da 16ª greve dos metalúrgicos da CAF!
Os metalúrgicos da CAF entraram em greve no dia 21 de
janeiro de 2016. Pararam 100% dos operários da fábrica. A paralização por tempo
indeterminado é uma reação contra a demissão de 135 metalúrgicos, 109 da prod.
+ 26 adm.. Os operários foram informados pela empresa das demissões por
telegrama.
A CAF (Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles) é uma
empresa espanhola fabricante de trens e vagões. No Brasil, a multinacional se
instalou em 2009. A sede da empresa multinacional é em Hortolândia e que faz
parte do cinturão industrial de Campinas (SP). Nesse período, a CAF fabricou os
vagões para os trens da CPTM /SP e para os Metrôs de São Paulo, Belo Horizonte
e Recife.
A empresa, juntamente com outras grandes multinacionais do ramo,
esteve envolvida no escândalo de desvio de recursos do metrô de São Paulo, onde
o governo tucano é denunciado por desviar 30% dos recursos destinado para a
expansão necessária dos transportes que servem ao numeroso proletariado da
metrópole. Mas, nos últimos dois anos a empresa vem ameaçando que vai fechar as
portas no Brasil, a exemplo do que fez no Chile e México, devido a recessão e
falta de novos projetos e contratos estatais, uma vez que os governos estaduais
são os únicos compradores da mercadoria produzida na CAF.
Esta é a 16ª greve da fábrica desde 2009. Provavelmente a
CAF está entre as empresas que mais fizeram greve no país em seu curto tempo de
existência. Nelas os metalúrgicos conquistaram vitórias importantes como o
reajuste semestral de 5,17% além do que conquistam nas greves da campanha
salarial da data base anual.
Desde o 11º Congresso dos Metalúrgicos de Campinas, em 2013, nós da Vanguarda
Metalúrgica, núcleo operário impulsionado hoje pela Frente Comunista dos
Trabalhadores (Liga Comunista, na época), alertamos contra a tese majoritária da ASS em nossa tese que a tendência
da política econômica dos governos brasileiros submissos ao imperialismo é a
desindustrialização/reprimarização e que era necessário preparar-se para
batalhas mais duras, organizar caixas de socorro mútuos, fundos de greve e lutar contra as demissões até ocupando as fábricas, se assim os trabalhadores desejarem lutar e aprovarem tais medidas em
assembleia. De lá para cá, desgraçadamente a história nos deu razão e o peso da
indústria no PIB nacional encolheu para 10%, o menor índice desde a década de
1950.
Agora é preciso resistir com todas as forças, lutar para derrotar a
política de liquidação da empresa feita pela multinacional, contra as
demissões, pela redução da jornada e assegurando todos os empregos e direitos
da peãozada.