de Cubatão e, em particular os
trabalhadores com o fim de um projeto pedagógico reconhecidamente consistente e
de qualidade. A retaliação se deu por razões políticas e não por razões
pedagógicas.
Estes são os
“crimes” cometidos pelos LUTADORES de
Cubatão. A perseguição contra os servidores é o requinte da política petista do
século XXI. Aqui aprimoram um bordão usado pelos militares do tempo da
ditadura: aos amigos (burgueses), tudo, aos trabalhadores e seus autênticos
representantes, a lei que criminaliza as lutas.
PELA RETIRADA
IMEDIATA DOS PROCESSOS!
CONTRA A
CRIMINALIZAÇÃO DAS LUTAS DOS TRABALHADORES!
PELO
ATENDIMENTO IMEDIATO DAS REIVINDICAÇÕES DOS SERVIDORES DE CUBATÃO!
NATE – NÚCLEO
DE ESTUDOS E AÇÃO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO