Nota de solidariedade da FCT ao dirigente do MST, João Pedro
Stédile, e contra os ataques crescentes do fascismo golpista às organizações de
esquerda, suas sedes e seus militantes
A Frente Comunista dos Trabalhadores manifesta sua inteira
solidariedade a João Pedro Stédille, dirigente do MST, diante do cerco fascista
sofrido pelo companheiro em Fortaleza na noite do dia 22 de setembro.
Um grupo de cerca de 20 provocadores da extrema-direita
perseguiram o companheiro com gritos e xingamentos como “MST vai para Cuba com
o PT”, “terrorista” e “comunista”, com o intuito de colocar na defensiva o
companheiro e toda esquerda, porque Stédile representa no imaginário popular o
líder de uma resistência de massas ao golpe que o imperialismo e a direita vem
orquestrando. O ataque ocorreu logo no desembarque do líder do MST no Aeroporto
Pinto Martins, em Fortaleza- Ceará, convidado ao Estado para participar do 11º
Congresso do Sindicato dos Servidores Públicos Federais. A recepção reacionária
foi a mesma realizada pelos setores sociais asquerosos da classe média que
atacou também os médicos cubanos e negros do programa Mais Médicos xingados de
“macacos”.
A ação contra o dirigente dos sem-terra foi comandada pelo
especulador imobiliário Paulo Angelim, dirigente do PSDB, dono da corretora
Viva Imóveis e organizador do golpista Instituto Democracia e Ética, o mesmo
que tem dirigido manifestações em defesa do impeachment, da volta da ditadura e
anticomunistas em Fortaleza pela derrubada de Dilma. O mesmo canalha postou o
vídeo do ataque e orgulhosamente comemorou em sua página do Facebook: “Vejam a
recepção que nós, do IDE - Instituto Democracia e Ética, preparamos para o
terrorista Pedro Stedille, do MST, aqui no aeroporto de Fortaleza, hoje à
noite. "MST, VAI PRA CUBA COM O PT". Não daremos trégua. E se ele
vier com um exército, nós seremos uma Aliança” [link].
Não é pelas capitulações da direção do MST à política
antirreforma agrária do PT e sua aliança com o latifúndio, mas pelo que
simbólica e historicamente representa o MST em favor do combate ao latifúndio,
que Stédile foi atacado. A direita que organizou a tocaia no Aeroporto tem isto
bem claro, já a esquerda que se diz revolucionária, não, e por isso vem
sofrendo derrotas consecutivas em meio à escalada golpista, como, por exemplo,
através da reforma política que estrangulou a legalidade eleitoral dos partidos
de esquerda, cerceando seu direito à TV e ao fundo partidário. A escalada
claramente golpista e fascista, de ataques às sedes do PT, a sindicatos, ao
Instituto Lula, só está começando e tem como alvo não só os “governistas”, mas
o conjunto da esquerda brasileira. Eles não pararão se nós não os pararmos
antes, se não realizarmos uma verdadeira frente única antigolpista e
anti-imperialista, que organize comitês de autodefesa de nossos partidos,
organizações de vanguarda e de massas, associações, sindicatos, DCEs e
grêmios...
Defendemos incondicionalmente Stédile diante de seus
agressores e nos somamos ao ato realizado em Fortaleza pelos movimentos sociais
no dia 23 de setembro na Casa Amarela da UFC, para solidariedade ao
companheiro. Defendemos que de fato o MST e os demais movimentos sociais
superem o proselitismo de Lula e organizem um verdadeiro exército de explorados
na cidade e do campo para esmagar a direita sem deixar de combater a política
neoliberal do governo Dilma-Levi. Neste sentido, achamos que ao contrário de
ficar na defensiva, o movimento sindical e popular precisa partir para ofensiva
contra os tucanos mandantes destes ataques aos nossos partidos, bandeiras e
sindicatos como fez a Federação Única dos Petroleiros contra o senador Aloysio
Nunes (PSDB) que tentou fugir de uma manifestação dos petroleiros, no aeroporto
de Brasília, que protestavam contra o PLS 131, de seu colega de partido, José
Serra, que quer entregar o pré-sal às multinacionais, um dos objetivos
estratégicos dos golpistas [link].
Por tudo isto, a FCT convoca a construção de verdade de uma
Frente Única contra os fascistas, golpistas e pró-imperialistas, e a construção
de Comitês de Autodefesa para não deixar que os ataques e atentados contra a
esquerda e os trabalhadores sigam crescendo e para enterrar o Golpe de Estado
em marcha no país.