Os mineiros grevistas da África do Sul são hoje a vanguarda do proletariado
internacional. O massacre brutal e pré-planejado dos 34 mineiros em 16 de
agosto é uma manifestação aguda da crise internacional do capitalismo. Todos os
trabalhadores com consciência de classe do planeta tem o dever de apoiar e
trabalhar para a vitória desses grevistas porque eles estão lutando não apenas
para o futuro da classe operária sul africana, mas pelo futuro de todos nós.
A crise mundial do capitalismo continua a se aprofundar, a crise da
dívida grega e da soberana europeia continua se agravando. Vários países da área do
euro não pode pagar ou refinanciar sua dívida pública sem deixar de tornar-se
reféns da temida troika: o FMI, UE e BCE.
As dívidas dos especuladores e bancos de propriedade bursáteis foram
transferidas para o saldo bancário nacional e assim a crise se tornou uma crise
da dívida soberana que agora ameaça a solvência de nações inteiras e a
sobrevivência do euro e da própria União Europeia. Isto tem consequências
globais, ameaçando rivalidades inter-imperialistas como as que vimos antes das
Primeira e da Segunda Guerra Mundial.
Isto tem consequências desastrosas para a classe trabalhadora e para a população
pobre grega, restaurantes precários surgem em toda parte. A verdadeira pobreza e
a fome reaparecem na Europa pela primeira vez desde o fim da Segunda
Guerra Mundial. A Grécia mostra a todos o futuros que teremos sob este sistema capitalista
podre e em crise.
Já é evidente que uma crise habitacional grave está desenvolvendo na
Grã-Bretanha, o Sistema Nacional de Saúde está por ser totalmente privatizada. O
conselho Tory de Barnet (sub-prefeitura deste bairro londrino) tornou-se pioneiro no estilo
americano privatização total dos serviços. O “ministro laborista” Ed Bolls (atual
chanceler do “Shadow Chancellor” correspondente ao Ministro da Fazenda paralelo
laborista) disse ao “The Guardian”: “A população quer que sejamos implacáveis e
disciplinados na forma como nós lidamos com as finanças públicas". E na
Conferência do Partido Laborista a ameaça é cristalina: "não podemos
assumir qualquer compromisso de que o próximo governo trabalhista será capaz de
reverter o aumento dos impostos ou o cortes dos gastos."
Após o terrível Massacre Marikana em 16 de agosto, na segunda-feira 15
de outubro a crise no setor de mineração da África do Sul se agravou quando as
negociações entre a Câmara de Minas e sindicatos falhou na contenção da onda grevista.
"A situação é grave", Willie Jacobsz, diretor de relações com
investidores da Gold Fields disse ao Financial Times. "Todas as minas Gold
Fields 'do Africa do Sul, estão agora metidas em greves ilegais, colocando
milhares de empregos em risco e aumentando a probabilidade de uma grande
reestruturação."
As Escolas da África do Sul são tão miseráveis como o sistema de saúde e
o desemprego juvenil ultrapassa 50%. Uma grande parte da maioria negra ainda
vive em cabanas de lata enferrujadas. O fosso entre ricos e pobres é agora ainda maior
do que nos dias de governo branco, e está entre os piores do mundo.
Uma grande parte dos líderes do Congresso Nacional Africano (CNA) e do NUM
(Sindicato Nacional dos Mineiros da África do Sul) tornaram-se
multi-milionários, servindo aos interesses do capital financeiro imperialista.
Ex-líderes do NUM como Cyril Ramaphosa, Kgalema Motlanthe, Gwede Mantashe, e
Motlatsi James utilizaram sua condição de dirigentes sindicais para trair os mineiros e se tornarem
eles próprios capitalistas.
Eles personificam a mudança do CNA que evoluiu de um movimento radical de
libertação nacionalista pequeno-burguês para um partido nacionalista burguês
que protege os interesses da burguesia negra, dos monopólio capitalistas em
mãos de proprietários brancos na África do Sul e também britânicos e de outras
empresas estrangeiras, como a multinacional britânica Lonmin e a irlandesa
Gerry Adams.
A direção tradicional da classe trabalhadora internacionalmente é
composta de funcionários burocratizados, políticos carreiristas que são
dependentes do próprio sistema capitalista para manter seu estilo de vida
privilegiado. Então, o que mais temem é o próprio movimento de massas da classe
trabalhadora que dizem representar e que ameaça esse seu estilo de vida
privilegiado.
Nós precisamos de uma nova direção revolucionária.
O domínio desta burocracia sobre as bases do movimento é mais forte
agora do que nunca. Eles atuam ativamente com toda força para dividir e
subdividir aos trabalhadores. Vimos isso em Ellesmere Port, nos ônibus de
Londres e em inúmeros outros locais de trabalho; nas novas contratações de
segunda classe apoiadas pelos dirigentes das trade unions, com menores salários e
muito pior condições de trabalho.
Quase todos os grupos de esquerda não lutam contra isso de maneira séria
e não prepararm a classe trabalhadora para esta catástrofe iminente. As correntes
sindicais National Shop Stewards Network, Unite the Resistance e o Coalition of
Resistance acolhem em seu seio aos burocratas de esquerda e de direita, como o traidor
Len McCluskey, que foi perdoado por todos.
Precisamos desesperadamente de um genuíno movimento organizado na base dos
locais de trabalho que lute pela independência da classe trabalhadora não só na
Grã-Bretanha, mas internacionalmente. Precisamos reconstruir sob bases verdadeiramente
revolucionárias e internacionalistas a IV Internacional.
Para defender a classe trabalhadora a nível local e imediato, precisamos
desenvolver campanhas locais, como a campanha em defesa dos sem teto de Counihan
em Brent cobrindo-as nacionalmente de solidariedade e exigindo um orçamento que
atenda as necessidades de habitação sociais decentes para todos.
Temos de defender os direitos civis e exigir a libertação dos presos
políticos Republicanos Irlandeses, palestinos, os prisioneiros de guerra
naxalita na Índia e todos os outros lutadores presos políticos anti-imperialistas
internacionalmente.
A direção do TUC prometeu verificar as possibilidades e "aspectos
práticos" para a realização de uma greve geral. Mas a greve de um dia seria
apenas um mero protesto para descomprimir a tensão sindical, como na Grécia e
na Espanha. Devemos lutar por uma greve geral por tempo indeterminado a colocar
na ordem do dia a questão da luta pelo poder como condição de qualquer luta
pelo progresso para a classe trabalhadora nesta crise.
Reivindicações para uma luta internacional:
· Estabelecer um fundo internacional para apoiar todos os mineiros em
greve na África do Sul!
· Lutar pela nacionalização das minas na África do Sul sob o controle dos
trabalhadores e das comunidades da classe trabalhadora!
· Democratização dos sindicatos!
· Eleições de todos os dirigentes sindicais!
· Que os dirigentes sindicais e funcionarios recebam no máximo o salário de
um trabalhador especializado da respectiva categoria!
· Pela derrote das leis anti-sindicais!
· Por um imposto sobre a riqueza acentuadamente progressivo!
· Obras públicas, com taxas de remuneração estabelecidas pelas trade
unions para dar trabalho aos desempregados!
· Rechaço a demanda “empregos britânicos para trabalhadores britânicos!”
· Pela solidariedade internacional de toda a classe trabalhadora e
oprimida!
· Por uma Campanha Nacional de Habitação que lute pela habitação social
decente para todos!
· Pela libertação imediata e incondicional de todos os irlandeses,
naxalitas, palestinos e todos os outros prisioneiros de guerra
anti-imperialista!
· Por uma greve geral por tempo indeterminado para derrubar o governo
Con-Dem!
· Reconstruir a Internacional Revolucionária, a Quarta Internacional trotskista!
SOCIALIST FIGHT - GRÃ BRETANHA